Aviso: Todos os personagens são de minha autoria. Não plagiei nenhum personagem.
Título da Fanfic: Amor e Amizade
Título do Capítulo: De Um Mau Pressentimento ao Sofrimento
Autora: Srtá. Miyuki
Frio. Muito frio. Estava muito frio naquela maravilhosa noite... Ou o que era pra ser maravilhosa.
Um dia antes eu estava caminhando em direção à casa de uma amiga. Ela havia convidado-me para passar a noite lá, assistir uns filmes, navegar na internet, essas coisas todas. Mas por algum motivo, eu não me sentia bem. Meu coração batia aceleradamente, e eu sentia que algo de errado ia acontecer.
Quando cheguei à casa dela, antes de tocar a campainha, vi um lindo rapaz de olhos azuis acinzentados e cabelos prateados. Pele alva, e aparentemente, macia. Vestia uma camisa social de botões, branca. Calça preta. Sapatos sociais. A descrição da perfeição.
Ele olhou pra mim e sorriu. Sorri de volta.
— Olá. — ele veio até mim e falou.
— O-Olá. — respondi timidamente.
— É a casa da sua amiga? — perguntou, olhando agora para a casa.
— S-Sim... Eu vim passar a n-noite aqui... — novamente, respondi, tímida. A beleza dele era estonteante. Uma brisa havia passado e senti um cheiro maravilhoso. O perfume dele. Era de uma fragância de uma colônia cara... Inebriante.
— Então você deve ser a Karol. — supôs e sorriu.
— S-Sim... Como sabe?
— Sou irmão da Luna. Me chamo Diego, prazer. — e estendeu-me a sua mão. Apertei a dele.
— Prazer. — sorri.
— Seu sorriso é lindo. Deveria fazê-lo com mais frequência. — me surpreendi com as palavras dele... Na época, ainda era ingênua. Mas... Na época, as palavras pareciam tão verdadeiras.
Entramos na casa, e ele me guiou até o quarto de minha amiga, Luna. Ela correu e me abraçou.
— Nyaaa, que bom que veio, Karol! — sorriu — Estava te esperando... O combinado eram 18:00, por que não veio mais cedo?! Já são 18:20!
— Desculpa, Luna! É que eu fiquei conversando com o Diego ali na frente... — corei.
— Hum... Diego, né? — ela me olhou com um sorriso maroto, mas de repente, olhou-me seriamente. — Karol, não se deixe enganar. Ele só tem palavras para lhe oferecer, nada mais que isso. Seria perca de tempo você se apaixonar por ele.
— Ei, calma lá! Eu não estou apaixonada por ele! — retruquei. Mas não adiantou, ela ainda continuou com o rosto passivo, porém, sério.
— Karol, eu estou falando sério. Ele já te deu alguma cantada, não?
— Já... — adimiti. E que cantada...
— Então sugiro parar de pensar nisso. Ele irá te fazer sofrer como fez às outras. — disse, enquanto tomava chá verde. (N.A.: Sério, de onde surgiu isso?! O.o')
— O que e-ele fez...? — perguntei, aflita. Meu coração já palpitava por ele, eu sabia. Mas queria negar. Como apenas palavras poderiam fazer isso comigo, que nunca cedi a nenhum garoto?
— Ele nunca encostou um dedo nelas... Dizia palavras bonitas, mas nunca sorria verdadeiramente para elas... Ele nunca foi a algum baile com alguma delas... Ou seja: nunca encostou um dedo nelas... Elas queriam mais que palavras bonitas... E então, não resistiam, e imploravam por ele. Faziam de tudo, as coisas mais absurdas para tentar conquistá-los. Me ameaçavam. E ele as ameaçava, se isso acontecia. Por isso não tenho amigas, fora você — terminara tudo com um sorriso triste... Não podia apaixonar-me, não mais, pelo Diego, se isso fazia minha melhor amiga sofrer.
Jantei lá, conversei com os pais dela, mas evitei olhar o Diego. Eu fiquei para lavar a louça, e Luna foi alugar um DVD de terror para nós assistirmos. Os pais haviam saído para o Bingo, e apenas eu e o Diego ficamos na casa. Enquanto lavava a louça, sentia alguém me observar. Mas não me virava para ver quem era, já que eu sabia que era o Diego, me atiçando. Quando a sensação era tão forte, que me virei. E o vi. A camisa de botões aberta até a metade, um olhar felino, os cabelos bagunçados. A visão dos deuses. A perfeição. Até que eu finalmente me virei; não aguentava mais vê-lo.
— Me evitando...? — perguntou, se aproximando.
— Estou sim. — respondi, firmemente. Ele pareceu um pouco surpreso com a resposta, mas voltou a sorrir, segundo a Luna, falsamente.
— Por quê...? Sou tão repugnante assim?
— Porque você fez várias garotas sofrerem. Não quero sofrer. Nem magoar a minha melhor amiga. — respondi, evitando o contato visual, e lavando a louça ao mesmo tempo.
— Ah... Então você já está assim, é? — a frase soou bruta. E eu não gostei. E eu nada pronunciei. — Tem razão, melhor não se apaixonar... Não por mim. — e quando ele falou isso, me virei, e encarei o rosto dele. Ele estava triste. E, por incrível que pareça, vi uma lágrima descendo.
— Você... Está chorando...! — me surpreendi. Não esperava por essa. Não mesmo.
— Sou humano... Eu choro também. — ele disse, ofendido, limpando a lágrima solitária.
— Por que choras...?
— A pergunta certa é: Por quem eu choro. Choro por uma garota... Brinquei com os sentimentos dela, e depois de um tempo, senti que estava apaixonado. Mas ela achou quer era tudo brincadeira minha, se magoou, e nunca me perdoou. Hoje temos uma relação superficial. E por isso, brinco com os sentimentos dos outros, pois assim eu tento entender o que se passou na mente dela, analisando os outros. Mas é impossível. Nunca consigo.
— Você não está tentando brincar comigo agora, está? — perguntei, receosa.
— Não... E me desculpe por antes. Não quis fazê-lo. Já é quase automático. — riu.
— Sem problemas. — ri junto. Mas depois fiquei séria — E então, quem é a garota?
— É a Luna. — disse, com o rosto passivo.
— O que?! A sua irmã?! — gritei. Como isso poderia ter acontecido?!
— Sim... Por incrível que possa parecer, foi por ela quem me apaixonei, e estou apaixonado até hoje.
Kraft!
Ouvimos um barulho de copo se quebrando. Olhei para a porta da cozinha, e vi Luna, de olhos arregalados, e a mão desta parecia que estava segurando algo invisível.
— Não brinque mais comigo, Diego... Não mais... Por favor... Pare de tentar convencer-se de que gosta de mim... É uma ilusão... Pare, por favor... — Ela pediu, e saiu correndo para o quarto, em prantos.
Diego abaixou a cabeça, e chorou. Eu terminei de lavar a louça e juntei os cacos de vidro, varri, e passei pano no local. Enquanto eu fazia tudo isso, Diego contava sobre as outras meninas, e sobre Luna.
— Sabe... Já reparou que a Luna tem as raízes do cabelo mais escuros que a ponta? É natural. Os pais dela também tem isso... Eu sou adotado. Os nossos pais pensam que eu não sei, mas eu encontrei os documentos da adoção um dia desses...
— Nossa, adotado? — perguntei, enquanto subíamos a escada.
— Sim, adotado. Minha família é ucraniana. Minha pele é branca demais, meus cabelos também. Os meus olhos são de família.
— Então você já sabe quem é a sua família?
— Infelizmente, não. Descobri tudo pela internet, mas é quase impossível descobrir quem são meus pais.
Nos separamos e eu fui para o quarto de Luna, onde ela dormia. Dormi no colchão mesmo... E sonhei com os dois irmãos juntos, em um reino distante, na época de reis e rainhas.
-x To Be Continue x-
