Mi Luna

À noite em Ottery St. Catchpole ainda reluzia clara àquela hora, o céu límpido em perfeita harmonia com o riacho que ali perto escorria. De olhos fechados, o corpo pequeno parecia querer absorver tudo, num silêncio perturbador, que nem os pássaros mais agressivos teriam coragem de interromper, apreensivos de desencadear uma cena apocalíptica-

PATCH!

Claro, na mente da garota sentada ali, que estapeou a parede azul em busca de um zonzóbulo. O óculos de lentes coloridas produziu um lampejo de arco-íris na vidraça riscada. A lua começava a surgir, assim como o sorriso mais aberto que conhecia, qual estampava apenas para a mãe; jurou ver uma estrela cadente cruzar o céu em direção ao círculo brilhante.

Um dia eu ainda vou à lua, e quem sabe daí vejo a verdadeira face da Terra, ao seu lado – O pensamento rotineiro invadiu-lhe novamente, porém, desta vez, uma suave brisa balançou o pedaço de papel preso no vidro, com um desenho prateado de um rosto fino e leve.

"Espero que isso demore Mi Luna, e até lá terei construído uma fortaleza da poeira da lua..."

Luna sempre dormia na companhia da mãe.

Há mais coisas no céu e na terra do que sonha a nossa filosofia – Hamlet; W. Shakespeare.

N/A: Sempre imaginei o jeito da Luna em relação à morte da mãe bem... Luna de ser. Merece ou não reviews? (: