[Ato I]
» Porque toda história tem um começo.
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— Ai! Não, pára! Tá doendo, Sirius!
— Calma, só mais um pouco e passa, Aluado! Não reclama, a idéia foi sua!
— Não adianta, é pequeno demais!
— Shiu! Se entrou, vai ter que sair!
— Então puxa de um vez!... AAAAIII!
E, com uma estancada de força, Sirius puxou Remo pela cintura. Os tijolos da parede que haviam tentado comer sua mão batiam uns contra os outros como quem falasse palavrões. Sirius estava sentado no chão com Remo sentado em seu colo, de costas.
— Conseguimos! Tijolo malditos! Comam poeira! Sirius, eu te amo!
— Err.. — Sirius coçou a nuca — Você se importa em parar de comemorar no meu colo? Eu sei que você é muito apegado à sua mão, e tal... E eu também te amo. Mas com esses pulinhos corre o risco de que eu me apaixone!
Remo rapidamente se pôs de joelhos, com a expressão mais vermelha e sem-graça do mundo. Ainda de costas e, virando apenas o rosto para ver Sirius lado, pediu:
— Por favor, Sirius, me diz que aquilo era só a sua varinha!
Sirius arrastou-se para trás no chão, num fingimento de medo:
— Seu... Seu Snape! É óbvio que era só a minha varinha! Você não achou que... Eu... Você... Argh, Aluado! Você é doentio! — Falou arfando.
— Doentia é a mãe, seu puto! — Disse Remo levantando e espanando a poeira das calças com as mãos.
— Nisso — Sirius fez uma pausa — Você tem razão. — E imitou o gesto de Remo, sorrindo. — Agora vamos, o Pontas e o Rabicó tão esperando a gente!
— Pára com essa merda de Rabicó — riu —, o Pedro não gosta disso... — Disse Remo tomando a dianteira da cominitiva de duas pessoas que passava por um dos corredores secretos de Hogwarts.
— Pô! "Rabicho" é infinitamente mais gay. Rabicho, Rá-bicha... Mas se não fosse isso e o fato de o Tiago se transformar num veado eu estaria realmente puto por vocês me chamarem de ALMOFADINHAS. — Riu-se
Remo abriu a boca para falar algo, mas foi impedido pela voz do amigo, que já sabia o que ele iria dizer.
— Fui eu quem dei seu apelido e ele é o melhor de todos, então cala a boca e continua andando — Disse no tom mais sarcástico que a voz lhe permitia. E, três segundos depois, não aguentando e rindo.
Os dois seguiram a passos longos pelo chão de pedra até atingirem uma parede maciça e com pedras irregulares que, aparentemente, dava para o lado de fora do castelo. Remo abaixou-se a um dos cantos e fez sinal para que Sirius fizesse o mesmo.
— No três! Um... Dois..
— ... Dois e três quartos... — Disse Sirius, finalmente entendendo o sinal do amigo e abaixando-se.
— Três!
E os dois empurraram as pedras de canto, que pareceram cair em um buraco. Depois disso um vento frio pareceu sair da parede.
Remo estendeu a mão para um Sirius que coçava a nuca sem entender por que a parede não havia virado areia, reorganizado as pedras ou mordido a mão de Remo.
— Vamos, Almofadinhas! — E agarrou o amigo pela mão, passando pela parede de pedra, que ondulou como se fosse a superfície de um lago atingida por uma pedra.
Sirius teve o tempo apenas para colocar a mão na frente do rosto e se defender do choque que receberia. Mas não houve choque. E ele só reparou que haviam atravessado o que antes era uma parede sólida de pedras quando Remo já encaixava no lugar as pedras dos cantos do chão, que haviam caído um degrau.
O leitor agora pergunta-se de onde saíra o vento gélido que surgiu quando a permeabilidade da parece foi acionada. E a resposta para isso é simples: Ninguém sabe até hoje.
Pois bem, continuando: salvo aquelas duas pequenas rochas, toda a parede, vista desse lado, era translúcida e permitia a visão do corredor.
— Como diabos eu nunca soube disso aqui? — Perguntou Sirius, com os braços e o queixo pendendo de incompreensão.
Remo levantou-se, batendo as mãos para se livrar do pó, aproximou-se de Sirius e pôs o dedo indicador no queixo dele. Eram quase da mesma altura.
— Porque essa é minha surpresa pra você: nosso ninho de amor — Falou fazendo a maior expressão de canalha que seus traços quase infantis lhe permitiram.
Sirius agarrou o amigo pela cintura com o braço esquerdo:
— Então beije-me! — Falou com um sotaque — Beije-me como nunca beijou antes! — E colocou a mão direita sobre a boca de Remo, beijando as costas da mesma.
O loiro riu incontrolavelmente sob os dedos do amigo e após o longo "beijo" os dois tiveram de tomar compridos fôlegos para continuar.
— Agora sério, Aluado: só eu acho que não faz sentido uma passagem secreta dentro de OUTRA passagem secreta?
— Sirius, meu filho, — Pôs um das mãos no ombro do amigo — Nós estamos em Hogwarts. Desde quando as coisas aqui fazem sentido? Olha, vou colocar dessa forma: Baderneiros — E indicou apontando para o corredor além da parede. — Baderneiros Profissionais — Fez um gesto amplo indicando o pequeno salão onde se encontravam. Em seguida olhou para o chão e bateu o calcanhar duas vezes em uma pequena depressão. As pedras do chão diretamente à frente abaixaram-se em degraus e Remus terminou sua fala, apontando para a escada que se formava — Marotos!
— Sirius, Remo... Remo, Sirius. — Falou apontando para si e para o amigo — Apresentações feitas, você pode me dizer onde estamos indo?
— Cara! Você tava dormindo quando nós combinamos tudo ontem no dormitório, é?
— Pra falar a verdade... — Coçou novamente a nuca, sem graça — Estava...
— Sirius! Mas você tava respondendo a conversa!
— Lembra aquele feitiço de Terceira Consciência que eu usei pra aula do Binns?
Remo bateu com a palma da mão na própria testa.
— Pra você poder dormir e responder às perguntas dele!.. Cara... Livre-se disso!
— Eu esperei que você soubesse tirá-lo!
Os dois permaneceram em silêncio, um esperando resposta do outro. Sirius foi o primeiro a falar.
— Tá, eu conheço muito bem esta sua cara. Já ví que vou falar dormindo até casar. Ou até NÃO casar, né Aluado?
Remo já começara a descer os degraus e Sirius, quando percebeu, foi obrigado a acompanhá-lo, pois não reconhecia nada naquele caminho. O outro, na metade da escada, começou com as explicações que ele tanto queria.
— Tiago e Pedro foram há algum tempo no depósito da sala de poções buscar ingredientes. Nós estamos indo pra sala das caldeiras que fica abaixo da cozinha. A banheira dos monitores não vai servir dessa fez, precisamos de algo bem grande e muito quente. Um dos aquecedores desativados... — Sirius abriu a boca, mas Remo já sabia o que ele ia dizer e respondeu — Sim, Sirius, eu já estive aqui antes verificando tudo. — Sirius abriu a boca de novo e Remo novamente o impediu de perguntar já fornecendo a resposta — Quando você pegou a passagem pro dormitório feminino da Corvinal pra ver a Patil... Continuando: um dos aquecedores desativados vai servir. E você está vindo comigo por que é o melhor de nós em feitiços de conserto. Vamos dar um jeito no aquecedor até o Tiago chegar. Sim, ele está com o mapa que, caso você não tenha notado, eu não usei até agora.
— Ei, essa do mapa eu sabia, tá? — Disse Sirius com cara de criança chorona.
Remo pulou um dos degraus da escada e virou-se para Sirius com intenção de avisá-lo que fizesse o mesmo. Mas antes de poder falar o outro já tinha pisado onde não deveria e a longa escada de pedras perdeu os degraus, transformando-se em um comprido tobogã, no qual os dois caíram antes de ter qualquer reação.
Sim, leitor, ao que parece este era um truque muito em voga há alguns séculos, pois, além de Hogwarts, há diversos outros relatos de coisas parecidas por toda a comunidade bruxa do Reino Unido. Aparentemente isso foi uma importação egípcia, pois são naqueles mausoléus piramidais que se encontram as versões mais antigas deste feitiço.
Mas nada disso passou pela cabeça dois dois garotos que, dez metros e quatro gritos depois, finalmente chegaram ao chão, Sirius rolando por cima de Remo. Estavam face a face quando Remo, vermelho por vários motivos, falou:
— Sirius, você se incomoda de sair de cima de mim... Antes que se apaixone de uma vez?
Free Talk
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Bom, essa fic começou do nada como forma de prática para as
minhas fics definitivas dos Marotos (Em breve vocês saberão
o que isso significa ;-)
Ela está surgindo conforme eu escrevo e promete não ter
noção alguma.
Sobre mim, acho que já perceberam, que só escrevo fics deles,
não é mesmo?
Em todo o caso, espero que divirtam-se e gostem
d'O Quinto Maroto.
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