Largue O Paletó e Coma Uma Pizza
Sinopse: Ian quer ser como uma pessoa normal por isso pede ajuda a Amy, mas ele vai ter que ter muita paciência e, sobretudo, aguentar um certo garoto ninja.
CAPÍTULO 1 – MCDONALD'S. O QUE É ISSO?
O garoto sabia que aquilo não acabaria bem.
Ele olhou para a sua mão, que estava entrelaçada com a mão de uma garota, e não pôde evitar o pensamento que, se ele não tivesse aceitado o convite, talvez ele nunca a veria.
Mas também não pôde evitar a careta de nojo quando viu o lugar para onde ela o estava levando. O lugar tinha telhados vermelhos que lembravam os de uma casa. Pendurado no meio estava um grande M amarelo reconhecível... pelo menos para a maioria das pessoas.
— Amy. — A testa do garoto estava franzida. — O que é isso?
Ela revirou seus olhos.
— Chama-se McDonald's. — Ela o olhou, zombeteira. — A maioria das pessoas sabe o que é o McDonald's.
Ele fechou a cara, sentindo seu rosto cor de canela ficar levemente vermelho.
— E o que vende nesse lugar? — Ele olhou através das paredes de vidro, onde se via adultos segurando bandejas e crianças segurando brinquedos dentro de plásticos. Quando os dois estavam próximos o bastante da rede de fast food, e uma pessoa abriu a porta, Ian sentiu o cheiro de gordura que vinha daquele lugar. O estômago de Ian se embrulhou. Que cheiro horrível!, pensou, tentando não levar a sua mão livre ao nariz. Como essas pessoas conseguem aguentar? Ele olhou para Amy, que não parecia incomodada com aquele cheio peculiar, e parecia até satisfeita ao senti-lo.
— Vende-se comida — respondeu ela. Ela agora tinha um sorrisinho sarcástico em seu rosto. — Fast food.
— Fast... o que?
Amy comprimiu os lábios para não rir. Ian percebeu isso e mais uma vez sentiu o rubor subindo às suas bochechas.
— Venha. Eu vou lhe mostrar — ela disse, puxando-o pela mão.
Amy e Ian ficaram próximos da fila, parados na frente do menu.
— Hmmm... Você deveria experimentar o hambúrguer com queijo daqui. É delicioso! Mas se você preferir, tem também o McChicken. Ou o cheeseburguer. Ou talvez o BigMac. Ah, eu quero experimentar esse CBO. Eu amo as tortas de maçã. Oh meu Deus! — Ela gritou de repente, os olhos verdes arregalados, fazendo Ian pular. — É uma torta cheesecake! E o McFlurry ovomaltine! — Ela recuperou o fôlego, e depois olhou para Ian, que a encarava. — Desculpe, eu me empolguei.
Ian levantou uma sobrancelha, mas não disse nada.
— Então — disse Amy —, o que vai querer?
— Vou querer do que?
Amy o olhou, exasperada.
— Da comida!
— Que comida?
— Aquelas que eu te falei há dois minutos atrás!
— Ah, aquilo? Espera, aquelas coisas são nomes de comida?
— Argh!
— Ei, não precisa se irritar! — Ian tentou acalmá-la. — Você pode repetir, por favor?
Quando o seu pedido chegou, Ian não sabia bem o que era. Era uma coisa redonda, com dois pães em forma de círculo, um em cima e o outro em baixo. Entre eles havia carne e queijo. O nariz de Ian se torceu.
Amy, por outro lado, encarava o seu hambúrguer como se ele fosse uma dádiva.
— Não vai comer? — perguntou, ao perceber que ele nem tocara no hambúrguer.
— Er, eu já ia. — Ele olhou para a mesa, a procura dos talheres. Quando não os viu, indagou para a sua acompanhante, que, logo em seguida, começou a rir. Ian a encarava, confuso.
— O que houve? Eu disse alguma coisa errada? — Talvez seja o meu sotaque... Não, isso não é possível...
Amy tentou engolir o riso, percebendo pelo canto do olho que algumas pessoas a olhavam. Com esforço, disse a Ian:
— Nós comemos com as mãos, Ian.
Ian a encarou com horror.
— Com as... mãos? Isso é tão... horrível. Anti-higiênico. Antigo. Repugnante. E...
Ela o interrompeu, impaciente.
— Já entendi. Mas você me procurou para isso, não é? — De repente, ela parecia estar em dúvida. Seus olhos jade estavam quase suplicantes. — Tentar ser um garoto normal, fazer o que as pessoas normais fazem... não é?
Ele suspirou, ajeitando o seu cabelo negro impecável com a mão, desviando dos olhos dela. Sim, ele pedira ajuda a Amy Cahill. E ele estava pronto para jogar a toalha.
— Eu... não sei. É tão difícil — confessou, sentindo-se estúpido. — A minha vida inteira eu comi com talheres de ouro e importados. Eu sei, é estúpido.
Amy ouvia tudo em silêncio. E não pode evitar um aperto na sua garganta. Ela quis desesperadamente ir até ele, abraçá-lo, dizer que tudo ficaria bem. Mas ela só estendeu a mão e tocou na dele. Ian se sobressaltou levemente e a encarou em choque. Quando viu que seu rosto não expressava repreensão, aceitou a sua mão. Ele a apertou levemente, sentindo o calor que vinha dela. Ele tentou com todas as suas forças evitar sorrir como um idiota para ela. Mas era isso que ele era. Um idiota. Um idiota que quebrara o coração dela na Coréia, que a traíra várias vezes por causa das pistas.
Quando ele se viu, já estava sorrindo. Amy ficou momentaneamente paralisada, não deixando de perceber pela bilionésima vez que seu primo era muito bonito. Então, se amaldiçoou por ser tão boba. Não pense nisso, ela disse a si mesma. Retirando delicadamente a sua mão da dele, e tentando não mostrar o quanto aquele momento a abalara, ela disse:
— Agora coma esse hambúrguer. — Amy tentou sorrir. — Temos muitas coisas para fazer.
Ian gemeu. Ia ser um dia longo.
Então, gente, gostaram? Comentem, por favor! Eu estou falando sério!
