Malmequer, bem me quer, muito ou pouco ou nada…
Harry Potter Fan-Fiction
Narcissa & Lucius Malfoy
Uma menina de longos cabelos platinados, com pouco mais de oito anos, vestia um vestido fino de tom cor-de-rosa, sentada num banco de madeira, sorria feliz, a ingenuidade dos seus actos era inexplicável. Tinha ao seu lado um grande cesto de vigo com flores, malmequeres. Devagar, a menina dizia a cantar "Malmequer, bem me quer, muito ou pouco ou nada…" e despedaçava a flor, deixando as pétalas caírem devagar sobre o vestido, sem se importar se o sujava ou não. Fez isto em uma flor, duas, três… até que lhe perdeu a conta.
Sorria, feliz, todas as flores lhe "lhe queriam bem", continuava a cantar aquela pequena estrofe "Malmequer, bem me quer, muito ou pouco ou nada…", "Malmequer, bem me quer, muito ou pouco ou nada…".
A tarde passou-se calmamente, o sol de primavera pôs devagar, sobre o grande e esplendoroso jardim daquela casa no centro de Londres, eras já tarde quando ouviu a mãe chama-la, com a voz fria e cortante, mas a pequena menina apenas sorriu e entrou rapidamente para a casa, com o cesto de flores completamente vazio e com pétalas de simples malmequeres no vestido, completamente imaculado, quase que magicamente.
Anos mais tarde, aquela menina cresceu, e agora uma mulher, passeava pelo salão onde deixaria de ser um Black e passaria a ser uma Malfoy, não estava preparada, nunca o estaria, mais mesmo assim, prossegui com aquele pequeno passeio, passando as mãos pela flores, já não eram malmequeres, mas sim orquídeas brancas, delicada e imponentes, tal e qual como ela, já Lucius o dissera. Mas ela queria malmequeres, sempre os queria, eram as flores dela, simples e bela, ela sabia. As de Andromeda era os crisântemos brancos, elegantes e prefeitos, de textura suave e tão encantadores, tal e qual como ela, sentia a sua, a falta de um colo onde pudesse deitar a cabeça e chorar sem parar, onde pudesse sentir a mão carinhosa dela sobre a sua cabeça e ouvir a sua voz sussurrar-lhe que seria feliz, que estaria ali sempre, ao seu lado. Queria Andromeda ali, não que Bellatrix não lá estivesse, mas não era a mesma coisa, ela estava mudada, mais distante, mais… Narcissa já não sabia explicar, ela estava mais calada, e não dormia no quarto, ela sabia bem dos olhares que Sirius e ela trocavam, mas nunca disse um palavra para a irmã, desejava que ela fosse feliz desse por onde desse, e se era com Sirius, porque não? As flores de Bellatrix eram as orquídeas, orquídeas negras, a flor que Sirius lhe dera quando a virá entrar pela primeira vez, ali em Grimmauld Place, e ela guardou-a, bem escondida, no fundo de uma caixa de memórias, ainda ali estaria, ela pensou.
Sentia uma mão forte na sua cintura, segurando-a com firmeza e suavidade, uma mistura tão boa e calma.
- Cissy – O seu nome sai como uma prece. – Não devias estar aqui!
- Lucius. – Ela beijou-lhe os lábios suavemente, encostando em seguida o corpo no dele, de frente para o salão.
- Eu quero malmequeres, mas todos acham que não são flores para um casamento, mas é o meu casamento. – Ela suspirou saindo em seguida de junto dele, e beijando-lhe os lábios rapidamente.
No dia seguinte, ao entrar no salão, viu malmequeres por todo o lado, e não pode deixar de sorrir, as flores dela, no casamento dela, fora Lucius e ela sabia, os olhos marejaram e sorriu, porque sabia que o amava. Olhou de relance para os convidados e viu no altar Andromeda, ocupando o lugar onde devia estar Bellatrix, sorrindo-lhe, mais uma obra de Lucius certamente, ela imaginou, mais tarde soube que Sirius e Bella estariam juntos bem longe dali, e ela não evitou sorrir e sentir-se feliz, pela felicidade da irmã.
Disse o sim, e sentiu-o, sentiu-se feliz, porque afinal ela pode não ter as flores requintadas das irmãs, mas os malmequeres sempre lhe quiseram bem.
