Sakura in WONDERLAND

(Tsubarashii koku no nakae Sakura)

Disclaimer: Puu! Os personagens aqui citados pertencem à CLAMP, Alice no país das Maravilhas (Alice in Wonderland) pertence à Lewis Carroll.

Avisos: Contém Yaoi (BoyxBoy, Shounen-ai, Homossexualismo)

Trivial:

(1) "Moo" – Significa "Céus", no Japão costumam fazer piada com isso por parecer o som que a vaca faz ^^

(2) "Chibi" – Pode significar "Anão", mas nesse caso é para uma criatura pequena e cabeçudinha e fofinha #-#

(3) "Zashiki Warashi" – Se assistir xxxHOLiC deve entender, mas é um espírito inocente que protege lares. Está apaixonada pelo Watanuki-kun :D

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Capítulo Um: Chore pelo leite derramado!

Sakura dormia, não sabia bem porque, mas isso era tão freqüente que realmente não se importava. Sabia que havia viajado a outro mundo novamente, mas que tipo de mundo seria esse? Entreabriu os olhos.

-Ah... Hum... Syaoran-kun? Fay-san?... Kurogane-san? – A brisa suave acariciava os cabelos cor-de-mel. Os olhos de esmeralda miravam sem rumo a paisagem paradisíaca. Mas que diabos? Ela estava sozinha? Será que Mokona estava longe? O que estava acontecendo? Porque, ao invés de procurar por algo, ela ficava se perguntando coisas inúteis enquanto tirava um semi-cochilo embaixo de uma árvore?

- Aah... Moo! (1) – Exclamou se sentindo como uma vaquinha, se levantando e ajeitando as roupas amassadas (como se isso realmente importasse). Procurou em volta e só viu flores, colinas, nuvens, árvores e mais flores. – Que mundo bonito... Mas enfim!

- AHH! Drooooga! Super-droga! Estou MUITO atrasado! Aquela velhota vai me matar! Sakê! Preciso comprar Sakê! – Alguém passava simplesmente correndo pela menina. Mas era alguém pequeno, não era uma criança, era um chibi (2).

- Ei, você! Ah... Por favor, pode-me dizer onde estou...?

- Ahn? Na minha casa que não é! – A pequena criatura possuía grandes orelhas brancas e felpudas, como as de um coelho; um rabo de pompom, olhos azuis, cabelos negros e um óculos. Um relógio antigo pendia em sua mão e usava um terno preto e vermelho.

- S-Sinto muito pela pergunta óbvia! – a menina corou e se desculpou com uma reverência.

- Ah... ok, mas eu não posso ficar de papo, eu ainda tenho que chegar à tempo para meu serviço de meio período... – Ele sacudiu a cabeça. – Tchau!

- Espera! Qual seu nome?

- Hã? Watanuki! Como primeiro de abril, primo da lebre de março. Vejo-te por aí! – E então entrou um buraco no chão. Obviamente aquilo não estava ali antes.

- Are? – Sakura se ajoelhou ao lado da entrada e ficou observando aquele estranhamente novo buraco no chão. Como a curiosidade sempre atiça pequenas gatinhas (3), a jovem colocou a mão lentamente dentro do buraco. Como já era de praxe, uma incrível sucção a sugou para dentro da toca de coelho.

Sentia como se estivesse caindo, mas por mais que olhasse em volta, por mais que olhasse para baixo, o fundo continuava distante. Se alcançasse o fundo, a pancada seria dolorosa.

-WAAH! EU VOU QUEBRAR UNS QUINZE OSSOS! – Berrou a menina cobrindo o rosto com as mãos.

Porém, como numa magia, numa terra sem limites, a queda virou suave como se pulasse com pára-quedas.

- Ah? O que... – Ao olhar para baixo, tudo o que conseguiu focalizar foi a saia rodada de um vestido azul que aparentemente ela mesma estava vestindo. – Hum?

Havia muita renda e muitos laços brancos, um avental rosa - claro e uma tiara simpática. Fora, é claro, os sapatos de boneca. Sakura se sentiu como uma cosplayer. Aterrissou ao chão com suavidade e pôs a mão em seu peito, expirando aliviada.

- Huu... – Olhou em volta. Tudo o que via era uma simpática e clara sala de entrada. Olhou para cima e já não havia mais nenhum tipo de buraco ou poço ou algo diferente de um teto e uma lâmpada. A sala era amarelada. Havia uma mesa simpática, com uma toalha redonda com rendas no centro. Uma garrafa de leite com uma etiqueta amarrada ao bocal e uma bandeja com um biscoito de chocolate, seguido de uma etiqueta como a do leite. Na parede oposta, uma porta de madeira sem maçaneta e em cima da porta, uma prateleira com duas bonecas estáticas.

- Ah... Como eu saio daqui? Perguntou para si mesma, se aproximando da porta e passando a ponta dos dedos na madeira. Não havia nenhum tipo de abrir a porta, aparentemente trancada. – Ah, eu preciso encontrar o Syaoran-kun! Preciso sair daqui...

- Isso é fácil!

- Fácil! Fácil! – Escutou duas vozes baixas. Encarou os lados, não havia ninguém ali.

- Quem disse isso?

- Fui eu...

- Sim! Se você não nos ver, Sumomo vai dançar!

- Su-Sumomo?

- Susumomo não! Su-mo-mo!

- Aqui em cima. – Sakura olhou para cima e localizou as duas bonecas da prateleira. Eram pequenas, uma ruiva e a outra morena, uma tinha uma tiara e uma trança, a outra, marias-chiquinhas com guizos.

- Ah! – Ela sorriu e acenou – Podem dizer como sair daqui, er...?

- Kotoko e Sumomo. – Se apresentaram.

- Sim, Kotoko-chan, Sumomo-chan.

- Como Kotoko vai falar, Sumomo dança! – E então começou a dançar com um pandeiro.

- Sim, está vendo aquela garrafa e aquele biscoito? Um te fará crescer e o outro te fará diminuir. Apenas se você diminuir o suficiente para passar por baixo da porta você poderá sair daqui.

- Ah... – A menina virou para a mesa e pegou a garrafa e o biscoito. A garrafa dizia "beba-me". O biscoito, "coma-me". – Qual será... Bom, pela lógica... Hum, quanto mais a gente bebe leite, mais a gente cresce, então deve ser o biscoito! – E sem pensar duas vezes, mordeu o biscoito.

Algo começou a borbulhar dentro do estômago da menina (eu acho que não tem nada a ver com má digestão), ela se encolheu, mas não mudou nada naquela situação. Logo sua cabeça batia no teto e teve de se curvar para caber na sala: havia crescido.

- M-Mas por quê?

- Ora, é fácil! – Kotoko respondeu indiferente e Sumomo a completou:

- Aqui nada faz sentido ou tem lógica. Não adianta seguir os fatos, aqui eles não têm importância! Por isso a Sumomo dança!

- Mas agora o leite... – O leite havia caído todo no chão. Sakura sentiu uma tremenda raiva daquela situação e começou a chutar a porta. – Eu vou sair daqui! Eu vou encontrar o Syaoran-kun!

- Waa! Não faça isso, nós vamos... – Ambas se agarraram à prateleira com o terremoto que aquilo causava. – Pare!

-Não! O Syaoran-kun... Syaoran-kun... Ah... Ah... – E começou a derramar lágrimas infantis, apesar de não ser tão nova assim. E como se fizesse birra, chutou a porta mais uma vez. E essa última derrubou as dobradiças e a porta caiu, revelando um exterior que revelava apenas a cor azul. – Oh!

- Está feliz, agora? Derrubou a porta da rainha! Quando ela descobrir...

Sakura nem escutava mais, estava ajoelhada, passando pela porta com dificuldade, até entalar. Então, apesar de ser contra as regras da boa higiene, raspou os dedos pelo leite derramado e colocou-os na boca, sentindo novamente o estômago borbulhar.

Mais uma vez, a estrutura de seu corpo mudou e ela ficou pequena, provavelmente de volta ao tamanho normal. Não, estava diferente... Estava dentro de uma...

- Garrafa? – Olhou em volta e então sentiu o fôlego se dissipar. Estava dentro da água? Nadou para a superfície da garrafa e se viu boiando em alto-mar, no meio de uma tempestade. – Ah... Ah..! SYAORAN-KUUN?!! – gritou desesperada e confusa.

Logo começou a escutar uma música distante. Era uma canção alegre e comemorativa. Avistou, ao longe, algo que antes não estava ali: Uma ilha. As árvores pareciam todas coloridas, o chão parecia brilhar e estranhamente, apesar da tempestade que rebelava o mar, as nuvens ali estavam claras, o céu ali estava azul e um Sol bem brilhante agraciava o céu.

- Mas que diabos? #gota#

- Tem mais uma garrafa perdida ali! Vão vão! – De repente, vários tipos de animais pulavam na água e esperneavam até chegar à garrafa e puxá-la para a ilha. Uma mulher de cabelos ruivos encaracolados e um vestido preto com renda guiava à todos, nunca soltando seu guarda-chuva.

- Err...?

- Há? Não é um animal? Nem mesmo é da natureza? Quem é você?

- Eu? Sa-Sakura... – a menina falou trêmula diante da imponência da mulher de preto.

- Sasakura? É uma humana, não é? Droga!

- Meu nome é Sakura...

- Certo, Sasakura, Sakura, que seja, dê o fora!

- Mas... para onde eu vou?

- Não sei, mas... Eu, um espírito da natureza, perder meu tempo com uma humana é patético. Já não chega aquela Zashiki Warashi (3)...

- Espírito?

- Sim, eu sou o espírito da chuva, por isso ali está chovendo. Aqui eles preferem o sol, para cantar e correr... Mas às vezes chove aqui também.

- Eles quem?

- Quem? QUEM? Os animais e espíritos da natureza, claro. Como as árvores, como as flores... Eu protejo à todos.

- Ah... Por onde eu posso ir para encontrar alguém? Um humano?

- Bom... Por ali você vai encontrar alguém. – Apontou com descaso um caminho colorido atrás de si.

- Certo... obrigada!

Sakura seguiu pela trilha mais colorida da ilha e descobriu que aquilo era bem MAIOR que uma ilha. Era quase um continente. Seguiu e seguiu querendo encontrar alguém, porém, pro mais que o espírito tenha lhe dito, ninguém aparecia. Bom, até ela pensar nisso, pois foi só pensar em "alguém" que duas vozes lhe sussurraram.

"Nós somos alguém"

- Ah? Quem?

"Nós somos ninguém"

- Mas... Vocês...

"Alguém que não é ninguém, como pode ser alguém?"

E então, a menina correu para onde escutava as vozes e, em cima de dois troncos gêmeos, encontrou duas garotas. Uma tinha cabelos cor-de-rosa e usava roupas brancas, a outra tinha cabelos azuis e usava roupas pretas.

"Eu sou Maru" – anunciou a de cabelo rosa.

"Eu sou Moro" – anunciou a de cabelo azul.

- Entendi... Porque eu escuto vocês mesmo que suas bocas não mexam?

"Nós não temos alma, esses são corpos recipientes. Somos apenas uma imitação de alguém"

- Mas isso não explica...

"Aqui nada tem explicação."

- Entendo... Vocês podem me dizer para que lado eu possa achar o caminho... Para sair desse lugar?

"Sim"

- Sério, obrigada!

"Nós diremos, mas você terá de acertar nossas imitações."

- Hum... Imitações?

"Elas virão de sua cabeça, nós apenas daremos dicas."

- Certo.

"Okay! Agora responda, é bem simples: Qual de nós está imitando Mokona?" – ambas perguntaram ao mesmo tempo. Então, ambas pularam para direções diferentes e cada uma disse algo.

"Hyaaa! Kuropon, a 'mamãe' está tão feliz!" – disse Maru.

"Eu preciso achar as penas da Princesa, mesmo que eu tenha de comer brócolis!" – disse Moro.

Sakura parou e pensou. E pensou que aquilo não fazia muito sentido.

- Me parece... Que nenhuma está imitando a Moko-chan...

"Você tem certeza disso? Não quer pensar melhor?"

- Ah... Sim. Nenhuma está imitando!

"Errado!"

- O que? – Sakura capotou.

"'108 habilidades secretas: imitação total!'" – Citaram ambas em uníssono.

- Ah... Eu lembro! Moko-chan costuma imitar as pessoas...

"Você errou, não te diremos!"

Ao invés disso, o chão abaixo dos pés de Sakura começou a amaciar e sugá-la como areia movediça. Em segundos, sentiu como se estivesse caindo, mas antes que pudesse gritar, caíra numa folha de flor. Como ainda estava pequena, ou presumia, a folha funcionou como um escorregador e a menina caiu de pé em frente à um grande cogumelo. Um enorme cogumelo.

- Hoeeeee! – Exclamou dando um passo para trás, diante do tamanho do cogumelo.

- Ei... Ei... Quem és tu?

- Ah? – Ela olhou em volta, mas logo localizou, bem no topo do cogumelo, uma bela jovem de cabelos negros e compridos, com asas de borboleta, tomando chá.

- Quem és tu? – repetiu, a voz fina e doce ecoando pelas flores gigantes.

- Sakura... E você?

- Eu... Sou Tomoyo e de tudo sei, pois o futuro eu posso ver.

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Fim do capítulo \o\

Eu sempre gostei de Alice, apesar de não gostar muito DA Alice, ela tem uma imaginação e tanto o.õ'

Próximo capítulo deve ter yaoi (s2)

Se alguém se interessar pode deixar uma review, eu não reclamaria (certamente, mufufu #-#)

Próximo capítulo: Chá das Seis.