N/A: Olá, quem viu o começo da minha outra fic pode ter achado ela um pouco chata, mas essa é diferente, tem uma história bastante envolvente, a idéia dela começou em uma aula de história da arte à partir da história da Imperatriz Elizabeth e todo o resto foi se formando na minha cabeça meio doida. A fic está com rating T, mas pode ser que eu mude para M, pois tem eu não costumo poupar na linguagem, por enquanto ela está bem calma, mas se alguém se sentir ofendido me avise. Espero que gostem. please reviews!
Pecados & Virtudes
1- Vaidade
"Era muito bonito, e amava a beleza. A beleza que fazia com o seu cérebro, com sua imaginação e com suas mãos. Ao belo sacrificaria tudo." A Noite das Bruxas - Agatha Christie
Essa história começa no século XIX na Áustria, no castelo da mulher mais bonita e mais vaidosa da época a Imperatriz Elisabeth.(1) Com sua pele branca como porcelana, seus longos cabelos negros e suas feições delicadas ela encantava a todos, mas nunca estava satisfeita e usava todos os artifícios possíveis para ficar mais bela, inclusive seus poderes, que poucos conheciam, mas ás vezes nem isso era o bastante.
- Imperatriz, o seu convidado a espera em meus aposentos. – disse um rapaz jovem, mas com a aparência de que já havia visto e vivido muito.
- Você tem certeza de que ninguém o viu entrar? - perguntou a bela mulher se levantando da cadeira que ficava em frente a sua penteadeira.
- Tem certeza senhora.
Os dois foram seguindo pelos frios e longos corredores do luxuoso castelo, até chegarem aos fundos dele, onde havia uma ala pequena e sombria com a completa ausência de luxo, que era destinada para aqueles que serviam a casa.
- Aqui está o meu quarto, me desculpe senhora a falta de conforto. – disse o rapaz abrindo a porta.
- Agora você pode voltar aos seus serviços, quando precisar mandarei te chamar.
Elizabeth entrou no pequeno aposento mal iluminado e viu quem esperava, um senhor de cabelos e barbas muito brancos, com roupas largas e escuras, contrastando com sua pele. Ele se encontrava sentado em um bando de madeira, de frente para outro banco igual, provavelmente o único conforto que o servo pode oferecer para aquele encontro, Elizabeth se sentou no outro banco fez um aceno, como um sinal de respeito, e começou a falar:
- Obrigada por ter aceitado fazer essa visita, preciso de sua ajuda, e estou disposta a tudo por isso.
- A senhora sabe o meu preço, eu não viria aqui apenas para atender a sua vaidade.
- Como o senhor ousa falar assim com a sua Imperatriz. – disse Elizabeth se exaltando e levantando do banco.
- Sabes tão bem quanto eu que posso lhe tirar o trono quando quiser, só não o faço porque ainda tenho interesses no seu reinado, mas pela sua ousadia dessa vez serão duas.
- Como vou me desfazer de duas das minhas damas mais novas? - Elisabeth respirou mais fundo para se acalmar e se sentou novamente. – Tudo bem. Vou direto ao assunto, estou envelhecendo, minha aparência não pode ficar assim, e minha magia não pode me ajudar.
- Eu também não posso fazer o seu corpo parar no tempo, mas posso pensar em algum artifício, algum amuleto que lhe seja útil, já imagino o que posso fazer, mande seu servo daqui a um mês a minha casa com as minhas moças e lhe mandarei o seu desejo.
- Cuide para que ninguém além de mim possa usufruir dele e eu lhe mandarei algo especial, acredito que uma de minha damas também tenha poderes.
- Ótimo, acho que é exatamente o que eu preciso.
Voltando para os dias atuais o que encontramos não é mais o desespero trazido pela maldade de Voldemort, ele havia finalmente sido derrotado por Harry Potter há três anos, mas não é sobre o querido herói que vamos falar. Existe alguém com muito mais destaque, um nome que não é passado despercebido: Draco Malfoy.
Aparentemente ele havia sido fadado a ser um comensal da morte, após ter planejado a morte de Albus Dumbledore, mas com a morte de seu pai um tempo depois desse acontecido ele decidiu seguir outro caminho, o caminho que ele considerava mais certo, que realmente lhe traria felicidade, o caminho do dinheiro. Após algum tempo de reflexão em sua Mansão ele decidiu administrar o dinheiro da sua família e colocar o desespero a seu favor. As pessoas estavam dando tudo que tinham para garantir a sua segurança e a segurança de suas famílias, e era isso que ele lhes prometia, através de licenças de aparatação internacional e intercontinental, que ele conseguia através de contatos com o ministério "herdados" de seu pai, e de feitiços de segurança reforçados nas casas, que ele aprendeu com livros antigos de sua família, ele rapidamente multiplicou a sua fortuna. Mas o que garantiu o seu sucesso, e a sua vida, foi a sua neutralidade, ele não queria saber se a pessoa estava fugindo dos comensais da morte ou da ordem de fênix e do ministério, contanto que pagasse bem.
Aprendendo a gostar do mundo dos negócios, Malfoy não ficou satisfeito em ganhar dinheiro apenas na guerra, e com o seu término viu a oportunidade perfeita para expandir os seus negócios. Durante o caos a maioria das lojas havia falido, e o que não faltava a Malfoy era dinheiro pra investir, então ele logo montou sua cadeia de lojas, que se expandiram para bares, restaurantes, e um novo empreendimento no mundo bruxo sua boate "Radamathys"(2) (afinal ele superava as origens trouxas se desse lucro) . Com a sua visão de negócios com apenas 20 anos Malfoy era o bruxo mais rico da Inglaterra, dono de um verdadeiro império, não havia um bruxo no país que nunca tivesse escutado o seu nome, e pouco que nunca tivessem entrado em um de seus estabelecimentos.
Alguns podiam pensar "Coitado tem muito dinheiro, mas não é amado e tem uma família desequilibrada", mas não era assim que ele se imaginava. Muito pelo contrario ele se sentia muito amado, por mais que sua mãe não fosse perfeita ela sempre esteve ao seu lado e o amava, assim como ele a amava, era a única pessoa no mundo que realmente importava pra ele(3). Por mais que a vaidade excessiva de sua mãe o incomodasse às vezes ele satisfazia alguns caprichos dela, um deles era uma vez por mês dar ma festa em sua mansão, para os homens mais influentes do mundo bruxo, para que sua mãe pudesse exibir sua beleza, que tanto era exaltada por Lucius(4) quando ele era vivo, muitos achavam que ele só havia casado com ela por causa disso. Hoje era o dia de uma dessas festas e sua mãe estava mais empolgada do que nunca, ele bateu no quarto dela para falar que já ia descer; mas ela o chamou para entrar:
- Olhe isso, que lindo esse véu é da família de Lucius, é um objeto mágico muito poderoso. – disse sua mãe radiante, lhe mostrando um véu branco muito fino, que permitia uma visão quase perfeita do que estava atrás dele.
- Mas o que exatamente ele faz? – perguntou Draco fazendo pouco caso do objeto.
- Quando colocado a pessoa fica com uma aparência jovem, sem rugas, com se tivesse 15 anos, e há uma lenda na família que depois de muito usado a pessoa fica com a aparência jovem permanentemente.
- Como assim dizem? Ninguém nunca usou? – perguntou Malfoy incrédulo.
- Ele era usado por uma parente sua há muito tempo atrás, ela era uma Imperatriz muito linda e muito poderosa, acho que os outros não usaram por respeito, ou por medo, não sei direito. O que agora importa é que ele pertence a mim, pois o seu pai me deu, e um artefato como esse não pode ficar simplesmente guardado por muito tempo.
- Se você diz. Eu já vou descer, não demore muito, eu não tenho vocação para ficar fazendo sala para essa gente. – Draco fechou a porta e respirou fundo, se preparando para mais uma festa chata, com as mesmas pessoas, os mesmos assuntos, a mesma bajulação, era tudo muito artificial, mas quando sua mãe desceu e ele viu sua felicidade, ele simplesmente ignorou tudo isso, era só mais um dia de fingimento para ele.
Toda vez, depois que essas festas acabavam Malfoy ia para o seu escritório, acendia a lareira, colocava uma boa música clássica, bebia um bom vinho e refletia sobre o que toda aquela merda significava, porque parecia tudo tão vazio, ele tinha tudo o que quisessem as parecia que sempre faltava alguma coisa, ele vivia para acumular dinheiro, se deliciar com alguns prazeres e alguns luxos, mas no fundo não entendi para que ele precisava disso, o que faltava, do que ele sentia tanta falta? Ele via rostos alegres e diversão em suas festas, mas ele que gastava tanto nelas parecia que era o único que não as aproveitava. Depois de alguns minutos de perguntas sem encontrar respostas ele subia para o seu quarto.
Nesse dia ao passar em frente ao quarto de Narcisa ele estranhou ao ouvir um barulho. Era um som sufocado de alguém que queria gritar e não conseguia, e logo depois o som de algo caindo. Preocupado entrou no quarto e encontrou Narcisa caída no chão entre a cama e seu enorme espelho, ela ainda estava com toda a roupa da festa, incluindo o véu, ele chegou perto com certa urgência para ter certeza se ela ainda estava viva, felizmente estava, mas seu corpo estava todo mole e o seu rosto tenso como se tivesse passado por um choque. Ele tentou todas as formas que conseguia para reanimá-la, mas ela não respondia, era como se estivesse em sono profundo sem querer ou sem poder voltar.
(1) Essa Imperatriz realmente existiu, é claro com uma história diferente da que eu inventei na fanfic, mas ela era conhecida pela sua extrema beleza e sua vaidade, era uma das poucas pessoas na sua época que possuia uma balança em casa, e um dos primeiros casos na história de anorexia. Depois de uma certa idade ela usava um véu quando aparecia publicamente para esconder suas rugas.
(2) Radamanthys é um demônio que domina o fogo e é conhecido pela sua dualidade, pois apesar da lealdade a seu irmão Lúcifer ele era capaz de atos bons por ter vivido entre humanos.
(3) Eu nunca tinha pensado em uma relação tão próxima entre Draco e sua mãe, mas é muito necessária nessa história para justificar as ações dele.
(4) Há uma menção desnecessária ao nome de Lucius, pois Lúcifer é o demônio associado a vaidade e Lucius e Lúcifer tem bastante semelhança e eu gostei disso rsrsrs.
