Pelos olhos de Bella.

"Não há mulher mais pálida e mais fria,
E o seu olhar vago e sereno
Faz como o efeito d'um luar ameno
Na sua tez que é mórbida e macia.

Como Leviana... esta mulher sombria
Traz a Morte cruel ao seu aceno,
O Suicidio e a Dor!... Lembra do Rheno
Um conto, á luz crepuscular do dia."

António Duarte Gomes Leal (Os brilhantes)


O cheiro das rosas brancas sempre incomodou a garota, o jardim da Mansão Black era tão desinteressante e indiferente para Bella quanto Cygnus e Druella – papai e mamãe. Se de repente, a grama fresca fosse arrancada, se não restasse nada vivo e o concreto invadisse tal lugar, ela não se importaria -o mesmo era com seus pais.

As duas irmãs lhe interessavam mais.

Narcisa era uma tolinha, mas nunca a incomodara. Sua bela irmã nunca incomodava ninguém, leal aos valores, disciplinada, devota à beleza e a família. Narcisa era um lindo quadro, perfeitamente simétrico e em cores equilibradas – um lindo quadro em uma tela rasa.

Andrômeda tinha os mesmos olhos que Bellatrix.

Nunca gostou de sua irmã mais nova. Havia algo de errado no modo como mordia os lábios em aflição quando o assunto eram "sangue-ruins". Ela sabia, mas ignorou tal fato, "Andie" não era Sirius – a caçula nunca teria coragem para rebelar-se contra a família, os olhos dela afogavam-se em medo.

Medo: um sentimento tão poderoso quanto o amor, dominava e movia tudo ao redor. Bella o reconheceria em qualquer um, via-o nos olhos dos traidores enquanto os torturava, lamentando por suas mentiras, implorando pela vida miserável.

Bastava sussurrar uma maldição para vê-los gritar em antecipação a dor. Amor, dignidade, heroísmo, ruíam pouco a pouco, desvencilhando-se de seus corpos impuros assim como suas vidas.

Ria , ria, ria, ria.

Bella arrancava-lhes tudo, por último, sua sanidade.