Título: Afinal, o que se passa aqui?

Autora: Ari.Riku

Notas de Autora: Alerta! Contém relação homosexual…¬¬

Disclaimer: Snif… Snif… Pois, infelizmente Yami No Matsuei pertence a Yoko Matsushita e não a mim… Tenho de agradecer à sua mente de génio por criar três personagens que AMO: n.n Tsuzuki (o amor da minha vida… ainda que ninguém saiba), Hisoka (um excelente actor… sim, porque ele não é mal-humorado como todos pensam.) e Muraki (leram bem, sim ¬¬. Não é necessário esfregarem tanto os olhos porque o nome não vai desaparecer. Têm de admitir que ele até é engraçado… e a cor do cabelo dele é fenomenal…)

Okay, respirar fundo, contar até 10: 1... 10... Não acredito, escrivi mesmo uma fic! Estou muito contente, é a primeira vez que faço algo assim, finalmente ganhei coragem... (Hei! Eu ouvi isso, mas mais vale tarde do que nunca não é? ¬¬)

Vamos lá ver se sou tão boa a escrever como sou a ler... Hum não me parece mas aqui vos deixo a minha primeira fic, não sejam muito mauzinhos, sou apenas uma rapariga que adora torturar as personagens das suas séries favoritas, que mal há nisso? o.ô

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Numa manhã chuvosa em que a qualquer momento a luz poderia faltar, uma pobre alma não despregava os olhos do monitor, empenhada em manejar diabólicamente o destino das personagens de Yami No Matsuei. Até que...

-Onde está o meu bolo? – a escritora levanta-se da cadeira muito mal -humorada e começa à procura do seu querido bolo mas sem muito sucesso, até que a sua mente se ilumina. – TSUZUKI!

-O que aconteceu? – pergunta Tsuzuki que entrou nesse momento com cara de "eu não quebro nem um prato" e que evidentemente não engana a escritora.

-O meeeeeeuuuu bolo?

-Que bolo?

-O bolo que deveria estar aqui e, adivinha, não está! ¬¬

-Tinha um cremoso creme de chocolate de leite e uns morangos frescos e suaves?

-Sim, esse mesmo! n.n – exclama a escritora com esperança de que o seu bolo ainda se consevar-se sem ser dentro do estômago de Tsuzuki.

-Hã... não sei, não o comeste já?

-Creio que se o tivesse comido me lembraria... o que só deixa outra hipótese.

-E qual é? – pergunta Tsuzuki assustado e a olhar para os lados à procura de algo para se esconder.

-Que tu o comeste!

-Eu não o ... – vendo a escritora cada vez mais furiosa e com duas chamas no lugar onde deveriam estar os olhos acaba por dizer – está bem, admito que o comi, não consegui resistir foi mais forte do que eu!

-Mas tu tinhas a tua fatia, e agora fiquei sem pequeno-almoço e eu preciso dele!!! ¬¬

-Desculpa, eu sei que preciso de me curar, sou dependente do acúçar, tu sabes... Além do mais, necessito de muito alimento para enfrentar o que me reservas na tua fic.

A escritora ri maquiavelicamente e Tsuzuki retrocede um passo com medo.

-Tens razão, aconselho-te a ter muito cuidado meu querido Tsuzuki, nunca se sabe o que te pode acontecer... Muahahaha

Tsuzuki engole em seco e os seus olhos abrem-se mais do que o normal.

-O que é que a tua mente diabólica me preparou?

-Oh, já vais ver...


Capítulo 1

Tsuzuki observava a movimentada rua nocturna através da janela do hotel. Ninguém parecia se dar conta do que estava realmente a acontecer, tudo parecia como sempre. Um trânsito que não cessava com o cair da noite e que enchia o ar com o barulho de buzinas, o vento abanava os candeeiros e as luzes dos mesmos tremiam, ruídos vindos de alguns lugares suspeitos eram, apesar de baixos, ainda audíveis e uns dois ou três indivíduos andavam a passo arrastado e sem equilíbrio pelo passeio e que, muito provávelmente acabavam de sair de algum bar. Poderia apostar que um deles não chegaria a casa (pelo menos com vida) pois num beco entre dois prédios, uns metros mais à frente dos três indivíduos, e que era visível do local onde estava, dois sujeitos esperavam as suas próximas vítimas. Não sabia se eram assaltantes ou assassinos, mas não se podia esperar nada de bom.

Deu um longo suspiro. Precisava de alguma coisa doce, talvez um dos bolos de chocolate que tinha comprado à apenas uns minutos... Foi até ao armário e depois de retirar um bolo que parecia no mínimo delicioso, sentou-se na cama encostando as costas à almofada.

Não iria salvar os três indivíduos que nesse momento aproximavam-se de uma morte segura e isso exigia todo o seu autocontrolo. O seu trabalho era encontrar aqueles a que estava encarregado de levar ao outro mundo para ser julgado. No entanto isso não lhe agradava nem um bocado, muito pelo contrário, odiava ter de o fazer. E agora ficava ali sentado enquanto que na rua lá embaixo morria alguém. Tinha prometido que não interferiria em nada que não fosse o seu novo caso. O novo caso...

Há algumas noites começaram a haver umas mortes estranhas no parque e todas elas possuíam muitos aspectos em comum. Os corpos das vítimas tinham os olhos brancos e vidrados e uma marca na palma da mão que dava a sensação de ter sido marcada com algo incandescente. Era um círculo com uns estranhos símbolos no meio e que Watari ainda não tinha decifrado do que se tratava. No dia seguinte, com Hisoka, começaria a investigar o que andava a matar essas pessoas durante a noite. Já tinha estabelecido um padrão. O que quer que fosse o assassino só atacava no parque e às sextas-feiras.

Começou a ordenar os muitos papéis que estavam espalhados em cima da cama e nos quais escreveu anotações sobre o caso e, enquanto lia pela vigésima vez o que tinha escrito, foi adormecendo.

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Entrou no departamento práticamente a correr. Nem sequer teve tempo de tomar o pequeno-almoço, o que era bastante grave. Todos os presentes calaram-se quando apareceu e olharam para ele resignados.

Havia coisas que realmente não mudavam...

-Não podes chegar a horas? É assim tão difícil? – inquiriu bruscamente um rapaz de 16 anos com um porte sério e com grandes olhos verdes e inespressivos meio escondidos entre um cabelo castanho claro que lhe caía ligeiramente sobre a face.

-Adormeci, tive a estudar o novo caso até tarde e acabei por não ouvir o despertador, Hisoka.

Hisoka deu um suspiro de irritação e voltou a sua atenção para a imagem que aparecia no computador. Era sempre a mesma coisa. Tsuzuki comportava-se, na maioria das vezes, como uma criança e, apesar de já ter mais de 90 anos, não demonstrava nem a maturidade nem a experiência dessa idade.

-Temos uma pessoa que testemunhou um dos assassinatos. – revelou Tatsumi sériamente.

Hisoka olhou para Tatsumi e em seguida para as suas mãos. Lembrava-se muito bem qual havia sido o preço que teve de pagar por presenciar um homicídio cometido por Muraki. Nunca tinha sentido tanto medo como naquele momento e medo era uma emoção que fazia parte do seu quotidiano. Não havia um único dia em que as suas lembranças não o torturassem. Quase não dormia por causa disso e quando o fazia acordava a meio da noite banhado em suor. Nunca se livraria de Muraki...

Tsuzuki sentou-se numa das cadeiras da comprida mesa e reparou em Hisoka. Apesar de não mostrar nenhum dos seus sentimentos e agir com arrogância e frieza, Tsuzuki sabia que isso se devia ao seu triste passado. Um passado que, tal como o seu, o perseguia para onde quer que fosse. Tsuzuki viu que a máscara de Hisoka que há momentos atrás havia fraquejado voltava a erguer-se. Uma máscara que escondia a solidão, a tristeza, a insegurança e o medo de alguém que não conhecia outras emoções a não ser essas.

-Onde está? – perguntou Hisoka.

-Em casa dos seus avô, ficou muito afectado psicológicamente depois do que viu no parque. Não consegue sair de casa sozinho e até tem medo da própria sombra. – explicou Tatsumi.

Tsuzuki levantou-se e sentou-se ao lado de Hisoka para ler a ficha de identidade da testemunha, no computador. Devia ter preseciado algo mesmo muito bizarro para ter ficado assim tão afectado.

Segundo os dados, o seu nome era Kurosawa Asukai, tinha 18 anos e era estudante. Era orfão de pai e mãe, ambos tinham morrido em situações consideradas estranhas, mas não mencionava precisamente o motivo das suas mortes. Vivia com os seus avós desde então, ou seja, desde os 10 anos.

-O que temos de fazer então? – perguntou Hisoka levantando-se e colocando as mãos nos bolsos como costumava fazer sempre.

-Têm de apresentar-se em casa dos seus avós como dois detectives e obter o máximo de informação que conseguirem. – disse Tatsumi.

-Isso seria fácil se não tivesse Tsuzuki sempre a estragar tudo. – disse Hisoka.

Tsuzuki parou de ler quando ouviu Hisoka e ficou na sua forma chibi-neko para começar a chorar.

-Hei! Eu não estrago sempre tudo!

-Por favor pára de ser tão infantil e vamos. – dito isto Hisoka saiu do departamento deixando um Tsuzuki a soluçar para trás.

-Snif... Snif...

-Tenho aqui um bolo de amêndoas queres um bocado? – perguntou Tatsumi inocentemente.

Tsuzuki parou de chorar no instante em que a palavra bolo chegou aos seus ouvidos e deu pulos de alegria. Estava realmente com muita fome.

Tatsumi olhou para Watari e encolheu os ombros. Não conheciam ninguém que mudasse de humor tão rápidamente. Podia parecer ter apenas 8 anos quando via bolos e outras goluseimas mas quando a situação era grave tranformava-se numa pessoa extremamente séria e concentrada que emanava força e confiança.

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Tsuzuki e Hisoka pararam em frente a uma grande e bonita casa um pouco afastada da cidade. Tinha as janelas todas fechadas e as flores nos canteiros perto da porta de entrada que outrora deveriam ter sido harmoniosas e coloridas jaziam muchas e acastanhadas.

Tsuzuki bateu na porta e esperou que alguém a abrisse, o que aconteceu passado alguns segundos.

-Bom dia, em que os posso ajudar? – perguntou um homem de aproximadamente 60 anos, com cabelo grisalho e olhos azuis eléctricos.

-Sou Tsuzuki e este é o meu companheiro Hisoka, somos detectives e viemos interrogar o seu neto sobre o homicídio que este testemunhou.

A expresão jovial do homem mudou para uma mais sombria e olhou para os dois estranhos com suspeita.

"Não podias ser mais directo?"" – Pensou Hisoka. Já estava a cometer erros e ainda agora tinham começado. Se continuava assim, o mais provável era levarem com a porta na cara.

-O meu neto não vai falar com nenhum dos dois, agora se me permitem... – o homem ia fechar a porta mas Hisoka agarrou-a mais rápidamente.

-Creo que isso não seja opção. Compreendemos que Kurosawa ainda não se encontre bem mas é a única pessoa que nos poderá ajudar a encontrar quem causou todo este pesadelo.

Tsuzuki ficou admirado. Quando pensava que conhecia perfeitamente Hisoka este não o deixava de surpreender. Os olhos do seu companheiro, vazios e glaciares e as palavras que usou não deixavam espaço para replicar. Não era o único que tinha pensado isso, o homem parecia travar uma batalha interna entre deixá-los ou não entrar.

-Podem passar, mas peço-lhes que sejam pacientes com o meu neto e não o obriguem a responder a todas as suas questões. – disse o homem guiando-lhes até uma sala mal iluminada.

As paredes possuíam cores escuras e parecia que a electricidade ainda não tinha chegado até aí. Havia velas no lugar de lâmpadas e um cheiro a húmidade e erva no ar. Sentaram-se num sofá negro ainda a observarem o espaço que os rodeava.

Hisoka cruzou uma mirada com Tsuzuki e este soube o que queria dizer, também havia sentido, ainda que não da mesma maneira que o seu companheiro. Todo aquele ambiente gritava turtura, medo… Era notável a energia negativa que desprendia por todos os cantos.

-Ele ainda não está preparado para falar do que aconteceu naquela noite, nem a mim e nem à minha mulher revelou. – continuou o homem.

-Mais tarde ou mais cedo terá de contar a alguém. – afirmou Hisoka.

-Eu sei, mas por enquanto não está suficientemente preparado para isso.

-Não tem escolha, é de extrema importância que confesse o que viu o mais depresa possível.

-Prometemos ser breves e não o obrigaremos a contar o que ainda não seja capaz de revelar. – interveiu Tsuzuki recebendo um olhar ameaçador por parte de Hisoka que ignorou descaradamente.

Não podiam obrigar o rapaz a responder a tudo, já deveria ser-lhe difícil recordar tudo o que viu naquela noite. Com o tempo, se conseguissem ganhar a sua confiança, ele contaria-lhes exactamente tudo. Tinham de ir com calma.

-Sendo assim, sigam-me e por favor não o forçem a dizer nada do que não quer. Desde esse dia não voltou a ser o mesmo e temo que...

Passaram por um corredor igualmente mal iluminado e com quadros de paisagens macabras nas paredes. As cortinas das janelas eram negras e não permitiam que o mínimo raio de sol entrasse. A única luz vinha da vela que trazia o homem para guiar-lhes no caminho.

-Porque motivo a casa encontrasse na penumbra? – perguntou Tsuzuki. Não fazia sentido viverem na escuridão, passavasse ali algo muito estranho.

Não chegou a obter resposta pois o homem abriu a última porta do corredor deixando-os ver o seu interior.

O quarto podia estar completamente escuro se não fosse a quase imperceptível luz que entrava por uma janela ao fundo e que iluminava o centro do quarto. Neste encontrava-se uma figura sentada numa cadeira e com o olhar perdido algures na escuridão e que não dava sinais de os ter ouvido entrar.

Tudo era demasiado sinistro para o gosto de Tsuzuki, havia ali alguma coisa que não estava nada bem, mas por momentos não conseguia identificar o que era.

Tanto Tsuzuki como Hisoka sentaram-se na cama em frente a Kurosawa e observaram detalhadamente o rapaz em frente a eles. Apesar da quase inexistente luminosidade dava para ver que o rapaz tinha cabelos loiros e olhos azuis eléctricos como os do seu avô. As longas olheiras destacavam-se numa cara demasiado pálida, os lábios estavam azulados e com pequenos cortes dos quais brotavam algumas gotas vermelhas. Vestia um pijama negro e as mãos estavam agarradas aos braços da cadeira como se disso dependesse a sua vida.

-Consegues ouvir-nos? – perguntou Hisoka.

Kurosawa continuava com os olhos presos nalgum ponto daquela massa negra sem se imutar.

-Eu sou Tsuzuki e este – disse apontando para o seu companheiro que olhava com atenção para Kurosawa – é Hisoka. Podemos fazer-te algumas perguntas?

A cabeça de Kurosawa virou-se para Tsuzuki com rapidez e abriu os olhos com verdadeiro terror.

-Nã… não por favor… juro que… que não… por favor…

Tzusuki e Hisoka assustaram-se com a reacção de Kurosawa que não parava de repetir as mesmas coisas numa espécie de transe. O avô do rapaz entrou a correr na habitação e abraçou o neto. Movimentando-se para a frente e para trás.

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Acabaram por não conseguir perguntar nada sobre o que Kurosawa tinha visto. O seu avô contou-lhes, quando voltaram à sala de estar, depois de alguns minutos em que teve de acalmar o neto, que era a primeira vez que reagia daquela maneira. Antes limitava-se a não reagir e quando o fazia era apenas para dizer algumas coisas que já tinham acontecido à algum tempo atrás ou para responder à alguma coisa que não tinha a ver com o que tinha acontecido.

Hisoka acabou por dizer que viriam noutro dia para fazerem o interrogatório enquanto que Tsuzuki revia mentalmente o que tinha acontecido. Tinha uma sensação estranha…

Caminhavam já à alguns minutos quando Hisoka falou. Ambos haviam estado calados cada um nos seus próprios pensamentos durante o percurso desde a casa de Kurosawa.

-Porque achas que reagiu assim?

-Não sei, mas parecia verdadeiramente aterrorizado. – respondeu Tsuzuki.

-Tudo é muito estranho...

-A que te referes?

-Tive de cerrar verdadeiramente a minha mente para não desmaiar. Sentia uma grande força maligna por toda a casa...

Tinha baixo as defesas para tentar sentir alguma coisa fora do normal, quando viu todo o ambiente da casa, mas acabou por as voltar a subir, não suportava todas as emoções que o tinham assaltado... Hisoka parou de andar de repente e virou-se para trás. Tsuzuki estava de joelhos no meio do chão com ambas as mãos cerradas e a cabeça baixa.

-Tsuzuki!


Acabou o primeiro capítulo, espero que tenham gostado pelo menos um bocadinho (nem que seja um bocadinho muito pequeno, minúsculo, microscópico... compreenderam a ideia não é? Digam que sim, please!!)

Sou apenas uma novata, tentarei melhorar nos próximos capítulos...

-Ah... ah... ah. Tu melhorar? Era uma piada certo?

A escritora tenta-se acalmar o melhor que pode (ou seja, bastante... pouco) e encara Tsuzuki.

-Sai. Daqui. O. Mais. Rápidamente. Que. Conseguires.

-Estava apenas a brincar, o que aconteceu ao teu sentido de humor?

-Desapareceu juntamente com o MEU bolo!

-Desculpa pelo bolo, prometo que não voltarei a come-los. – Tsuzuki fica na sua forma chibi-neko, junta as mãos e olha para a escritora com uns olhos enormes e brilhantes.

-Está bem, desta vez desculpo, mas SÓ desta vez, ficou claro? ¬¬

-Claro como água. – disse e acrescentou muito baixo – suja.