Disclaimer: Lost não me pertence, quem dera eu tivesse tido a ideia primeiro! :P
Categoria: Romance/ Drama
Censura: Smut
Shipper: Sana
Sinopse: James parou de acreditar nas mulheres. Ana também não acredita mais nos homens e ambos só têm um objetivo na vida: se dar bem às custas do sexo oposto. Duas pessoas solitárias tentando encontrar um sentido para suas vidas.
Um Beijo Roubado
Capítulo 1- Porque tudo tem uma razão.
- Esse é o melhor lugar onde um homem pode estar, Miles. No mar!- disse o multimilionário James Sawyer Ford ao seu melhor amigo policial Miles Straume. Os dois estavam pescando juntos no deque principal do iate dele que navegava há poucos metros do porto de uma das praias mais badaladas de Los Angeles. A maré estava calma e eles podiam ver com facilidade os peixes debaixo das águas azuis quase transparentes.
- Mas ainda estamos perto da praia, Sawyer.- disse Miles em tom divertido. – Você é um falso aventureiro, meu amigo. Pelo menos quando se trata de aventuras que não envolvam mulheres.
Sawyer observou as ondas quebrando na praia ao longe e tomou um gole de sua bebida, sorrindo quando voltou a olhar para Miles.
- Ah, lá vem você! O que foi que eu fiz dessa vez?
- Eu leio os jornais, sabia?- provocou Miles. – Li aquela matéria sobre o fim do seu romance de uma semana com Shannon Rutherford, aquela bela modelo que você conheceu em Cancún. A garota parecia mesmo arrasada nas fotos da revista. Ela afirmou que iria curar a dor de seu coração em uma longa viagem para a Austrália.
- Miles, você sabe que tudo que tem um começo tem que ter um fim! Foi divertido com a Shannon, mas acabou. Além do mais, você acha que ela está mesmo arrasada? Toda essa coisa de coração partido traz publicidade, e fora isso, dei um apartamento de luxo de presente para ela em Sidney. Por que acha que ela foi pra lá?
- Deu um apartamento para uma mulher com quem saiu durante uma semana?- Miles perguntou piscando os olhos, incrédulo.
Sawyer deu de ombros.
- Eu gosto de tratar as mulheres com consideração, Miles. Você acha que eu ia terminar com ela e deixá-la sem nada? Ela era uma boa garota.
- Você está ficando cada dia pior!- Miles apontou o dedo para ele. – Está virando um cínico. É uma mulher a cada sete dias, às vezes menos, desde que se divorciou de sua esposa. Entendo que tenha ficado chateado com o fim de seu casamento, mas já faz um ano. Não acha que já está na hora de superar e seguir em frente?
- Miles, eu não entendo por que se preocupa tanto com essas garotas. Elas todas são adultas e sabem o que estão fazendo. Não me envolvi com nenhuma menina inocente e sempre as deixo muito satisfeitas, mesmo depois que o romance acaba.
- Eu não estou preocupado com elas. Estou preocupado é com você. Sawyer, você não costumava ser assim cara. Quando conheceu a Darla...
- Não me fale no nome dessa mulher!- disse ele com rispidez. – Quatro anos de casamento e ela me traía com a metade dos homens que vivem no Estado da Califórnia. Isso sem falar que ela nunca quis me dar um filho.- ele acrescentou com amargor. – Não, Miles, as mulheres são assim. Essa é a natureza delas. Sugam tudo o que podem de você e depois te deixam com a cara na lama. Isso, meu amigo... – ele ergueu seu copo para o ar e tomou o resto de vinho branco que havia nele. - ...nunca mais irá acontecer comigo!
- Você não pode dizer que todas as mulheres são iguais só porque não deu certo com uma delas.
- Aí é que você se engana.- Sawyer retrucou. – Conhecer a fundo uma delas foi o suficiente para que eu evite aborrecimentos futuros. Por isso eu digo, mulheres na minha cama, sim, mulheres na minha vida, jamais outra vez!
- As feministas te afogariam no mar!- disse Miles, rindo. – Está certo, eu não falo mais nada. Continue seus romances com modelos fabulosas, atrizes incríveis, socialites... mas o que aconteceria se você descesse do Olimpo uma vez e se apaixonasse por uma simples mortal?
Sawyer ergueu uma sobrancelha e tentou acompanhar o raciocínio do amigo.
- Uma moça do povo.- Miles continuou. – Uma mulher de sentimentos puros e com o desejo simples de se casar e te dar um herdeiro para reinar no Olimpo quando você se aposentar?
Ele deu uma gargalhada.
- Você está impossível hoje. Acho que já bebeu demais!
- Eu estou falando sério.- Miles o cutucou. – Agora mesmo ali na praia deve estar cheio de garotas como a que eu acabei de descrever, bonitas, meigas e inteligentes, mas sem patrocinador, entende?
- Entendo.- disse Sawyer.
- Você seria capaz de olhar para alguma delas? Talvez pudesse encontrar o que está procurando. O chinelo velho para o pé descalço como dizem.
- Eu não acredito que exista um chinelo que sirva de verdade no meu pé, Miles. Mas valeu a tentativa!
- Hey!- Miles gritou de repente porque algo grande puxou seu anzol para baixo e quase o levou junto.
- Uau! Esse é enorme, Miles!- gritou Sawyer olhando o enorme peixe que se debatia dentro da água depois de ter sido fisgado pelo anzol de Miles.
Um dos empregados do iate veio ajudá-los depressa e depois que eles conseguiram colocar o peixe para dentro do barco, Sawyer ordenou que o capitão fizesse a volta para a praia.
- Mas já vamos voltar?- perguntou Miles sem entender. – Achei que jantaríamos no iate.
- A sua teoria me deixou com vontade de dar uma olhada nas beldades que possam ter na praia. De repente encontro uma moça do povo que esteja disposta a dar uma volta comigo.
- Você não presta!- disse Miles com ar reprovador. – Vai mesmo bancar o ricaço gostosão para trazer uma bela mocinha de biquíni para o seu iate?
Sawyer colocou um autêntico quepe de capitão sobre os cabelos loiros que batiam à altura dos ombros.
- Como eu estou?
- Boa sorte.- disse Miles, segurando o riso. – Eu espero que alguma delas jogue areia em você!
- Veremos, meu amigo, veremos.
Cerca de quinze minutos depois o iate atracou no porto e Sawyer calçou seus chinelos para caminhar despreocupadamente pela areia da praia. Era quase fim de tarde e o sol já tinha perdido quase toda sua força. A temperatura estava muito agradável.
Ele observou casais andando de mãos dadas à beira da praia, velhinhos caminhando e conversando, e crianças brincando, correndo de um lado para o outro. Sawyer adorava crianças. Sentia muita vontade de ter um filho e os pais dele que agora viviam na Europa, adorariam ter um neto. Mas ele sabia que isso estava fora de cogitação. Depois da terrível experiência que fora o seu casamento com Kate, não queria cometer os mesmo erros. Era melhor continuar tocando os negócios da família e curtir sua vida. Se envolver de verdade com alguém, nunca mais.
Sawyer molhou os pés nas ondas e sorriu consigo ao se lembrar das palavras do amigo Miles. O policial preferiu ficar no iate aguardando servirem o jantar preparado com o peixe que ele mesmo tinha pescado. Miles era seu melhor amigo, mas Sawyer o considerava um romântico e ingênuo demais.
Quanto a ele mesmo, Sawyer pensava em si como um homem de coração amargo, mas racional o bastante para se proteger de romances sem futuro. Era óbvio que ele não estava procurando por uma garota na praia, saíra apenas para dar uma caminhada e provocar Miles, mas ela apareceu assim mesmo e todos os sentidos de Sawyer ficaram em estado de alerta quando a viu pela primeira vez.
Ela corria pela praia atrás de um magnífico cão da raça labrador, de pelos claros e brilhantes. O animal trazia em sua boca um disco de borracha colorido e corria o mais depressa que podia para que sua dona tivesse mais trabalho em pegá-lo. A moça usava apenas um biquíni pequeno, branco com estampas de bolinhas azuis, sua pele era naturalmente bronzeada, seus cabelos longos, semi-cacheados e negros, caindo pelas costas e o corpo malhado era de tirar o fôlego.
Os olhos azuis do milionário prenderam-se naquela bela figura que exalava juventude. Ela não devia ter mais que vinte e quatro anos e sua vivacidade parecia atrair olhares de admiração dos homens e olhares invejosos das mulheres na praia. Não era qualquer uma que podia correr daquele jeito usando apenas um biquíni e se sentir tão à vontade.
- Vincent!- ela gritou, chamando pelo cachorro que agora corria na direção dele.
Sawyer estava tão paralisado diante da beleza dela que só percebeu que seu encontro eminente com o cão aconteceria quando o enorme animal jogou suas patas sobre ele.
- Vincent, não!- ela gritou, mas era tarde demais, Sawyer estava no chão. Vincent tinha largado o disco na areia e agora lambia o rosto do milionário com efusividade.
- Ai, meu Deus!- Ana-Lucia exclamou. – O senhor está bem?
Continua...
