Algumas informações úteis antes de ler:
- As falas entre parênteses são ações.
- As falas entre aspas, geralmente são pensamentos. Todavia, quando outra pessoa estiver no diálogo que se dá entre as duas garotas, ele ficará entre aspas. Não tenham medo, (u.u) logo se acostumam, depois é só felicidade.
Capítulo I - Selamento...
Olhando ainda para a caneta de transformação e com a garota em seus braços, pensa por um momento e toma posse de seu Destino, segurando o mágico objeto...firmando agora seu compromisso não só como Guerreira...mas como quem sabe, parceira de Neptune ou melhor, de Kaioh Michiru...
Estava feito. Não teria mais volta, uma vez guerreira, caberia cumprir o que fora selado. Hoje, Tenoh Haruka fundia-se à Sailor Uranus...
Mesmo que a realidade apresentasse um silêncio indigesto, os pensamentos confusos da loira pareciam quase gritar naquela garagem. Ela, por um momento, olha para o menino, possuído minutos atrás, por algo que não conseguira definir com precisão. Estava quieto, mas podia ver, forçando rapidamente seus olhos, que ele estava respirando. Suspirou. Tornou a olhar Neptune, em seus braços, sentindo o sangue da jovem se esvair. O silêncio então é quebrado por Uranus.
- Você precisa de cuidados...logo as pessoas virão checar o que aconteceu...se quer manter tua identidade...é melhor sair daqui. Eu...posso ajudar com os ferimentos...
- Não se preocupe... - falara enquanto tentava levantar-se.
- Mas suas costas! Está ferida e...quem...bom, quem vai cuidar de você? Eu suponho que...que você não tenha "espalhado" sua condição de...guerreira...
- Não, eu não disse e... - se dá conta de algo - ... Você... você o tocou! - olhando para o objeto na mão dela - Por que fez isso?...Eu... eu tentei te avisar...
- ...Eu...não quero mais fugir...estou cansada disso...não é de hoje que tenho sonhos perturbadores...quero ter a chance de acabar com isso...se for possível...Venha, eu te ajudo a levantar.
- Eu imaginei que você devia ter alguma visão desse tipo - se apóia levemente nela, se levantando - ...desde que soube quem você era... - desvia o olhar.
- Você...tem que se cuidar...Kaioh-san - tentara desviar do assunto por hora, não queria discutir, ainda mais na situação que a outra garota se encontrara.
- Obrigada, mas...não se preocupe comigo...
- Não seja tola... - diz a jovem seriamente - suas costas...venha comigo...não deveria ter se arriscado desse jeito...
- (pega o "cetro" e se "destransforma", voltando ao seu uniforme. Olha para outro lado, novamente) "Michiru... não fale mais do que deveria... vai se machucar... mais..." Eu... ah.. esqueça...
- Olha, você tem que se tratar, eu posso ajudar...entre... - abrindo a porta do carro.
- (a olha, olha em volta. Suspira. Entra no carro)...pensando sobre sua missão, e que agora, ela também fazia parte dela Você... não devia ter feito isso fala, de súbito... Não se sabe ainda o que acontecerá nesta luta...
- Não me diga o que posso fazer ou não - virava o rosto, ligando o carro - Entrei nisso...pelo que já falei a você...não quero mais fugir...e...se você me ensinar, posso aprender o que for preciso.
- Não estou tentando te dizer o que fazer! Mas eu sei do que estou falando... Espero que saiba que, agora nunca mais poderá voltar à sua vida...Desculpe-me dizer, mas...é estranho...você não me parecia o tipo de pessoa que jogaria tudo para o alto desta maneira... Ou talvez, você ainda não saiba que o tenha feito... - olha-a com certa tristeza.
- Eu sei exatamente o que minha decisão implica. Como eu disse, se me ensinar, posso me virar...prometo que não vou ser um estorvo...você não me conhece.
As últimas palavras proferidas por Haruka atingiram Michiru de uma forma que a loira não percebera... - "É o que pensa, eu te conheço mais do que você imagina" - pensava Kaioh Michiru à caminho do apartamento da velocista...
- Bom, chegamos.
- (levantando a cabeça) "Chegamos" aonde?
- Ao meu apartamento... - pegava um toalha limpa que tinha no banco de trás do carro que sempre levava após o treino - Cubra as costas com isso...pra que ninguém perceba o ferimento. Vamos.
- (hesita) Não...só me deixe na minha casa, por favor...
- (suspira) Não seja boba...afinal já estamos aqui...e bem, quem cuidaria de você? Já que não contou a ninguém sobre "você sabe o quê", seria estranho que uma amiga visse esses cortes... - guiava-a à entrada do prédio
- Acho que seria mais estranho uma...amiga... Não ouviu o que diziam no iate? Pois era verdade... - dizia séria.
- (a olha surpresa)...Aposto que estavam enganados...você deve ter vários amigos...né? - sorrindo finalmente.
- A maioria das pessoas realmente não sabe nada sobre mim. Mas como eu disse, eles estavam certos... - acompanhando-a.
- (a olha por alguns segundos, percebendo a tristeza com que falava) B-bom, pelo menos por enquanto...enquanto estiver me ensinando não vai estar mais sozinha... - o elevador pára em frente ao apartamento, e logo as duas saem.
- Hai... - se desvencilhando das lembranças tristes que lhe ocorreram - Mas eu também não pretendo tomar o seu tempo... Afinal, a maior velocista do mundo deve ser alguém muito ocupada e rodeada de pessoas...
- (ri baixo) Na verdade...eu prefiro a companhia de meus carros e motos...por isso, faz algum tempo que não converso com alguém sabe? Dirijo a palavra aos colegas de classe por pura educação...a pouca que me resta - sorri enquanto abre a porta do apartamento - Olha, não repare na simplicidade do lugar...eu quase não paro aqui...por isso não tenho muitos móveis...
- Não, imagina... - olhando em volta, sorri fraco - É um lugar de muito bom gosto...
- (sorri) Obrigado. Não tem muita coisa...só o essencial...mas uma poltrona confortável é útil quando chegamos de um dia de treino né? Por favor, sente, eu vou ferver água, quero ver esses seus ferimentos...
- É o tipo de coisa com o qual tem que se acostumar. Mas, eu já disse, não quero ser um incômodo... Você esteve treinando durante todo o dia hoje, não foi? Deve estar cansada... Eu lhe agradeço por tudo, mas...
- Não. - interrompe, olhando-a seriamente - Eu não costumo trazer muitas pessoas aqui...se eu me ofereci, é porque não é incômodo algum...por favor fique...Kaioh-san.
- (continua fitando-a e suspira, sem argumento) Obrigada então... por tudo...
- (sorri) Bom, se me dá licença... - tira a tolha ensangüentada dela, some por alguns segundos no banheiro e pega uma limpa - Pegue...fique com isso...porque...vou precisar ver os ferimentos...vou ferver a água então - dirigindo-se à cozinha.
- (cora também) ... H-hai...
- Oe...você pode sentar aí, sim?
- (meio apreensiva, senta-se) Sim...
A chaleira denuncia que a água estava pronta e Haruka leva para sala, onde senta perto da jovem, que se encontrava no sofá.
- Posso...er... - diz um tanto vermelha - ver os ferimentos? - pegava o pano e o molhava na água quente.
- (cora um pouco e levanta a blusa, olhando para o outro lado) Não precisa se preocupar... foi só um raspão...
- Se não fosse comprometer tua identidade, te levaria a um hospital...- tentava formular alguma pergunta, que a distraísse enquanto cuidava dos cortes - Você toca há quanto tempo?
- Hum... eu sempre gostei de violino... bom, de música em geral... Eu ainda era bem pequena quando meus pais me colocaram em aulas de violino - sorri, se lembrando.
- (sorri ao ver de relance a expressão da garota) Você toca muito bem...Kaioh-san...eu ouvi no dia em que estávamos no iate e...cala-se ao lembrar de suas palavras ríspidas
- ... (também se lembra das palavras que ouvira... vira o rosto, porque sentiu que lágrimas iriam começar a se formar)
- Hey...eu...eu...não sou muito boa "nisso" sabe? Em "pedir desculpas". Na verdade acho que nunca pedi...porque o fato é que, nunca fui uma pessoa de muitas amizades...- notando que a cabeça da garota começa a pender - Gomenasai...gomenasai Kaioh-san...eu disse tantas coisas naquele dia...insultei-a...não sou uma pessoa muito sociável...Gomen...gomenasai!
- Não se deve pedir desculpas por dizer o que pensa... - suspira.
- Eu...eu não penso isso de você! Eu...estava com raiva...se bem que isso não é desculpa pra te tratar mal...é que eu não a conhecia...nem QUERIA entender o que estava para acontecer...
- Por isso eu não posso te culpar... Também nunca fui lá muito social... Por isso não me conhecem... Muitos pensam como você... E na verdade, te admiro, por dizer o que pensa, mesmo sem pensar - sorri.
- ... (vermelha, deixa o pano de lado e vira a garota, sorri olhando pra ela).
- ... (fita seus olhos, meio distraída).
- Bom, eu não espero que me perdoe pelas coisas que disse...sorrindo mas podemos começar de novo...Sou Tenoh Haruka, "estrela dos carros de corrida"... - ri.
(continua)
