Nota: Os personagens de Naruto pertencem a Kishimoto Masashi e empresas licenciadas. Fics sem fins lucrativos a não ser diversão. Feito de fã para fã.


Alguém aí foi no Anime Dreams?

Eu tava lá... rsrs


Uma boa leitura a todos!


A bela e a fera

Capitulo I: Missão Rank S

Aquele era um dia como qualquer outro. O sol brilhava alto e os pássaros cantavam na árvore em frente à minha janela. Minha mãe e minha irmã discutiam no andar de baixo por algo sem motivo – como quase todas as manhãs. E mamãe ainda insistia em dizer que não sabia porque papai a havia abandonado. Talvez fosse por isso que Hana não tivesse um namorado também, o que acabava sobrando pra mim que era alvo de toda sua frustração e carência afetiva. Acordava de TPM, mal humorada ou então carente, mesmo depois de ter comido uma caixa de chocolates na noite passada? Era tudo culpa do Kiba!

A cada dia que se passava ela ficava mais parecida com mamãe: Irascível, mandona e briguenta!

Que homem suportaria uma mulher assim?

Eu tinha medo de minha mãe até hoje, o que queria dizer que, provavelmente, meu pai também tinha. O meu ideal de mulher perfeita estava muito longe do perfil psicopata de Hana e mamãe.

Elas assustavam.

Eu queria uma mulher que me encantasse apenas com o seu sorriso...

A mulher perfeita pra mim teria de ser doce, gentil e prestativa e não um sargento rabugento e mal humorado que aparentava ter doses de testosterona maiores do que eu. É, ela teria de ser divertida também, e claro, que bonita. Eu não seria hipócrita de contar uma mentira como essa, de que o que realmente importa é o que está por dentro nem mesmo pra Akamaru. Na verdade, ele era tão ou mais exigente que eu com suas fêmeas.

-Ah propósito... Parabéns papai! –eu acariciei a cabeça peluda de Akamaru que jazia deitado aos pés da escrivaninha. Ele latiu feliz e orgulhoso e então lambeu a minha mão.

Nós havíamos decidido que Akamaru seria o próximo reprodutor da nossa criação particular de cães ninjas. O antigo estava velho demais pra isso e sua prole já não era mais perfeita como a que condizia a linhagem de Akamaru. Na verdade, Akamaru fazia parte da ultima ninhada reproduzida com sucesso pelo nosso antigo cão reprodutor.

-KIBA, ABRA JÁ ESSA PORTA!

Era Hana e ela gritava tanto que eu tinha vontade de mandá-la calar a boca, o que não fiz. Quando ela gritava assim se eu dissesse a menor das ofensas na tentativa de me defender ou lhe sinalizar que não era surdo, ela pulava em cima de mim rosnando e com os dentes à mostra. Se mamãe não nos separasse acho que ela realmente me morderia até a morte.

Ultimamente Hana me parecia uma cadela no cio, mas... Insatisfeita. Tinha muito o que oferecer, mas aparentemente poucos eram os que tinham coragem de aceitar o convite de seu uivar lascivo.

-ANDA LOGO E ABRA ESSA PORTA, SEU IDIOTA!

Eu a ignorei por mais alguns instantes só pra ouvi-la ganir e rosnar de raiva do outro lado da porta. Akamaru ria junto de mim. Ele tanto quanto eu adorava irritar Hana, motivo pelo qual ela adquira antipatia pelo meu cão também. Hana não se cansava de dizer que o seu cão ninja teria sido um melhor reprodutor do que Akamaru.

-BAKA! É AQUELA GAROTA ESTRANHA... HINATA. EU INSISTI PRA QUE ELA ENTRASSE, MAS ELA NÃO QUIS E...

No mesmo instante eu saltei da cadeira e me reclinei sobre a escrivaninha a fim de olhar pela janela. Hinata estava na porta da minha casa no andar de baixo e parecia desconfortável com os gritos de Hana que, obviamente, chegavam nitidamente até seus ouvidos.

Hinata nunca vinha até minha casa – muito menos sozinha – sendo então, aquilo só podia dizer uma coisa, que estávamos escalados para uma nova missão ninja. Na maioria das vezes quem vinha me avisar era Shino, mas quando ele era escalado como líder do grupo geralmente quem vinha me avisar era Hinata. Shino era preciso e gostava de analisar sozinho o grau de dificuldade da missão e só então nos informar que posições teríamos dentro dela.

Shino era um ótimo líder.

Calcei os sapatos e saltei pra fora dali ouvindo uma piadinha infame de Hana no corredor, devido a minha aparente pressa em descer. Akamaru veio comigo. Quando cheguei no andar de baixo vi que mamãe conversava com Hinata. Já na porta eu apenas observei as duas. Mamãe tinha um dos filhotes de Akamaru no colo e Hinata parecia encantada com aquela bola de pêlos. Mas quem não ficaria?

Seus olhos perolados cintilavam enquanto acariciava a cabeça do cãozinho e um terno sorriso brincava em seus lábios pequenos. Sempre que eu a via com aquele sorriso cristalino, eu me perguntava: O que foi que ela viu no Naruto? E pior... Como é que aquele idiota ainda jaz cego aos encantos e sentimentos dela?

Mas eu não podia olhar ou pensar muito em Hinata, por três motivos:

-Primeiro: Ela sempre corava e se constrangia quando eu fazia isso.

-Segundo: Eu me pegava tendo pensamentos estranhos com relação a minha colega de time e isso era proibido pelo regulamento ninja.

-Terceiro: Esses pensamentos estranhos e inapropriados às vezes me faziam corar também...

-Kiba-kun!? Ohayou! –ela sorriu gentil pra mim assim que me viu. Mamãe me deu uma piscadela nada discreta como se dissesse: "Vai fundo meu filho!"; e eu quis correr dali.

-Kiba, meu filho...; como se não bastasse, ela continuou. –Hinata-chan veio até aqui só pra...

-Pra me chamar para outra missão ninja mãe! –eu a cortei e me aproximei de Hinata. –Certo Hinata?

-Hai; Hinata concordou meio confusa, mas parecia ter compreendido meu olhar suplicante de que era melhor não entramos em detalhes e escapulir dali o mais rápido possível.

-Então vamos! –eu a puxei pela mão e ela corou. Pude constatar isso pela olhadela que lhe lancei pelo canto dos olhos enquanto a arrastava pra longe dali. Mas o que eu podia fazer?

Mamãe era terrível e dar tempo para que Hana descesse e se juntasse a ela certamente me faria corar também. Elas simplesmente adoravam me fazer passar vergonha. Isso era como um hobby, um prazer, uma forma de lazer pras duas, isso sim.

-Ja ne! –me despedi rapidamente.

-Ja ne, Sra. Inuzuka, foi um prazer revê-la! –Hinata fez questão de ser gentil com minha mãe, mesmo enquanto era arrastada por mim. Até mesmo Akamaru a puxava pela barra da calça. É pelo menos ele parecia compreender o que eu sentia naquele momento.

Somente quando cruzei o portão e deixei minha casa e família pra trás, eu finalmente pude suspirar aliviado.

-Onde o Shino está nos esperando? –eu perguntei e ainda a arrastava comigo, mesmo que Akamaru já não mais se desse a esse trabalho e andasse do meu lado.

-Perto da área três, onde costumávamos treinar com Kurenai-sensei; ela me respondeu e então se decorreu um longo silencio, até que ela gaguejasse como sempre fazia quando estava nervosa e começasse a pronunciar meu nome: -Kiba... Ki-Kiba-kun, eu...

-Você o que? –eu continuei a andar e a arrastar comigo.

-Eu... Eu... Eu estava pensando; ela ponderou e eu parei de andar, finalmente me voltando pra ela. –Você já pode me soltar; ela completou e então corou violentamente evitando meus olhos.

Droga! Como é que eu podia ter feito aquilo? A arrastado pelas ruas de Konoha daquele jeito? Só o que me faltava era passar algum idiota e interpretar mal a situação...

E não é que ele apareceu? O Idiota? O meu azar é que o idiota número um não estava de plantão, porque eu adoraria que fosse Naruto a ter visto aquilo. Porque? Bom, eu não sei ao certo, mas teria adorado se tivesse sido ele. O idiota porem fora Lee. Do outro lado da rua aquele idiota sobrancelhudo sorriu me mostrando toda a sua arcada dentária e me fez um sinal de aprovação com uma das mãos, tipo: "Nota dez!".

Por sorte, Hinata estava preocupada demais fitando o chão e não se voltou para o outro lado da rua até que Lee dobrou a esquina.

-Vamos, Shino deve estar nos esperando; disse simplesmente e ela se voltou pra mim.

-Hai.


Missão Rank S

Time: 8

Integrantes do time: Aburami Shino, Inuzuka Kiba, Hyuuga Hinata.

Líder: Aburami Shino.


Shino como sempre foi ágil em nos por a parte das informações sobre a missão – ou pelo menos parte dela – e também qual seria nossa posição dentro dela. Tão logo estávamos caminho a nossa nova missão, nossa primeira missão de rank S. A missão era de risco médio/alto e consistia em recuperar um bem roubado pertencente a um senhor feudal vizinho.

Pulávamos rapidamente entre frondosas árvores quando Shino voltou a repassar o plano.

-Como já disse antes de partir, nossa missão é de risco médio. Seguimos as pistas cedidas pelo nosso contratante. Nos infiltramos. Recuperamos o bem roubado que nos foi designado resgatar e escapamos sem estardalhaço ou confusão.

Shino se voltou pra mim naquele instante. E eu sabia que a indireta era pra mim e Akamaru.

-Recapitulemos então a posição de cada um; ele continuou. –Eu já enviei um de meus insetos na frente para examinar o local e se há risco de termos um combate frente a frente, o que nos poria em desvantagem e aumentaria o risco da missão, já que a idéia é sermos o mais discretos possíveis. Se houverem guardas cercando o prédio, ou coisa do tipo, o que é esperado, saberemos antes de chegar ao local. Quando meu inseto espião fizer um escaneamento perfeito de toda a área ele voltará até mim e me repassará tudo o que viu. Hinata? –Shino indagou se voltando para a Hyuuga para que a mesma recapitulasse sua posição.

-Manterei o byakugan ativado para nos deixar em alerta tanto quanto a estarmos sendo seguidos, quanto no que se trata da infiltração do prédio inimigo.

-Kiba? –Shino se dirigiu a mim para que repassasse minha posição também.

-Eu e Akamaru ficaremos do lado de fora do prédio vendo vocês fazerem tudo sozinhos...

Eu rolei os olhos e bufei irritado no que Shino me lançou um olhar de repreensão sobre as lentes de seus óculos escuros.

-Ué, não foi isso que combinamos ainda há pouco? –eu revidei e Shino voltou a franzir o cenho irritado. Akamaru latiu concordando comigo.

-Kiba-kun...; Hinata se voltou suplicante pra mim. Desentendimentos entre colegas de time numa missão não eram bem vindos, pois fatalmente poriam tudo a perder.

-Kiba, você e Akamaru nos darão cobertura; Shino por fim continuou depois de um suspiro cansado. –Graças a sua habilidade de rastrear chakra você e Akamaru poderão nos deixar em alerta se algo fugir do controle. Vocês conhecem nosso chakra e cheiro e facilmente sentirão a presença de alguém estranho por perto. Se isso acontecer você irá nos avisar através do radio comunicador, certo?

Shino apontou para o item eletrônico em seu pescoço, igual ao que Hinata e eu também usávamos.

-Certo já entendi; suspirei cansado e então resmunguei em um tom de voz sibilante e entre dentes. –Ficaremos sem fazer nada...

Shino já ia me repreender mais uma vez quando o seu inseto espião apareceu e pousou em seu ombro esquerdo. Paramos no mesmo instante e depois de alguns instantes de silencio como se o inseto sussurrasse em seu ouvido, ele se voltou para mim e Hinata:

-Vamos descer um pouco; dito isso ele saltou direto para o chão e nós o acompanhamos.

Já no chão Shino abriu o mapa que tínhamos sobre a localização do prédio inimigo. Hinata e eu nos sentamos junto dele e esperamos que ele nos repassasse o que seu inseto havia descoberto.

-Olhem; ele pediu e então tocou num ponto do mapa. –Aqui há uma torre de observação onde a cada seis horas há uma troca de turno. Em volta de todo o prédio há poucos guardas, mas esses poucos se concentram especificamente aos pés dessa mesma torre, o que quer dizer que, provavelmente, o que estamos procurando deve estar lá.

-Acho que isso parece óbvio não? –eu me voltei pra Shino.

-Sim, mas por parecer fácil demais é que devemos tomar um maior cuidado; respondeu-me Shino e ambos concordamos com ele. Só então Hinata se pronunciou.

-Mas... Shino-kun, o que exatamente estamos procurando? Ficaria mais fácil procurar pelo bem roubado se tivéssemos uma descrição precisa de como ele é.

-Ela está certa Shino. Nós nem ao menos sabemos do que se trata o objeto que devemos resgatar, que deve ser de um valor inestimável ao homem que nos contratou. O que é? Uma jóia? Um pergaminho ninja com ninjutsus especiais? –eu lhe lancei algumas hipóteses prováveis.

Shino retirou de dentro do casaco um pergaminho e o entregou primeiro pra Hinata que estava ao seu lado. Lá estava o que iríamos resgatar em nossa primeira missão rank S.

-E então é uma jóia? –eu indaguei enquanto os olhos claros de Hinata se detinham demoradamente sobre o pergaminho.

-É um baú; ela finalmente disse, mas ainda fitava o pergaminho.

-Um baú? Um baú cheio de jóias? –eu insisti. –Deve ser para que o nosso contratante nos pague mais de 1.000.000 ryous; sorri satisfeito, mas quem me respondeu foi Shino. Hinata estranhamente parecia ter corado.

-Se trata de um baú Kiba, mas não há jóia alguma dentro dele.

-Pergaminhos com ninjutsus especiais então? –eu indaguei e dessa vez foi Hinata quem me respondeu.

-Cartas. O baú está cheio de cartas de amor...

-O QUE? –eu quase gritei, ou melhor, gritei surpreso ante aquela afirmação. Com as bochechas rosadas Hinata se voltou pra mim e me entregou o pergaminho que observava ainda há pouco.

-Isso mesmo Kiba, o que temos que recuperar é um baú cheio de cartas que o nosso contratante escrevia em segredo a uma mulher; disse-me Shino.

-E por que raios alguém roubaria um baú cheio de cartas? Ainda mais contendo esse tipo de conteúdo? –eu ainda estava perplexo fitando o desenho com a descrição do baú contido no pergaminho.

O baú era pequeno e parecia ter uma tonalidade de ouro envelhecido. Uma grande jóia vermelho rubi jazia no feixe no mesmo. Se parecia com uma flor de Lis, vermelha e vibrante como se fosse feita de sangue. Abaixo da descrição do baú estava a descrição do porque ele era um item que deveria ser resgatado o mais rápido possível. É certamente aquele baú valia muito mais do que um monte de papel escrito por um velho ridiculamente apaixonado; pensei.

Shino suspirou antes de me responder, como se adivinhasse meus pensamentos.

-Yachi-sama, o senhor feudal que nos contratou escrevia cartas a uma mulher comprometida. Essa mulher é a esposa do homem que roubou esse baú; eu abri a boca sem emitir som algum e Shino continuou. –Agora entende a gravidade disso Kiba? Nesse baú furtado estão as provas da traição da esposa de nosso inimigo, estão as cartas que ela respondia secretamente a Yachi-sama e outras que ele escreveu para ela, mas não teve oportunidade de entregar. Por muito menos, guerras já foram iniciadas. A ira de um homem traído infelizmente pode ser o estopim para uma desordem que pode culminar em algo muito maior.

-Raios! Agora um par de chifres pode culminar numa guerra entre países vizinhos? –eu me voltei para Hinata e Shino completamente revoltado pelo que acabara de ouvir. –Vamos nos arriscar numa missão que pode terminar passando de nível médio pra alto risco só porque esse velho que nos contratou cobiçou a mulher do próximo? –completei sarcástico.

-Nisso você tem razão; murmurou Shino. –Pois ainda há mais nessa história...

-Mais? –eu bufei cansado.

-Yachi-sama; começou Hinata e aquele tom rosado ainda não havia desaparecido de suas faces pálidas. –Ele é irmão de Yasuhiko-sama, o homem quem roubou o baú contendo as cartas...

Agora sim, eu estava sem palavras.

Nossa missão rank S parecia ter se tornado um verdadeiro dramalhão, digno de folhetins... Há, mas daqueles romances idiotas que Hana lia escondido, para poder continuar mantendo sua pose de 'macho'.


Já era noite quando por fim nos aproximamos de nosso objetivo, a residência de Yasuhiko-sama. Como o descrito pelo inseto espião de Shino o local estava sendo parcamente vigiado, o que confirmava que facilmente poderíamos passar por sua defesa. Paramos para um breve descanso não muito longe dali, depois de decidirmos invadir o local e por nosso plano em ação de madrugada, que era quando haveria outra troca de turno na torre de observação. Eu estava sentado no chão, recostado contra uma árvore nodosa de onde podia ver Hinata brincando com Akamaru. A lua alta no céu me permitia ver com clareza seus risos inocentes quando vez ou outra Akamaru lhe lambia a bochecha ou pescoço.

Eu senti vontade de estar no lugar dele naquele momento...

Sabia que era errado, mas vez ou outra eu me pegava tendo aqueles pensamentos estranhos com relação a Hinata. Havíamos crescido juntos e ela me parecia mais minha irmã do que Hana em dados momentos, entretanto, conforme o tempo foi passando a minha forma de vê-la mudou completamente.

Hinata há um bom tempo já não era mais a garotinha fraca, tímida e introvertida que conheci na Academia Ninja. Bom, na verdade ela ainda era tímida e introvertida, mas não mais uma garotinha, tão pouco fraca. Ela havia se tornado uma mulher, uma linda mulher, e apesar das dificuldades a cada dia ela tentava se superar e tornar-se mais forte.

Hyuuga Hinata me encantava por dois motivos, o primeiro era por conta de sua beleza, algo que ela parecia ignorar. Seu rosto era perfeito, olhos, nariz, boca... O cheiro. O perfume dela era algo que nem mesmo com meu olfato apurado eu pude sentir em qualquer outra pessoa, ou melhor, mulher.

Seu perfume suave como a de uma flor que acaba de desabrochar era único e havia passado a ser o meu cheiro preferido também.

Outro marcante atrativo eram as curvas sinuosas que Hinata possuía e que, na maioria das vezes, permaneciam escondidas sob um exagerado acúmulo de vestes, mas que não passavam despercebidas por meus olhos cobiçosos. Com toda certeza ela tinha mais curvas que Ino para exibir, mas era exatamente nisso que ela se diferenciava. Enquanto Ino fazia questão de exibir suas curvas, cabelos, seios e pernas, Hinata parecia querer se ocultar, o que me atraía ainda mais.

Aquele acúmulo de tecido devia ocultar uma tez de seda, perfumada e deliciosa ao toque. Ao paladar.

Mais uma vez eu tinha pensamentos estranhos e inapropriados sobre ela e devia espantá-los, caso contrário, teria de tomar um banho gelado urgente ou quem sabe literalmente me afogar num rio próximo.

Ah é... Faltava o segundo motivo pelo qual eu havia me fascinado por ela. Hinata era doce, gentil e prestativa. Ela me fazia desejar estar por mais tempo possível perto dela. Eu tinha vontade de protegê-la, de mantê-la acarinhada em meus braços e afastar todo o mal que poderia acometer aquela bela flor.

O infortúnio, porem, era que há muito tempo ela claramente havia deixado de precisar de proteção. Hinata havia se tornado uma excelente ninja e apesar de seu pai não reconhecer tal evolução, ela havia se tornado tão boa quanto Neji em taijutsu. Até mesmo ele, Neji, reconhecia que a prima havia melhorado muito suas habilidades.

O problema de Hinata era não conseguir reconhecer a si mesma, suas qualidades que não eram poucas e se focar apenas em seus defeitos. Hinata precisava aprender a tomar iniciativas e confiar mais em si mesma na hora de tomar decisões importantes em sua vida, mas...

Quem era eu pra lhe dar conselhos?

Eu tinha quase vinte anos, ainda morava com minha mãe e irmã e tinha mais medo das duas do que ter de enfrentar um exército de ninjas inimigos ou uma missão de alto risco. Já fazia alguns anos que eu ensaiava em sair de casa e morar sozinho como muitos de meus amigos haviam feito, mas meus planos não haviam passado de doces devaneios até então.

Desde minha primeira – infeliz e traumatizante, não havia como me esquecer disso – experiência sexual há três anos eu havia decidido que me mudaria para longe de minha família o quanto antes. Aquilo ainda me deixava mais envergonhado e rubro que Hinata quando me lembrava de tal situação.

Mamãe e Hana haviam saído e dito que só iriam voltar no dia seguinte. Ino vinha me dando bola há algum tempo desde que Shikamaru havia lhe dado um fora.

Era mais fácil do que somar dois mais dois não?

Ino era bonita, viçosa aos olhos de qualquer homem, estava carente e eu... Eu literalmente precisava de uma fêmea.

O resultado disso tudo, porem, foi desastroso, mesmo que prazeroso.

Ino era melhor do que eu imaginava na cama e em poucas palavras diria que ela era uma verdadeira 'cadela'. Não sei se tudo aquilo que fizemos foi devido à absurda carência dela e a vontade de dar o troco em Shikamaru que havia começado a sair com Temari, mas o fato foi que eu literalmente saciei anos de desejo reprimido numa única noite.

Acho que Ino abusou de mim, agora que analiso melhor a situação. Eu era completamente inexperiente e ela experiente demais se comparada comigo.

Ela claramente havia me feito de seu brinquedinho durante algumas horas.

Eu havia sido violado, mas havia gostado, bem, até que... Mamãe e Hana apareceram do nada em casa e invadiram o meu quarto justamente quando Ino confirmava ser uma cadela no cio e me fazia...

-Eu realmente preciso sair de casa...

-O que disse? –Shino que estava do meu lado, logo se voltou pra mim ao me ver resmungando sozinho.

-Que eu devia ter aceitado o seu convite e dividir o apartamento com você; eu me voltei pra ele que se sentou junto de mim.

-O convite ainda está de pé, caso tenha coragem de enfrentar sua mãe; aquilo soou de forma jocosa, mas Shino nunca ria então eu não saberia dizer se estava certo quanto a isso.

-Quem sabe depois que voltarmos de viagem; eu suspirei cansado e então voltei a fitar Hinata e Akamaru que brincavam alheios a nossa conversa. –Não quero mais ter de me enfiar em becos escuros ou motéis de quinta toda vez que quiser ter uma mulher. Em casa nunca mais, uma vez já foi assustador e constrangedor demais pro meu gosto; completei taxativo e Shino demorou em me responder.

-Eu sei, Ino me contou; ele respondeu por fim e eu me arrependi de ter tocado nesse assunto. Shino era discreto demais, quase que invisível, mas já fazia um bom tempo que aparentemente ele saia as escondidas com Ino.

-É, bem…

-Qual é o seu problema com relação a Hinata? –ele indagou de repente mudando completamente de assunto ao me ver titubear.

-Como é que é? –eu quase saltei e então me voltei pra ele.

-Eu não sou cego Kiba; ele respondeu simplesmente.

-Não sei do que está falando; eu dei de ombros e sem ao menos perceber meus olhos haviam novamente se voltado na direção de Hinata. Eu havia acabado de me trair com aquilo e nem ao menos percebia isso.

-Devia prestar mais atenção na forma como você olha pra ela então. Já faz algum tempo que eu noto isso, e acredite, ela também já percebeu; completou Shino ao me ver voltar surpreso na sua direção.

-Você, eu, bem... Não é nada disso que você está pensando, isso eu garanto; balbuciei. Droga! Eu era um péssimo mentiroso.

-É bom que seja mesmo e por dois motivos; Shino se voltou sério pra mim. –O primeiro é que Hinata é minha amiga, aliás, sua também, e eu jamais permitiria que você ferisse o coração dela. Já chega o que ela sofreu e ainda sofre com a rejeição do Naruto. E segundo, você, bem sabe que se relacionar com companheiros de time é contra o regulamento ninja. Isso só traria problemas, principalmente se a sua idéia for apenas se saciar numa única noite aproveitando da fragilidade e carência de uma mulher.

-Shino? –eu estava perplexo.

Ele parecia ter me jogado duas indiretas de uma vez só, ou então, eu imaginava coisas mais uma vez, já que Shino era alguém que dificilmente demonstrava seus reais sentimentos. Eu estava realmente confuso, mas não tinha coragem para lhe perguntar diretamente a onde ele queria chegar com aquela conversa. Afinal ele estava falando de Ino ou de Hinata?

Tão logo, ele me sanou àquelas duvidas.

-Hinata pode confundir as coisas Kiba, faça questão de lhe deixar bem claro quais são as suas intenções. Ela ainda é ingênua e inocente, mas já é uma mulher e capaz de tomar suas próprias decisões sozinha. Tudo o que eu lhe peço é que não contribua ainda mais para que ela continue a viver no mundo dos sonhos. Não a iluda e conseqüentemente a machuque fazendo-a despertar em meio a outro pesadelo; ele completou e então se afastou.

-Shi... Shino? –eu o chamei, mas ele já estava longe.

O estranho é que eu senti como se ele soubesse de algo mais, de algo que eu até então ignorava. Talvez fosse apenas impressão minha, mas numa coisa ele estava certo, eu tinha que parar de olhar pra Hinata daquela forma.

Eu a fitei por um certo tempo, como se me despedisse desse prazeroso ato.

Mais uma vez ela corou ao ver que eu a fitava ao longe, mas dessa vez sorriu gentil pra mim depois de um latido amistoso de Akamaru.

Não seria nada fácil ignorar aquele sorriso.


2:15 hrs...

Missão de infiltração: em andamento.

-Hinata?

-Torre leste vazia. O vigia acaba de sair para trocar de turno com o seu substituto. Há um alçapão na base da torre, mas ele está trancado.

-Trancado?

-Um genjutsu o protege.

-Certo. Quantos homens estão em posição?

-Três, mas dois deles cochilam na saída da torre e apenas um protege a entrada do alçapão.

-Seu chakra é poderoso, ele aparentemente pode nos causar problemas?

-Não. Seu chakra parece não ultrapassar o de um chunnin pouco experiente ao meu ver.

-Certo. Kiba? Kiba…?

-Nada a vista. Aparentemente ninguém desconfia da presença de vocês dois no território inimigo.

-Certo. Esteja em alerta.

-Ok.

Eu me sentei e Akamaru sentou-se do meu lado, tão desanimado quanto eu. Shino e Hinata estavam dentro do território inimigo e nós dois os espiávamos feito dois insetos atraídos pela luz – que Shino não ouvisse isso. Estava odiando ficar ali só observando, aparentemente, sem fazer nada para ajudar na missão, mas o pior de tudo era que eu sequer conseguia me concentrar depois daquela conversa no inicio da noite com Shino.

Depois disso tentei me afastar de Hinata, encurtar conversas banais que ela iniciava comigo antes de darmos inicio a invasão, mas quanto mais tentava me afastar, mais confuso eu ficava, pois parecia que ela tentava se aproximar ainda mais de mim.

Era simplesmente difícil demais parar de olhar pra ela, dar-lhe atenção ou então não rir enquanto ela timidamente me contava alguma situação jocosa vivida pelo pai. Para todos e até mesmo para ela até pouco tempo atrás, Hyuuga Hiashi parecia um ser perfeito, intocável, no entanto, desde que ela aceitara que o pai também podia errar e ter suas fraquezas, vez ou outra ela me contava um caso peculiarmente constrangedor vivido pelo pai.

A ultima saia justa por qual Hiashi havia passado havia sido com a filha mais nova Hanabi. Hinata havia corado muito quando me contou o caso, mas ainda sim rimos muito juntos.

Segundo ela, Hanabi, no meio de um insípido e gélido jantar na mansão Hyuuga, havia posto em questão algo que Hiashi jamais pensou ter de ouvir de uma filha sua:

"Eu decidi que não quero me casar, muito menos virgem...".

Hiashi cuspiu o que comia e se engasgou até ficar vermelho feito um tomate. De raiva? Constrangimento? Surpresa? De impotência por não conseguir conter a língua afiada da filha? Talvez de tudo um pouco.

"Isao e eu decidimos nos conhecer melhor, antes de nos casarmos e isso inclui um namoro de verdade, não reuniões enfadonhas na presença de toda a minha família e a dele.".

Hiashi havia decido casar a filha mais nova, a pupila de seus olhos, com um membro importante do clã Hyuuga e a mesma havia aceitado sem restrições a decisão do pai até que se viu presa a um compromisso absurdamente formal, como um contrato. Hanabi havia gostado de Isao, um rapaz jovem e bonito, mas vê-lo apenas uma vez por mês na presença do pai não lhe parecia um namoro, muito menos um que rendesse frutos como o casamento.

Se Hanabi conseguiu esse feito, eu não sei, mas segundo Hinata, Hiashi estava tratando de apressar o casamento e a vigiar a filha constantemente depois disso. Para Neji, aquela havia se tornado uma cena memorável e para Hinata também é claro. Nenhum homem é imbatível, e a fraqueza de Hiashi era Hanabi. O velho Hyuuga simplesmente não podia contra ela.

-Kiba...?

A voz de Shino me trouxe de volta a minha real realidade, uma missão rank S.

-Hai; respondi prontamente ajeitando o fone nos ouvidos.

-Invasão completada.

-Já? –eu estava surpreso pela agilidade dos dois.

-Mas precisamos sair daqui o quanto antes...

Era a voz de Hinata e estranhamente eu senti um arrepio correr minhas costas. A voz dela parecia preocupada.

-Algum problema Hinata? –eu indaguei prontamente.

-Não. Mas o guarda que retomará a vigília logo estará de volta. Ah... O que? Não...

-Hinata?

Shino e eu chamamos por ela, mas só o que ouvimos foi o chiar do microfone, como se o radio transmissor de Hinata tivesse caído no chão e sido chutado. Algo havia acontecido, isso era certo.

-Eu vou até aí; disse pra Shino que tão logo me repreendeu.

-Fiquei onde está! Eu sei onde a Hinata está. Já estou com o baú e perto dela. Nos dê cobertura Kiba, como o combinado.

-Droga! Está bem, mas me mantenha informado e não pense duas vezes em pedir minha ajuda se as coisas piorarem; eu respondi buscando suas silhuetas na saída da torre, mas em vão. No fundo eu sabia que ele estava certo.

-Hai.

Foi tudo o que Shino me disse e eu me consumi de angustia em meu esconderijo, esperando por noticias durante longos minutos.

O que teria acontecido com Hinata? Ela estaria machucada, teria sido pega pelo inimigo?

Milhões de hipóteses, cada uma pior que a outra, me passavam pela cabeça até que quinze minutos depois, quando eu já havia acabado com todo o meu autocontrole e paciência – que eram bem curtos – Shino e Hinata finalmente apareceram no lado de fora da torre. Suspirei aliviado enquanto eles se aproximavam, pois aparentemente tudo estava bem e não havia ninguém atrás deles dois, sinal de que haviam conseguido escapar sem deixar rastros.

Shino carregava o baú com o braço direito, bem próximo ao corpo. Nossa missão havia sido completada com sucesso. Eles chegaram até mim e Akamaru e tão logo ele latiu preocupado na direção de Hinata. Sua mão direita sangrava e jazia enrolada parcamente num lenço de seda branco.

-O que foi que houve? –me dirigi diretamente a ela que pareceu se constranger devido ao seu descuido.

-Me feri; ela respondeu simplesmente e então fitou o chão. Aquela era uma resposta obvia, mas não o que eu queria saber. Eu queria saber quem e como ela havia se ferido.

-Hinata; eu comecei em tom apaziguador, mas Shino me interrompeu.

-Depois Kiba, depois explicamos o que ocorreu. Agora temos que fugir daqui antes que nos descubram.

-Certo; concordei com Shino, afinal, mais uma vez ele tinha razão.


-Será que agora dá pra vocês dois me dizerem o que foi que realmente aconteceu lá dentro?

Meu tom era impaciente enquanto corríamos e saltávamos entre as árvores no sentido contrário do que havíamos seguido até então.

-Vamos descer, já estamos longe o suficiente; foi tudo o que Shino me disse antes de saltar pra baixo. Nós o seguimos.

Shino passou a revirar sua mochila assim que se ajoelhou no chão. O baú não mais lhe parecia ser importante e ficou abandonado ao lado da mochila. Hinata recostou-se numa árvore próxima com uma expressão de dor e Akamaru a seguiu preocupado. Me aproximei de Shino e tão logo ele se voltou pra mim.

-Droga! Eu esqueci o meu Kit médico. Você trouxe algum?

-Sim, mas; eu comecei e Shino mais uma vez me cortou.

-Use-o para tratar do ferimento da Hinata enquanto eu vou buscar água. Há um rio aqui perto, posso ouvir os ruídos do córrego. –dito isso Shino se levantou e jogou um odre de couro marrom nas minhas mãos. –Há pouca água aí dentro, mas vai servir para lavar o ferimento.

-Certo; eu concordei num aceno de cabeça enquanto o via desaparecer mata adentro.

-Kiba-kun...

Era a voz de Hinata melodiosa como sempre e tão logo eu me voltei pra trás.

-Gomen; ela se desculpou e não conseguiu impedir que duas grossas lágrimas rolassem de seus olhos perolados.

-Está se desculpando pelo que? –eu me aproximei dela e então me ajoelhei do seu lado enquanto procurava pelo kit médico em minha mochila.

-Por como sempre ser um estorvo pra todos que me cercam; ela despejou junto a mais um grunhido de dor e lágrimas.

-Hinata; eu sussurrei e ela continuou.

-Quase falhamos na missão por minha culpa. Eu sou fraca Kiba, eu nunca tomo as decisões certas e por conta disso todos perdem ao estarem comigo.

-O que foi que houve naquela torre? –eu indaguei e então puxei a mão machucada dela até meu colo e comecei a cuidar do ferimento. Ela parecia nem sequer ter notado meu movimento.

-Nos infiltramos com sucesso. Shino-kun logo conseguiu desfazer a barreira de genjutsu que cercava o alçapão onde estava o baú. Tudo teria dado certo se eu não tivesse cometido o grande erro de me distrair e deixar que alguém nos visse. E sabe o que é pior?

Eu momentaneamente parei o que fazia, o corte na mão dela não era muito profundo, mas tão pouco era pequeno. Sagrava bastante enquanto eu tentava cuidar daquele estrago. Hinata continuou ao ver que meus olhos estavam atentos a ela naquele instante.

-O pior é que foi tudo culpa minha. O guarda que me atacou foi o mesmo que eu deixei passar, ao invés de eliminar. Eu sabia que se ele voltasse poderia nos atrapalhar, mas só de imaginar ter de matar um homem que eu sequer conhecia me senti nauseada. Não avisei nem a Shino-kun e nem a você da presença dele, porque sabia que vocês me ordenariam matá-lo. Mas como eu mataria um homem que ouvi por cerca de meia hora se gabando do filho recém nascido com um colega?

-Eu também não gosto de matar inocentes Hinata, a não ser que não haja outra escolha que não essa, mas às vezes infelizmente isso é preciso; lhe respondi voltando a cuidar de seu ferimento.

-Eu não devia ser uma ninja Kiba-kun! Em situações como essas não se pode titubear e deixar que qualquer sentimento venha à tona. Eu não matei aquele homem, mas Shino teve que matá-lo depois que ele me descobriu.

-E o que fizeram com o corpo? –me voltei surpreso para os olhos perolados de Hinata.

-Os insetos de Shino-kun cuidaram disso. Agora você entende? De nada adiantou eu tentar poupar a vida daquele homem, por conta disso quase falhamos na nossa primeira missão rank S e no fim uma criança acabou perdendo o pai do mesmo jeito.

-Esse é o mundo shinobi Hinata; fitei-a por um bom tempo. Ela estava nervosa demais e suas mãos tremiam.

-Esse mundo é injusto; ela protestou e eu voltei minha atenção para sua mão machucada.

-Sim, mas infelizmente essa é a nossa realidade; continuei usando de uma bandagem do kit médico para enfaixar sua mão pálida.

-Será mesmo que tudo o que posso esperar é injustiça e morte na vida? Estou cansada de dor, sangue e mortes Kiba. Eu decidi me tornar uma ninja primeiro por obediência a meu pai, depois porque queria provar a ele que não era inútil e por fim continuei nesse caminho porque pensei que conseguiria fazer com que a vida das pessoas fosse mais feliz. No entanto, felicidade me parece algo tão distante...

Eu a fitei e vi que ela ainda chorava e seus olhos perolados fitavam o céu escuro. Era como se a lua pálida se refletisse em seus grandes e belos orbes. Aquele belo rosto jazia maculado por um rastro úmido de lágrimas, mas eu não sabia como alivia-la daquela dor. Na verdade às vezes eu me perguntava a mesma coisa, pra que tanta dor e morte?

Entretanto isso era a vida de um ninja e tínhamos de aceitar isso, gostando ou não. O problema era que Hinata parecia não enxergar nada mais, além disso. Sua vida se resumia as missões ninjas e treinos e isso não era vida pra ninguém, nem mesmo pra alguém tão obcecado quanto Rock Lee. Ela precisava sair mais, se divertir. Era disso que Hinata precisava. Viver.

-Pronto; eu lhe sorri gentil e ela se voltou pra mim. –Acabei o curativo.

-Arigato, Kiba-kun; seu terno sorriso pareceu amenizar sua expressão dolorida, mas tão logo ele se foi e o que sobrou foi àquela expressão melancólica de sempre. –Droga! –ela praguejou fitando a mão enfaixada. –Nem pra isso eu sirvo, pra curar a mim mesma fazendo uso de um ninjutsu médico.

Mais uma vez ela se maltratava e se menosprezava e eu odiava isso. Seus olhos claros voltaram a ficar úmidos e cheios de lágrimas.

-Não chore; eu me aproximei e inconscientemente levei o polegar até a bochecha dela a fim de apagar aquele rastro úmido e quente em sua face. Deslizei o polegar demoradamente por ambas suas bochechas até que conseguisse tal intuito.

Hinata corou.

Se a olhando de longe e sem a tocar ela já corava, assim tão perto de mim ela corava ainda mais, porem, eu não me afastei, mesmo já tendo apagado as marcas deixadas pelas lágrimas em seu rosto.

Ela me fitava nos olhos – aqueles belos e exóticos olhos perolados – e eu me sentia preso a eles, incapaz de me desviar deles. Acariciei-lhe a bochecha rosada, sentindo a suavidade de sua pele de seda sob os dedos. Mirar sua boca rubra e inocentemente entreaberta, não foi algo difícil de se fazer. Ela me fazia um convite sensual, sem que ao menos se desse conta disso.

Essa era Hyuuga Hinata, uma mulher que desconhecia o seu poder de sedução perante aos olhos do sexo oposto.

Eu queria sentir o gosto daquela boca, queria beija-la até que lhe faltasse o ar e queria que aquela mesma boca gemesse o meu nome quando por fim a tivesse entre os braços.

-Kiba-kun...

Ela sussurrou timidamente meu nome, como se parte dele tivesse ficado preso em sua garganta e então tocou em meu pulso com a mão machucada, mas logo se afastou numa expressão de dor. A quina do metal de proteção preso em minha luva aparentemente havia feito com que ela se machucasse. Ela era suave demais e eu grosseiro demais se comparado a ela. Hinata tinha mãos de seda, suaves, frágeis, mesmo sendo uma ninja e eu um ser rústico, quase selvagem.

Talvez eu realmente a pudesse ferir com o simples toque de minhas mãos calejadas...

Afastei-me dela parcialmente para que pudesse ver com clareza seu rosto rosado e confuso. Hinata segurava a mão ferida junto ao peito e um filete de sangue escorria da ponta de seu dedo indicador.

Tomei sua mão mais uma vez para junto de mim e ela me olhou surpresa. Mirei aquele filete vermelho vivo e então aproximei os dedos pálidos da boca. Ela gemeu quando eu passei a língua sobre seu dedo ferido e eu sabia que não era de dor, da mesma forma que sabia estar fazendo aquilo de forma mais demorada do que deveria ter feito.

Eu estava claramente a acariciando sem permissão, derrubando uma barreira entre nós dois. Aquilo não era coisa de amigos. Amigos não fazem atos aparentemente inocentes se tornarem libidinosos na esperança de que o outro retribua e quase tenha um orgasmo...

Sim, ela estava assustada, confusa e também excitada com o que eu fazia. Era claro como água que nunca em toda sua vida um homem a havia provocado daquela forma, porem a chama do desejo irradiava dela, de sua pele, de seus olhos. Até mesmo seu cheiro doce, havia se tornado ainda mais doce e intenso de excitação.

Aquilo estava começando a me deixar excitado também.

-Eu trouxe...

Era a voz de Shino e tão logo nos afastamos um do outro mais rápido do que Rock Lee depois de abrir os cinco portões de chakra. Hinata fitou o chão extremamente corada e eu me voltei na direção de Shino sem de fato saber o que lhe dizer. Provavelmente ele iria me repreender e me lembrar do que havíamos conversado antes, mas naquele momento Shino foi Shino. Foi apenas discreto, como se nada tivesse acontecido.

-Trouxe água.

Foi tudo o que ele disse antes de começar a improvisar uma fogueira para passarmos a noite.

Continua...


N.a: E aí curtiram? Eu adoro o Kiba e a Hinata também, então não resisti em juntar os dois, já que não sou muito fã de Hinata x Naruto. Haha, mas aqueles que já me conhecem sabem que o que eu gosto mesmo é de um casal improvável... Bem, cá esta mais um? Gostaram?

Se a resposta for sim, please, deixem reviews, sim? Caso contrário o segundo capítulo não sai tão cedo... É isso se chama CHANTAGEM, eu sei... Mas eu preciso de inspiração, ué? E isso vocês leitores nos dão quando decidem sair do seu confortável cantinho pra dizer um simples: "Oi, gostei!".

Olhem... O que é aquilo sinalizando ali em baixo? Hum... É o botãozinho "Felicidade plena de toda Ficwhiter"! Cliquem nele sim? Ah eu vou dar um salto ornamental aqui do outro lado... rsrsrs

Kissus!

Ja ne! *-*