O caminhar
Uma garota de cabelos loiros e olhos azuis caminhava, apressada. Trazia um óculos de sol no rosto e os lábios estavam profundamente contraídos. A bochecha estava molhada por uma lágrima. Ela parecia se guiar pelos próprios pés e ia sempre reto; sempre reto.
Os pés batiam forte no chão de areia, e o pó levantava atrás dela. As pessoas olhavam em sua direção, mas ela nem ligava. Só andava e andava. Reto, sempre reto.
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O sol
Aquele não tinha sido um bom dia para ele. Brigara com o pai.
Não que isso fosse raro. Não era mesmo, quase todo dia eles brigavam, mas dessa vez tinha sido decisivo. Nas costas levava uma mochila inchada com suas coisas.
Fugira de casa. Achava que essa era melhor solução. Preferia pedir esmola na rua a continuar na mesma casa que seu pai.
Parou. Olhou para o céu. Com seus olhos protegidos pelos pequenos e redondos óculos escuros que usava admirou o sol; o brilhante sol. O astro que guiava todos os planetas, apagava todas as estrelas. A luz amarela pulsante.
O ardor. O calor. O suor.
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A escuridão
Ela não queria olhar no rosto de ninguém, por isso olhava para os próprios pés. Os cabelos loiros esvoaçavam com o caminhar rápido da garota e as mãos se movimentavam ao lado de seu corpo, rigidamente.
Ela tentava não lembrar, mas não conseguia. Tentava esquecer, mas quanto mais ela tentava, mais a imagem do homem preenchia sua mente. Os olhos negros, penetrantes. Os olhos negros, sombrios. Aqueles olhos não significavam nada, não diziam nada, não falavam com ela. Não a amavam.
A odiavam talvez.
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Um abraço
Ele continuou a caminhar, sem destino. Ele tentava se convencer que não precisava de uma casa, de um lar, que ficaria bem sozinho. Mas algo dentro dele pedia um abraço.
- Um abraço? - ele murmurou na rua deserta - Quem precisa de um abraço? Eu? Não...
Ele costumava falar consigo mesmo quando ninguém estava olhando. E costumava não falar com as pessoas.
Por isso diziam que era frio. Por isso ele brigou com o pai. Mas no fundo ele tinha coração. Ele sentia, não só pensava.
Ele só não sabia como demonstrar
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O amor
E foi por não olhar para frente que tudo aconteceu. O garoto estava andando e ela quase correndo. Ele não a viu. Ela não o viu. Os dois esbarraram. Caíram no chão. Não viram os olhos. Não viram os olhos cobertos por óculos.
Mas se vissem, se pudessem ver por trás da negritude dos óculos, não se deparariam com um olhar de surpresa, de espanto, ou de raiva.
Veriam o amor.
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Os olhos
- A-ah, desculpa...
- Nada, eu é que não vi você...
- Eu que estava detraída...
Um longo silêncio. Um observava o outro. Ele viu a lágrima dela.
- Você estava... chorando?
- Nã-não, foi só um cisco que... Qual o seu nome?
Faltava alguma coisa. Os dois sorriam por fora e por dentro. Os dois festejavam intimamente. Mas os corações não conseguiam se comunicar. A paixão não fluía.
- Você... pode tirar os óculos?
É claro que ele não pediria isso para uma estranha. Mas eles se conheciam há séculos. Há milênios.
E ela, com um movimento sutil, retirou os óculos. Um brilho azul surgiu, e se refletiu nos dele. E ele retirou os óculos também. E o brilho o invadiu. E ele viu que ela era como o sol.
E iria sentir o ardor, o calor e o suor.
N/A: A minha primeira fic no Desafio Surpresa de Férias com a Lady Murder XD
E ela gostou, espero que vocês também gostem XD
E não, eu não citei o nome de ninguém, mas eu espero que vocês sejam espertos o suficiente para sacarem que ela estava chorando porque aconteceu algo com o Sasuke, e que "ela" é a Ino e que "ele" é o Shino.
Então... tá. Amanhã eu vou desafiar a Lady Murder e vocês vão ter uma oneshot dela. A gente diz: faz uma oneshot com personagem tal com tema tal, aí a pessoa tem que fazer em vinte e quatro horas 8D
Hum... /Mr. Montagh/
