a mirror for the sun
um suspiro
Ela o achava calado demais, distante demais, até desprotegido demais. Mas estes eram pensamentos inteiramente dela, que nunca encontrariam o caminho para fora de sua boca. Afinal, ela sabia que ele não se importava – e isso era um fato.
No entanto, Parkinson acreditava na mudança vindoura. Talvez impossível, certamente improvável, e nem pense em pedi-lo isso. Mas a esperança estava lá, escondida em seu olhar e em seus gestos – sonhadora demais.
A distância entre ambos era grande, ainda que ela sempre sentasse ao seu lado, nos jardins, em uma tarde de sol. Nessas ocasiões, sentia as extremidades das mãos se aquecendo, não conseguindo evitar um sorriso que aquecesse seu rosto também, e virava-se para ele.
E não era nenhuma novidade a indiferença de Draco. O semblante fechado e estático. Uma escultura que respira. E só.
Pansy tomou-lhe a mão de súbito, sem se perturbar com os modos que ele pudesse usar para repeli-la de si. Sorria, boba, boba, com a sensação dos seus dedos nos dele. De olhos bem abertos, adivinhava o dia em que tudo mudaria, quando fugiriam em direção ao sol.
Para desfazer todas aquelas teias de gelo que os cercavam, Pansy seria capaz de se levantar agora mesmo e levar Draco para longe. Fugir porque era frio demais, Draco era frio demais. E ela, sonhadora demais.
These smiling eyes are just a mirror for...
