Autor: Bel Malfoy
Conto: A protegida de Maria
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Item: Roubar (o verbo); Lembranças
Prazo de entrega no 1º post:-
(Realidade ligeiramente alterada. Para todos os efeitos, é Andromeda a irmã mais velha)
Eu ganhei, Bella
Como boa ladra, sempre roubaste o que mais querias, passando por cima de todos. Não importava se era do teu sangue; não importava se era teu parceiro no lado errado da guerra; não importava se era teu companheiro nas legiões de Voldemort… não importava se era a tua irmã mais velha.
Rancor? De ti? Por favor. Cuidei de ti quando ainda usavas fraldas, mesmo sendo pouco mais velha; ajudei-te a não cair quando os teus passinhos ainda eram incertos, mesmo tendo eu quatro anos. Acho que nunca se viu naquela maldita Mansão um amor de irmã como o que tinha por ti e pela Cissa nem nunca se voltará a ver. Talvez se o pequeno Potter, quando crescer, decidir ficar com a casa do padrinho e não reconstruir a de Godric's Hollow. Quem sabe? O pequeno só tem catorze, feitos à onze dias.
Às vezes olho para ti e vejo-te como minha afilhada, e eu, como tua madrinha; a minha protegida e inocente Bellatrix. Verdade até aos seis anos; a partir daí? Falsa, invejosa, ladra!
Os beijos que roubaste ao Sirius? Deveriam ser meus! Mentiste e roubaste lembranças, toques, carinhos que deveriam pertencer-me! Nunca lhes deste valor, nunca te importaste. Ele era apenas mais uma coisa que roubaste a alguém. A mim.
Grande erro, minha querida, grande erro. Achavas que ele seria eternamente teu? Nunca. Não ele. Demasiado livre para mim, para ti, para a Cissa. Demasiado livre para protecção e carinho, demasiado livre para toques fugazes e momentos de uma noite, demasiado livre para sensos maternais e futilidades. A mulher ideal para ele? O teu Amo matou-a. Apenas a Lily conseguia controlar todo aquele calor e desejo de ser grande, concentrar todas as energias dele em algo bom; bem de alguma maneira ela conseguiu dominar o Potter e o Lupin, não é?
Mas isto já sou eu a divagar. Como eu dizia, grande erro. Nunca eternamente teu. Quando conheci o Ted, o seu toque conseguiu apagar a falta que os beijos de Sirius me faziam; quando a minha Nymphadora nasceu, o carinho que guardei para aquele menino foi para ela, juntamente com o amor de mãe.
Mas nunca esqueci o que fizeste, querida. Achas que o Sirius fugiu por ideia dele? Pensa duas vezes. Achas que ele foi para casa dos Potter sozinho, no meio da noite completamente só, sendo a Mansão dos Potter tão longe? Pensa duas vezes. Ele não fugiu apenas de casa, do lado negro; fugiu também de ti. Não porque não te amava, bem pelo contrário. Mas, naquela noite, ele correu para os meus braços, para a fuga que eu lhe ofereci. Não tiveste hipóteses.
Pela primeira vez em muito tempo, minha amada ladra, eu ganhei.
Como naquele conto que o tio Orion nos contou. A Virgem Maria levou o que a sua afilhada mais amava e devolveu quando ela disse a verdade. Minha protegida: eu levei-te o Sirius.
E viverás infeliz para sempre…
Andromeda Rosier Black Tonks.
