Título: My Dirty Little Secret
Autor: Kirina Malfoy
Beta: Ivi
Personagens: Fred & George Weasley
Resumo: Fred vai se casar no dia seguinte e George tem dificuldades em lidar com a situação.
Disclaimer: Reconhece algo? Então, não me pertence!
Avisos: Twincest!
Nota: Fic escrita em resposta ao desafio da Ivi no Festival de Desafios 2006 do grupo Potter Slash Fics: "Fred vai se casar no dia seguinte e George precisa fazer algo a respeito. Urgentemente."
- Me dá mais um desses!
Vodka, bebida dos deuses! Pura, gelada. Nada de misturas, nada de sabores. Apenas vodka. Gelada nos meus lábios para depois descer queimando pela garganta.
Meu corpo balançava-se ao som do melhor que o tecno house podia oferecer. Sempre gostei disso: do ambiente boêmio das boates underground. Corpos se tocando, roçando ao ritmo da música. A inexistência de pudores e morais hipócritas. A batida que parecia entrar no sangue e, como o mais seguro dos Imperius, ordenava para que se acabassem na pista. Ali, a noite era rainha.
E, no entanto, hoje não conseguia me misturar. O corpo estava tenso demais. Os pés, pesados demais.
Por que raios fui ali hoje? Mais um gole na bebida e esvaziei o copo.
- Hey, cara, me dá outro. Melhor, quanto você quer pela garrafa?
Fosse tudo tão simples com isso, e a minha vida seria infinitamente mais fácil.
Um braço rodeou minha cintura e uma boca se aproximou da minha orelha, fazendo-me cerrar os dedos ao redor da garrafa.
- Hey, nem sonhe em beber isso sozinho!
Don't misunderstand me 'cause I want you
I see you on the floor baby, I want you
Don't misunderstand me 'cause I want you
I want you to want me too, like I want you
Não consegui encontrar as palavras certas para responder. O braço dele na minha cintura, e o hálito quente me impediam de pensar direito. Levado pelos sentidos, virei o corpo até ficar cara a cara com a pessoa que mais odiava no mundo.
- Nossa, como sou lindo! – Meu riso saiu meio forçado, mas com o barulho ao redor isso nem seria notado.
Mas nos éramos as pessoas mais próximas um do outro por alguma razão. O olhar brincalhão e levemente embriagado mudou para um suspeito. Os seus olhos sondavam os meus, como se tentasse adivinhar o que havia por trás deles. Mas éramos próximos demais para sermos facilmente lidos.
E a música mudou. E com ela, o momento.
Levei a garrafa aos lábios. Doce álcool.
- Vai dividir, ou tenho que ir comprar uma?
- Vai comprar, claro.
- Como você é terrível. Nem hoje? Eles cobram caro, sabia? E, logo logo, vou ser uma pessoa respeitável. Séria e respeitável. Tenho que manter a conta conjunta.
Joga na minha cara a felicidade que você terá sozinho. Longe de mim.
Repeti o gesto e, novamente, levei a garrafa aos lábios. Dessa vez, não engoli. A vodka começando a queimar a minha língua. Minha mão pousou na sua nuca e o puxou para perto de mim. Perto o suficiente para os nossos lábios chocarem. A sua língua sondou a minha boca cerrada, e a sua mão, imitando a minha, puxou-me para perto de você. Libertei o aperto dos meus lábios e deixei que o líquido fosse dividido com você. Doce vodka. Sempre a minha bebida predileta.
Encaramos-nos e você sorriu, matreiro.
- Delicioso.
Não percebi se você falava de mim ou da bebida.
so many times i'm watching you
and now i fell in love with you
so many times, so many times..
Caminhamos para o meio da pista.
Harry deu um sorriso quando nos viu chegar. Era bom ver o cara se libertando. Sempre achei que, se lhe déssemos uma oportunidade, ele partiria a louça da casa. A imagem de bom menino era só mesmo para enganar e o loiro colado a ele confirmava isso. Mais afastado, Ron parecia se entregar à loucura da dança. E um sorriso genuíno nasceu no meu rosto.
Você apontou para o lado, em direção a duas morenas.
- E se fôssemos dançar? Elas não param de olhar. – O sorriso malicioso bailava em seus lábios.
- É, não param mesmo. Vamos. – Ao dirigir-me a elas, não consegui evitar pensar que até as putas na rua eram mais discretas na procura por clientes.
Encostei-me ao acaso a uma delas e a encoxei por trás. Um dos meus braços rodeou a cintura dela, o outro levou a garrafa de vodka à minha, já seca, boca.
A música ia ficando mais intensa, a batida mais forte. Perto de mim, você começara a beijar a vadiazinha. Claro, você ia se casar amanhã, mas não era santo.
Casamento, você, amanhã. Merda. E, levando a garrafa à boca, notei finalmente que há muito o movimento tornou-se automático. Bebia por beber, e, naquele ponto, podiam ter colocado qualquer coisa em minha mão que eu tomaria do mesmo jeito.
A morena rebolava colada a mim. Vulgar. Deixei a garrafa cair no chão, não ligando a mínima para os vidros e virei-a para mim. A boca dela era quente, não algo agradável e convidativo, mas molhado demais, sufocante demais. A imagem que eu tinha era a de uma sanguessuga, colhendo a vida alheia.
Você não parecia estar tendo o menor problema. Para você, era tudo igual? Angelina, a morena...qualquer uma?
Num momento, estava me deixando ser beijado, no outro, tinha agarrado o seu antebraço e o puxado por entre a multidão.
- George! Porra, que merda é essa?! Eu 'tava ocupado, não viu? Merda, pára com isso.
Não respondi, apenas continuei arrastando-o. Toda a paciência que tinha conseguido juntar ao longo dos últimos meses, desde que você falara em casamento, tinha ido para o espaço. Perdida, tal como a garrafa vazia.
Got the fire, got desire
Won't fight it any longer
Can you see it?
Can you feel it?
And it's coming out stronger
Puxei você para dentro do banheiro. Andei até a ultima divisória. Era a mais longe da porta e, provavelmente, estaria em melhor estado. Empurrei-o para dentro, com mais força do que era necessário e você me olhou como se eu tivesse ficado louco. E isso não era totalmente mentira.
- Parou! George, parou, porra! Você não bebe mais. Inconseqüente! O que deu em você hoje? Você sabe beber. Se alguém tinha que estar enchendo a cara era eu, não você. Eu quem me caso amanha e 'tou vendo que, em vez de curtir a minha última noite livre, vou ficar de ama seca para garantir que o meu querido irmão não faça merda. Porra, é esperado o padrinho tomar conta do noivo, não o contrário...
Parei de escutar. O meu olhar preso em seus lábios, decorando a maneira como se moviam furiosos. Eu amava isso em você. Como você passava do bom humor à raiva em menos de 20 segundos. Correção, eu amava tudo em você.
- Você! De repente, tudo era sobre você e deste maldito casamento.
- Ciúme? É esse o grande problema? Logo, você se casa também, e vamos estar fazendo a sua despedida de solteiro, irmão. Vai chegar a sua vez.
- Cego. Egocêntrico. Maldito hipócrita.
Peguei você pelo tecido da camiseta e o empurrei contra a parede do banheiro. Toda a raiva descontada naquele único movimento. Como você se atrevia a falar isso? Como você podia sequer pensar que eu tinha inveja de uma merda de um casamento?
Raiva gera raiva e, tão rápido quanto fora o meu movimento momentos atrás, agora eram as minhas costas que chocavam dolorosamente contra a parede.
Raiva gera raiva. E, outras vezes, raiva gera tesão. E, enquanto você decidia se me soltava ou se ia me fazer fundir com a parede, limitei-me a erguer o rosto e te puxar para um beijo. Os meus lábios formigavam com o toque. Te beijar me dava a sensação de estar em casa, e que se fudesse a teoria de Narciso. Você era eu. Eu era você. E que eu fosse o escravo pessoal do Snape, se deixasse que alguém voltasse a se intrometer entre nós.
A minha língua passou pelos seus lábios, pedindo passagem. Provocando lentamente, testando o seu limite. E, com um impulso, você me largou e encostou-se no outro lado do box Exibindo um ar de quem se lamenta pelo box ser tão apertado e que nossas pernas ainda se tocassem.
- George... – O meu nome saído dos seus lábios parecia tão certo. Apenas queria ouvi-lo entre gemidos e não nesse tom temeroso.
- É ciúme, mas não é da merda do casamento. É de você!
- George, eu não...Você tá misturando as coisas.
- Gred, lembra? Gred and Forge. Os inseparáveis. O pior pesadelo do Filch. Você não percebe que dói ter você afastado de mim? Nós nascemos juntos, devíamos ficar juntos!
- Olha o que você tá dizendo. Isso é errado em vários aspectos. Você vai dormir, esquecer isso e, amanhã, vai rir do que você tá falando.
- Errado, você acha que eu não pensei nisso? Claro, eu simplesmente levo na boa a idéia de ter a porra de uma atração pelo meu irmão gêmeo. Sério, é o fetiche da minha vida, sonhar que 'tou transando comigo próprio. É, então, o melhor é fazer de uma vez, não? Fantasia é para ser realizada!
Raiva. Raiva por você ter jogado o óbvio na minha cara. Era sujo. Era errado. E eu não queria pensar nisso.
Encostei o meu corpo ao seu, uma perna forçando a divisão das suas, e busquei os seus lábios. Fome. Eu tinha fome de você e que o resto fosse para o inferno. Os meus lábios pousaram nos seus, num quase que casto beijo, para depois se concentrarem na sua orelha. Deixei a minha língua entrar no seu ouvido, para depois lamber a região em volta. Você podia negar, mas o seu corpo era bem mais sincero que as suas palavras.
A minha língua serpenteou pelo pescoço do meu irmão, do meu gémeo. Inesperadamente, o pensamento de estar assim, com a minha própria imagem, fez o meu membro endurecer. Os meus lábios concentraram-se na boca firmemente cerrada. A minha língua passeava por eles, procurando uma brecha, e foi apenas quando pressionei meu corpo contra o de Fred, que ele entreabriu os lábios para soltar um gemido. Aproveitei e provei o sabor da sua boca. A minha língua procurou a dele, meio temerosa, mas fui gratamente surpreendido com o toque da sua.
A surpresa me fez afastar o rosto do dele. Fred tinha os olhos turvos, o rosto muito corado. Vendo a minha surpresa, desviou o olhar ao mesmo tempo em que abria as pernas, num convite mudo.
Sou fraco, Fred. Fraco demais para resistir ao que desejo. E com isso deixei que partilhasse o meu pecado.
As nossas línguas enroscavam-se uma na outra, num aumento de sensações. Os corpos pressionavam-se, como que querendo ter a mesma proximidade de outrora.
- Aparatar?
- Aparatar.
- Agora?
- Já!
o.O.o
A roupa espalhada pelo chão do quarto era um sinal. O candeeiro caído no chão era outro. E se o tubo de KY na mesinha não fosse prova óbvia do que acontecera naquele quarto, então apenas bastaria olhar para a cama. Lençóis amassados e dois corpos intimamente entrelaçados.
O sol batia num rosto de flamejantes cabelos ruivos, fazendo o dono piscar os olhos com sono. Quando ia por uma mão para cobrir a claridade, reparou que ela estava presa à cabeceira da cama por uma...tira de lenços?! Fred piscou olhos, agora completamente acordado. Visões de algumas horas voltaram à memória e, como a firmeza de um chute no estômago, soube que não lamentava nem um pouco. Ao seu lado, com o rosto encostado ao seu peito, George dormia pacificamente. Quase como um anjo, mas demasiado pecador para merecer o céu. Que se fodesse, o céu seria demasiado entediante para eles.
Acomodou-se melhor para tentar voltar a dormir, mas o movimento pareceu acordar o companheiro.
- Hum...Fred...Então, não foi um sonho. – A voz soou com o tom rouco de quem acabara de acordar.
- Não, mas teria sido um sonho extremamente interessante, meu caro. Claro que a realidade é melhor.
- Bem melhor, mas...
O que quer que fosse dizer ficou interrompido por um pequeno grito.
- Pelas barbas de Merlin, Fred as horas! Você devia 'tar se casando agora. Se despacha, anda. Vou mandar uma coruja ao pai, avisar que nos atrasamos.
- Não precisa.
- Como não precisa? O seu cérebro derreteu? É a noiva que atrasa, não o noivo.
- Eu não vou mais me casar.
Simples como isso. George ficou encarando o irmão, a meia que ia calçar caindo no chão. Ele não ia casar. Não tinha casamento. Não tinha mais que temer a solidão.
Os olhos de Fred não mostravam mais do que o mais sincero e transparente dos olhares e...amor? Não haviam falado nisso, mas estava lá. Nos olhos do irmão, no seu ato. E estivera nos seus ciúmes, na sua raiva.
- E a Angelina?
- Eu depois explico para ela.
- Certo.
- Você tá longe demais.
- Certo.
- George quer parar de falar certo e vir aqui? – O tom brincalhão quebrava o sentido sério da frase.
- Certo...
- Georgeeee!
- Brincadeirinha.
E deixando definitivamente de tentar se vestir, George se atirou para cima daquela que era uma cópia perfeita dele mesmo. Os lábios tocaram-se num beijo molhado. Mas foi quando já tinha levado a mão direita ao meio das pernas do irmão, e começava a acariciar o semi-rígido membro que se lembrou.
- Ela vai nos matar!
- George, relaxa! Já falei que depois falo com a Angelina.
- Não é ela! A mãe! Ela vai nos matar.
- Fodeu!
.Fim.
N/A: OMG! Twincest! OO Kirina ser pessoa muito feia! indo entalar as mãos no forno da cozinha Ainda lembro quando escrevia inofensivas D/G's. Acho que agora nem querendo conseguia voltar a escrever elas OO' Ia deixar a ruiva chupando dedo e lançar o loiro nos braços do Harry Eu-Acho-Que-Vou-Salvar-O-Mundo Potter. Bom, depois, eu ainda lembro de dizer que Drarry é o meu casal favorito! E é! Eu leio D/H - Eu tenho D/H no sangue. Mas... indo ver o que já escreveu Tá ficando difícil de provar rsrsrs.
Bom, espero que gostem e que comentem! Hey, se não gostar comenta á mesma!! Nunca recebi um flamer '
As musicas usadas na fic (e que recomendo que oiçam enquanto lêem a fic) foram: Gadjo – So Many Times; Velvet – Mi Amore; Paris Avenue – I Want You. O titulo veio de uma musica, com o mesmo nome, dos The All Americans Reject. Se não conhecem, baixem!
Bjs .
