Fiction escrita para o projeto Toujours Pour da seção Blackamoor do 6Vassouras.
Pride Deadly
por Sophia Prince
Dois dias, quinze horas e vinte e sete minutos desde Sirius partira. O ódio ainda queimava pelas entranhas de Orion feito brasa. Aquele moleque insolente havia passado dos limites ao afrontá-lo daquela forma. Depois de cuspir no prato que comeu e desprezar aqueles que lhe dera um teto, virou-lhes as costas e saiu pela porta, jurando com todas as forças ao vento que nunca voltaria e todos tinham certeza que ele cumpriria. Por mais que o seu amor de pai implorasse para que ele trouxesse o filho para casa, seu orgulho de homem falava mais alto. Nunca mais perdoaria aquele moleque. Lembrava-se de quando ficava minutos a fio próximo ao berço de seu primogênito, velando seu sonho e imaginando os caminhos mais promissores para seu filho. Aos quatro anos, Sirius fez a primeira magia e naquele instante teve certeza de que o garoto branco como vela e de cabelos negros seria um grande bruxo.
Alguns anos se passaram e desde a briga não tivera mais notícias dele. Dentre esses anos, muitas coisas aconteceram. Seu filho caçula - o pequeno Regulus – falecera após tomar consciência de que seguir Voldemort não era o certo a fazer. Orion sempre soube que Regulus queria ser corajoso, bondoso e habilidoso como Sirius e quando o irmão partira, enxergou naquele instante o seu momento de tomar o lugar do outro, provando para quem quisesse que Sirius não era o único filho com futuro promissor. Andrômeda fugira de casa para morar com um trouxa e pouco depois estava grávida do mesmo, após tamanha decepção Cygnus viera a falecer. Logo após o casamento de Narcisa, chegara à vez de Druella que fora contaminada por uma doença trouxa que ainda não havia cura.
Certo dia vira no Daily Prophet que os Potter haviam sido mortos e que Sirius havia traído-os. Porém, como pai, Orion tinha plena certeza de que era mentira, pois Sirius jamais trairia aquele a quem ele chamava de irmão. Sirius poderia ser tudo, menos alguém sem caráter que trairia a confiança de quem o fez ver o lado bom da vida. Quem o fez ver tudo o que era dever de Orion lhe mostrar.
Pouco tempo depois viu no jornal que haviam conseguido prender seu filho e sentiu como se parte sua estivesse lá com o primogênito. Pensara diversas vezes em ir visitá-lo e por muitas delas, chegou perto da porta, mas não conseguiu dar um passo para fora. Seu orgulho falava mais alto e o jogava para dentro de casa. Tivera notícias de Bellatrix, mas quase não reconhecia a afilhada. A mulher de quase trinta anos perdera a sanidade e vivia em meio à loucura, matando a qualquer pessoa sem pestanejar e tornando-se alguém que o fazia ter nojo.
Os meses foram se passando e a cada instante que o filho ia passando naquela cela suja de Azkaban, seu pai ficava a cada instante próximo a morte e quando seu dia chegou, só havia dor em seu coração de pedra.
