Muitas vezes em nossa vida cometemos erros, sejam erros grandes, sejam pequenos, todos tem consequencias, e essas consequencias ás vezes não modificam só a nossa vida, mas as das pessoas ao nosso redor, e principalmente as que mais amamos, e até mesmo as nossas gerações futuras.
AS SOMBRAS DE UM PASSADO
Terminou a leitura feita com muita atenção e colocou o papel visivelmente desgastado pelo tempo em cima da mesa. Dessa vez não tinha esquecido nenhum dos ingredientes.
Se aproximou do fogão e ligou o forno.
Olhou com satisfação a massa pronta em cima da mesa, ia comer bolo de chocolate, sorriu para si mesma, mas ao lembrar do único porém seu sorriso se desfez, iria fazer isso sozinha.
"Izaoi suspirou longamente olhando os livros espalhados na mesa.
-Tudo bem, podemos trocar o conteúdo, para que não fique cansativo para você... - O rapaz comentou puxando o livro de história dos braços da moça. -O que acha de matriz?
-Nani!? -
-Bom, se não quiser matriz, podemos tentar elétrons?-
-Porque você não pega a história, a matemática e a química, faz um bolo e come? -
-Ignorando o seu sarcasmo, eu não faço porque eu prefiro bolos que não envolvam cálculos ou conhecimentos gerais, como chocolate por exemplo.-
A garota riu, era incrivel como ele conseguia faze-la se sentir bem apesar de toda tensão que ela sentia naquele momento.
-Gomen ne pelo sarcasmo e pela grosseria, eu não estou muito bem... -
-Tudo bem, o que acha de escolher uma das opções que eu te dei agora? -
-Hai. Desistir é para os fracos... - Ela comentou levantando a cabeça em sinal de guerreiro ferido que volta a luta. -Vamos tentar... eletrons?
-Hai.-
Após alguns minutos de leituras e boas explicações da parte dele a garota abaixou a cabeça novamente.
-Vai desistir? Você sabe que desistir é para os...-
-Eu sou fraca... - Ela interrompeu puxando um sorriso dos lábios dele.
-Nós não estudamos quase nada, sabia? -
-Mas eu estou cansada... -
-De resmungar? De bufar? Ou de criticar meus métodos de ensino? -
A garota estreitou os olhos, lançando uma almofada no rapaz em resposta.
-Sabe que espécies utilizam a força bruta, são aquelas espécies que não tem capacidade de se fazer entendida com o diálogo e...-
Ele parou de falar ao notar o gesto infantil de colocar a lingua pra fora que a garota fazia para ele.
-Esquece... eu estou com fome, quer comer o quê? -
-Bom, eu não posso... eu já comi.-
-Come de novo... - Ele sugeriu irônico.
-Iie! Está perto demais do baile de Inverno pra que fique comendo desse jeito... -
O garoto riu.
-Quer acabar com a comida do baile, não é? -
-Está de brincadeira, não é? Qualquer um sabe que as garotas não comem perto do baile de inverno para poder entrar no vestido... -
-Então pode desistir... -
-Nani!? Está querendo dizer que nem com dieta eu consigo entrar no vestido!? -
-Iie... -
-O que quiz dizer então? -
-Que você pode comer muito e ainda assim entra no vestido, satisfeita? -
-Acha mesmo!? -
Ele afirmou com a cabeça.
-Mas não leve minha opinião tão a sério, tem que se preocupar com o que pensa aquele que vai te levar ao baile... -
O comentário dele fez com que ela suspirasse cansada.
-Ele nem me convidou ainda... -
-Sério!? -
-Seríssimo... acho que ele já deve ter outras na lista...-
-Não fique assim, lembra aquela receita de bolo de chocolate? Eu fiz ela ontem pra quando você viesse estudar aqui... -
-Arigatou Inu-kun! -
-É... eu sabia que isso ia te deixar melhor... fique ai que eu te trago um pedaço... - Com essa frase ele saiu para a cozinha voltando minutos depois com dois pedaços de bolo de chocolate e dois copos de suco."
O som do despertador arrancou Izaoi de seus pensamentos.
O bolo estava pronto.
O seu nunca havia ficado parecido com o dele, mas ainda asism dava uma vaga lembrança... acho que faltava o principal ingrediente... amor.
-Vai me acompanhar? - O rapaz perguntou vendo o pai concentrado em estacionar.
-Claro... - O pai respondeu desviando o olhar para o filho se arrependendo logo depois por ouvir uma estrondosa batida.
-Porque fez isso? - O rapaz interrogou olhando a expressão boba do pai ao ver seu para-choque amassado. -Não havia necessidade alguma de responder olhando pra mim...
-Não acha que foi proposital, acha? - Retrucou o homem com um sorriso enquanto o rapaz se perguntava como ele conseguia sorrir e um dos piores momentos da vida urbana, como esse.
-Pretende entrar comigo? -
-Ora Sesshoumaru,desde quando faz a mesma pergunta duas vezes? E além do mais você ja sabe dirigir, qual seria meu intuito em lhe trazer e esperar no carro? -
-Não sei, talvez bater novamente nos carros alheios e me mandar sair na frente, para que eu passe outro momento constrangedor na minha vida de filho com um pai irresponsavel... - Ele ironizou, e apesar de manter a expressão séria.
-Não exagere tanto... -
-Exagero? Acho que esqueceu do que aconteceu ontem a noite... -
-Sabe muito bem que o incidente no supermercado não foi minha culpa, tinha uma mulher louca com motorista! -
-Uma mulher louca com um carro parado. -
Inu Tasho abriu a boca para falar, mas fechou novamente, não tinha como argumentar.
-Mas de qualquer jeito foram só alguns aranhões! - Ele tentou se justificar minutos depois, quando havia terminado de estacionar o carro.
O rapaz suspirou disistindo de manter um diálogo construtivo com seu próprio pai.
-Vai ou não sair do carro? -
-Quer que novemente eu vá na frente? - O rapaz perguntou incrédulo.
-Se fizer o favor... - O pai respondeu apontando a mulher dona do carro ao lado olhando enfurecida para o grande "acontecido" na traseira do seu carro.
-Ora senhor Takeda, não vou arcar novamente com irresponsabilidades alheias. -
-Então vamos ficar aqui até... -
O rapaz respirou fundo com a imaturidade do pai.
Sempre tinha medo de encarar os próprios erros.
E tendo absoluta certeza de que eles realmente ficariam no carro até que ele abrisse a porta, assim o fez.
Assim que viu o rapaz descer,o mais velho o acompanhou, ainda tentando ter a certeza de que ninguém o vira descer da porta do motorista.
-Vai arcar com isso não meu rapaz? - Uma senhora com baixa estatura perguntou ao ver o rapaz descer do carro e caminhar até ela.
E antes de falar qualquer coisa para de descomprometer seu pai enterviu.
-Não se preocupe senhora, eu o farei arcar com todos os custos, além de obriga-lo a se desculpar pelo mal comportamento, onde já se viu um adolescente fazer isso com o carro de uma senhora e ainda tentar se justificar? -
O rapaz olhava para o pai com a expressão de sempre, se fosse a primeira vez que isso acontecia até estaria surpreso, mas agora já estava até acostumado.
O homem abriu a carteira tirando de lá um talão de cheque.
-Tem idéia de quanto vai custar? -
A senhora que se sentia desconcertada por não poder abrir a boca e descontar todo seu estresse matinal em um adolescente que batera em seu carro, que acabou demorando alguns minutos até assimilar a pergunta do senhor.
-Bom... o senhor é homem... deve entender melhor de carro, oficinas e esse tipo de coisa... -
Inu Tasho sorriu gentilmente.
-Claro. - Ele finalizou assinando o cheque e entregando a ela.
-Que bom que nos tempos de hoje ainda existem pais responsáveis, que impõe limites aos filhos. - Comentou a mulher pegando o cheque e caminhando até o carro.
Sesshoumaru deu um sorriso irônico que foi percebido pelo pai que também deu um, mas no segundo caso foi um sorriso de diversão ao ver a expressão de desaprovação do filho.
-Eu teria vergonha... -
-Ora Sesshy querido, eu vou paguei não paguei? -
-Quer que eu reclame primeiro do apilido ou das verdadeiras razões para eu estar aborrecido, pois pode ter certeza que não tem muita relação com a parte financeira. -
-Olha! - O pai falou apontando animadamente a faculdade.
-Eu a vejo todos os dias e posso afirmar com toda certeza que não há nada de tão interessante no portão ou no saguão de entrada. -
-O portão... está azul! - Ele continuou como se não estivesse escutado Sesshoumaru.
-Bem... é normal mudarem a cor todo semestre não? -
"-Inu-kun! - Ela gritou correndo até o rapaz e enlaçando-o em um forte abraço, como se ele fosse um grande ursinho de pelúcia.
-Bom dia também Izaoi... - Ele respondeu com um pequeno sorriso correspondendo cordialmente o abraço.
-Como foram as férias!? -
-Cinco dias de recesso por recessos não são férias no meu vocabulário. -
A garota mostrou a lingua.
-Então, como foi o seu recesso? -
-O de sempre... -
-Olha! - Ela falou apontando entusiasmada a entrada da faculdade.
-O quê? -
-Olha lá! - Ela repetiu continuando a apontar pro mesmo lugar.
-Estudamos aí todos os dias Izaoi, o que pode haver de tão interessante? -
-O portão... está verde! - Ela respondeu como se fosse algo esplêndido.
Ele sorriu com o canto dos lábios pela infantilidade da garota.
-Ah! Fiz você sorrir! - Ela comentou dando um sorriso triunfante.
-Parabéns! - Ele ironizou.
-Arigatou Gozaimasu! Foi uma tarefa difícil, já que você é todo metido a menino diciplinado!-
-Estranho esse seu jeito de caracterizar as pessoas... na minha visão eu sou uma pessoa responsável! -
-Na minha você é um chato! -
O garoto deviou o olhar do dela se sentindo meio constrangido pela últimas palavras proferidas por ela.
-Mas é o chato mais fofo e que eu mais amo do mundo! -"
-Pai!? -
Inu Tasho balançou a cabeça para tentar voltar a realidade.
-O senhor está bem? - Sesshoumaru perguntou, e por incrivel que pareça, o tom de sua voz lembrava preocupação.
-Sim... -
-Que bom... ficou sério de repente... e como só te vi sério umas cinco vezes na minha vida, sendo que três dela foram no funeral da minha mãe, fiquei preocupado... -
-Interessante te ouvir falar a palavra "preocupado" se referindo a si mesmo... -
-O humor bobo voltou! Vamos andando que agora tenho certeza que você está bem... -
-Que pena eu não ter um gravador quando você age desse jeito... -
Sesshoumaru sorriu pelo quanto dos lábios.
O bom e bobo pai de sempre.
-Falando sério, estava pensando em que afinal? -
Inu Tasho ficou sério novamente.
-Lembranças...-
-De quem? -
-Uma bela mulher... -
-Minha mãe?-
O pai sorriu.
-Vai ficar chatedo se eu responder que não? -
-Nunca fala da minha mãe, e eu sei que não é por que não gosta de lembrar da dor de te-la perdido... -
-Hey! Eu gostava de sua mãe... -
-Mas aposto que gostava mais da que invadiu seus pensamentos agora não é? -
-Bem... como pode saber?-
-É só comparar o jeito com que falou "sua mãe" ao jeito que falou "uma bela mulher". -
Inu Tasho suspirou, era verdade, mas comentar ou lembrar algo de Izaoi era algo doloroso demais para se fazer.
-E então? -
-Então o que!? -
-Não vai me contar sobre ela... -
-Olha Sesshoumaru! Não é a senhorita Tahiko ali? - Inu Tasho perguntou acenando para a menina que começou a caminhar até eles, um Inu Tasho sorridente, e um Sesshoumaru não muito bem-humorado.
Bom gente, é isso aí... tinha muito mais coisa... mas isso é só um pouquinho, mas nós nem entramos na principal trama da histório Inu e Kagome, mas é importante saber da história desses dois aí primeiro, se vocês leram e gostaram, uma review seria muito bem vinda.
Arigatou e Ja Ne
