- Fiz perfeitamente bem o papel de ''cãozinho adestrado''. - House disse ironicamente, fazendo Cuddy entortar um pouco a boca em desaprovação. - Agora eu sou o adestrador. – ele lembrou dando ênfase no EU.

Cuddy sente um frio na espinha ao imaginar como serão esses três dias sobre os comandos de House. Ela senta em sua cadeira e House faz o mesmo em outra, tendo como proteção a mesa entre eles. O silencio começa aquecer a sala, fazendo o olhar de House queimar sobre a bela e linda Lisa Cuddy.

- Já podemos passar para a próxima fase da conversa? A falada? – Cuddy pediu, o silencio dele estava deixando-a mais apreensiva.

- E quem disse que vamos conversar? – House disse levantando-se rapidamente.

- Você não vai dizer o que eu terei que fazer? - ela perguntou enquanto via-o indo embora.

- Você saberá na hora certa. - House deixa a sala e Cuddy começa a pensar no que a aguarda.

*Flashback on*

O hospital iria passar por uma inspeção avaliativa em todos os seus setores. Era mais que uma simples inspeção de rotina, pois poderia trazer grandes avanços financeiros ou grandes problemas administrativos para o mesmo. Cuddy preocupada que House arruinasse algo foi procurá-lo para tentar um acordo, pois sabia que ele não iria acatar o que ela pediria sem querer nada em troca.

- Preciso que você se comporte como gente essa semana. – Disse Cuddy sentando na cadeira de frente a mesa dele.

Sentado, House continuou em silencio se perguntando o porquê daquele pedido enquanto a olhava fixamente.

- Virá uma equipe acompanhar a rotina do hospital. - ela responde a pergunta não feita.

- E você quer que eu seja o médico mais bonzinho do hospital, é isso? – House finalmente fala algo.

- Eu quero que você se comporte como um médico decente e fique longe de problemas. - cruzando as pernas, ela esperou o contra-ataque. - E você terá que usar jaleco. - completou com o cotovelo apoiado no braço da
cadeira e sua mão no queixo.

House soltou uma gargalhada irônica. Nunca que ele iria fazer aquilo, ele odiava usar jaleco e odiava ainda mais obedecer e seguir regras.

- Você está sendo muito inocente vindo até aqui me pedir isso. - House cruzou os braços e se esparramou ainda mais na cadeira, sabia que a diversão estava apenas começando.

- Eu sei que você só irá atender meu pedido se tiver algo em troca. – disse Cuddy retomando a postura na cadeira, aproximando-se ainda mais da mesa. - Pode pedir o que quiser. – ela cruzou os braços sobre a mesa e o encarou.

Cinco palavras e aí estava: uma Cuddy fudidinha-da-silva. Ela sabia o perigo daquelas palavras, mas sua única alternativa seria essa, só assim House aceitaria se comportar e Cuddy teria uma semana ''tranquila'' com a inspeção em seu hospital.

- Bom, - agora foi a vez de House melhorar a postura na cadeira. - Se vou ter que ficar sobre suas ordens essa semana, nada mais justo que na próxima você ficar sobre as minhas. - imitando-a, ele pôs os braços sobre a mesa ficando cara a cara com ela.

- Uma semana?! Nada disso, House. - Cuddy afastou-se da mesa, mas ainda continuou sentada.

- Você precisa mais disso do que eu. Sabe que não estou nem ai para o hospital. - House disse com desdém, cruzando os braços em seu peito.

- Que tal apenas uma noite? - propôs Cuddy.

- Noite? - House olhou-a fingindo inocência.

- Sim. Uma transa. - ela descruzou e cruzou as pernas novamente.

''Transa'' ele repetiu mentalmente. Cuddy o surpreendeu por ter sido tão objetiva na proposta. Sabia que aquilo iria aguçá-lo a fazer qualquer coisa que ela pedisse, mas ele tinha outros planos para aquilo tudo e planos bem mais divertidos que uma simples transa, mesmo ele tendo desejado isso por toda sua vida.

- Não, não quero transar com você. – ele disse simplesmente. - Não por isso. – adicionou, recusando a proposta ousada, surpreendendo Cuddy dessa vez.

- Não? – Cuddy perguntou franzindo a testa. Ela ficou surpresa e um tanto quanto frustrada por ter recebido um não.

- Não precisa fazer esse sacrifício de transar comigo. – House falou devagar olhando fixamente nos olhos dela, observando cada expressão que Cuddy fazia com o assunto ''transa''. - Baixo a minha proposta para cinco dias. - propôs House com uma diversão impar nos olhos.

- Três! E sem contraproposta dessa vez. - Cuddy falou firme e um tanto quanto irritada. Levantando da cadeira deu sua ultima proposta, escondendo sua frustração por ele não ter aceitado a primeira.

- Ok! - aceitou House com um olhar de predador em cima de Cuddy, observando-a deixar a sala com todo aquele seu rebolado.

Depois de uma semana...

*Flashback off*

House havia feito tudo exatamente como Cuddy pediu. Usou jaleco, mesmo na maioria das vezes fingindo esquecer, mas usou. Cumpriu direitinho seu horário na clinica, sem reclamar, sem constranger os pacientes e sem chegar atrasado. Cuidou de um caso complicado sem cometer qualquer loucura, sem mandar sua equipe invadir casas, sem enlouquecer Cuddy com pedidos de exames onde teria que abrir a cabeça do paciente ou forçar pegar algum órgão de um parente.

O hospital se saiu bem, como Cuddy queria e se esforçou pra isso. Ela conseguiu garantir seu emprego e uma boa ajuda de custo para o hospital. Fora as máquinas de ultima tecnologia que o mesmo ganharia em poucos dias. É, parece que todo o esforço valeu a pena. Se bem que o maior ainda estaria por vir: obediência ao House por três dias.

Eis que chega o primeiro dia...

Cuddy entra em sua sala - que por sinal já estava aberta - acende as luzes e caminha em direção a sua mesa. Ela deixa sua bolsa e volta para colocar seu blazer no cabideiro próximo a porta.

Ao retornar à mesa, antes mesmo de sentar, Cuddy vê um pequeno papel sobre a mesma. Tratava-se de um bilhete de House.

*Bom dia Dra. Lisa Cuddy! Preparada para me obedecer fielmente durante três dias? Espero que sim! Ah, nada de querer voltar atrás. Acredito que o fato de ser uma vadia, não signifique que você não tenha palavra. Aguarde a minha primeira ordem do dia. Seu dono (temporário), House.*

''Meu dono?'' Cuddy bufou encarando o bilhete. ''E ainda por cima me chama de vadia. Idiota!'' amassado, o bilhete foi parar direto na lixeira.

Cuddy sabia que realmente não poderia voltar atrás, não seria justo com tudo o que House fez para ajudá-la, ou no caso, não atrapalhá-la. Apesar de ter sido obrigação de House obedecê-la, até porque ela era sua chefe, ele não merecia ser enganado. Ela iria sim fazer tudo o que ele pedisse, poderia até reclamar, mas estava disposta a não se negar.

Na hora do almoço Cuddy foi até a cantina do hospital, pegou um prato de salada e sentou-se em uma das mesas. Antes que ela terminasse sua salada, House chega e senta na mesma mesa que a sua, começa a comer um sanduiche olhando fixamente para Cuddy sem dizer nada.

- Se não vai falar nada porque não sentou em outra mesa? – Cuddy perguntou incomodada com o seu silencio.

- Porque daqui é mais fácil de te irritar. – ele responde horrivelmente de boca cheia. – E de olhar seus peitos também. - adicionou desviando o olhar para seu decote. - Gostou do bilhete? – House perguntou falando melhor sem toda aquela comida na boca.

- Achei bem idiota, mas não se espera outra coisa de você. –Disse Cuddy dando sua ultima garfada na salada.

- Bom, para matar a sua curiosidade vou falar uma das coisas que você fará nesses três dias. – ele diz deixando Cuddy ansiosa. - Como terei clinica esses dias quero que você seja meu ultimo paciente até acabar o acordo. – revelou.

- Sua paciente? Por quê? – ela questionou sem entender as intenções de House.

- Porque eu quero. - respondeu autoritário. - Então já sabe! Vemos-nos mais tarde na clinica. - House levanta e deixa a cantina sem se importar se Cuddy ainda teria algo pra falar.

Cuddy passou as próximas horas pensando no pedido ridículo de House, ela não fazia ideia do que ele estava pensando em fazer. Chegando a hora de ir cumprir o que House pediu, ela saiu de sua sala e foi para a clinica. Procurou umas das salas, sentou sobre uma pequena mesa e o aguardou inquieta, estava bastante ansiosa.

- Olá. – House saudou ao abrir a porta. - Lisa Cuddy. - falou seu nome pausadamente fingindo ler na pasta em que trazia nas mãos, fechando a porta atrás de si.

Caminhando até um banco, pegou-o e o colocou próximo a ela, sentando logo em seguida.

- Bom, aqui diz - House abre a pasta. - Que você está com problemas na garganta. – deixando a pasta seus olhos se direcionam a Cuddy.

- House... - ela começa e ele a corta.

- Dr. House, por favor. - exigiu, pegou um pirulito no bolso do blazer o abriu e pôs na boca.

- Ok. – ela disse-lhe ao respirar fundo tentando conter sua irritação.

- Então, Lisa. Alguma dificuldade para comer? – ele pergunta com uma voz suave colocando o pirulito na boca.

- Não. – ela cruza as pernas e apóia as mãos na mesa, uma de cada lado de seu quadril.

- E líquido você engole facilmente? - perguntou maliciosamente, agora, dançando o pirulito na boca com movimentos eróticos de dentro e fora.

Tentando conter um sorriso, ela pressionou seus lábios um no outro. Ambos se olhavam fixamente, House estava adorando toda aquela situação, deixar Cuddy constrangida era um de seus hobbies favoritos.

- Sim. – ela disse monossilábica.

House levantou deixando a suposta ficha de Cuddy no banquinho e aproximou seu corpo ao dela.

- Deixe-me examiná-la. - House pediu segurando o queixo dela. - Abra a boca, por favor. - erguendo-o tocou o polegar nos lábios dela.

Ela assim o fez, abriu sua boca como se estivesse falando um 'A'. House sorriu e colocou o pirulito na boca de Cuddy, encostando-o no interior de sua bochecha direita. House vendo a cara de desaprovação que Cuddy fez, resolveu explicar seu ato.

- Desculpa por isso, - ele disse ao tirar o pirulito e o encarar. - É que estou sem espátula aqui. – explicou dando uma chupada no pirulito antes de voltar a coloca-lo na boca de Cuddy.

Ela continuou com a boca aberta e House examinando-a. O coração de Cuddy estava acelerado, a proximidade que eles estavam era enorme, ela podia sentir a respiração quente dele aquecendo seu rosto. House passava o pirulito de um lado para o outro e não tirava seus olhos do de Cuddy. O desejo de beijá-lo estava ficando cada vez maior, e House continuava a provocá-la, dessa vez, contornando lentamente o pirulito pelos lábios. House fitando-os desejou prová-los, mas resistindo voltou a colocar o pirulito em sua própria boca chupando-o bem próximo a dela.

- Acho que não tem nada de errado com sua garganta. – House disse afastando-se bruscamente. - Receito apenas um chá quente antes de dormir. – House falou abrindo a porta fazendo-a entender que já estava liberada.

Cuddy o encarou e passou a língua por seus lábios, sentindo o doce do pirulito que ele havia deixado. Desceu da pequena mesa e sem olha-lo deixou a sala. Ao passar na recepção da clinica, Cuddy é chamada pela recepcionista para ver alguns documentos e pastas relacionados a alguns pacientes. Antes de Cuddy sair House chega e sem sombra de duvidas a deixaria desconcertada com sua presença.