Harry Potter não nos pertence. Não ganharemos nada com isso.
O conjunto de oneshots Behind the Friendship foi escrito por membros da seção Harry/Hermione do 6vparavoce para o Projeto Fawkes - Back from the ashes. Esse projeto não visava a criação de fanfics, e sim uma interação entre as seções de ships do fórum que, por um tempo, sofreram algumas baixas. Entretanto, como não estávamos conseguindo nos decidir em nenhuma fanfic do casal, preferimos escrever algumas oneshots, cada uma mostrando um lado desse casal lindo. Espero que gostem!
Primeira Fanfic - Hiei-and-shino (Monostone D. Armstrong)
SITUAÇÃO:
Primeira declaração (quando cada um falou 'eu te amo' para o outro)
FRASE:
I seem to have loved you in numberless forms, numberless times, in life after life, in age after age forever. - Rabindranath Tagore
PS: I Love You
x Ou: brincando de E se com Harry e Hermione x
I.
E, de repente, a Guerra pareceu que ocorreu há muito tempo. Bruxos e bruxas ao redor do mundo passaram a rir mais do que chorar, a festejar mais do que ir a enterros, e a voltar à suas vidas cheias de compromissos, do que esperar pelo jornal e ler a lista de quem fora encontrado morto ou louco.
Era uma sensação engraçada, principalmente, por Harry Potter e Hermione Granger, que, desde que se descobriram bruxos, estavam presos na Guerra – ou no prólogo dela. Não foram como Ron e sua família ou seus outros amigos, que conheceu tempos de paz. Agora, havia tanto tempo para aproveitar uma vida normal e bruxa, que ambos pareciam esperar que alguma coisa fosse ocorrer.
Talvez fosse por isso que eles estavam ali, novamente, na Floresta de Dean, sentados num tronco de árvore, analisando o resquício da fogueira que eles fizeram há tantos meses atrás.
- É tão engraçado. – Hermione começou, os olhos cheios de uma sensação triste de nostalgia – Como tudo acabou tão rápido.
- É. – concordou Harry, o óculos caindo por seu nariz mais uma vez – Naquela época parecia que não ia demorar mais. Que ia durar para sempre.
Hermione deu uma risada fraca, olhando para o ambiente. As folhas ainda espalhadas pelo chão, o cheiro de inverno ainda preso nas narinas, e Harry, sempre com ela. Sempre. Havia o mesmo silêncio que daquela vez, onde ela lia o livro de contos que Dumbledore lhe entregara e ele pensava em tudo, e em nada. E mesmo com a dolorosa lembrança dos pais, que lhe apresentaram o local em que se escondiam, a Floresta de Dean com Harry Potter foi uma das memórias de guerra mais doces que se permitiu em compartilhar.
De repente, encarou os olhos verdes de Harry, e notou que ele o encarava, não com curiosidade, mas convidando-a para uma conversa. Ele deu um sorriso que somente ele sabia dar – sorriso que podia ser de seu pai ou de sua mãe, mas que Hermione via como sendo unicamente do melhor amigo – e a fez sorrir de volta. E então tiveram outra de suas muitas conversas pelo olhar.
Aquelas conversas que somente duas pessoas completamente unidas por muito mais que amor e amizade poderiam ter. Conversas feitas no silêncio, com leves mudanças de brilho nos olhos, e onde as palavras não pareciam ou não eram necessárias – aliás, qualquer uma delas acabaria estragando o momento, como se não fossem o suficiente para descrever o que aquelas duas pessoas sentiam.
- Eu te amo, Mione. – segurando a mão dela.
Hermione sabia que não era necessário dizer aquilo em voz alta – além do mais, fora isso que ele lhe dissera com seus olhos verdes –, mas ela ficou feliz em ouvi-lo. Parecia mais real. Parecia a única coisa certa a dizer naquele momento. Apertou os dedos dentre entre os seus e sorriu também.
- Eu também, Harry.
Antes de bruxos, antes de heróis, antes de O-Menino-Que-Sobreviveu e da Bruxa-Mais-Brilhante-De-Sua-Geração, eles eram amigos.
II.
E quem era Ron?, Quem era Ginny?, que não bons amigos de dois namorados? Harry lembrava-se claramente quando confessou aos irmãos que era apaixonado por Hermione – antes mesmo de dizer isso à ela. Os dois sorriram e lhe disseram parabéns, e, naquele lugar, não havia decepção no olhar de nenhum dos dois.
Hermione deitou na grama, sentindo-a pinicar seu rosto, e deu uma risada aliviada, depois que as provas finais acabaram. Tinham dezessete anos e iriam para lugares diferentes em alguns meses. Mas não havia tempo para discussões, nem para insegurança. Havia apenas eles, agora.
Harry – o mesmo Harry de sempre – sentou-se ao lado da namorada e passou a observar seu cabelo volumoso e suas feições delicadas. Enlaçou a mão dela com a sua e acariciou-a, chamando sua atenção. Os olhos muito marrons pousaram sob os verdes e ele passou a sorrir mais abertamente. Ela apenas levantou a sobrancelha.
- O quê?
- "O quê?" o quê?
- Você está suspeito demais, Harry.
Ele apenas deu uma risada encabulada e resolveu se deitar ao lado dela. Sentiu-a se aproximar dele e colocar sua cabeça em seu ombro. Os cabelos armados estavam próximos de seu rosto, e Harry não conseguiu evitar em esconder-se neles.
- Você está estranho, Harry. – ela disse, modificando a frase, deixando-a mais suave.
Harry não respondeu. Apenas pensou e pensou e pensou e decidiu que aquele era o momento para se dizer qualquer coisa. Pensou se seu pai tivesse feito a mesma coisa, e preferiu que tivesse sido diferente – era bom ser original, às vezes.
- Eu te amo, Hermione. – murmurou, pela primeira vez.
As palavras a pegaram de surpresa. Ela levantou-se rapidamente e passou a olhá-lo do alto. O sol fraco bateu em sua silhueta e fez os cabelos dela parecerem quase loiros, o que a deixava divinamente bonita, mas estranha.
- Eu sei. – ela murmurou – Você não precisava me dizer.
E não precisava mesmo. Nunca houve confissão nenhuma de amor entre eles, que preferiam agir com ações românticas e talvez bobas, mas sem palavra nenhuma – o que os diferenciava do resto dos namorados.
- Mas eu quis mesmo assim. – ele retrucou, simplesmente.
Hermione franziu o cenho e Harry deu uma risada.
- Por quê?
Ele deu de ombros, ainda deitado na grama.
- Achei que ficaria mais romântico.
- Mais romântico o quê, Harry?
Harry levantou-se de repente, os olhos verdes ficando na mesma altura dos castanhos. Tocou seu rosto de maneira delicada, e sentiu-a estremecer, um pouco assustada, por não estar no controle da situação. Beijou seus lábios com delicadeza, até que ela enfim relaxasse, e encostou as testas.
- Case-se comigo. – disse, e não foi uma pergunta.
Ela sorriu.
- Sim. – disse, mesmo assim.
III.
Fazer compras com os tios e o primo nunca era uma diversão concreta para Harry. Afinal, ele só ia aos lugares com a dita família para carregar as compras. Mas, pelo menos, ele saía de casa e podia conhecer gente nova, e encontrar uns tipos estranhos que ele, mesmo com quinze anos, nunca esperava encontrar – como uma família enorme, onde todos eram ruivos, que usavam vestes muito estranhas e pareciam turistas em plena Londres "muggle" (palavras deles) – e que o divertia com sua excentricidade.
Gostava de fazer histórias em sua cabeça com pessoas assim, e às vezes as passava para o papel, quando os Dursleys estavam dormindo ou muito ocupados.
Naquele dia, entretanto, Harry e os tios toparam com um casal comum, mas que possuía uma filha com ar de sabichona. Usava o uniforme de um colégio muito conceituado e segurava um livro de História Geral tão grosso que chegava a assustar. Falava com os pais num tom metido a garota sabichona e que, quando passou por Duda e recebeu uma careta e o comentário de que era "mais uma nerd idiota", franziu o cenho e o encarou como se ele fosse um animal ignorante.
Então, quando ela passou por Harry, tudo pareceu passar em câmera lenta – exatamente como descreveu em uma folha surrada de papel, mais tarde –, pois pôde notar cada parte das feições da garota.
Um pouco constrangido pelo comentário do primo – ainda que os pais dele tenham rido –, Harry sorriu, como se isso o fizesse ser diferente dos outros. E pareceu fazer esse efeito, porque ela lhe deu um sorriso de canto, o rosto iluminando-se com a pequena demonstração de afeto. Os olhos se encontraram por um instante, e ela meneou a cabeça levemente, murmurando um bom dia a ele.
Ela tinha dentes grandes e meio saltados para frente, e cabelos muito armados, e ainda tinha aquele ar sabichão e superior. Mas Harry percebeu que ela era a garota mais bonita que já vira, simplesmente porque não se encaixava nos moldes de beleza atuais e era feliz assim.
Harry não percebera que parara de andar, assim como a garota. E ela, quando notou, desviou o rosto e o escondeu numa cortina de cabelos armados, meio encabulada. Correu para próximo dos pais, que sorriram para Harry, e eles foram embora. Em seguida, a voz grave de seu tio o chamaria e, pelo resto do dia, Duda riria dele pelo tamanho interesse em uma garota tão feia.
No fim do dia, escrevendo furiosamente em uma folha de papel, aquela menina, imperfeita, educada e inteligente, seria sua namorada por ser a primeira garota em que Harry acreditou que dizer eu te amo a ela, seria o ideal. E nos livros que viria a escrever no futuro, todas as suas heroínas seriam, simplesmente, parecidas com ela. Era a maneira de Harry conseguir dizer que a amava (porque, mesmo depois de tantos anos, ainda parecia certo e claro que não poderia não amá-la) sem saber seu nome ou quem era.
N/A.: Antes de tudo: essa fanfic não foi betada, então perdoe os erros e as frases confusas.
Sei que não era permitido U.A.'s, mas eu achei a ideia tão bonitinha que tive de colocar. Gosto muito de E se e a frase que eu escolhi era perfeita para isso - bem como o momento. Pensei em escrever outra coisa, mas no fim essa fanfic saiu assim, sem esforço nenhum. Deveria ter mais momentos, eu sei, mas eu só consegui escrever esses. Quem sabe eu não tento de novo?
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