Escrita por Becky Mounsey e Mih Levesque
Eu estava na parte mais alta daquela ilha precisava daquele tempo só pra mim, para refletir sobre minhas escolhas e caminhos. O dia estava nublado como meus pensamentos que foram interrompidos por algo que caia na terra firme. Parecia um avião com suas asas cobertas por fogo. Levantei-me e fui em direção ao local do desastre para ver se alguém sobrevivera.
Não vejo a hora de chegar em casa, ser filha do embaixador da ONU cansa a beleza de qualquer um. Pior do que aprender tudo que seu pai sabe para poder seguir os passos dele é ter que ficar viajando nesses jatinhos particulares de quinta categoria. Antes de poder reclamar pela demora da viajem o jatinho foi tomado por uma grande turbulência, a ultima coisa que vi foi às asas pegando fogo, então minha mente foi tomada por uma grande escuridão.
Tinha que ser rápido se quisesse salvar alguém antes do avião ser totalmente tomado pelas chamas. Com muito esforço consegui abrir a porta, a primeira coisa que avistei foi a cabine do piloto, onde este se encontrava morto. Sua cabeça completamente coberta de sangue estava perfurada por um pedaço de ferro que provavelmente havia se soltado das ferragens. Fui em direção aos passageiros, só havia uma mulher, ela estava ferida na fonte, verifiquei sua pulsação para meu alivio ou não ela estava viva, puxei a com certa força rompendo o cinto segurança e soltando seu pé que estava preso entre algumas malas que havia por todo avião, e céus que tanto de malas para só uma pessoa.
Retirei-a rapidamente, enquanto o fogo devorava o avião. Estava levando-a para a cabana quando escuto a explosão do avião atrás de mim. Não havia sobrado nada, apenas ferrugens, entrei na cabana, coloquei a garota deitada na cama e fui cuidar de seus ferimentos, terminado isso, fui ate lagoa recolher um pouco d'água.
Abri meus olhos de vagar, minha cabeça latejava e não conseguia distinguir um palmo a minha frente, me sentei no que parecia uma cama primitiva e finalmente consegui focar minha visão. Não faço a mínima idéia de como fui parar na casa do Tarzan!
Tentei me levantar mais parei quando vi alguém entrando na cabana...
A lagoa não ficava muito longe da cabana, se encontrava no meio de um clareira rodeada por altas arvores. Ao vir para essa ilha, trouxe bastantes mantimentos, somente a água eu buscava naquela lagoa de águas cristalinas. Enchi o galão de água e voltei em direção a cabana, na minha cabeça uma pergunta reinava "Eu havia feito a coisa certa ao salvar aquela garota?" ainda me perguntava isso quando entrei na casa e a vi acordada tentando se levantar.
'Quem é você? Onde eu estou? Cadê a Jane?'
Comecei a disparar perguntas e mais perguntas das quais nenhuma tive resposta. Será que ele é mudo? Surdo? AAA... é minha maquiagem aposto que está toda borrada! Cadê minha maleta?
'Oi! Dá pra me responder? Não é educado ignorar as pessoas.'
Nunca fui com a cara do Tarzan agora então...
Definitivamente a resposta pra minha pergunta era "Não, eu não havia feito a coisa certa. Céus como uma mulher podia falar tanto!" Continuei ignorando suas perguntas, enquanto colocava o galão em cima da mesa, coloquei um pouco de água no copo e entreguei a ela.
'Toma!' disse apenas e me afastei.
Fiquei encarando-o por um bom tempo, até que percebi que ele estava falando sério. Acho que ele não vai responder nenhuma pergunta minha... Mas ele podia ser um pouco mais gentil. Se eu morri, definitivamente estou no inferno, e olha! Acabei de conhecer o capeta. Espero que no inferno tenha salão de beleza.
'Olha aqui seu Tarzan, que está mais pro lado de Shrek...' – ia terminar minha frase apontando o dedo pra aquela cara que nunca viu um tratamento na vida, mas quando me levantei, senti que meu pé não estava no lugar. – 'AAAAAH' – gritei de dor e não me agüentei em pé, fui com tudo ao chão.
Ok, além de bocuda e faladeira ela era idiota, dei um suspiro longo, e olhei pra cima como se perguntasse a Deus o porquê daquilo, eu só queria um tempo de paz e sossego, para repensar na vida, e não ter que salvar uma garota de um avião em chamas e ainda ouvir sua voz estridente no meu ouvido, me virei pra ela que ainda estava caída no chão. Com todo cuidado ou não, a peguei no colo e coloquei delicadamente na cama ajustando sua cabeça no travesseiro e fui ver o seu pé.
'Está quebrado' disse olhando pra ela.
'Jura? Nossa, chegou a essa conclusão sozinho ou precisou de ajuda? É CLARO QUE ESTÁ QUEBRADO' – reclamei e gritei de dor.
Nossa Senhora como dói, nunca mais digo que a pior dor no mundo é a dor de um bife tirado pela minha manicure Clair.
'Tá doendo!' – reclamei de novo – 'Faz alguma coisa!' – já chorava de dor.
Arqueei apenas uma sobrancelha olhando para aquela garota.
'Cala boca, sua voz me irrita!' dei uma ultima olhada no pé dela e saí da cabana. O pé dela necessitava engessar, mas óbvio, eu não tinha como fazer aquilo por ela, rapidamente providencie uma tala e voltei pra dentro.
'Vou colocar seu pé no lugar, vai doer.' Disse pra ela ' No três, 1...' coloquei no lugar...
'AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA' berrei 'Você disse no três!' olhei pra ele com raiva mas em troca recebi um olhar diferente, parecia que ele conferia se eu estava bem, tenso!
Fiquei observando ele enfaixar meu pé, e por um instante eu achei seu abdômen tão bonito quanto o rosa! Acho melhor ele colocar a camisa ou eu colocar minha cabeça no lugar também.
'Com essa tala vai melhorar, descanse agora e mais tarde conversamos' disse isso e me retirei, saí da cabana. Fui até a praia, tentar pegar um peixe e refrescar a cabeça, quem sabe assim eu resolveria o que fazer agora. Não podia e nem queria ficar com aquela garota comigo, tirei a bermuda que estava com ela ficando apenas de boxer e entrando no mar em seguida. Logo eu peguei um belo peixe e depois de limpá-lo voltei para perto da patricinha mimada e comecei a prepará-lo para o jantar, já estava escurecendo.
Resolvi não contestá-lo desta vez, eu sei ser grata quando eu quero. Fiquei observando a cabana, e olha que o negocio é até morável. A micro sala ficava emendada na cozinha onde se encontrava poucos eletrodomésticos que funcionava através de um gerador. O quarto também hiper pequeno tem um banheiro menor ainda, mas é arrumadinho e limpinho. Tudo bem que a casa da Fifi (minha cadela) é maior que essa cabana, mas uma coisa que aprendi com meu pai é não reclamar de barriga cheia, sempre há alguém pior que você. Tenho muita dó do Tarzan! Falando nele, nunca vi uma pessoa tão seca e grosa na minha vida, realmente ele é um animal da selva... Um animal sarado da selva... Merda eu vou sonhar com isso!
Não demorou muito para poder me perder em meus pensamentos e cair em um sono reconfortante e talvez profundo.
Cheguei à porta do quarto pra ver como estava a patricinha, ela estava dormindo, agora que finalmente ela havia fechado a matraca eu pude ver seu rosto melhor, que era muito bonito por sinal, tinha que confessar, sua tez branca combinando com seus cabelos de incrível tonalidade rosa deixava-a mais bonita, nunca havia visto aquela cor, fiquei realmente tentado em perguntar se era natural, mas ao lembra da voz estridente dela, resolvi deixar de lado, desci o olhar para seus lábios que ficavam mais atraentes quando fechados, dei um sorriso de lado já estava começando a pensar demais, não via a hora de me livrar daquela garota e voltar para minha paz habitual.
Voltei pra cozinha pra ver como estava o preparo do peixe, fiz umas batatas pra acompanhar, enquanto terminava de cozinhar fui para fora observar as estrelas, que estavam muito bonitas naquela noite.
'TARZAN!' berrei da cama 'DA PRA ME AJUDAR AQUI?' não podia pisar no chão, então alguém tinha que me ajudar.
Me sentei na cama e dei uma ajeitada no visual, eu preciso achar minha mala de primeiros socorros logo, minha unha está gritando por socorro. A propósito, eu sonhei com o Tarzan e acredite, não gostei de ser a Jane.
