Prólogo

Um par de olhos claros fitava tristemente o horizonte. Aquilo era uma despedida, ele bem o sabia. Lágrimas silenciosas passeavam pelo belo rosto infantil. Lar. Família. Aquelas doces palavras estavam sendo deixadas para trás. Como exigir isso de uma criança?Apesar de tudonão havia revolta naquele pequeno coração, apenas uma lacerante melancolia. Mãe. Pai. De agora em diante seriam apenas palavras ditas ao vento, ninguém mais responderia a esse chamado. O menino de traços delicados virou as costas para Goteborg, a terra que abandonava. Parecia querer eternizá-la na memória enquanto as lágrimas ainda não lhe turvavam totalmente a visão. Caminhou pelo pequeno barco que o transportava. O vento gelado do Mar do Norte serpenteava-lhe os cabelos sedosos. Um enorme senso de responsabilidade tomava-o agora. "Cavaleiro de Athena", murmurou entre soluços.