Yaoi. Lemon. Humor. Non-sense. Drama.
Squall x Zell, Seifer x Irvine
Disclaimer: Final Fantasy VIII e seus personagens não me pertencem, mas quem sabe algum dia, quando eu dominar o mundo, estarão nas minhas mãos.
Não sigam o exemplo dos personagens, ou Vovô fica triste... Não bebam, não fumem, não batam nos outros, não matem.
Itálico – Pensamentos e ligações.
Beta-reader: Ryeko-Dono
Dias molhados
Por Vovô (gosto de comer e dormir, não necessariamente nessa mesma ordem)
Capítulo 1
Esta história começou por causa de um acontecimento no quarto de Nida, o SeeD que havia se graduado no mesmo dia que Squall, Zell e Selphie. Aquele que ficava lá pilotando a Garden de Balamb no seu jogo.
Squall olhou o quarto do piloto e a cena: Nida fazendo algo com Rinoa que ele nunca havia conseguido fazer com ela.
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A garota entrou no quarto de Quistis. Ela tinha lágrimas de nervosismo se formando no canto de seus olhos castanhos.
- Mas...
Antes que a loira pudesse perguntar algo sobre o estado da moça, esta começou a falar, desesperada.
- Quistis, eu não sei para quem falar isso, mas eu preciso falar com alguém. Eu acho que eu vou enlouquecer, eles estão me deixando louca!
- Mas o que houve? – perguntou a amiga pacientemente, tentando acalmar Rinoa.
- Eu estava no quarto do... no quarto do Nida e...
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Seifer entrou no quarto, abrindo a porta sem pedir licença e quase a arrebentando no processo. Irvine e Zell entraram conversando alegremente, sem perceberem o que estava acontecendo. Squall foi o primeiro a se dar conta de que Rinoa e Nida estavam assistindo à novela das sete. Nunca, no tempo em que namoravam, o SeeD introspectivo conseguiu permanecer no mesmo quarto em que a garota quando a novela estava passando. E lá estavam os dois, sentados no sofá, um ao lado do outro.
- Eu acho que estamos interrompendo alguma coisa... – disse Irvine ao abrir um sorrisinho.
- Er.. Ah – respondeu o SeeD oriental com nervosismo. – Por que acham isso...? – A pergunta foi quase um sussurro.
- É, por que estaríamos? – disse Zell com a praticidade da sua inocência. – Eles só estão assistindo novela no sofá, não é como se eles estivessem fazendo outras coisas.
Nida olhou timidamente para Rinoa e desviou o olhar em seguida. A moça olhou para baixo, não querendo acreditar que quando finalmente ela conseguira ficar num local não público com o piloto tímido, aquilo havia acontecido. Ela ainda tinha esperança de que eles fossem embora, mas sabia que o seu momento havia sido arruinado.
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Squall quis ir embora, mas Nida insistiu para que todos ficassem... para provar que não tinha nenhuma intenção maldosa para com a sua querida e preciosa amiga Rinoa. O que ela poderia pensar se achasse que ele havia convidado ela para entrar para se aproveitar dela ou algo baixo assim, aquilo nunca seria digno e...
Longo suspiro do rapaz...
Mas tudo aquilo não teria acontecido se naquele fim de tarde Zell não estivesse entediado com a manutenção do Centro de Treinamento, impedindo-o de passar suas divertidas horas socando monstros incautos.
Andava o loiro de um lado para o outro, quando teve uma idéia brilhante: entreter-se matando monstros em algum jogo. Nida, aquele piloto da Garden tinha uma porção deles. Ele era legal.
Ia Zell quase pulando pelo corredor quando foi obrigado a frear e respirar fundo. Quase escondido nas sombras de um canto escuro estava seu adorado melhor amigo. Suspiro. Squall Leonhart.
- Yo... Squall!
O loiro pensou ver os músculos das costas do líder dos SeeDs se contraindo de tensão, mas achou que foi só impressão mesmo.
-...Zell? – disse o moreno ao encarar o loiro.
Respire fundo.
- E aí, Zell? – Irvine abriu um sorriso.
Ahhhhhhhhhh que susto.
- O que está fazendo aqui??
O cowboy franziu levemente o cenho, mas manteve o sorriso. – Tô conversando com o Squall, não me viu, não?
-...
-... – disse Squall.
- O que anda fazendo pulando assim pelos corredores?
- Ahh!! Eu vou jogar no quarto do Nida! E... Quer ir também, Squall?!?! – Sorriso esperançoso, sorriso falhando de apreensão, sorriso de nervosismo.
- Agora?
- Eu quero ir! – disse Irvine segurando no braço do amigo. – Vamos, Squall, vai ser divertido!
- Éééééééééé!!! Vamos! – Zell tocou no outro braço do moreno e sentiu seu corpo se arrepiar com o contato. – Vamos... – Quase olhar de cachorro pidão.
-... – Squall abaixou a cabeça e esfregou levemente uma das têmporas. – Tá.
E foram lá os três felizes, quer dizer, a maioria dos três felizes quando...
- Aonde vão os três heróis salvadores do mundo saltitando alegremente? – Seifer apareceu com suas passadas largas, andando calmamente pelo corredor.
- Não é da sua conta... – disse Zell, incomodado com a presença.
- Quanta hostilidade, chicken, não vou roubar seus ovos.
Sua pose era agressiva, o olhar irritado, o penteado desafiando cada vez mais a gravidade, Zell se preparando para uma resposta quando...
- Nós vamos jogar no quarto do Nida – disse Irvine sorrindo, sem ligar nem um pouco para a reação do amigo.
- Irvine!! Você não tem nada o que contar pra ele!
- Ahhh, quanto segredo... Assim vou achar que as crianças vão aprontar alguma coisa... tsc tsc.
- Zell, é só não ligar pra ele. Aposto que o Seifer está morrendo de vontade de vir junto.
- Conversa não chegou no curral.
- Então não chegou sua hora de falar, né, Seifer – retrucou Irvine com um sorrizinho irritante nas suas feições despreocupadas. Antes que uma tempestade viesse, o rapaz deu alguns passos e voltou a olhar para trás. – Se quiser vir, venha.
Em vez de soltar algum veneno em forma de palavras o loiro permaneceu calado por um momento. A cicatriz na sua testa se franziu levemente por causa de uma expressão pensativa. Mas alguns segundos se passaram e Seifer disse calmamente. – Se insiste tanto.
- Não acredito que você convidou ele!! – disse Zell.
Seifer colocou um braço em volta dos ombros do outro loiro e falou próximo à face tatuada:
- Não seja um frango assustado, está com medo de quê? Eu não vou morder você. Se eu morder eu mordo o Squall, não é, Leonhart? – Os olhos verdes se voltaram para o moreno silencioso, que apenas refletiu um olhar de neutralidade. Depois Seifer encarou Irvine de um jeito enigmático.
O cowboy apenas sorriu.
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Seifer se acomodou no chão, com as costas apoiadas no sofá. Squall sentou no canto oposto do móvel e Zell quase se jogou para sentar ao lado do seu querido amigo. Nida foi ligar o console e Rinoa quis morrer sentada na extremidade do sofá.
- O que querem jogar? – perguntou Nida.
Zell demorou a responder. Ele, que originalmente teve a brilhante ideia, estava concentrado em outras coisas. Foi Irvine quem respondeu com os olhos brilhando de emoção ao ver um dos jogos que Nida tinha:
- Eu adoro Dirge of Cerberus!
Com entusiasmo, o cowboy se jogou ao lado de Seifer no chão, o controle já em mãos.
- Mas isso aí é bom? – disse o loiro com desconfiança. – Isso aí não é um daqueles jogos da Square para tirar dinheiro dos nerds fãs de Final Fantasy?
- Não! – disse Irvine. – É legal, o Vincent é o protagonista. O cara é todo estiloso, tem aquela capa vermelha rasgada. Olha lá! – completou o rapaz ao ver o game rodando. – Ele tem umas armas muito fodas. Tem uma que é a Cerberus, que tem três canos...
- Calma, cowboy! Não comece a babar em cima de mim, senta aí e joga! – disse Seifer.
- Eu acho que preciso ir... – disse Rinoa, sentindo-se deslocada.
- Não vai... – Quase implorou Nida comoventemente. Sentiriam pena do pobre rapaz, se não estivessem todos prestando atenção em outras coisas.
- Foi muito bom passar essa tarde com você, Nida.
- Se quiser ver um filme um dia desses... Eu tenho aquele que você disse que gostava... Eu até separei... E... E...
- Putaqueopariu, Irvine, você joga muito mal!
- Eu sei jogar! Já joguei muito, pára de me distrair, Seifer!
Quando os dois se acalmaram, Rinoa se aproximou de Nida.
- Obrigada... – A garota abraçou o SeeD. – Você...
- Caralho!! De novo???? Cê não sabe jogar!
- Dá pra parar de gritar na minha orelha?? Isso aqui deve tá no extra hard. Ohhhh, Nida, tá em que dificuldade aqui???
- Acho que no normal, Irvine... – disse Nida pacientemente.
Em meio às gargalhadas de Seifer, Rinoa se despediu e deixou o quarto com muita raiva no seu coraçãozinho.
Alheio ao que estivesse acontecendo, Zell mantinha seu olhar na tela e sua atenção voltada à proximidade do corpo de Squall ao seu lado. De vez em quando os olhos azuis se distraiam e analisavam a expressão concentrada do outro SeeD, que por sua vez analisava cada elemento fora da realidade que permeava o jogo.
Nida sentou-se no sofá e não viu mais nada além da sua existência miserável que contaminava seus pensamentos.
- Ele é muito foda. Cara, olha isso... – dizia Irvine impressionado com os movimentos de Vincent.
- Por isso que joga tão mal, você deve pegar esse jogo só para bater uma no seu quarto.
Irvine ficou tão mortificado com o comentário que demorou em responder. – Mas é claro que não...
O olhar do rapaz de cabelos compridos se cruzou com o do loiro, tentando provar sua inocência.
- Você não é nem um pouco convincente.
- Vai se fuder.
Com o nervosismo, as pernas de Zell se moviam de maneira agitada e sem querer, ele esbarrou seu joelho no do seu amigo. Um calor subiu pelo seu corpo, deixando suas faces num tom bem avermelhado.
- De... Desculpa.
- Hum? – perguntou Squall sem nem perceber o que havia acontecido.
- Er... Nada.
- Joga você então, se acha que é tão bom – disse Irvine ao entregar o controle para o Seifer.
- Dá isso aqui – disse o loiro ao passar a mão sobre a do outro rapaz sem querer.
Irvine se demorou no contato e Seifer arqueou uma sobrancelha, então o mais novo afastou sua mão.
Zell estava morrendo de medo, mas queria tanto encostar de novo no moreno. Então ele ajeitou seu corpo de maneira a se aproximar de Squall, mas este se afastou para dar mais espaço ao loiro.
- Como funciona isso aqui? – Seifer encarou os olhos azuis violeta de Irvine.
- Você vai olhar para o controle ou vai ficar me encarando?
- Eu não preciso ficar olhando os botões para entender.
Irvine desviou o olhar para a tela enquanto explicava.
Zell se reclinou para poder colocar um braço sobre o sofá e deixá-lo por trás dos ombros de Squall, mas no movimento ele conseguiu dar uma cotovelada na orelha do amigo.
- Foi sem querer!! Eu juro!!
Squall lançou um olhar de aborrecimento, mas não pronunciou sequer uma palavra mortal.
Seifer começou a jogar tranqüilamente, como se nem fosse a primeira vez. Enquanto ele matava inimigos com a facilidade que faria se fosse na realidade, sua coxa roçava persistentemente na de Irvine, que não sabendo o que fazer, não fez nada.
- Sua vez – disse Seifer ao puxar o braço de Irvine e entregar o controle a ele, demoradamente.
O rapaz encarou os olhos verdes, desviou o olhar, respirou fundo e se reclinou na parte de baixo do sofá, fazendo suas costas tocarem as pernas de Squall... e de Zell.
- Poxa, tem espaço no sofá, pra que ficar tão junto!
Irvine virou para trás e olhou para Squall, que por sua vez olhou para Seifer, que estava quase grudado no cowboy.
- Eu preciso ir – disse o moreno ao se levantar.
- Você não pode ir! – disse Zell, reparando depois que falou o que não queria dizer em voz alta. – Er... você ainda nem jogou...
- Eu tenho trabalho para fazer.
- Sábado à noite, Leonhart? Salário de SeeD não tá sendo suficiente e precisa apelar para prostituição?
- Eu quero falar com você, Nida – disse Squall ignorando Seifer.
- Comigo?? Eu não fiz nada!
- Por que com ele? – perguntou Zell com uma pontada dolorida de ciúmes.
Antes que Irvine pudesse comentar alguma coisa ele lançou um daqueles frios olhares mortais para o cowboy e aproveitou para fazer o mesmo com Seifer.
- Venha aqui – disse Squall ao sair do quarto.
Nida engoliu em seco e o seguiu.
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- Ele é tão... Eu nunca encontrei um homem como ele... Ele vai comigo assistir comédias românticas, me acompanha em exposições de arte... Ele até desenha! Você tem que ver que desenhos lindos ele deixa escondido no quarto dele. Ele também gosta dos mesmos livros que eu... Ele disse que escreve poesia! Ele não me mostrou porque disse que tinha vergonha, mas eu vou tentar ver um dia desses... Se... Se... Ninguém ficar interrompendo a gente! ...Quistis, por que...
A moça escutava o quase choro desesperado de Rinoa.
- Demorou tanto para a gente ficar tão junto e...
- Rinoa...
Quistis sentia muito pela amiga. A relação com ela não era de uma amizade muito profunda, mas mesmo assim, ela se sensibilizava. Ela sabia que a Rinoa teve de superar muitas coisas quando seu namoro com Squall chegou ao fim e que havia demorado muito para ela se recuperar... Era muito azar quando depois dos quase dois anos sozinha e finalmente conseguido criar sentimentos por outra pessoa...
- Calma, vocês vão ter outras oportunidades...
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A moça estava precisando de uma boa noite de sono depois de um dia cansativo e de ter de consolar Rinoa, mas batidas soaram em sua porta e...
- Quistyyyyyyyyyyyyyyyyyyy!! Me salva... Eles estão tentando tirar minhas calças!! – disse Zell ao se jogar para dentro do quarto.
- Chicken, você perdeu no strip poker, ficar com calças é contra as regras – disse Seifer ao seguir o loiro bêbado.
- O que... – Antes de Quistis conseguir surtar, foi interrompida por um assovio.
- Nossa, que camisola sexy essa... – disse Irvine ao dar uma piscadela.
A loira lançou um olhar mortal ao rapaz, frio o bastante para rivalizar com o de Squall. Aquela invasão ao quarto de Quistis foi a gota d'água que mudaria o destino de quatro SeeDs para sempre... ou por alguns dias, pelo menos.
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Continua...
Esta é uma história yaoi sobre o relacionamento de Squall com Zell e Seifer com Irvine. Não há um "casal" principal, haverá um equilíbrio entre as duas duplas.
O texto contém humor, non-sense e drama. O meu foco é nas emoções dos personagens. Muitas das situações serão absurdas, voltadas para a comédia. Geralmente, não me importo com verossimilhança, é um universo bem livre. Embora o humor seja constante em muitas partes do texto, o drama também se fará presente: meus personagens ficam felizes e ficam tristes.
Sobre a linguagem:
Desconsiderem os erros nos diálogos, eles são propositais. Faz parte do meu estilo dar um ar um pouco mais natural às falas. No entanto, eu evito cometer erros nas partes do narrador, se acharem algum, podem me avisar.
Eu uso fanfictions para fazer testes do meu estilo de escrever, então vou desrespeitar algumas regras gramaticais de propósito, de acordo com o efeito que eu queira proporcionar. Normalmente, eles envolverão pontuação. Não é a minha intenção mudar a ortografia, mas pode acontecer em diálogos e, muito raramente, no restante do texto.
Eu não gosto de traduzir "Chicken", porque não gosto da ideia de como ficaria. Então vou deixar desse jeito. O mesmo vale para "Whatever" e mais algumas palavras.
