Mente.
Guerra. Coração.
Por
Dione
Eu não sabia o que pensar, o que fazer, como reagir a tudo aquilo. Agora havia uma guerra dentro e fora de mim onde não haveria ganhadores nem perdedores. Todos saíram machucados. Ela havia me dado as piores notícias que eu poderia ouvir em um só dia. Hermione não era de papas na língua, mas aquilo fora muito forte pra mim. Ela conseguira causar uma guerra onde os estragos eram intermináveis. E tudo isso dentro de mim.
- Ronald, preciso conversar com você. Opa. Havia algo errado. Ela falara Ronald. - O que houve amor? – Eu disse, sentando do outro lado da mesinha que havia na biblioteca, onde ela ficava a maioria do tempo. Sempre lendo. Ela baixou os óculos de leitura, pegando minhas duas mãos. Sim, tinha algo de muito errado. - Você sabe que apesar de tudo o que aconteceu e que venha a acontecer, eu te amo muito, não sabe? – Ela disse de supetão. Eu já estava nervoso, mas apenas confirmei com a cabeça. - E também sabe que... - Hermione, fale o que houve. – Eu já não me agüentava sentado. Ela segurou mais forte minhas mãos e eu senti o quanto elas suavam frio. Baixando os olhos, sussurrou. - Eu não consigo engravidar. Eu não posso lhe dar filhos, Ronald. Nós sempre achamos que era algo a ver com você, mas... Sou eu. Eu sou seca. Eu desabei. Meus olhos batalhavam com as lágrimas que cismavam em querer cair. Mas para ela, pelo meu amor e pela dor dela, eu tinha que ser forte. A força dela já não existia mais ali. - Tudo bem, meu amor. Nós podemos adotar alguma criança. Não fique assim. - Mas... – ela engoliu seco. Eu estava branco, e ela completou. – Mas não é só isso. - O que há? É algo como uma doença?- Não, Ronald. – Sim, haviam mais problemas. A olhei no fundo dos olhos e vi que ela tinha lágrimas que caíam incessantemente. Eu tentei secar seu rosto com uma das mãos, mas ela virou o rosto. - Eu te fiz algo, meu amor?Ela chorou ainda mais quando ouviu a última palavra da minha frase, e soltou, sussurrando. - Ronald, eu... – ela engoliu em seco novamente. – Eu lhe traí. Faz muito tempo, mas eu não podia mais agüentar isso. Harry já contou a Ginny, mas eu precisav... - Como é que é? – eu gritei. Levantei da cadeira, enquanto ela soluçava com o choro. Nem sair da cadeira ela conseguia. – Tudo bem, Mione, eu perdoaria em qualquer outra circunstância, mas me trair com meu melhor amigo? – Eu olhava em seu rosto, mas ela abaixara a cabeça. - Ron, faz tanto tempo... - Isso torna pior a situação, Mione. – Passei a mão pelos cabelos que eu mantinha mais longos graças a ela, por que ela gostava. O que eu não fazia por ela mais? Ela se levantou e veio até mim, tentando me abraçar. Eu me esquivei e disse gélido. – Eu preciso de tempo, Hermione. Tempo para poder terminar com essa guerra que você causou na minha cabeça. – Fui até a sala e peguei meu casaco. – Não me espere pro jantar.
Eu já andava pelas ruas de Londres sem rumo, sem direção. Aquela guerra parecia sem fim, e já era noite alta. A guerra me machucava e parecia incessante a cada instante, mas eu sabia que se voltasse para casa, as poucas feridas, os poucos machucados iriam ser abertos assim que visse ela. Eu sabia que a guerra seria mais sangrenta, quase mortal.
FIM
Autor:
Dione Kurmaier
E-mail:
Título:
Mente. Guerra. Coração.
Sinopse:
A guerra interna machucava a Ronald. Machucava sua mente e seu
coração. Participante do V Mini-Challenge RHr do 6v.
Capa:
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Classificação:
K
Gênero:
Romance
Palavra:
Guerra
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para a fic se já estiver publicada:
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