Disclaimer: Nem Dragon Age nem o Zevran me pertencem. Infelizmente. :c
Beta: Holy. Mais uma vez, muito obrigada.
Flores.
As flores podem ser belas e perigosas. As mulheres também.
Leliana. "Você é um homem mau", ela havia lhe dito. E Zevran riu tanto daquilo que a barda acabou por zangar-se com ele... Novamente.
- Não pude evitar, minha querida Leliana. Você ficou extremamente graciosa ao dizer isso.
- Oh, pare com isso!
Ela virou o rosto e Zevran sorriu. A ruiva era uma mulher difícil, mas era esse seu charme. E por muito tempo o assassino desejou levá-la para sua tenda, porém, Leliana insistia em sua... Contemplação.
"Pelo Criador, ela é louca. Dois anos sem se divertir e ainda insiste em manter suas pernas fechadas. Tsc!"
Entretanto, Zevran gostava de comparar Leliana a um girassol que passou demasiado tempo na sombra. Agora, ao ser iluminado, se erguia em completa beleza – direcionado para o sol.
E o sol de Leliana era a Grey Warden, que a aceitara sem duvidar dos seus motivos loucos.
"E, como o girassol, se contenta apenas com a presença do sol." Estranhamente, isso divertia Zevran: oferecera à ruiva muito mais e ela o negara, preferindo ficar com o pouco que ganhava. Bem... Isso não tinha mais importância para ele. E agora, olhando para Leliana, reparava que as sobras haviam feito bem a ela.
"É realmente louca. Eu nunca me contentaria apenas com as sobras."
- O que foi? – Perguntou ao notar que o assassino a observava.
- Só estava pensando... Talvez nós não tenhamos tanto assim em comum, minha querida mulher.
E riu, afastando-se.
Morrigan. A flor à beira do precipício. Para Zevran, o tipo mais perigoso. Porque, uma vez atraído, não há hesitação em colhê-la para si.
- Sabe minha cara, você fica imensamente bela quando o sol ilumina seus olhos. – Ele sorriu, enquanto Morrigan passava pelos portões de Orzammar e os ventos da superfície bagunçavam seus cabelos.
- E eu pensando que os uivos da Broodmother seriam as palavras mais doces que escutaria hoje. – Ela respondeu no mesmo tom irônico de sempre.
"A primeira derrapada."
- Pelo visto Deep Roads a fez imensamente bem, Morrigan. – Zevran sorriu. A bruxa o lançou um olhar que beirava o repúdio.
- Teria feito melhor se tivesse me poupado da sua presença na viagem de volta.
"E mais pedras caíram."
- Não diga isso! Quem mais lhe diria sobre toda sua beleza extraordinária?
Morrigan sorriu sarcasticamente.
- Ah, claro. Eu ficaria realmente abalada por não ter mais sua bajulação.
- Eu sei, eu sei. – Zevran riu. Felizmente, ele conhecia o tipo de flor que Morrigan representa o suficientemente bem para se manter a uma distância segura.
"Por mais bela que seja, não a colherei." Riu baixinho e maliciosamente. "A flor ao precipício derruba aquele que a colheu. Mal sabe ela que isso é a sua própria perdição."
Wynne.
- Wynne, como sempre, suas curas são ótimas. – Zevran sorriu, agradecendo à maga. Ela franziu o cenho, incrédula.
- Não está falando sério.
- Oh, sempre o mesmo tom de dúvida. – O assassino suspirou. – É verdade. Suas magias de cura são realmente ótimas. Mas eu ainda preferiria recebê-las de outro modo.
- Pela graça de Andraste, você não se cansa? – Wynne afastou-se do elfo em passos rápidos e Zevran riu alto.
- Fugir de mim assim só aumenta meu desejo, minha querida Wynne! – Ele gritou.
A senhora o ignorou, enquanto se fechava em sua tenda. O elfo cogitou invadi-la, mas realmente não desejava ser amaldiçoado.
Wynne era a prova viva de que velhas mulheres podiam ser mais belas do que muitas jovenzinhas. Por muito tempo, Zevran considerou-a como um carvalho que, mesmo envelhecido, conservava toda sua magnitude. Entretanto, ao saber de sua condição, passou a tê-la como uma orquídea que se apoia entre os galhos de uma árvore para conseguir mais luz. E Wynne renasceu, como a mais bela flor dessa orquídea.
"E com seios maravilhosamente vigorosos. Ah, Wynne... Uma pena que não me atrevo a retirá-la de sua árvore."
Mahariel. Ela era o orgulho em pessoa. E esse orgulho feria.
- Qual é o seu problema? Isso nunca foi difícil antes! – A Grey Warden bufou.
Zevran havia se afastado com violência, com mais raiva de si do que dela.
Ironicamente, ele havia rejeitado a única que nunca recusou qualquer proposta dele. Pelo contrário: Mahariel sempre fora fácil. Por muitas vezes, se oferecia a ele – e isso o agradava.
"Uma bela elfa em minha tenda, fazendo de tudo para me entreter. Isso sim é diversão!"
E na véspera da batalha final, ele estragara isso, pisando no orgulho imenso da Warden. Não pôde evitar; não era de hoje que se sentia como um garoto inseguro perto dela... "é, como o Alistair". Suspirou.
Mahariel era como uma rosa. Orgulhosa de ser a mais bela das flores, mas com espinhos que ferem aqueles que não hesitam em tocá-la. Por sorte, Zevran segurou-a por uma parte sem pontas e a rosa deixou-se ser apreciada.
Mas depois de um tempo isso não foi o bastante.
E o assassino foi tomado por uma vontade insana de despedaçá-la.
Só de tocá-la, o desejo o dominava e entorpecia. Despedaçá-la, violá-la, despi-la de todo orgulho e presunção. E agora que ele havia conseguido isso ao negar em dar o que ela queria, não se sentia satisfeito. Pois Zevran não compreendia a natureza dos seus sentimentos.
-x-
Ela depositou um beijo em seus lábios antes de ir enfrentar o Archdemon.
E Zevran sentiu que, pela primeira vez, ela não fazia isso por desejo – e sim por ternura. Soube, então, que a orgulhosa Dalish o amava.
Riu. Riu com gosto. Incansavelmente, enquanto se banhava no sangue dos darkspawns. Porque tal gesto dela foi o que ele sempre quis receber. E que o fez compreender o que sentia.
"Eu a amo."
Mas ele só percebeu isso quando ela foi em direção à morte.
E da altiva rosa, só sobraram suas pétalas murchas.
~mahorin, 20.05.12.
