- Quando você acordar, se sentirá saudável... - essas foram as últimas palavras que Claire ouviu de Trent antes de ficar inconsciente.
Acordou com uma sensação boa. Não sentia aquele mal-estar de antes.
Estava escuro em volta, mas ela conseguiu enxergar o que pareceu ser um quadro na parede, uma cortina fechada e um armário na frente da cama. Ficou confusa. Passou as mãos pelo corpo e nenhum vestígio da parafernália de monitoramento do Trent colocou nela. Se levantou lentamente e foi até uma porta. Abriu-a e já no outro cômodo acendeu as luzes.
Uma sala de estar pequena, um jogo de sofás vermelhos em cima de um carpete amarelo e algumas luminárias de pedestal alto decorava o local.
- Onde eu estou?
Passou pela televisão de plasma e foi ver algumas correspondências que estavam em cima de uma mesinha perto da porta principal. Mas não conseguiu ler o envelope, pois foi interrompida.
- O que foi? - perguntou uma voz grave.
Ela virou-se e não acreditou no que viu. Uma figura masculina com cabelos loiros compridos e olhos claros. Sua aparência era de um homem calmo de meia-idade.
- O que está fazendo aqui?
- Oras, eu moro aqui, assim como você! - explicou ele.
Claire estava mais confusa do que antes.
O homem se aproximou lentamente e Claire puxou uma luminária, Improvisando uma ama, ela ameaçou:
- Fique longe de mim, Wesker!
- Claire, você não me chama assim há anos. Pare de me zoar, vai. Fale baixo senão poderá acordar o Dimmy.
- Dimmy? Por acaso é outro capanga seu? Manda ele vir! - desafiou Claire.
Wesker nem precisou chamar. Um garotinho apareceu, bocejou e coçou os olhos.
- Papai, vocês estão fazendo bagunça outra vez?
- Não, filho. Nós só estamos brincado.
- Então por que a mamãe está segurando esse abajurzão? - perguntou o menininho, apontando para Claire.
- Mamãe? Eu?
- Dimmy, volte para o seu quarto. Lembra-se que amanhã quando acordar, será um grande dia?
Contente, Dimmy correu e abraçou seu pai, em seguida abraçou Claire e disse:
- Bons sonhos, mamãe!
E assim foi dormir, deixando Claire pasma.
- Esse Dimmy... Ele é meu filho? - perguntou ela.
- Eu tenho participação nisso também. Então ele é NOSSO filho.
Claire ficou pensativa e depois concluiu:
- Então quer dizer que eu e você... A gente... Argh! - disse ela, fazendo careta.
Ele achou engraçado e disse:
- Você não disse isso enquanto a gente...
- Chega!! Meu Deus, preciso acordar!
- Claire, minha amada. Está enlouquecendo?
- Onde estou? O que está havendo? O que você fez comigo?
Sentando-se na poltrona, Wesker falou:
- Bem, eu me casei com você, criamos uma família e temos uma vida confortável aqui em Kansas. Só o carro que eu ainda estou te devendo.
Claire não entendia nada. Aquele homem que dizia ser seu marido, não lembrava em nada aquele homem que bateu nela na ilha Rockford e que quase matou seu irmão. Nâo tinha mais aqueles olhos vermelhos e amarelos - azul piscina era a cor deles.
- Sugiro que você descanse. Amanhã o dia vai ser agitado.
Albert viu que Claire não sabia do que ele estava falando.
- Hello! Aniversário do Dimmy Redfield Wesker, seu filho. Ele fará 4 anos amanhã!
- Vem, docinho, vamos nos deitar, sim? - disse ele, delicadamente.
- Eu não vou dormir com você! Vou ligar a-g-o-ra e pedir para o meu irmão Chris vir me buscar!
Pegou o telefone e começou a discar.
- Ele não vai atender - disse Albert, calmamente.
- Como você sabe?
- Mortos não atendem celular.
- O que? Chris está morto? - disse ela, sentando-se numa poltrona e chorando silenciosamente.
Albert foi ao lado dela e colocou as mãos no ombro de sua esposa.
- Já faz cinco anos que ele morreu. Você tem que superar isso, querida.
Enxugando as lágrimas, Claire perguntou:
- Como aconteceu?
- A SWAT pegou ele.
- Ele trabalhava na SWAT? - perguntou ela.
- Não, ele seqüestrou 30 pessoas dentro do banco e a elite o matou para libertar os reféns.
Claire passou as mãos nos cabelos e disse:
- Onde estou? Eu não pertenço a esse lugar. Quero acordar!
Albert não sabia mais o que dizer para acalmar a esposa.
- Olha, meu amor, vamos fazer um acordo, Vá para o nosso quarto e eu fico aqui na sala, está bem? Durma e amanhã conversamos.
Claire encaminhou-se para o quarto extremamente confusa. Aquele não era o Albert Wesker que ela conhecia. Ele estava diferente, não tanto pela aparência (cabelos compridos), mais sua personalidade estava completamente alterada.
Ela deitou-se e rezou para que o sono chegasse logo. Queria acordar no laboratório de Trent.
