Introdução
Este fic é um pouquinho diferente dos que eu já escrevi até agora. Primeiro porque é na primeira pessoa. Tudo será do ponto de vista de Sakura Kinomoto, uma jovem de 25 anos (minha "nova" idade! Hehehe) excêntrica e com sérios distúrbios psicológicos que está começando a lutar pelo seu lugar ao sol na grande metrópole de seu país. Não vou negar que usei muito de mim nela, mas não é nada completamente baseado em fatos reais hehehe.
E em segundo lugar porque este fic é uma verdadeira salada de fruta. Haverá inúmeros personagens de outros Animes, programas, filmes e participações super especiais de pessoas muito importantes e legais para mim.
Este fic é uma homenagem a tantos amigos que eu fiz durante estes longos três anos (ou mais!) que eu escrevo fanfics, principalmente para minha grande amiga e revisora Rô. Por isso em homenagem ao meu aniversário resolvi postá-lo. Porem quero deixar claro que ele terá uma atualização mensal!
Espero que se divirtam tanto quanto eu me diverti escrevendo-o (nossa vocês nem imaginam como eu gosto deste fic!)
Lembrando que nenhum personagem me pertence (infelizmente! Mas quem sabe um dia... Hei será que a Clamp me dá eles de aniversário... ou pelo menos o Touya?)
Beijos,
Kath Klein
& & &
Dizem que viver é uma aventura, sempre achei isso pura baboseira. Aventura era o que eu sempre quis viver, mas nunca fui capaz de viver. Claro que eu não era capaz, não era nenhuma Lara Croft, era apenas Sakura Kinomoto. Quem é Sakura? Bem isso é o que vocês vão ter que tentar descobrir, pois nestes 25 anos ainda não consegui...
Luzes de Tókio
Por Kath Klein
The daylight´s fading slowly
But time with you is standing still
I´m waiting for you only
The slightest touch and I feel weak
I cannot lie
From you I cannot hide
And I´m losing the will to try
Can´t hide it
Can´t fight it
Chorus:
So go on, go on, come on leave me breathless
Tempt me, tease me, until I can´t deny
This lovin´ feeling
Make me long for your kiss
Go on, go on, yeah
Come on
And if there´s no tomorrow
And all we have is here and now
I´m happy just to have you
You´re all the love I need somwhow
It´s like a dream
Althoygh I´m not asleep
And I never want to wake up
Don´t lose it
Don´t leave it
Chorus
And I can´t lie
From you I cannot hide
And I´ve lost the will to try
Can´t hide it
Can´t fight it
Chorus
Tempt me, tease me, until I can´t deny
This lovin´ feeling
Make me long for your kiss
Go on, go on, come on leave me breathless
Go on, go on, come on leave me breathless
Go on, go on, come on leave me breathless
Capítulo 1
Ali estava eu, parada em frente a um prédio bem localizado no centro de Tókio. Não era luxuoso, mas era bem acolhedor. Respirei fundo e segurei a mala que estava ao meu lado. Procurei nos bolsos do meu casaco o papelzinho que meu pai havia me dado. Não queria pagar o mico de bater na casa de algum desconhecido. Encontrei-o amassado no bolso direito e o tirei. Verifiquei o endereço e perguntei para uma senhora que saía do prédio com um cachorrinho se estava na rua certa. Ela confirmou o nome da rua e eu resolvi entrar.
'Bom dia.' Cumprimentei o porteiro do edifício que estava lendo o jornal.
Ele abaixou o jornal e me fitou. 'BomDia.'
Acho que ele me cumprimentou também, deve ter sido isso. 'Hã... apartamento 310.' Eu esclareci a ele de uma vez.
'Ah!OApartamentoDoSenhorLiQueFicaAoLadoDoApartamentoDosAsakurasNoSegundoAndar.' Nossa é impressão minha ou este cara fala uma língua extraterrena?
'O que o senhor disse?'
'QueVocêEstáProcurandoOApartamentoDoSenhorLiQueFicaAoLadoDoApartamentoDosAsakurasNoSegundoAndar.' Falou mostrando que estava irritado por repetir mais uma vez.
Senti-me mau em não entender patavinas do que ele falava! Gente será que o pessoal da capital fala tão rápido e enrolado assim? Mas eu até que estava entendendo bem o que o motorista do Taxi falava comigo. 'Será que o senhor poderia falar um pouco mais devagar?' Perguntei pausadamente.
'EstePessoalNovoQueNãoEntendeNadaDoQueAGenteFala...'
Dei-me por vencida, soltei um longo suspiro olhando para o pedaço de papel que tinha na minha mão. Ouvi um barulho vindo da escadaria e logo um casal apareceu já no arranca rabo. Olhei assustava vendo que a jovem estava literalmente puxando o rapaz pela camisa.
'Você anda muito preguiçoso, Yoh! Assim não dá! Como você acha que vamos conseguir expandir a pousada com você dormindo até esta hora?' Ela gritava indignada olhando para o relógio de pulso. Enquanto que o rapaz apenas ria parecendo que alem de já estar acostumado achava graça da situação. Tem gente que gosta de tudo nesta vida. Ele deveria ser masoquista com certeza.
'Bom dia, Zé!' O rapaz cumprimentou o porteiro depois que passou pelo senhor ainda sendo arrastado pela jovem loira.
'BomDiaSenhorYoh.' Ouvi o porteiro responder novamente sem entender nada. Arregalei os olhos pensando que aquele casal excêntrico poderia ser a minha salvação. Agarrei a mala, eu sei lá se podia confiar naquele alien uniformizado e corri até eles parando em frente da jovem general. Reparei o olhar fulminante que ela lançou sobre mim. 'Poderiam me ajudar? Estou procurando o apartamento 310.' Minha voz saiu exatamente como eu me sentia, tremendo. Para aquela mulher pular no meu pescoço, acho que não faltava muito.
'Porque não pergunta para o porteiro, oras!' Ela gritou indignada e já ia voltar a caminhar. Eu não podia deixar minha única esperança ir embora. Parei novamente a frente dela mesmo correndo risco de vida. Entre um Alien uniformizado e uma general do exercito medieval, não havia muita diferença, tirando o fato da general falar a minha língua e isso já era vantagem.
'Eu não consigo entender uma palavra do que ele fala!'
'Ah o Zé é assim mesmo.' O rapaz finalmente se pronunciou. 'O apartamento 310 não é o do Li?' Ele perguntou fitando a esposa.
'Sim!' Eu gritei. 'É este mesmo?'
Reparei que a mulher fechou mais a cara, se isso fosse possível. 'Aquele nosso vizinho é má influencia para você.' Ela falou virando-se para Yoh e voltando a puxá-lo.
O rapaz se desvencilhou da esposa e estendeu uma mão para mim. 'Sou Yoh Asakura e esta é minha esposa Anna. Muito prazer.'
'Sakura Kinomoto.' Falei apertando a mão dele, parecia um cara muito legal, mas não sei como agüentava uma mulher tão mandona como aquela. 'Syaoran Li é meu primo.'
'Então terá uma péssima notícia.' Ouvi Anna falar com a voz brava.
'O apartamento fica no terceiro andar a esquerda, não é Zé? Ou é a direita...' Ele falou colocando uma mão no queixo. Agora eu saquei qual era a dele, pelo jeito o senhor Yoh só não perdia a cabeça porque estava presa ao pescoço, acho que mesmo assim ele perderia, Anna é que deveria lembrar tudo para ele, por isso era tão mandona. Oras os opostos se atraem e se completam! Psicologia de livros de relacionamento! Sou exper. nisto!
'IssoMesmoSenhorYoh!QuintaPortaAEsquerda.' Ouvi o Alien uniformizado responder em seu idioma indecifrável.
'A senhorita sobe as escadas e assim que chegar no terceiro andar é a quinta porta a esquerda.' Ele traduziu para mim.
Mal tive tempo de agradecer e a mulher já tinha pego o rapaz e começado a arrastar em direção a saída. Yoh deixava ser arrastado pela mulher e ainda dava Tchauzinho para mim com a mão esquerda sorrindo de forma alegre. Estava perplexa. Bem, assim que eles saíram do meu campo de visão, resolvi voltar-se para o tal do porteiro Zé. Ele tinha um cabeção tão grande que a minha teoria de que ele era um Alien estava quase comprovada.
'Eu vou subir então.' Falei já subindo e ouvi mais uma frase no dialeto alienígena. Não dei bola. Olhei para a escada enorme a minha frente e apertei mais forte a mala na mão. 'Isso pelo menos é melhor que academia.' Tentei me consolar começando a subir as escadas.
Em dez minutos estava em frente da porta número 310. Tentei controlar um pouco a respiração. Pois a mala realmente estava pesada e a porcaria dos prédios baixos não possuem elevadores. Esse era o grande problema de permitirem que arquitetos planejassem edifícios. Eles só podem fazer prédios com o gabarito de três andares. Eu odeio arquitetos. Não liguem, esta minha aversão a estes profissionais liberais com certeza tem haver com a autora desta fic que é engenheira civil. Mas pensem bem, estava eu, na grande capital do país, subindo pelas escadas. Com certeza esperava um pouco mais quando resolvi sair de Tomoeda.
Estendi o braço e toquei a campainha enquanto analisava o corredor vazio. Olhei para o meu relógio de pulso e voltei a observar o piso quadriculado já que não tinha muito que fazer. Com certeza se eu tivesse a mesma esquizofrenia que Jack Nicholson em "Melhor impossível" estaria ferrada agora. Além disso, não podia negar que estava um pouco ansiosa. Olhei novamente o relógio de pulso e franzi a testa. Já estava a uns cinco minutos parada ali. Toquei a campainha com mais força, dane-se se achassem que eu era mal educada. Eu estava era cansada.
'Já vai.' Gritaram lá de dentro.
'Já vai...' Repeti emburrada com a demora. Eu odeio ficar esperando. Não há lugar que vocês possam me encontrar com a cara mais irritada do mundo do que em uma fila de banco. Não só de banco, fila de supermercado é outra coisa completamente irritante. Pior ainda é fila para restaurante! Ah a gente já vai pagar uma fortuna num restaurante e tem que ficar plantada na porta esperando lhe chamarem e morrendo de fome!
A porta abriu de repente. 'Oi!' Levantei os olhos e observei uma bela garota de longos cabelos castanhos escuro e olhos amendoados. Realmente não era aquilo que eu esperava. Será que ele havia se tornado um transexual? Anna falou que meu primo era má influencia para o marido e que eu teria uma surpresa. Meu Deus! Há anos não o via! Há anos não se tinha notícia sobre ele! Será que ele havia feito alguma cirurgia e trocado de sexo?! De repente comecei a ficar um pouco sem ar.
Não pude deixar de imaginar-me correndo na praia com cinco anos de idade e meu primo atrás de mim. Ríamos e brincávamos como crianças felizes. Estava com o corpo coberto de areia, pois a pouco tempo havíamos rolado pelo chão. Ele pegou o meu pulso e me encarou com aqueles belos olhos. 'Gosto muito de você, Sakura. Quer ser minha namorada?' Abri um enorme sorriso. Claro que queria ser namorada dele! Quem não gostaria de ter um namoradinho como ele. Fechei meus olhos quando o vi se aproximando. Fiz biquinho e logo senti os lábios macios dele sobre os meus. Não pensem besteira! Foi um beijo singelo e infantil, mas foi tão gostoso. Abri meus olhos e me deparei com a figura daquela mulher na minha frente sorrindo maliciosamente para mim. AHHHHHH! Meu primeiro beijo havia sido com uma futura mulher!!!!
'Hei, em que posso ajudar?' A garota me perguntou provavelmente reparando que minhas faces começaram a perder a cor.
'Eu... eu sou Sakura.' Falei imaginando que ela ou ele, ou sei lá o que, me reconhecesse.
'Sakura?' A jovem repetiu franzindo a testa.
Comecei a ficar realmente nervosa agora. 'Estudamos juntos... juntas... eu acho. No primário. Somos primos... Lembra-se?'
A jovem começou a fechar a cara olhando-me com uma certa fúria. 'Olha garota, se ele prometeu que ia casar com você, pode tirar seu cavalinho da chuva! Ele é MEU! Ouviu bem?'
Meu? Quer dizer dela? Ah sim! De repente comecei a sentir um certo alívio no peito. A masculinidade do meu primo estava salva. Não que eu tenha alguma coisa a ver com a masculinidade dele, mas seria um pouco decepcionante saber que o seu primeiro beijo, mesmo tendo sido aos cinco anos de idade, foi com um homem que depois se tornou uma mulher.
Já estava preparada para tentar amenizar a situação quando uma voz masculina chamou a atenção de nós duas. 'Quem é May?'
A jovem virou-se para trás, mas ainda mantinha a porta entreaberta impedindo que eu visse o interior do apartamento. Droga, esta garota pensava o que de mim? Que eu fosse uma assaltante ou coisa parecida? Até parece que um mau elemento teria um rostinho bonito como o meu.
'É uma fulaninha aqui dizendo que é sua prima.'
FULANINHA?! Realmente esta garota não sabe que está brincando com fogo. Dei um passo para frente e empurrei a porta chamando a atenção dela. 'A fulaninha tem nome, garota! Você não tem educação não, é?' May voltou-se para mim com os olhos em chamas, por alguns instantes imaginei brasas saindo por eles. 'Deixe-me entrar logo nesta porcaria de apartamento.' Falei empurrando com mais força a porta. Pronto! Como duas crianças brigando por uma mesma boneca ficamos empurrando a porta. Eu para abri-la e a garota para fechá-la.
'Dá para vocês duas pararem de brigar?! Que saco!' Pude ouvi-lo resmungar com a voz arrastada. Logo a porta finalmente se abriu e eu caí com tudo por cima de quem quer que estivesse atrás dela. 'Oras, mas se não é a Sakurinha!' Ele falou me olhando da forma mais zombeteira possível. Ali estava ele, meu primo, Syaoran Li.
'Você continua um imprestável!' Resmunguei levantando-me de cima dele. Com a queda fomos os dois parar no chão. 'Custava ter ido me buscar na estação?'
'Mas você continua amarga, hem?' Ele retrucou. Lancei-lhe um olhar tão furioso que eu mesma teria medo de mim. No entanto, ele apenas intensificou o riso. Detestava quando ele ria da minha cara. 'Aposto como ainda está encalhada.'
'Ah cala a boca, Syaoran!'
Quem ele pensa que é para falar da minha vida amorosa? Todos da família sabem que eu sou a maior encalhada, mas ele precisa ficar dizendo isso em voz alta na frente daquela garota irritante?! Começava a me arrepender profundamente de ir morar com ele em Tókio. Se papai não tivesse posto isso como condição, eu já estaria no primeiro táxi procurando um hotel.
'Pega pelo menos a minha mala no corredor.' Falei entrando no apartamento.
Parei no meio da sala e rodei os olhos na pequena residência. Apesar de todos os defeitos do meu primo de quase quarto grau... quarto grau? Poxa, acho que isso nem é mais considerado primo! Bem, apesar de todos os defeitos dele, ele continuava uma pessoa organizada. O apartamento era muito bonitinho. Um pouco masculino demais, porém nesta altura, para mim, isto era uma qualidade.
'Trouxe pouca coisa. Pelo que seu pai me disse, você ficaria morando aqui por alguns meses, não?' Ele falou entrando na sala com a minha mala.
'Você não falou nada disso para mim, Syoaran!' A voz irritante daquela garota quase estourou os meus delicados tímpanos.
'Sakurinha é minha prima, May. Não precisa ficar com ciúmes.' Ouvi-o dizendo para ela e logo um barulho de beijo. Fiz instintivamente uma careta. 'Além disso, não se preocupe, ela não faz o meu tipo.'
Ah eu não fazia o tipo dele, é? Na verdade era incrível como eu não fazia o tipo de nenhum homem da face da Terra. Eu deveria ter me alistado para a tripulação da Enterprise, assim talvez eu achasse um vulcano, o qual eu fazia o tipo dele. Homens frios, calculistas e lógicos como o Spoke. Oras estava começando a achar aquelas orelhinhas pontudas sexys... Deus! Estou realmente desesperada! Tudo bem que não me considerava uma top model, mas não era feia. Apenas um pouco baixinha demais. Mas nada que um salto plataforma não resolvesse. Olhei para os meus pés e me arrependi de ter vindo com tênis. Talvez fizesse uma apresentação melhor com salto alto. Oras, mas porque estava preocupada sobre a opinião do meu primo sobre mim?!
'Onde vou ficar?' Perguntei tentando fazer com que os barulhos daqueles beijos terminassem. Pelo menos beijar e falar, acho que ele não era capaz de fazer ao mesmo tempo.
'Não vai dar nem um abraço no seu primo querido?'
Virei-me para ele com uma das sobrancelhas erguidas. 'Abraço?'
'É! Agora vamos dividir um apartamento. Seremos como irmãos, certo?'
Seremos como irmãos... Droga, Touya já era um irmão chato demais para eu querer um segundo. Além de ciumento, chato, pé no saco, Touya conseguia ser psicótico quando o assunto era a minha "virtude". Para ele, a única profissão que eu deveria seguir era a religiosa. Caminhei até Syaoran e respirei fundo antes de abraçá-lo. Encostei meu rosto no peito dele e envolvi sua cintura. Opa! Pelo jeito o priminho andou malhando!
'Que bom que veio, Sakurinha.'
'Para de me chamar de Sakurinha.' Detestava este apelido. Já era baixinha, quando ele me chamava de Sakurinha psicologicamente eu me sentia menor ainda... Está bem, eu sei que isso é loucura, mas apelidos infantis usados na vida adulta são no mínimo constrangedores.
'Tudo bem, Sakurinha.'
'Irritante.' Soltei afastando-me dele. 'Bem, e aí?! Onde eu vou ficar?'
'Arrumei um quarto para você. Vem, vou lhe mostrar.' Ele falou pegando novamente minha mala.
'Hei, ela vai ficar mesmo aqui?!'
Sabe aqueles momentos em que você pode apenas ficar calada e evitar uma discussão, mas você não resiste em manter a boca fechada? Você sabe que está comprando briga, você sabe que as conseqüências do simples fato de abrir a boca serão terríveis e até mesmo catastróficas, mas mesmo assim você não resiste em ficar calada?
'Mas como você é lenta, hem? A ficha ainda não caiu?' Perguntei irônica.
Vi o rosto de May contorcer-se de raiva e me dei por vencida. Pelo menos no primeiro round. Por algum motivo ainda obscuro já tratava aquela garota como inimiga. Virei-me e comecei a caminhar observando o pequeno apartamento. Parei em frente ao cômodo onde Syaoran havia entrado com minha mala. Ele a colocou no canto e virou-se para mim. 'Bem vinda ao seu novo lar.' Falou abrindo de leve os braços. Não poderia negar, pelo menos ele era divertido.
'Obrigada por aceitar que eu ficasse um tempo com você.' Agradeci sinceramente. 'Se não fosse por isso, não tinha como eu pegar o trabalho que me ofereceram.'
'Sem problema. Será um prazer ter você aqui.' Ele sorriu para mim. Fiquei sem graça ao reparar no sorriso que ele tinha, era simplesmente perfeito, não lembrava do sorriso dele, na verdade brigávamos tanto quando crianças que o único sorriso que eu via no rosto dele era debochando de mim, acho que por isso sempre me mantinha na defensiva com ele. Dizem que a melhor defesa é o ataque e era esta filosofia que eu sempre usei com Syaoran. Mas isso era quando tínhamos cinco anos, agora não havia porque eu continuar desta maneira. Será?
'Vai ser bom uma companhia feminina sem segundas intenções.' Divertiu-se.
'Pelo jeito continua um galinha, não é?'
'O que posso fazer se sou irresistível?'
'E pretensioso.' Completei.
'Não sou pretensioso, sou realista. As mulheres gostam do meu jeito sexy.'
Não pude deixar de soltar uma gargalhada. Realmente Syaroan Li mudara muito pouco dos tempos de menino. Aquele garoto parecia que tinha nascido para agarrar meninas. Tantas e tantas vezes eu já havia presenciado ele levantando as saias das meninas para descobrir a cor da calcinha que elas usavam. A minha saia pelo menos ele poupava, até porque ele sabia que eu só usava rosinha. Syaoran Li continuava o mesmo galinha e irresponsável, isto é, um típico representante do sexo masculino. Não era a toa que eu detestava os homens.
Acompanhei-o saindo do quarto. Estiquei o pescoço observando-o caminhar pelo corredor. Reparei nas costas largas, realmente ele deveria estar malhando, não era esta a lembrança que eu tinha do meu priminho. Meus olhos instintivamente desceram até o bumbum. Nossa! Que traseiro lindo! Será que ele havia colocado silicone? Li a respeito disto numa das reportagens da revista que trabalhava. Não, chega de cirurgia! Não quero pensar mais nisto! Primeiro penso que ele trocou de sexo e agora estou pensando se ele colocou silicone para ter aquele traseiro tão... tão... Não posso negar! Tão maravilhoso! É verdade que eu tenho um pouco de tara por bumbuns. Mas vocês não podem discutir que um bumbum redondinho em um homem é muito sexy.
Virei-me e observei o quarto. Não era de todo ruim, precisava apenas de alguns toques à La Sakura! Mas isso eu poderia fazer com calma mais tarde. Puxei a mala e a coloquei em cima da cama. Abri-a e observei minhas roupas dobradas cuidadosamente. Precisava colocar algo legal para o meu primeiro dia como uma das jornalistas da revista Universo. Até agora não conseguia acreditar que eles haviam me chamado para trabalhar com eles! Esta revista era uma das mais populares, não só no Japão como em alguns países do oriente.
Comecei a tirar as roupas e organizando-as no armário. Aproveitei para pensar e escolher uma roupa para amanhã. Meu primeiro dia como jornalista da Universo. Não podia ser nada muito tradicional, mas também, nada muito apelativo. Eu tinha que passar uma imagem séria, porém não de velha. Uma imagem jovem, mas não vulgar. Putz isso estava começando a ficar muito complicado. Meus olhos passaram por várias peças de roupas, porém por algum motivo, nenhuma era adequada. Comecei a me desesperar.
'Sakurinha...' Ouvi me chamarem. Virei para trás e vi Syaoran debruçado no batente da porta com os braços cruzados.
'Já falei para não me chamar de Sakurinha.' Minha voz saiu mais áspera do que realmente queria que ela saísse, mas por alguns minutos estava vivendo um pesadelo em não saber o que vesti para amanhã. Deveria ter pensado nisto antes de sair de casa, provavelmente teria alguma coisa guardada no fundo do meu armário.
'Algum problema?'
Olhei para o lado e o vi observando a cama com as minhas roupas espalhadas. Estava tão nervosa que não percebi a aproximação dele.
'Não, nenhum.' Falei tentando me acalmar. Não era justo aparecer do nada na vida dele, discutir com a namorada dele... namorada? Será que aquela garota era a namorada dele? Ele nem me apresentou a ela.
'Hã... aquela May... é sua namorada?'
Tudo bem, tudo bem... vocês devem estar se perguntando: Você não estava desesperada por causa da roupa, como agora mudou de assunto nada a ver com a situação? Isso é fácil de se responder. Curiosidade. Não é a toa que sou jornalista.
'May... bem ela é minha namorada oficial.'
Oficial? Ah sim, estava me esquecendo que estou falando com o maior pegador de Tomoeda com apenas catorze anos de idade. 'E quantas você tem na reserva? Onze?'
'Quase isso.' Percebi o tom divertido na sua resposta. Agora não sabia dizer se era verdade ou mentira. Os homens gostam de brincar quando não querem dizer a verdade, ou quando querem dizer a verdade, mas não querem que percebamos. Nós, pobres mulheres, nunca sabemos a diferença.
'Acho que ela não ficou muito feliz em me ver.'
'Ela é um pouco ciumenta.' Ele falou e logo pude ver uma careta no seu rosto. 'Mas é muito... muito... como posso dizer... compatível comigo.'
'Compatível?' Repeti incrédula. Já ouvi várias denominações para uma mulher. Amorosa, amável, carinhosa, legal, até agradável, agora compatível é nova para mim. 'É por isso que eu prefiro ficar sozinha.' Resmunguei tentando prender minha atenção novamente na escolha de minha roupa.
'Você está encalhada porque não achou ninguém que agüentasse o seu gênio.'
Lancei um olhar assassino para ele. Quem ele achava que era para falar estas coisas para mim?! Eu sabia que eram verdades, mas nem por isso lhe dava o direito de falá-las para mim. 'Olha acho que eu ouvi a sua namorada oficial quebrando alguma coisa lá na sala.' Inventei alguma coisa para fazê-lo sair da minha frente e assim evitar que eu cometesse um assassinato.
'May já foi, Sakurinha. Para uma jornalista, você anda com pouca criatividade.'
Deus! Eu havia me esquecido completamente de como ele pegava no meu pé!!! Agora conseguia me lembrar claramente dele colocando uma barata no meu cabelo e rindo em me ver gritar e correr pela casa! Conseguia vê-lo nitidamente me jogando no lago com roupa num dia de inverno e se dobrando de rir ao me ver roxa e hipotérmica. Como eu pude me esquecer de como ele era mau comigo?!
'Deixe-me Syaoran. Você não trabalha, não?'
Ele soltou um longo suspiro e colocou as mãos no bolso, finalmente eu percebi que ele estava vestido de forma alinhada. Só faltava a gravata e o terno para completar o visual.
'Tenho audiência no começo da tarde. Droga, não sei porque aquele juiz idiota marca sempre depois do almoço. Detesto trabalhar neste horário.'
Audiência? Juiz? Ele era advogado? Syaoran Li era advogado? Não é a toa a fama que todos tinham com relação aos advogados. Sabem porque as cobras não picam advogados? Ética profissional. 'Não sabia que era advogado.' Falei simplesmente. 'Não tivemos notícias suas a mais de dez anos.'
'Para você ver.' Ele falou em tom divertido. 'Estou trabalhando numa firma de advogados daqui de Tókio.'
'E qual seria?' Perguntei sem dar importância. Provavelmente era uma firma chinfrim que só pegava casos ridículos de separações de casais histéricos ou na melhor das hipóteses de marido corno que matou a mulher e o amante.
'KBS Corporation.'
'Como você mente mal!' Respondi rindo um pouco. KBS Corporation era simplesmente a firma mais prestigiada de advocacia do país. Até o primeiro ministro e muitos políticos usavam os serviços dela. Era claro que ele estava mentindo. 'O que acha do verde?' Falei colocando o tubinho na minha frente e virando-me para ele. 'Verde realça os meus olhos, não?'
Ele fez uma careta. 'Você tem roupas horríveis. Precisa usar roupas menos caipiras aqui na capital.'
'Está me chamando de caipira?'
'Estou alertando que as mulheres daqui se vestem de forma mais moderna. Não quero que depois você se sinta mal quando rirem da sua aparência.'
'O que tem a minha aparência?' Perguntei para ele incrédula. Será que eu estava pior do que imaginava?
Ele suspirou fundo. Seu rosto mostrava que realmente estava decepcionado com as minhas roupas. 'Vamos, vou levá-la num shopping e você compra umas roupas. Como eu disse, minha audiência é só ao meio dia e não tenho que passar no escritório antes.'
'Espera aí! Eu não vou gastar o meu pobre dinheirinho em roupas. Tem que ter alguma coisa boa aqui dentro.' Declarei literalmente jogando minhas roupas para o alto e procurando algo dentro da mala. Eu tinha pouco dinheiro. Ser redatora de uma revistinha do interior não me dava um salário de grande porte.
'Vamos lá, Sakurinha.' Eu o ouvi ao mesmo tempo que senti meu pulso ser agarrado, sendo puxada em direção à porta. 'Eu pago e depois você me paga quando receber seu salário milionário como redatora da Universo.'
Ele iria me emprestar dinheiro? Aquele não era o meu primo! Talvez ele tivesse sido abduzido por extraterrestres. Pelo que me lembrava dele, tirando a galinhagem, ele era bem pão duro. Constatei que a galinhagem continuava a mesma e a implicância com a minha pessoa também, por isso era claro que o pão-durismo também deveria ter continuado.
'Eu não sei... tem certeza que o tubinho verde não ia ficar bom?'
'Você precisa comprar uns terninhos... adoro mulheres de ternos. Ficam mais sérias... principalmente quando usam com blusas um pouco mais decotadas mostrando levemente a saliência dos seios.'
Inconscientemente dei um cascudo na cabeça dele e o ouvi reclamar, porém logo ele soltou uma gargalhada. 'Calma, Sakurinha, só estou tentando lhe ensinar alguns truques que possam lhe ajudar a conseguir um homem, já que pelo visto você está na seca.'
'Atrevido!' Foi tudo que eu consegui dizer antes dele me puxar para fora do apartamento.
Meia hora depois, estávamos caminhando pelo shopping principal de Tókio. Era tão colorido e cheio de luzes e cores que eu sentia-me como uma criança. Soltava risadinhas e gritinhos entusiasmados observando as vitrines das lojas chiques e elegantes. Syaoran divertia-se com minhas atitudes, porém ele era a última pessoa que eu pensava estando num lugar tão maravilhoso como aquele. Tomoeda tinha um shopping pequeno e simples, mas nem chegava aos pés daquele onde me encontrava.
'Tem uma ótima loja mais a frente. Uma amiga minha é vendedora e poderá lhe ajudar.'
'Mesmo?' Perguntei virando-me para ele e não contendo o meu entusiasmo.
'Andy é uma moça muito interessante e simpática, tenho certeza que ela lhe ajudará.'
'Mas será que ela vai encontrar alguma coisa para mim?'
Ele revirou os olhos tentando manter a paciência. 'Ela encontraria uma roupa adequada até para uma cabrita. Você será moleza.'
Estava tão entusiasmada que nem reparei na resposta. Parei em frente à tal loja e ergui meu queixo, que por alguns segundos tive a impressão de estar caído no chão. A loja era enorme! Havia tantas roupas, tantas coisas que meu cérebro era incapaz de processar o que meus olhos viam.
'Syaoran! Que surpresa!' Uma jovem se aproximou de Li e o abraçou de forma demorada. 'Estava com saudades! Há muito tempo não vem comprar nada comigo.'
'Estou com poucas namoradas ultimamente.' Ele respondeu brincando. 'Mas trouxe minha priminha caipira para fazer umas compras. Acho que ela lhe dará muito trabalho.'
A jovem me fitou por alguns segundo com o rosto sério. Pronto! Mais uma apaixonada por Syaoran ciumenta. Duas em um mesmo dia era muito para mim e olha que eu estava em Tókio por menos de duas horas. No entanto, Andy abriu um belo e acolhedor sorriso para mim.
'Seja bem vinda. Qual o seu nome?'
'Sakurinha.' Ele respondeu antes que qualquer som saísse de meus lábios. Fez isso para me irritar. Estava começando a achar que minha decisão madura de ir morar com ele estava começando a parecer infantil.
'Olá Sakurinha. Meu nome é Andy.'
'Por favor, não me chame de Sakurinha. Detesto isso.'
Andy soltou uma longa gargalhada. Não soube se era por causa do Sakurinha ou por causa da minha cara assassina fitando Syaoran.
'Venha. Vou lhe mostrar algumas de nossas peças.' Ela falou me puxando. 'Você procura roupas profissionais ou para baladas?'
'Hã... para o trabalho... o Syaoran disse que minhas roupas são horríveis.' Falei enquanto caminhava pela loja ao lado da jovem de cabelos escuros curtos e belíssimos olhos azuis.
Ela soltou uma risadinha, percebi que tentou se controlar, mas não foi muito bem sucedida. 'Syaoran é um pouco exigente no quesito mulher.'
'Pois ele não era. Pegava qualquer uma que desse bola para ele.' Falei sem perceber.
Andy riu novamente. Ela parecia uma pessoa legal. Começou a me mostrar várias roupas, e fez com que eu experimentasse todas. Por alguns instantes me senti como a Julia Roberts em "Pretty Woman". Poderia até jurar que estava ouvindo a musiquinha do filme.
Oh, pretty woman
Sure's the rising sun
Says all your cheap paint and powder
Ain't gonna help you none
'Cause she's a pretty woman
Right down to her bone
So you might as well
Leave your skin alone
Agora sei porque Vívian se apaixonou tão rápido por Edward naquele filme. Como era bom gastar dinheiro, ou melhor, gastar o dinheiro de um homem. Se Syaoran estava disposto a me pagar algumas roupinhas, quem era eu para recusar tal oferta? Mesmo sabendo que depois eu teria que pagá-lo em suaves prestações, claro!
Pretty woman
What's the matter with you?
Can't make you love me
No matter what I do
Oh, pretty woman
Whatcha gonna do?
You kept on foolin' around
Till I got stuck on you
So you can drop your mess
And come down off your throne
Stop using my poor heart
As just a stepping stone.
'O verde lhe cai muito bem.' Ouvi Andy comentar quando me viu com um vestido com o fundo verde e pequenas flores na estampa.
'Está muito menininha.' Syaoran retrucou por trás da jovem vendedora. 'Ela precisa vestir algo mais fatal.'
'Hei eu vou para o trabalho, não para uma caça os homens.' Retruquei.
'Uma mulher sempre deve estar preparada para um encontro.' Andy ponderou.
'Eu não quero saber de homem.' Falei na lata. Meu último relacionamento foi uma catástrofe. Não queria repetir a dose pelo menos por algum tempo.
'Não sabia que tinha virado lésbica, Sakurinha.'
Não pensei muito antes de pegar o sapato que estava calçando e jogar com toda a força nele. Pena que Syaoran foi rápido o suficiente para se abaixar e evitar o impacto. 'Hei calma! Foi apenas brincadeira.'
'Experimente este terninho preto então. Vai ficar ótimo com a blusa listrada.' Andy apareceu com as roupas nos cabides, evitando que eu jogasse o outro sapato no meu querido primo.
Pretty woman
What's the matter with you?
Can't make you love me
No matter what I do
Oh, pretty woman
That's all right for you
Now you just go on doing
What you wanna do
But someday when you think
That you've got it made
You're gettin' water deep enough
So you can't wade
'Ah agora sim, senti firmeza!' A voz mais irritante do mundo falou assim que me viu saindo da cabine com um dos vários terninhos que ele e Andy haviam me obrigado a vestir. Provavelmente ele tinha tara por mulheres poderosas. Nunca havia visto um homem que gostasse tanto deste tipo de roupa.
'Acho que o rosa chá ficou mais suave. Por mais que ela tente usar roupas escuras, as claras ficam melhor nela.' Andy pensou em voz alta me analisando dos pés a cabeça.
'Isso é porque ela tem esta cara de menina. Com roupas mais sóbrias fica parecendo uma criança que vestiu as roupas da mãe.'
'Syaoran Li, você tem amor à sua vida?' Perguntei em tom nitidamente ameaçador. O problema era que ele se fazia de idiota e levava para o lado da brincadeira a minha ameaça.
'Vamos levar então o rosa chá, o creme, o azul e o verde claro. Vamos também levar um preto básico. Maquiada acho que vai ficar menos ridícula.'
'Hei eu estou aqui!' Detestava quando resolviam as coisas por mim. Primeiro era o meu pai, depois o meu irmão, passando pelo meu ex-namorado Yukito e finalizando agora com Syaoran... Realmente meu relacionamento com o mundo masculino não era bom.
Pretty woman
What's the matter with you?
Can't make you love me
No matter what I do
Oh, pretty woman
Oh, pretty woman
Oh, pretty woman
'Seria bom ela ter algum vestido mais elegante, para o caso de algum coquetel ou coisa assim.' Andy falou mostrando um belíssimo vestido de festa.
'Ai ai ai... eu não fico bem com este tipo de roupa. Eu tenho certeza disto.'
'Isto eu tenho que concordar com você, Sakurinha.'
'Ah cala a boca!' Falei com raiva pegando o vestido das mãos da jovem. Eu tinha que dar um jeito de ficar bem com aquele porcaria de vestido.
Fui para a cabine e tirei a roupa. Olhei um pouco desconfiada para o vestido. Era de um tecido bem fino com várias tonalidades de verde. Os desenhos não eram bem definidos, mas as cores se harmonizavam perfeitamente em degrade. Vesti e percebi que as alças do sutiã ficavam a mostra. Detestava vestidos com alcinha. Tirei o sutiã sentindo-me mal. Não gostava de roupas assim. Virei o rosto olhando por cima dos meus ombros e arregalei os olhos. O decote dele era enorme, deixando toda as costas nua.
'Ficou bom?' A voz de Andy parecia-me bem próxima.
'Hã... acho que ficou muito... muito...' Não poderia falar indecente, pois isso sim seria a confirmação do que Syaoran falava a cada cinco minutos, que eu era uma caipira. Porém não conseguia achar outro adjetivo fitando minha imagem no espelho.
A cortina se abriu, fazendo com que eu, literalmente, desse um pulo de susto e me controlasse para não gritar.
Oh, pretty woman
Can't make you love me
No matter what I do
No!
'Ah mas ficou lindíssimo!' Andy falou soltando gritinhos, entusiasmada. Ela me puxou para fora da cabine mesmo sobre os meus protestos. 'Agora sim está parecendo uma mulher fatal, não Syaoran?'
Eu desviei os olhos da jovem e fitei meu primo parado um pouco mais adiante olhando algumas roupas. Ele virou-se para mim e ficou quieto. Droga aquilo me incomodou. Cadê a ironia? Aquele silêncio não tinha graça.
'Dê uma voltinha, Sakura.' Pediu Andy entusiasmada.
'Hã... acho que ficou muito decotado...' Falei ao ouvido dela para que ele não ouvisse.
'Para de besteira! Você tem o corpo lindo! Aproveite enquanto a gravidade não tem efeito sobre você!' Ela falou em voz alta quase me matando de vergonha e me forçando a dar uma volta em torno de mim mesma. Fitei novamente Li que tinha dado alguns passos a frente e me encarava com o rosto indecifrável.
'AH chega disso! Vou tirá-lo logo! Está um frio de rachar!' Reclamei caminhando em direção à cabine.
Can't make you love me
No matter what I do
No!
Can't make you love me
No matter what I do
Oh, pretty woman
I just can't make you love me
Oh, no
Encarei-me no espelho e respirei fundo antes de abrir a porta da cabine e encontrar Andy com um bolo de roupas nas mãos e Syaoran ao lado dela. 'A sessão "Pretty Woman" terminou, não é? A música já até acabou.'
Os dois me fitaram com pontos de interrogações na cabeça. Eles não tinham culpa que o meu cérebro às vezes fantasiava demais. Caminhei até eles e perguntei o que levaríamos. Syaoran acabou escolhendo todas as roupas, não reclamei, pois ele é que iria pagar mesmo.
Saímos da loja logo em seguida carregando um monte de bolsas. Andy me deu seu cartão e marcamos de nos encontrar para sair qualquer dia destes. Ela era uma pessoa muito animada, não era à toa que se dava bem com o meu primo.
'Vou deixá-la em casa e depois vou ter que correr até o fórum.' Ele falou apressando o passo.
Olhei discretamente para o meu relógio de pulso e constatei que ele estava atrasado. 'Hei, faremos o seguinte: Comemos alguma coisa e depois eu pego um táxi. Você vai se atrasar se me levar até lá.'
Ele parou de repente e me encarou. Parecia que estava pensando no que eu falei. 'Tem certeza que vai chegar bem em casa?'
'Claro! Já sei onde é? Não sou nenhuma menininha perdida na cidade grande.'
Ele inclinou o corpo fitando-me bem de perto. 'Olha, eu não quero dar uma de Marlin e ficar procurando você por toda Tókio!'
'Veja o lado positivo, você poderia encontrar com uma Dori.'
Ele franziu a testa e ficou me fitando alguns segundo até abrir um sorriso maldoso. Eu já sabia lá vinha uma bomba. 'Bem, até que não seria mal encontrar uma desmemoriada.'
'Mesmo?' Não consegui associar de imediato as coisas.
'Se a Dori não fosse peixe e sim uma mulher, uma linda mulher, é claro, porque jaburu não é comigo. Seria ótimo. Uma noite e depois na manhã seguinte ela esquecia de voc'.
Olhei incrédula para ele. 'A mulher ideal para você seria a Lucy de "Como se fosse a primeira vez", não é?'
Ele soltou uma longa gargalhada jogando a cabeça para trás. 'Ela é perfeita demais para existir.'
& & &
Por que será que ficamos tão inseguras no primeiro dia em um emprego? Quando eu comecei a trabalhar em Tomoeda não foi tão ruim, pois praticamente conhecia todos da cidade. Às vezes pensava que Tomoeda não era uma cidade e sim um feudo. Respirei fundo três vezes e olhei para o meu reflexo num vidro da fachada do prédio. Ajeitei o cabelo por puro nervosismo. Não poderia negar que aquele terninho rosa chá havia ficado melhor em mim do que o tubinho verde. Syaoran tinha razão. Fiz uma careta instintivamente. Detestava quando alguém tinha razão sobre mim, mais do que eu mesma.
Olhei para o relógio e estava na hora. Os chefes adoram pontualidade, pelo menos no primeiro dia. Comecei a caminhar devagar em direção à entrada do edifício ensaiando mentalmente o que falaria. Olá, sou Sakura Kinomoto. Estou muito feliz com a oportunidade de trabalhar numa revista tão... tão o quê? Nada vinha na minha cabeça. Moderna? Tão moderna... não isso não ficou legal. Tão importante? Oras uma revista que tem uma coluna de fofocas não é tão importante assim... Tão o quê?!
Enquanto tentava descobrir algum adjetivo adequado para a revista que ia começar a trabalhar, subi a curta escada na frente do hall e já ia passar pela porta quando fui barrada. Levantei os olhos e vi por trás do vidro da porta que estava tentando abrir um rapaz tentando sair. Estávamos empurrando a porta em lados opostos impossibilitando assim de os dois continuarem seus caminhos.
Pensei em como os japoneses são completamente mal educados. Onde estão os cavalheiros? Foi este pensamento invadir minha mente e o rapaz deu um passo para trás abrindo a porta para mim com um belo sorriso. Opa! Nem tudo está perdido.
'Obrigada.' Agradeci encantada com o galanteio.
'É nova aqui, não?' Ele perguntou para mim.
'Sim. Hoje é meu primeiro dia. Vou trabalhar na revista Universo.'
Ele sorriu de forma terrivelmente irresistível. Droga! Eu nem comecei a trabalhar e já estava me interessando por alguém.
'Que coincidência, eu trabalho lá. Não se preocupe. Tenho certeza que se dará muito bem.'
'Obrigada.' Respondi sentindo minhas bochechas esquentarem um pouco.
'Em que área vai trabalhar?'
'Reportagens especiais.'
Percebi que ele arregalou levemente os olhos e depois abriu um largo sorriso. 'Oras, acho que vamos nos encontrar com mais freqüência do que eu imaginei.'
'Você também trabalha nesta área?' Perguntei erguendo levemente uma sobrancelha.
'Na verdade sou o redator chefe desta área.'
Precisei pegar o meu queixo que tinha caído no chão. Droga! Era só o que me faltava, estava flertando com o meu futuro supervisor sem saber! Era muita má sorte!
'Sou Eriol Hiraguizawa.' Ele se apresentou estendendo a mão para mim.
Eu a apertei ainda boba. 'Ah... Hã...' Droga, estava completamente confusa. 'Sakura Kinomoto.'
'Então você é Kinomoto?! Que surpresa! Perdoe-me, mas quando me falaram que vinha de uma cidade do interior a imaginei mais... como posso dizer...'
'Caipira?'
Ele riu um pouco e confirmou com a cabeça. Por alguns segundos agradeci a Syaoran por ter comprado algumas roupas para mim.
'Venha, vou lhe acompanhar até o nosso setor.'
'O senhor não estava de saída?'
Ele parou de caminhar e virou-se para mim. Ajeitou os óculos de forma sedutora e sorriu de lado. 'Meu chá pode esperar. Não é sempre que encontramos uma nova colega na entrada do prédio. Principalmente uma colega tão bonita.'
Ai-meu-deus! Estou apaixonada! Não Sakura! Você está aqui a trabalho! Tra-ba-lho! Conhece esta palavra? Oras, claro que conheço! Então trabalho e relacionamento homem-mulher não combinam nem um pouco. Lembre-se disso!
'Obrigada.' Respondi com a voz trêmula. Droga, ela tinha que ter saído assim?
'Não tem de que. Mas vamos combinar o seguinte: você me chama de Eriol e eu posso lhe chamar de Sakura?'
'Claro!' Desta vez eu controlei a voz direitinho. Fiquei orgulhosa de mim mesma, não foi alta nem baixa demais. Perfeita. E ainda completei com um meio sorriso. Uau! Acho que estava começando a entender de sedução! Quem sabe foi a pouca convivência com meu querido priminho. Talvez algumas coisas se aprendem realmente por osmose. Menos de vinte e quatro horas com um galinha e eu já estava aprendendo os seus truques! Gente, tenho que confessar, provavelmente eu sou superdotada! Foi brincadeira!
Eriol realmente era uma companhia agradabilíssima. Nossa, nunca pensei isso de um homem, principalmente no primeiro encontro... Hrrr quer dizer, no primeiro contato. Ele era culto e irresistivelmente simpático.
'Li o seu currículo e vi que muitas de suas reportagens e matérias ganharam prêmios na sua cidade.'
'Algumas... Tomoeda é uma cidade pequena.'
'Mas nem por isso tira seu mérito.' Ai ele precisava ser tão maravilhoso assim? 'Aqui a coisa é um pouco mais corrida. Talvez tenha menos tempo para preparar uma matéria. Mas não se preocupe, há muita gente para lhe ajudar. Além disso, nossas edições são semanais, mas os jornalistas se revezam. Isto é, uma matéria sua será publicada apenas de quinze em quinze dias.'
'Isso é ótimo.'
'Realmente é.' Ele continuava. 'Venha vou lhe apresentar a equipe da Universo. Alguns não se encontram, pois estão recolhendo material ou viajando. Fazemos algumas reportagens internacionais...'
'Sim eu sei. Adorei a cobertura de vocês sobre a invasão americana no oriente.'
Eriol sorriu de leve. 'Fico feliz que goste do que eu escrevo, Sakura.'
Senti minhas bochechas arderem. Eu não havia me dado conta que fora justamente Eriol Hiraguizawa que havia escrito a matéria que eu mencionei. Mas realmente ela foi a que mais me chamou a atenção nos últimos tempos. Fiz apenas o que me veio a cabeça, dei um sorriso.
O elevador finalmente parou no 15º andar e saí logo atrás de Eriol. Olhei espantada para o enorme ambiente aberto. Havia várias estações onde as pessoas trabalhavam juntas. Era estranho. Onde trabalhava antes havia saletas para os redatores, porém nesta eram todas num mesmo ambiente.
'Também estranhei.' Ouvi Eriol falar quase ao meu ouvido. 'Na Inglaterra também tínhamos ambientes divididos. Uma das coisas que eu mais detesto nos japoneses é esta mania de tentar melhorar um estilo americano.'
'Diversidade... já li a respeito disso.'
'Para mim isto é baboseira. Sempre haverá segregação, mesmo que o ambiente seja sem paredes e portas.'
'Eu sei... mas pelo menos é uma tentativa, não?'
Eriol virou-se para mim e sorriu. 'Gostei de você, Sakura. É bom que alguém ainda consiga ver o lado bom das coisas.'
Mas que coisa! Porque ele tem que ser tão perfeito assim? Jurei para mim mesma que não queria saber mais de homem na minha vida e olha só, estou começando a babar pelo meu supervisor!
'Vou lhe mostrar sua mesa.' Ele falou descendo alguns poucos degraus. Fui atrás dele observando a agitação daquele ambiente. Estava começando a concordar demais com Eriol. Parede até que não ia mal. Como ia conseguir escrever naquele barulho?
'Esta é a sua mesa. Vou pedir para a Chiraru vir aqui e depois cadastrá-la no network , dando-lhe um cartão para acessar o computador.'
'Chiraru?'
'Chirahu Mihara. Ela é nossa suporte de informática.'
'Certo.' Respondi tentando memorizar o nome da garota. Chirahu Mihara. Analisei um pouco a pequena estação que agora era meu lugar de trabalho. O computador parecia bem legal e a mesa tinha um tamanho razoável. Inclinei o corpo e encontrei o meu futuro gaveteiro. Depois transformaria aquele pequeno espaço em algo mais acolhedor para mim mesma.
'Tudo que precisar, em papelaria ou outras coisas pode pedir para Rika, ela é a nossa secretária. Hei Nakuru!'
Levantei os olhos quando o ouvi chamar alguém. Uma moça alta e bonita caminhou em nossa direção. Ela estava arrumada de maneira exótica e os cabelos parcialmente presos em duas traçinhas.
'Chamou, mestre.' Falou brincando.
Eriol sorriu. 'Esta é Nakuru Akizuki. Ela é que dividirá com você as reportagens especiais. Tenho certeza que trabalharão muito bem juntas. Nakuru, esta é Sakura Kinomoto.'
Olhei para a moça a minha frente custando um pouco a acreditar nisso, porém não tive com não levar um susto quando ele literalmente se jogou em mim abraçando-me. 'Bem vinda, Sakurinha.'
Ah não! Dois me chamando de Sakurinha eu vou enlouquecer. Nakuru afastou-se de mim e pude reparar que Eriol estava quase se dobrando de tanto rir.
'Mas você é muito bonitinha!' Falou apertando as minhas bochechas. Era impressão minha ou aquela mulher não batia bem da cabeça?
'O-Obrigada.'
'Mas como ela é fofinha! Fez uma ótima escolha, Eriol!' Ela falou virando-se para o chefe e me soltando. Fui obrigada mexer um pouco a boca para dissipar a dor em minhas bochechas violentadas pela garota.
'Tenho certeza disso.'
'Venha vou lhe mostrar o pessoal!' Nakuru falou, literalmente me puxando pela mão e fazendo com que eu quase caísse para a frente. Sorte que consegui me manter em pé ou era capaz dela ficar me arrastando pelo chão. Olhei sobre o ombro e fitei Eriol que estava me acenando com a mão e provavelmente me desejando sorte.
'Olá Naoko! Fantomas! Tudo bom?' Nakuru parou de repente. 'Esta é minha nova colega, Sakura!'
Cara esta garota era realmente muito empolgada. Nunca ouvi ninguém falar com tanto entusiasmo o meu nome. Voltei os olhos para as duas figuras a minha frente. Naoko provavelmente era a jovem de cabelos liso e grandes óculos redondos e um pouco mais afastado estava um rapaz grande alto e de compleição forte que abriu um largo sorriso.
'Olá, Sakura! Bem vinda!' Naoko levantou-se me cumprimentando. 'Sou Naoko Yanagisawa.'
'Naoko e o Fantomas são responsáveis pelas criticas a filmes, novelas, peças de teatro, exposições. Tudo relacionado à Entretenimento.'
'É um prazer conhecê-la senhorita Sakura.' Falou o rapaz pegando minha mão e beijando-a. Não pude deixar de ficar sem graça. Nossa, acho que esta revista realmente só tem cavalheiros.
'Posso fazer uma pergunta?' Perguntei inserta para ele.
'O que quiser, querida.'
'Porque seu nome é Fantomas?' Tudo bem, era para eu ficar quieta na minha, mas não pude deixar de perguntar isso. Este nome era de um herói antigo de gibi, porque alguém usaria um pseudônimo como este? Senti-me pior quando ouvi Naoko e Nakuru rindo.
No entanto o rapaz sorriu para mim de lado e não pareceu nem um pouco constrangido com a minha pergunta. 'Well, sou o protetor do bom gosto nas artes. Detesto falta de criatividade e plágio. Já percebeu que hoje em dia nada se cria, tudo se copia? Os filmes, os livros, as histórias. É raro ver algo puramente original.'
Abri a boca soltando um 'Ah tá.' Vi que pelo jeito ele deveria ser aquele tipo de crítico que sempre associava alguma coisa a outra, sem necessariamente estarem relacionados. Bem, ainda bem que ele não era crítico jornalístico.
'Naoko trabalha comigo a um tempo razoável para entender a verdadeira alma de uma história e tem se mostrado uma aluna exemplar.'
'Ah assim você me deixa sem graça, chefe.' A garota falou vermelha ajeitando os óculos no rosto.
'Quem sabe um dia não podemos ir ao cinema e eu lhe mostre alguma de minhas habilidades culturais.'
Opa! Isso soou com um convite para um encontro? Decididamente alguma coisa estava acontecendo comigo naquele dia! Será que tudo é por causa do terninho que Syaoran comprou para mim? Novamente tive que agradecer intimamente por isso.
'Quem sabe um dia.' Respondi, seguido de um sorriso.
'Estarei esperando ansiosamente.' Ele rebateu.
Nakuru pegou minha mão novamente e começou a me arrastar afastando-me deles.
'Ele é um galanteador incorrigível. Convida todas as garotas bonitas para ir ao cinema.'
'Mesmo?'
Ela confirmou com a cabeça.
'Ele me pareceu simpático. Apesar de que espero que ele não leia as minhas reportagens.'
Nakuru riu alto chamando a atenção de algumas pessoas, entre elas uma jovem de cabelos negros, longos e ondulados. Ela aproximou-se de nós parando a nossa frente e interrompendo nosso tour.
'Olá!' Ela cumprimentou alegremente. 'Eu não a conheço, é a nova repórter da equipe de Eriol?'
'Isso mesmo, Tomoyo. Esta é Sakura Kinomoto.'
Já estava meio cansada de ouvir o meu nome. Detestava estas apresentações intermináveis. Eu ia justamente pedir para que Eriol me apresentasse aos poucos para o staff da revista, mas não contava com o furacão Nakuru.
'Mas como você é linda! Adoraria que me ajudasse em algumas reportagens! Você é perfeita!'
Hã? Esta garota está bem da cabeça? Eu? Perfeita? Acho que ela não tem muito o senso do ridículo.
'Tomoyo Daidouji é responsável por uma das partes mais importantes da nossa revista: Moda. O público feminino e até o masculino aprecia muito as matérias dela. É nossa campeã de cartas dos leitores.'
'Obrigada, Nakuru.' A jovem falou nitidamente encabulada. Depois virou-se para mim novamente com um brilho nos olhos. 'Mas realmente nunca vi uma garota tão linda como você. Será que poderia experimentar alguns dos meus modelitos?'
Fiquei sem saber o que responder. Ainda bem que Nakuru era bem safa no requisito sair de fininho. Tinha que aprender isso com ela.
'Quem sabe, não é Sakurinha? Eriol já vai atolá-la de trabalho nestes primeiros dias, mas depois...'
'Estarei esperando então! Ai que maravilha! Finalmente achei uma modelo perfeita para as minha criações.' Ela soltou uma risadinha doida.
'Tomoyo é um pouco excêntrica, mas é excelente pessoa.' Nakuru falou ao meu ouvido.
'Acho que sim...' Soltei, ainda um pouco incerta.
'Finalmente quem eu gostaria que conhecesse.' Ela declarou observando duas jovens conversando animadamente. 'Hei, vocês não trabalham, não é?'
As duas jovens pararam de falar e fitaram-nos. Uma estava sentada na mesa e a outra parada em frente a ela.
'E você não tem mais o que fazer, Nakuru?' Uma falou atravessada para ela. 'Deveria estar revisando a sua matéria, assim me pouparia mais de uma hora de trabalho.'
'Esta é a Rô White. Ela é a revisora das matérias.' Nakuru me esclareceu em voz baixa.
'Ela vai ser então a minha revisora também?'
'Isso aí. Prepare-se, pois nada passa por ela. Nem um errinho de concordância.'
Olhei novamente para a jovem que nos fitava, não parecia ser muito exigente, pelo contrário. Tinha o rosto calmo e sereno. Ela se levantou e estendeu a mão para mim. 'Bem vinda a Universo. Tenho certeza que terá uma carreira brilhante por aqui.'
'Obrigada. Tentarei fazer o possível.'
'Tenho certeza que sim. E se não fizer nós cobramos de você, não é Andréa?'
A jovem que estava em pé deu uma longa risada. 'Isto mesmo.' Respondeu. 'Sou Andréa Meiouh também sou revisora, mas não se preocupe, não sou tão má quanto a Rô.'
Não pude deixar de rir, agora só não sei se era de nervoso ou não depois daquele comentário.
'Elas revisam não só a ortografia, mas verificam se as idéias estão bem colocadas e de forma clara para os nossos leitores.' Nakuru esclareceu.
'Legal! Espero não dar muito trabalho para vocês.'
As duas se entreolharam e riram. 'Acredite, querida, todos nos dão trabalho. Mas gostamos do que fazemos.' Andréa falou com um tom de voz quase materno.
'Você fica dando muito mole para eles, e depois reclama quando escrevem Obsesessão.'
'Poxa, mas errar isso batendo o texto no Word também é sacanagem! O negócio fica sublinhado de vermelho berrante.'
'Distração.' Rô falou balançando a cabeça de leve. Depois fitou-me novamente. 'Você veio de onde?'
'Tomoeda.'
'Ah Tomoeda é um lugar lindo! Eu e o Choco passamos uns dias lá.'
'Choco?' Não evitei perguntar. Que tipo de pessoa se chama Choco? Talvez seja um cachorrinho ou um gatinho. Rô virou-se para mim vermelha como um tomate maduro. Não, definitivamente Choco não era um cachorrinho.
'É meu namorado. A gente começou a namorar a pouco tempo.'
'Ele trabalha com marketing.'
'Daqui?' Perguntei curiosa.
Rô aproximou-se de mim falando baixinho. 'É! Mas é um segredo ainda... não quero que aquela Bruxa descubra e comece a fazer vudu no meu namoro.'
Bruxa? Que bruxa? Achei melhor perguntar por isso depois, na hora fiz o melhor, passei os dedos nos lábios imitindo fechar um zíper e informando a jovem que pela minha boca não seria revelado tal segredo.
'Você não tinha me dito que viajou nos últimos tempos, Rô?' Comentou Andréa.
'Bem, sabe como é o clima daqui com aquela coisa de cabelos lilases, não é?' Rô falou com a voz brava.
'Imagina! Conhecer o mundo todo ao lado do grande amor da nossa vida! Ai eu tenho que encontrar a minha cara metade!'
'Você tentou de tudo para ficar com o Eriol e não conseguiu.' Rô denunciou.
Fitei Nakuru que sentou na mesa que parecia ser da Andréa e fazendo biquinho. 'Ele é muito certinho! Não mistura trabalho com prazer. Que homem mala! Eu nem dei mole para ele, dei líquido e ele nem aí para mim!'
Rô e Andréa riram discretamente da amiga que permanecia com sua carinha de triste. Porém para espanto meu, ela de repente pulou do nada e voltou a rir a toa. Acho que eu levaria um certo tempo para me acostumar com estas repentinas mudanças de humor da minha parceira.
'Vamos lá, Sakurinha! Já perdemos tempo demais! O mestre Eriol nos chama!' Ela falou com um dos dedos apontados para cima. Acho que ela vê muito desenho animado.
'Foi um prazer conhecê-la, Sakura.' Ouvi a voz de Rô por trás, pois Nakuru já estava me arrastando novamente pela redação da revista.
'Podemos marcar de almoçar juntas amanhã.' Agora era a voz de Andréa.
'Adoraria!' Tentei responder enquanto minha colega me arrastava como minha mãe fazia comigo quando tinha três anos de idade. Posso dizer que para um primeiro dia, ele foi bem agitado.
Saí da redação às sete da noite. O expediente terminava às cinco, mas tive que me familiarizar com as minhas novas tarefas. Além disso, até Chirahu conseguir me cadastrar e dar sinal verde para usar o meu micro foi um verdadeiro parto. É incrível como a tecnologia às vezes, em vez de ajudar atrapalha. O problema é que a dona da editora a qual a revista pertencia, uma tal de Kath Klein tem sérios problemas com vazamento de informações, por isso fez um sistema completamente fechado para a revista. Por um lado tenho que dar razão para ela, agora por outro, putz, que negocinho mais mala! A primeira coisa que eu não gostei foi saber que não existe arquivo temporário. Bem, não que eu goste dos temporários, na verdade eles até atrapalham um pouco e nos obriga a fazer uma limpa periódica em nossas pastas, mas eles já me salvaram muitas vezes quando há queda de luz ou o computador simplesmente para de funcionar. Segundo, como a revista pertence a uma editora internacional, qualquer probleminha tenho que resolver na sede que fica nos Estados Unidos, isto é, no outro lado do mundo. Acho que eles ainda não têm noção de quanto custa uma ligação internacional. Apesar de que pensando bem, provavelmente que eles têm algum tipo de acordo com alguma empresa telefônica, mas isso diminui em parte os gastos.
Caminhei pelas ruas devagar de Tókio, não era que não estivesse com vontade de chegar em casa... em casa.... dormi apenas uma noite lá e já estou me referindo a casa de Syaoran como minha casa.
Sabe, pensando bem, achei o Syaoran legal. Conversamos bastante ontem no almoço e ele parece mais maduro do que a última vez que nos falamos. Bem, temos que levar em conta que a última vez foi quando eu tinha 11 anos. Tirando é claro a hora que ele tentou cantar uma das garçonetes. Porque ele simplesmente não conseguia ficar quieto? Será que isso era um tipo de auto afirmação da masculinidade? Será que meu primo no fundo não passa de uma pessoa traumatizada com a sua sexualidade?
Para, Sakura! Para de pensar nisso! Você não acha que tem muitos problemas, sexuais ou não para pensar, e vai ainda perder tempo com os do seu primo?! Não que ser virgem, seja realmente um problema. É uma opção! Tudo bem, uma opção que seu irmão impôs para você! Era incrível como eu nunca conseguia ter um namoro que durasse mais que uma semana por causa do meu irmão. Ele colocava literalmente todos os meus pretendentes para correr. Eu não sei o que ele falava, mas era algo muito sério, pois eles simplesmente fugiam de mim depois de uma "conversa" com Touya. O único namoro mais longo que consegui ter foi com Yukito, que era amigo fiel de meu irmão.
Parei em frente à porta do apartamento e tirei a chave que Syaoran havia me dado ontem a noite. Olhei para ela alguns segundos antes de finalmente abrir a porta. O apartamento estava escuro, sinal de que meu primo ainda não tinha chegado.
Acendi a luz e tirei os sapatos altos que estavam me matando. Caminhei um pouco pelo apartamento analisando-o. Realmente Syaoran tinha bom gosto. Tudo era muito bonitinho. Fui até o meu quarto e tirei a roupa. Tudo o que eu mais queria agora era tomar um banho bem demorado. Sorri intimamente lembrando da enorme banheira. Estava na hora de aproveitar as mordomias da cidade grande. Tirei a roupa íntima e me enrolei na toalha. Quando estava caminhando em direção ao banheiro ouvi o telefone tocar. Fiquei na dúvida se o atendia ou não. Porém a pessoa do outro lado da linha era bem insistente. Resolvi atender, vai que era o meu pai ou Touya?
'Alô.'
'Quem está falando?!' Uma voz estridente de mulher gritou no outro lado da linha. Fui obrigada a desencostar o fone do meu ouvido.
'Gostaria de falar com quem?' Perguntei um pouco contrariada. É incrível como o pessoal em Tókio, principalmente as mulheres, mais precisamente as mulheres de convívio com o meu primo, eram mal educadas.
'Cadê o Syaoran?!'
Eu não disse que era uma das histéricas namoradas do meu primo? Será que era a May? A garota gritou tanto comigo que eu nem sabia direito o tom da voz dela.
'Ele não está. Quer deixar recado?'
'Sua vadia! Quem você pensa que é para ficar atendendo o telefone da casa dele? Você não se enxerga, não?'
'Olha aqui, May. Eu já disse que...'
'Quem é May?!'
Ah que ótimo, não era a May! Era uma das reservas. Acho que eu compliquei mais as coisas. Bem se ela não era a oficial então eu também não precisava ser cortês. Desliguei o telefone na cara dela e comecei a caminhar em direção ao banheiro. Porém a mulher era mais chata do que eu imaginava. Voltou a ligar.
'Que saco!' Soltei irritada. Poxa, este era o meu primeiro dia no novo trabalho e já foi por demais cansativo. Não foi fácil ficar sendo arrastada por quase o dia inteiro por uma descontrolada Nakuru. Só tive paz na hora do almoço quando tive que resolver alguns assuntos no setor de RH. O que eu queria agora era apenas relaxar um pouco na banheira! Eu sou filha de Deus! Tirei o telefone do gancho quando ele parou rapidamente e deixei o fone na mesa. Agora teria sossego e não aquele barulhinho insuportável do telefone irritando os meus tímpanos.
Meus olhos passaram pela coleção de cds do meu primo. Oras ele tinha bom gosto musical. Não é qualquer um que tem Bobby Darin na sua coleção. Peguei o cd e liguei o aparelho. A música começou a tocar.
Somewhere beyond the sea
somewhere waiting for me
my lover stands on golden sands
and watches the ships that go sailing
Como eu adoro esta música! Lembro-me do meu pai dançando de forma desengonçada comigo quando era criança! Eu calçando os sapatos da mamãe e vestindo um dos vestidos longos dela que se arrastavam pelo chão. Meu pai é um homem muito bem humorado. Foi uma pena que ele não tenha se casado, mas era, ou melhor, é tão apaixonado pela mamãe. Pena que ela morreu quando eu tinha apenas três aninhos. Homens como papai são raríssimos no mundo.
Suspirei enquanto dançava lentamente pela sala ao ritmo contagiante da música e fingindo que estava com um par. Até que eu sabia dançar direitinho, mas como não dançar ouvindo Beyond the Sea? Papai adorava esta música. Ele dizia que quando namorava com a mamãe, sempre a colocava para dançarem juntos. Principalmente na casa de praia do vovô. Fechei meus olhos e pude ver o mar maravilhoso de Tomoeda. Por alguns segundos senti saudades. Saudades do tempo que era criança e ia para lá brincar com Touya e com meus primos. Syaoran sempre era o dono das brincadeiras. O líder. E eu era sempre a garotinha chata que implicava com ele... espera aí, eu não implicava com ele, eu me defendia das maldades que ele fazia comigo!
Somewhere beyond the sea
she's there watching for me
If I could fly like birds on high
then straight to her arms
I'd go sailing
Dançando fui até o banheiro onde abri as torneiras e comecei a analisar os inúmeros potezinhos de sais coloridos que haviam no armário. O priminho era um homem bem organizado. Todos tinham os nomes. Rosas... hummm... rosas é ótimo para o amor e para o brilhantismo profissional! Amor e profissão... isso não está muito certo juntos. Apesar de que com um Eriol como chefe ficava meio difícil separar estas duas coisas!
Abri o potezinho e inalei um pouco o perfume delicioso dele. Para que o Syaoran iria ter este monte de sais para banho? Será que ele era bicha? Oras apenas os bichas é que ligam para esta coisas! Droga, já estou novamente colocando em dúvida a sexualidade dele. Oras, mas talvez ele seja bi! Não é a nova tendência no mundo moderno? Argh! Só em pensar em duas mulheres se beijando já me dava repúdio. Imagina o meu priminho beijando outro homem?! Credo que desperdício para o mundo! Melhor parar de pensar nestas coisas.
It's far beyond the stars
it's near beyond the moon
I know beyond a doubt
my heart will lead me there soon
Despejei um pouco do sal de rosas na banheira cheia e bati um pouco na água para misturar bem. Até que vi um botãozinho bem bonitinho escrito: Hidromassagem! Deus! O senhor leu os meus pensamentos?! Estiquei o braço e o apertei, logo a água começou a se mexer e borbulhar! Ui ui ui! Isso está melhor do que eu sonharia.
Desenrolei a toalha do corpo e entrei devagar na banheira. A água estava deliciosa, bem morninha como eu gosto. Peguei uma toalha de rosto e a enrolei de forma a servir como travesseiro. Relaxei. Nossa, isso era uma maravilha! Quando eu achasse um marido, com certeza uma das cláusulas de nosso contrato de casamento seria: ter uma banheira de hidromassagem.
Fechei os olhos, ouvindo a melodia que vinha da sala. Estava realmente no paraíso.
We'll meet beyond the shore
we'll kiss just as before
Happy we'll be beyond the sea
and never again I'll go sailing
Comecei a cantarolar a letra baixinho. Era tão contagiante. Poderia ser loucura, mas podia me imaginar dançando com o rosto colado ao de um homem. Um homem bonito, forte, que tivesse um corpo sarado como o de Syaoran. Um peito largo e aconchegante como o de Syaoran. Uma bundinha redondinha como a do Syaoran. Não pude deixar de dar um leve sorriso imaginando estas coisas. Quando vi já estava dando risadinhas maldosas. Droga aquela hidromassagem era realmente muito estimulante.
I know beyond a doubt
my heart will lead me there soon
We'll meet (I know we'll meet) beyond the shore
We'll kiss just as before
Happy we'll be beyond the sea
and never again I'll go sailing
'Ah então você já andou mexendo da minha coleção de cd!' Uma voz masculina despertou meus devaneios fazendo-me levar um susto tão grande que quase me afoguei.
Levantei com uma das mãos ao peito, tossindo desesperadamente e tentando tirar a água salgada que havia invadido minhas narinas e meus pulmões. Virei o rosto e vi Syaoran debruçado no batente da porta com os braços cruzados me olhando. Pisquei um pouco querendo acreditar que aquilo não passava de um sonho. Ou melhor, de um pesadelo. Eu tinha que ter me distraído e deixado a porcaria da porta aberta?!
no more sailing
so long sailing
bye bye sailing...
A música acabou e eu fiquei ainda encarando meu primo que olhava como um idiota para mim.
'Você cresceu bastante, Sakurinha.' Ele falou com os olhos diretamente para os meus seios que eu tentava inutilmente cobrir com os braços. Droga, ele não tentou nem disfarçar.
'Tarado!' Gritei jogando a toalha na cara dele. 'Eu sou sua prima! Respeite-me!'
'Prima de quarto grau não é prima de verdade.' Ele respondeu sorrindo.
'Não tem mais nada para fazer?' Perguntei brava.
'Você deixou o telefone fora do gancho! Sabia que eu fiquei preocupado pensando se tinha acontecido alguma coisa com você?'
'O que poderia ter acontecido comigo? Agora sim é que estou em perigo com um tarado dentro do banheiro em que eu estou tomando banho.'
'Ah eu não vou fazer nada contra você, Sakurinha. Já disse que você nem faz o meu tipo. Além disso, você mesma lembrou que somos primos.' Ele falou pegando a toalha que eu joguei nele do chão.
'E você retrucou dizendo que primo de quarto grau não é primo.' Falei emburrada tentando alcançar a toalha de banho.
'Falei brincando.' Ele respondeu colocando a toalha de rosto em cima da pia e se retirando do banheiro. 'Até que não foi ruim ser recebido por Bobby Darin em casa. Você tem bom gosto, Sakurinha.' Falou em tom divertido enquanto fechava a porta do banheiro.
Encarei por alguns segundos a porta fechada e levantei da banheira ainda temerosa. Vai que ele resolvia entrar de repente? Enrolei-me na toalha e desliguei a hidromassagem. Destampei o ralo e caminhei até a porta. Abri um pouquinho e olhei para os dois lados antes de ir dando saltinhos até o meu quarto onde tranquei a porta e finalmente respirei aliviada.
Sorri de lado. Não soube direito porque sorri. Ao mesmo tempo em que estava furiosa por Syaoran ter me visto seminua, adorei quando ele comentou que eu havia crescido. Talvez eu não fizesse o tipo dele, mas quem sabe o de Eriol. Novamente dei risadinhas entusiasmadas.
'Somewhere beyond the sea...' Comecei a cantarolar enquanto me arrumava. '...somewhere waiting for me...'
Eu mal tinha idéia ainda do que vinha pela frente.
A ser continuado
N/A:
Grande, não? Bem, como eu falei este fic vai ser mensal, então provavelmente os capítulos serão bem grandes assim. Apesar de que inicialmente ele seria dividido em dois capítulos, mas ai resolvi fazer um só.
As músicas em ordem que tocaram nele foi:
Breathless
– The Corrs (eu adoro esta banda! Esta e Coldplay para mim são o máximo!)Pretty Woman
– Não sei quem é o cantor... eu até sabia, mas esqueci de anotar quando peguei a letra. Mas todo mundo sabe que música é esta, não?Somewhere beyond the sea
- Bobby Darin. Eu particularmente adoro a versão desta música do filme "Procurando Nemo". Acreditam que eu sai do cinema dançando? Hehehe)Agora os personagens especiais deste capítulo (sem ser os de CCS) em ordem de aparição:
Zé – o porteiro
. Gente, eu não sei se vocês conhecem o site do Porteiro Zé, mas é muuuuuuuuuito engraçado! Ele fala as coisas tão rápido e tão embolado que eu morro de rir. Eu não tenho o site aqui (e nem dá para colocar por causa do bloqueio do fanfiction.net) mas procurem na internet os filminhos! São muito surreais!Anna e Yoh Asakura – os vizinhos que vivem em pé de guerra
. Personagens do Anime Shaman King. Eu adoro este casal. A Anna é bem durona e o Yoh um molengão. Quem não viu o anime, não se preocupe, isso não afetará em nada nesta história, até porque o fic é um UA. Só um detalhizinho, os dois finalmente abriram a pousada Fundari, grande sonho de Anna durando todo o anime.May – uma das reservas de Syaoran
. Sem comentários, vai sumir do fic! HAHAHAHA Como eu sou má!!!!Andy Gramp – A vendedora da loja de bom gosto, amiga de Li.
Minha amiga sumida, mas muito querida!!! Andy é uma das principais responsáveis por Feiticeiros II, sempre com seu bom humor, alegria e entusiasmo, contagia a todos, principalmente a mim! Estou com saudades amiga! Viu que eu fiz vc dar um super abraço (beeem apertado) no Li? Ah sim esqueci de avisar que ela é fã incondicional do Sayoran! Doidinha doidinha por ele! HeheheFantomas – O crítico.
Este é uma pessoa a qual eu respeito e estimo muito. Moderador do grupo Fanfiqueiros, é uma pessoal organizada e é sim muito crítico! Acho que apenas a Clio consegue vencê-lo! Hehehe Adora filmes e sempre consegue fazer ganchos que eu confesso que não consigo acompanhar! Educadíssimo e galanteador, expressa sempre a sua opinião boa ou má, com honestidade.Andrea Meiouh – a revisora "mãe de todos".
Andrea foi uma das pessoas mais importantes para mim no mundo dos fics. Acredito que muitos aqui (possivelmente todos) já leram pelo menos uma de suas maravilhosas histórias que nos fazem rir, chorar, enfim, se emocionar. Foi depois de um fic dela ("Guiados pelo amor") que eu comecei a escrever. Minha conselheira em Flor da China. Ficávamos madrugadas inteiras (literalmente) no icq falando de nossas histórias e também tricotando. HeheheRô White – a revisora rigorosa.
Por que será que eu escolhi esta profissão para ela? Hehehe Apesar de que a Rô acumulou uma longa lista de funções desde que começamos a trabalhar juntas, entre elas: revisora, editora, guarda-costas, secretária, assistente, psicóloga, advogada, ufa! Acho que estas são as básicas... Rô este fic é dedicado a vc, querida amiga, que sempre esteve ao meu "lado" virtualmente, levantando sempre a minha moral e com paciência para ouvir minhas idéias loucas e meus problemas pessoais! Beijão!!!Seiya - o namorado secreto da revisora Rô.
Bem como todos sabem, sempre há o casalzinho não assumido nas firmas hehehe. Seiya é personagem de Cavaleiros do Zodíaco por quem minha querida amiga Rô é "apaixonada" e o chama carinhosamente de "Choco" (abreviação de Chocolate). Porque isso? Bem, perguntem a ela, é uma longa história...Kath Klein – A Poderosa chefona
. É isso mesmo que vocês leram! Eu é que mando mesmo na Universo! Renato Mendes que se cuide, logo logo a minha revista vai invadir o Brasil e vai acabar com a revistinha dele! Não vai ter Laura que me segure!!! HeheheBem, acho que os personagens que apareceram assim como as musicas foram todos esclarecidos. Quero agradecer a todos que tiveram a paciência de ler este enorme capitulo e como a Sakurinha mesmo pensou, isso é apenas o começo.
Agora deixa eu fazer uma propagandazinha básica de alguns sites que pessoas muito queridas fizeram para mim:
Mansão da Amizade
(3ws.mansaodaamizade.cjb.net) – Tem um tópico dedicado a mim, outro a Feiticeiros e outro para o N-A-K. O pessoal de lá é muito animado. Para comemorar o meu aniversário estão fazendo um gincana no tópico "Enquetes e concursos", o grande prêmio será se transformar num personagem deste fic! Quem será que irá ganhar, Hem?N-A-K
(3ws.n-a-k.weblogger.terra.com.br) – Blog criado pela Jujuba em homenagem a mim e aos meus fics. Nele temo o "De frente com Júlia", onde a Jujuba entrevista alguns leitores sobre os capitulos que eu posto de Feiticeiros III principalmente. Mas tb tem várias enquetes como o "Garoto Porão" e a "Garota Porão". O que será que ela vai inventar agora???Sakura Magic Fics
(3ws.sakuramagicfics.ubbi.com.br) – Alguém aí lembra do meu antiguíssimo e extinto site onde eu comecei a postar meus fics? Então a Pety, Arwen e Babbi me deram de presente de aniversário ele! Ai estou tão feliz!!! Já dei uma passada lá e já dá para se ter idéia de como ficará legal! Elas tem muita criatividade e realmente vão colocar TUDO sobre mim! Adorei o movimento "Matem o Goiabinha das Trevas" Hehehe Apesar de que neste fic em especial eu até fui com a cara do Goiabinha... claro! Ele me rendeu ótimas gargalhadas... mas isso só mais para frente heheheFeiticeiros
(3ws.feiticeiros.weblogger.terra.com.br) – Blog feito especialmente para o fic Feiticeiros. Administrado pela Kika-chan.Mais uma vez quero agradecer de todo coração o carinho e a dedicação que todas as minhas queridas amigas. O carinho de todos elas e de vcs que lêem as minhas história e deixam reviews ou enviam e-mails, ou apenas lêem e curtem, faz com que a cada dia da minha vida seja especial. Obrigada!
Beijocas,
Kath Klein
