Toda história que vale a pena ser contada envolve os caprichos dos deuses e a vontade dos homens.
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Superman dos Perpétuos.
Capítulo 1 - Fogo, Noite e Histórias:
A noite é igual em todos os lugares do universo. Em alguns lugares, há apenas uma lua, enquanto em outros, muitas luas dançam no firmamento buscando brilhar mais que suas rivais. Há planetas sem noite e sem luas, nas quais as estrelas são invisíveis sob todos os aspectos práticos. Não importa. A noite é sempre igual. Os seres se tornam menores, temendo pelo desconhecido, abraçando seus joelhos e se posicionando em volta do fogo, seja em planetas aquáticos ou em desertos escaldantes.
Nesse planeta selvagem, mesmo vizinho daqueles chamados de Guardiões do Universo, não seria diferente. O garoto humanóide da pele azulada e cabelos do mais puro ouro corre veloz através da Floresta das Almas carregando um pote de cerâmica e um amontoado de feno. Corre, lutando contra o crepúsculo, para chegar na casa de sapé da Princesa antes do sol verde, Sto-Oa, ir dormir. Ralik entra na casa modesta sem cerimônias, indo em direção à anciã de cabelos grisalhos e olhos cinzentos que está sentada em uma cadeira. Coloca o feno no chão, e o pote de cerâmica na sua frente. Por fim, ajoelha-se em uma referência respeitosa, e diz com a voz cheia de orgulho:
"Minha princesa? Já trouxe sua água, e o feno para cobrir sua cama. Dormirá sem sede e com as costas confortáveis esta noite."
"Obrigado, Ralik" diz a velha, com um sorriso triste em seus olhos cinzentos. "O que eu faria sem a ajuda de um rapaz tão solícito e corajoso para sair de noite... Como posso agradecê-lo?"
"Bom" ele não esconde um sorriso faceiro, como uma criança prestes a pedir um biscoito a mais antes de ir dormir "A senhora pode me contar mais uma das suas histórias. Eu gostei tanto daquela sobre o paladino noturno que destruiu o dragão de ferro..."
A anciã suspira, olhando para a face resoluta do rapaz. Ele a força lembrar-se de muitas coisas, antigas e quase esquecidas. Símbolos de luz, esperança. Da eterna luta das trevas contra a luz. A luz do fogo reluz em seus braceletes prateados quando ela se aproxima para colocar mais gravetos na fogueira. O fogo arde mais forte. O fogo é puro, inabalável, porém está sujeito aos seus caprichos. Ela poderia, a qualquer momento apagar o fogo... Assim como qualquer homem está sujeito as vontades dos deuses.
Ela então, se lembra.
"Dívidas não podem ficar pendentes, meu caro Ralik. Então, tente ficar confortável, pois a história é longa, e por muitos momentos, não é feliz. Uma história que atravessou o universo, e ainda hoje muitos lembram com admiração e esperança."
Era a desculpa que Ralik precisava para ficar mais próximo da princesa por algum tempo. Como todo Oano, amava histórias de heroísmo, e a própria princesa era dita uma heroína em seus dias. Ela conhecia os poderosos gladiadores esmeralda que usavam o poder da Luminescência. Contou detalhes sobre o maior deles! Sem dúvida alguma, essa história seria fantástica, como a do Corredor Vermelho que venceu a morte, escapando dela para sempre.
Sentou-se no chão, de pernas cruzadas, e perguntou: "Que história me contará, minha princesa?"
Ela hesita, como se não quisesse que as palavras saíssem de sua boca. Como se fossem preciosas demais para serem expostas ao ar. "A história de Kal-El, o último filho da estrela mais brilhante de Rao, Krypton."
Um muxoxo desapontado de Ralik "Nunca ouvi falar, princesa."
"Oh, mas você certamente o conhece. Lendas correm sobre sua existência, como aquele que derrotou a Entropia, ou o que dorme em sóis. Kal-El foi sem dúvida um dos homens mais poderosos do universo; sua própria alcunha já designava isso. Através do cosmos, o chamavam de Superman."
Com admiração no rosto, Ralik começa a ouvir as palavras da princesa. Palavras que soarão ao longo da noite fria...
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Capítulo de introdução, encerrado. Daqui para frente, a história começa.
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(Aliás, os personagens apresentados neste documento e nos futuros não são de minha autoria, exceto o guri Ralik.)
