Disclaimer: Certo, eu admito, Saint Seiya não me pertence. u.ú

- As partes em itálico são adaptações de uma passagem do livro 'Trópico de Câncer', de Henry Miller.
- As partes em negrito, lembranças de nosso italianinho.


oO Perdono Oo

Santuário de Athena - Atenas - Grécia

- Maledeta insônia, se tem algo horrível em ter voltado do inferno é ter de aturar essa vida mais ou menos no Santuário. - parou por um momento sugando o cigarro e soltando a fumaça logo em seguida - Huh, vida. - sorriu sarcástico.

"Vida? Isto não é vida. Isto é injúria, calúnia, difamação de caráter. Isto não é vida no sentido comum da palavra.

Não, isto é um prolongado insulto, uma cusparada na cara da Arte,

um pontapé no traseiro de Deus, do Homem, do Destino, do Tempo, do Amor, da Beleza e do que mais quiserem."

Percorreu os olhos pela sala e encontrou aquela imagem. Fez a típica brincadeira de se mover no sofá para fugir do olhar da mulher retratada que sorria, mas era impossível, ela o seguia. Era sua 'monalisa'.

- Perdono... si quel che è fatto è fatto io però chiedo scusa, regalami un sorriso io ti porgo una rosa... - cantarolou revirando os olhos.

"Vou cantar pra você. Um pouco desafinado talvez, mas vou cantar.

Cantarei enquanto você coaxa, dançarei sobre seu cadáver sujo.

Para cantar é preciso primeiro abrir a boca. É preciso ter um par de pulmões e um pouco de conhecimento de música. Não é necessário ter harmônica ou violão.

O essencial é querer cantar. Isto é, portanto, uma canção. Eu estou cantando."

Levantou, pegando o porta retratos, feito de madeira clara, ornado com detalhes dourados. Jogou-se desajeitado no sofá novamente. Passou a analisar os traços da bela ragazza.

"É pra você Letizia, que estou cantando.

Desejaria poder cantar melhor, mais melodiosamente, mas então talvez você jamais consentisse em ouvir-me.

Você já ouviu outros cantarem e permaneceu fria.

Cantavam bonito demais ou não cantavam suficientemente bonito?"

Franziu a testa ao lembrar-se do último dia que viu aquela que habitava seus pensamentos.

"- Eu te amo.

- Eu não quero o seu amor. - gritou entre os dentes jogando algo nele."

- Maledeta. - gritou jogando o quadro longe.

O objeto arremessado com tanta força bateu contra a porta e caiu no chão.

O vidro estilhaçado esparramou-se no chão e a foto da bela moça ficou ainda sob o olhar do cavaleiro.

Estava debruçada sobre o encosto da cadeira, suas madeixas castanhas caiam nos ombros em curvas sedosas. O sorriso cativante e o olhar azul eram suas características marcantes.

Ela era linda. Apesar de todo o ódio que ele lutava para nutrir contra ela, Máscara não conseguia evitar... Amá-la.

"- Você prometeu... me enganou.

- Me escuta.

- Vai embora daqui. - gritava com os olhos mergulhados em lágrimas."

- Pro inferno. - levantou-se caminhando até o banheiro. Encheu as mãos de água e jogou no rosto, apoiando-se sobre a pia, olhava no seu reflexo os pingos de água caindo de seu queixo.

"Estava sentada no banheiro, cercada de cacos do espelho recém quebrado, suas mãos sangravam e a jovem não parava de soluçar.

- Precisa cuidar disso.

- Não toca em mim. - puxou as mãos que ele tentou segurar, fazendo uma pequena careta de dor.

- Deixe-me te ajudar.

- Não preciso de você. - virou o rosto para não olhá-lo mais"

- Maledetas lembranças. - socou o vidro do espelho com fúria.

Saga havia subido as escadas de Gêmeos, ia dar uma volta pelo santuário. Foi quando ouviu um estrondo e resolveu entrar em Câncer, para ver se estava tudo bem.

Parou na frente da porta, que estava entreaberta, constatou claridade na sala, bateu na porta, mas não obteve resposta. Entrou no ambiente, escutando um barulho estranho, olhou para os pés e percebeu estar pisando em vidro quebrado.

Rolou os olhos para o canto, encontrando o retrato de uma linda mulher, que jazia em um quadro quebrado.

Agachou se pegando o objeto e manteve-se naquela posição, observando a imagem.

- O que está fazendo aqui?

- Sempre tão educado. - revirou os olhos, levantando-se e depositando o quadro em uma mesinha próxima, seus movimentos foram seguidos pelo canceriano. - Escutei um barulho, vim ver se estava bem.

Máscara da Morte encontrava-se em pé, na frente do geminiano, com a mão esquerda pressionando um pano branco, avermelhado pelo sangue, na outra mão.

- Já viu? Satisfeito? Agora pode ir.

- Quem é essa mulher?

- Não te interessa.

Saga olhou para Máscara, que desviou rapidamente o olhar. Seus olhos estavam avermelhados. Será que o grande, poderoso e cruel Máscara da Morte de Câncer estava chorando?

- Máscara...

- Cala a boca.

- Sofre por ela?

- Já disse pra calar a boca.

Saga olhava para o cavaleiro, que se jogou no sofá, apoiando a cabeça sobre as mãos. Seus joelhos apoiavam os cotovelos. Deixava grossas lágrimas rolarem por seu rosto, parecendo não mais se importar com a presença do geminiano ali.

- Quer conversar sobre isso?

- Foi a algum tempo... - começou seu relato encostando-se ao sofá, apoiando a cabeça na almofada, fechando os olhos, como se um filme passasse em sua mente.


Meu mais novo 'queridinho'... Mask, italianão, conterrâneo, quem sabe até meu primo distante... hauhauahua...
Ficou curtinho o capítulo, mas espero conseguir desenrolar bem a história nos próximos capítulos.
So... até o próximo capítulo, que algum dia desse ano sai... eu espero... XD


oO PlayBack Oo

Con questa gioia che mi stringe il cuore
Com esta alegria que me aperta o coração
A quattro cinque giorni da Natale
A quatro ou cinco dias do Natal
Un misto tra incanto e dolore
Uma mistura entre encanto e dor
Ripenso a quando ho fatto io del male
Repenso nos momentos em que errei
E di persone ce ne sono tante
E nas pessoas que são tantas
Buoni pretesti sempre troppo pochi
Sempre com pouquíssimos bons pretextos
Tra desideri, labirinti e fuochi
Entre desejos, labirintos e fogos
Comincio un nuovo anno io chiedendoti..
Começo um novo ano lhe pedindo

Perdono... si quel che è fatto è fatto io però chiedo
Perdão... se aquilo realmente aconteceu, eu, porém, peço
Scusa... regalami un sorriso io ti porgo una
Desculpa... dê-me um sorriso e eu lhe ofereço uma
Rosa... su questa amicizia nuova pace si
Rosa... sobre esta nova amizade, paz
Posa... perché so come sono infatti chiedo...
Repousa... porque sei como sou, de fato peço
Perdono... si quel che è fatto è fatto io però chiedo
Perdão... se aquilo realmente aconteceu, eu, porém, peço
Scusa... regalami un sorriso io ti porgo una
Desculpa... dê-me um sorriso e eu lhe ofereço uma
Rosa... su questa amicizia nuova pace si
Rosa... sobre esta nova amizade, paz
Posa... Perdono
Repousa... Perdão

( Perdono – Tiziano Ferro )