Disclaimer: Sailor Moon não me pertence. Fic sem fins lucrativos.
N/A: Então... sobre essa fic... tem 5 capítulos apenas contando com o prólogo, passa-se numa realidade alternativa do Milénio de Prata, os Starlights são homens e 100% homens, e é SeyaxOC e UsagixMamoru com insinuações de UsagixSeya. Senti a necessidade de reescrever o prólogo, talvez eu reescreva os próximos 3 capítulos também. Só isso. Beijo, boa leitura =] [upd 14-12-11]
Prólogo
A Lua era um lugar sonhador e maravilhoso, cheio de luzes.
Hana observava o salão de festas abarrotado de gente enquanto Endymion e a sua noiva fazia a sua grande entrada. Reinava uma determinada paz naquele recinto e era quente; parecia haver um sentido lógico em querer trocar a Terra por aquele lugar. Talvez, se ela se esforçasse um pouquinho mais, conseguiria entender os motivos do irmão. Motivos que provavelmente não envolviam histórias de amor eterno e destinado — coisas confusas para serem absorvidas por sua mente céptica −, mas sim, uma decisão pensada e repensada tendo em conta fatores racionais.
Hana tinha dezanove anos – um ano mais velha que a belíssima rainha Serena. Seus olhos eram castanho-claros e os cabelos compridos e castanhos. Quem olhasse, não diria que era irmã de Endymion – não tinha herdado quase nada do seu pai, além da personalidade forte. Suas características físicas eram de sua falecida mãe, Calycia.
Ela girou a taça que tinha na mão; o líquido vermelho deitava um forte cheiro de álcool. Imaginou que devia haver outro motivo para aquela união absurda – ele devia estar fugindo, por exemplo. Sim! Devia ser mesmo isso! O seu irmão estava fugindo do seu reino e das suas responsabilidades, empurrando tudo para cima dela, escondendo-se detrás daquela ladainha que amava a princesa da lua.
Convenceu-se que estava certa, seguidamente considerando a hipótese um tanto quanto imperdoável. Como ele se atrevia? Ela olhou para cima. Endymion estava tão maravilhosamente perfeito naquele traje branco... E Serena também, igualmente bonita no seu vestido rosa e cheio de babados. Parecia uma princesa de verdade e não a cabeça de vento que de fato era.
A jovem lançou um suspiro, virando a taça de uma só vez. Tonta, recordou-se de uma conversa que tivera com Endymion há alguns dias.
– Você tem a certeza que quer levar esta ideia adiante? – Ela perguntou-lhe. Estava em pé no seu quarto, enquanto ele fitava a própria figura no espelho. – Você tem um reino aqui, em breve será rei. Quer mesmo jogar tudo para o alto?
– Você será uma rainha maravilhosa, Hana. Fará da Terra um lugar melhor. Coisa que eu não conseguiria fazer.
Ela franziu o sobrolho.
— Eu não consigo acreditar em você! Serena é uma criança − é mais nova do que eu! É porque ela é bonita? Tem garotas lindas na Terra também, você não precisa ir até a Lua para casar-se!
— Não tem nada a ver com isso, Hana, quantas vezes eu vou ter de te dizer? — Endymion suspirou, voltando-se para a irmã. — Eu amo Serena. Por ela faço tudo.
— Isso não é saudável — ela murmurou teimosamente. — Vai desistir de tudo o que você sempre lutou para brincar de bonecas!
Mas ao contrário do que esperava, o seu irmão sorriu.
— Um dia você vai-se apaixonar e vai entender.
— Não conte com isso. O sonhador da família é você. Eu nunca vou te entender, Endymion.
Em dado momento, o seu irmão olhou em sua direção e acenou brevemente. Hana observou-o por alguns momentos até que Serena (que estava ao seu lado, firmemente agarrada ao braço do homem) entendeu para quem ele acenava e sorriu, resolvendo manear a sua cabeça também. Hana respondeu erguendo ligeiramente a mão; contudo, nem o seu gesto movido pela educação conseguiu afastar o pensamento que toda a personagem de Serena parecia uma estranha e desajeitada boneca infantil. Logo estava irritada. Aquela garota era tudo o que Endymion não era – como poderia dar certo?
Eu amo Serena. Por ela faço tudo.
Hana franziu o sobrolho, afastando-se. Endymion estava errado – como tudo ali estava errado. Amor, coisa abstrata e confusa; não existia na vida real. Claro que não. Ele estava sendo apenas um bobo sonhador e isso custaria sua felicidade. Endymion sofreria.
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Nos jardins estava uma brisa fresca e agradável. A jovem terrestre sentou-se num dos bancos, observando as estátuas e toda a arquitetura rococó. A música da festa estava alta o bastante para ensurdecê-la... Ou talvez fosse apenas o pensamento perturbador que tivera antes. A simples ideia de ver Endymion sofrendo causava-lhe arrepios.
Mas por que deveria? Ela abraçou-se, profundamente abespinhada. As escolhas eram dele; não suas. Simplesmente não tinha nada com o assunto. Ele que se estrepasse, descobrisse que estava enganado da pior forma. Ela avisara-o!
Estava tão concentrada em praguejar em pensamentos que mal reparou em uma figura encostada numa estátua, meio escondida pelas sombras. Hana, respirando fundo, olhou curiosamente em sua direção, decorando a silhueta elegante de um homem de cabelos compridos. Não estavam distantes um do outro, porém, era claro que ele não tinha notado a sua presença.
Provavelmente acontecera-lhe alguma coisa. Claro, pois que outro motivo ele teria para estar ali, ao invés de estar se divertindo com todos os outros, na festa? Ao menos que estivesse a gostar daquele casamento tanto quanto ela... seria possível? Mais alguém que considerasse o noivado um absurdo?
Não, claro que não. Que motivos ele teria? Pensou. Eu tenho um irmão que irá me deixar, mas Serena não vai abandonar ninguém. No fundo, só estou sendo egoísta lutando contra o matrimónio dos dois.
Talvez fosse até por ter consciência deste egoísmo que Hana não estava se esforçando para impedir a união. Talvez porque ela soubesse, no fundo da alma, que Endymion seria feliz.
"As diferenças se completam" o terrível cliché pareceu resolver a sua birra com a personalidade frágil e pouco inteligente da rainha da Lua.
Um pigarreio rompeu a ordem dos seus pensamentos. Ela reparou que perto da figura que ela observava tão indistintamente momento antes, estavam agora dois novos personagens, altos e igualmente elegantes, fortes. Pareciam irritados, por qualquer pretexto, embora ela mesma admitisse que não estivesse apta para distinguir muita coisa naquela escuridão. Tal como acontecera com o primeiro, entretanto, não notaram ou então, ignoraram a sua presença.
— Ficou louco, Seiya? — O mais alto disse num tom solene. Não falavam alto, mas pela proximidade, Hana conseguia entender o que diziam. — Não devia estar aqui. Se alguém notar, poderão criar rumores.
— E então? — O homem que Hana observava perguntou num tom que misturava a indiferença com a irritação.
O terceiro explodiu:
— Seiya! Se eles descobrirem sobre você e a rainha, você será morto! — As pupilas de Hana dilataram-se involuntariamente e ela elevou a mão até a boca, em puro choque. O que tinha ouvido? Tinha ouvido errado! Tinha interpretado errado! Estava doida, claro. Ela procurou respirar enquanto Seiya continuava, dando de ombros:
— É indiferente. Se eu não estiver com Serena…
O segundo deu-lhe um soco tão mal ele disse tais palavras.
— Seu estúpido! Você acha que ela se importa com você? Ela vai-se casar com Endymion e por vontade própria, entendeu? Como você pode ser tão casmurro?
— Taiki.
Eles voltaram-se de repente na direção onde Hana permanecia estática com a mão cobrindo a boca e a face coberta de lágrimas. O sangue dos três gelou e o tempo também pareceu parar. Hana decorou cada reação, quando o terceiro petrificou, o segundo franziu a testa, alarmado, e o primeiro engoliu em seco.
A Lua era um lugar sonhador e cheio de luzes.
