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Se alguém lhe perguntasse onde tudo aquilo havia começado, Harry diria que havia sido na sala comunal da Grifinória. Seu interlocutor, então, o olharia confuso, sem entender como algo que envolve duas pessoas de Casas diferentes pode começar em apenas uma sala comunal, e Harry tentaria explicar.

Primeiro, o alguém teria que entender o quão teimoso e idiota um garoto de dezesseis anos pode ser. Talvez assim ele compreendesse que, para Harry, monitorar Draco Malfoy era uma necessidade vital e muito bem fundamentada em suas suposições perfeitamente plausíveis. E talvez também compreendesse que não era pecado querer, às vezes, escapar do dormitório e se postar diante da lareira da sala comunal para examinar um mapa. Ou mais especificamente, o pontinho chamado Draco Malfoy.

Harry explicaria que, de tanto observar aquele pontinho arredio, ele podia relutantemente admitir que conhecia a estranha rotina de Draco tão bem quanto a sua própria. O que ele não sabia, Harry explicaria, era que esperava Draco estar na sala comunal da Sonserina para descer para a da Grifinória.

Ele não estava obcecado, de forma alguma. Como já teria explicado anteriormente, estava apenas tentando provar suas suposições. Ou, melhor dizendo, suas certezas.

De frente para o fogo, então, ele compartilhava de uma intimidade incomum com Malfoy. Ali - na Grifinória - ele imaginava se Draco - na Sonserina - estaria sentado também em uma poltrona de frente para a lareira. Imaginava se, para ele, estar naquela sala também era como se sentir em casa. E começava a se perguntar quando foi que Draco Malfoy se tornou, definitivamente, uma parte integrante do seu lar.