Oi gente!

Bom, essa é a minha primeira fanfic Velozes e Furiosos e eu resolvi escrever sobre o meu casal absolutamente preferido: Han e Gisele. Eu havia pensado em uma OneShot, que se passa entre o Fas F&F 6, quando eles saem do Rio juntos, mas pensei em desenvolvê-la para uma história mais longa. Estou em uma correria absurda com o trabalho e com a faculdade, mas pretendo fazer essa continuação que se passará depois do F&F6 o mais breve possível.

O nome da história é uma referência à musica da Lana Del Rey, chamada "Born to die". Sempre achei que a letra tem tudo a ver com a história do Han e da Gisele e serviu de inspiração para o que eu tenho em mente.

Enfim! Espero que gostem, comentem e critiquem!

Boa leitura =))


Han POV

Uma brisa quente entrou pela janela, mexendo nos lençóis que enrolavam meu corpo e o de Gisele. Ela se encolheu suavemente e eu a apertei contra meu peito, sentindo o calor de seu rosto em minha pele. Estávamos em silêncio há algum tempo e eu imaginava que ela já estava dormindo, embora minha mente estivesse inquieta demais para que eu também caísse no sono. Já haviam se passado quatro meses desde que saímos do Rio e passamos brevemente pela Europa. Gisele sugeriu que viéssemos ao Caribe e, como eu nunca consigo dizer não, acabamos parando em Nassau, nas Bahamas. A tranquilidade de uma casa no meio de uma praia praticamente deserta e o anonimato que isso nos dava fez com que nos firmássemos aqui por mais tempo que deveríamos, mas eu já começava a pensar no próximo passo. Ficar na América Central era flertar muito perigosamente com a prisão. Estávamos a um passo da Flórida e mesmo estando aqui há meses, eu ainda não havia conseguido contar quantas bases militares existiam na ilha. No entanto, mesmo alertas, os dias ao lado de Gisele foram únicos, o que também me levava, convenientemente, a pensar no próximo passo. Agora, mais do que nunca, eu pensava seriamente em parar em algum lugar e começar uma vida com ela. Melhor do que pensar nisso era imaginar como Gisele se faria de durona quando eu abrisse a proposta. Um riso fugiu entre meus dentes.

"O que é tão engraçado?" Ela perguntou, me assustando. Respirei fundo e a olhei, vendo que ela ainda descansava o rosto na curva do meu pescoço, de olhos fechados. Gisele abriu um meio sorriso típico.

"Nada". Respondi simplesmente, não desviando meu olhar. Ela abriu os olhos e levantou o rosto para me olhar também, reunindo as duas mãos sobre meu peito e apoiando o queixo em cima das mãos. Eu sorri de lado também, me divertindo com a curiosidade de Gisele. Ela arqueou uma das sobrancelhas, piscando repetidamente. "O que foi?" Perguntei, quase não contendo o riso.

"Eu não fiz nenhuma piada, fiz?" Questionou, não evitando um sorriso abafado. Inclinei meu rosto pra alcançar os lábios avermelhados de Gisele, conseguindo um beijo. Ela levantou o queixo, passando uma das mãos pelos cabelos da minha nuca. Segurei o pulso dela entre meus dedos suavemente, deslizando a mão por toda pele macia de seu braço até alcançar os dedos novamente, prendendo-os entre os meus próprios dedos. Os grandes olhos castanhos estavam fixos em mim, conforme ela esperava alguma resposta. Eu sorri mais uma vez e ela mordeu o lábio inferior, não evitando outra pergunta. "No quê está pensando?"

"Eu estava imaginando como seria se parássemos em algum lugar..." Respirei fundo, vendo como a expressão dela ficou confusa. "Não sei... começar uma vida juntos".

Gisele respirou fundo também, levantando mais seu corpo para que ela ficasse diretamente na frente do meu rosto. Ela inclinou a cabeça levemente e estreitou um pouco os olhos castanhos, piscando repetidamente. "Não é isso que estamos fazendo?" Perguntou.

Eu quase não pude resistir a um sorriso ao perceber que ela estava sendo durona, exatamente como eu havia imaginado. Passei a ponta dos meus dedos pela palma da mão dela, segurando-os gentilmente em seguida. "Estamos?" Retruquei, vendo-a comprimir ainda mais os olhos ao sorrir. "Eu estou falando em nos sentirmos efetivamente em casa". Expliquei, fechando os olhos por um instante. Senti a respiração de Gisele mais próxima conforme ela se aproximou de mim para distribuir alguns beijos na base do meu pescoço. Houve, então, silêncio por um instante e eu imaginava que ela estava pensando. Assim que a respiração quente contra minha pele se afastou, eu abri os olhos e encontrei-a olhando para mim, com uma expressão doce.

"Você é o meu lar" Respondeu, abrindo um sorriso largo. "Não importa onde, se você estiver ao meu lado, eu terei minha fortaleza".

Inevitavelmente, um sorriso estampou meu rosto e meu coração pulou uma batida ou duas. Caramba, eu pensei. Gisele fazia com que eu me sentisse bem, de uma forma que eu nunca havia me sentido antes. Ela também era meu porto seguro e isso fazia com que eu construísse todos meus planos em torno de sua presença. Eu não sabia exatamente pra onde iríamos, nem como lidaríamos com todos os crimes pendurados na nossa ficha, mas eu tinha certeza que Gisele estaria comigo e eu a manteria a salvo. Para tanto, tudo que eu mais queria era um lugar onde pudéssemos criar algumas raízes e esquecêssemos um pouco de toda loucura. E embora eu gostasse muito de estar no Caribe, eu sabia que aqui não era esse lugar.

"Você sabe que temos que ir, não sabe?" Perguntei.

Gisele resmungou algo sem muita importância, voltando a apoiar queixo no meu peito. Os dedos finos começaram a fazer pequenos contornos sobre minha pele descoberta, conforme ela pensava por um instante. "Eu gosto daqui, me lembra um pouco como é estar em casa" Ela balançou os ombros, respirando fundo "Mas eu entendo... é realmente estranho. É como se estivéssemos de férias".

"Férias? Desde quando criminosos tiram férias?" Eu ri novamente, passando a mão pelos cabelos levemente cacheados dela.

"Nós estamos tirando longas férias..." Gisele sorriu também, prolongando as palavras. "Pela primeira vez na vida, eu me sinto desconfortável em ficar pingando em cada lugar. Ainda mais porque podemos ser pegos" O semblante dela voltou a ficar sério e eu a olhei, percebendo sua preocupação. De fato, estragaríamos tudo se chamássemos algum tipo de atenção.

"Bom, nós vamos dar um jeito." Garanti, passando uma das mãos pelo quadril até a perna dela, envolvendo-a entre as minhas próprias pernas. Continuei a passar meus dedos entre as mechas do cabelo de Gisele, fazendo com que seu perfume se espalhasse pelo quarto. "Não vai ser difícil, huh?" Sorri, tentando descontrair.

"Claro que não" Ela sorriu de volta, franzindo as sobrancelhas. A expressão confiante foi substituída por mais um sorriso. Gisele se aproximou desta vez, selando os meus lábios.

"Até você aparecer, minha vida estava uma bagunça..." Eu confidenciei em um sussurro, encostando minha testa na dela. Era a mais pura verdade. Embora eu estivesse satisfeito com a equipe e com todas as coisas absurdas que fizemos, faltava alguma coisa. Assim que ela atravessou a porta daquele galpão, apontando uma arma para Roman, eu soube que ela era a peça que faltava.

"Sua vida continua uma bagunça" Gisele corrigiu, fechando os olhos. Ela riu entre os dentes e sua respiração quente alcançou meu rosto, fazendo com que eu a trouxesse pra ainda mais perto. "Todo homem precisa de uma mulher quando sua vida está fora do lugar" Outra respiração e ela me encarou diretamente, fazendo com que meu coração falhasse de novo. "É como em um jogo de xadrez: a rainha protege o rei" Ela soltou uma risada mais sonora e eu não pude evitar também, afundando meus dedos entre os cabelos dela. Trouxe-a pra mim mais uma vez e a beijei com intensidade, sentindo seus dedos se afundando na pele do meu antebraço. Definitivamente, eu não tinha motivos pra discordar. Embora eu quisesse manter Gisele sob minha proteção, era ela quem me mantinha são.


Se havia algo que me intrigava era como meu sono conseguia ser leve, mesmo depois de noites a fio. Eu tinha a impressão de que isso havia se agravado depois que eu parei de fumar, ou talvez depois que eu passei a ser procurado pela Interpol, pelo FBI, pela CIA e por criminosos de diversos tipos. Fazia sentido que eu ficasse alerta, mas caramba... os primeiros raios do sol mal haviam aparecido e eu já estava desperto. Mantive meus olhos fechados e procurei não me mexer para não incomodar Gisele, que ainda dormia sobre o meu peito. O braço que a envolvia já dava sinais de que estava ficando sem circulação, mas eu não me importei com o formigamento. Ela estava tão tranquila, algo bastante atípico para quem teve uma formação de militar. Parecia, no entanto, que ela havia conseguido descansar um pouco sua mente aqui. Não havia motivos para alerta, eu tinha que admitir. Havíamos conseguido uma casa ao sul da ilha, cercada por uma floresta quase intocada, areia branca e uma imensidão azul clara. Não havíamos visto ninguém por ali em todos os tempos que ficamos na casa. Agora, por exemplo, eu só podia ouvir um coro de pássaros e a respiração profunda de Gisele. Aquilo sim me acalmava, embora ainda não me fizesse dormir. Meus ouvidos ficaram mais apurados quando os pássaros cessaram a cantoria e o som das ondas quebrando na praia ficou mais evidente. Tudo havia ficado estranhamente silencioso e eu acabei, inconscientemente, prendendo minha respiração também. Levantei o pescoço por um instante para olhar pela janela, mas o balanço da cortina fina me impedia de ver muito. Assim que eu tomei o primeiro impulso pra me mexer, eu vi um brilho prateado de uma arma refletido pelo sol e uma silhueta bem definida de um homem.

Minha mente sofreu um choque e eu senti a primeira carga de adrenalina correr por meu corpo. Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, a metralhadora foi apontada em nossa direção e os primeiros estrondos ecoaram pelo quarto, bem como os rombos na parede começaram a aparecer. Prendi Gisele em meu corpo e rolei para o lado oposto da cama, caindo no chão e protegendo sua cabeça com meus braços. Ela soltou um sonoro palavrão, acordada pela queda e pelos tiros.

"Que p..." Gisele gritou e eu ignorei, percebendo que os tiros haviam cessado por enquanto. Assim que ela entendeu o que estava acontecendo, começou a tatear a cabeceira, pra tentar encontrar uma arma.

"Não há tempo pra procurar; temos que ir" Levantei em um impulso, trazendo-a comigo. Ela ainda estava grogue e um tanto atormentada. Gisele arrumou a alça do baby doll preto que usava, passando a tatear a cintura, em um instinto primário de que poderia ter uma arma ali. "Agora, Gisele" Eu exigi, puxando-a em direção ao corredor. Comecei a esquematizar na minha mente onde estaria cada coisa. Era óbvio que não havíamos tempo pra trocar os pijamas que vestíamos ou para procurar onde estavam nossos passaportes falsos. Talvez conseguíssemos uma arma, mas eu tentava com todas as forças me lembrar onde estavam as chaves do meu Mazda e do Porsche de Gisele. Eu tinha a impressão de que elas estavam na sala, mas eu não tinha certeza. Assim que começamos a dar os primeiros passos pelo corredor, Gisele parecia ter voltado ao normal e fiscalizava tudo em rápidos olhares. Ela recostou-se à janela do corredor, avaliando a situação do quintal.

"Definitivamente, temos companhia" Gisele anunciou, movendo a cortina para visualizar melhor a situação.

Eu me apressei em alcançar a sala, mas senti um peso na altura do meu quadril e então atingi a parede. Ouvi Gisele gritar, conforme percebi que o peso na verdade era um cara do tamanho do Hobbs me jogando contra a parede e preparando-se para me acertar de novo. Oh, merda...