O CISNE ACORRENTADO

CAPÍTULO I

Por Louise von Dini


Disclaimer

Os personagens de Saint Seiya pertencem a Masami Kurumadsa e outros, não a mim. A presente obra não visa fins lucrativos, mas tão somente o entretenimento gratuito de fãs que gostam de ver homens se amando.

Qualquer semelhança com personagens, lugares ou situações reais, não é mera coincidência, meu caro.


Antes de começar a estória gostaria de fazer uma pequena ressalva: ela é antiga e quando eu a escrevi não tinha muitos conhecimentos sobre o mundo de Saint Seiya. Ou seja, eu gostava muito dos personagens, mas não tinha a menor paciência para procurar os episódios e ver toda aquela novela de novo. O que quer dizer que, sim, podem haver grande erros nesta estória, como um cavaleiro de bronze treinar um de ouro. Mas, levo em consideração que esses não são QUALQUER cavaleiros de bronze. Não se esqueçam que eles detonaram com muita gente forte por aí, então acho bastante aceitável que eles possam treinar um cavaleiro de ouro (acho...). Outra coisa é sobre o encaixe desta estória no roteiro do anime. Teoricamente vem depois da Saga do Santuário, mas eu nem tenho certeza... Por tanto, peço que por gentileza, abstraiam as incongruências e tenham uma boa leitura.

Prometo que faço melhor da próxima vez. ^^


SHUN DE ANDRÔMEDA SUBIU pela escadaria das doze casas com duas malas e alguns pequenos objetos. Ele previu que, para levar todos os pertences de Loren, teria que fazer esse mesmo percurso mais duas vezes. Para ele isso não significava um castigo, mas um momento para meditação.

Porém, ele não conseguiria meditar com todo o barulho que vinha das doze casas. Havia amazonas e cavaleiros subindo apressadamente, passando por ele sem lhe dar muita importância.

Shun sabia muito bem o motivo de tudo aquilo. Aquele era o dia em que os novos cavaleiros de ouro tomariam seu lugar por direito nas casas zodiacais.

Parou por um momento, antes de entrar na casa de Áries e fechou os olhos.

Sim, ele podia sentir claramente o cosmo de seu irmão Ikki na terceira casa, de Seiya na nona, Shiryu na décima e Hyoga na décima primeira.

Fazia exatamente cinco anos que não via nenhum deles e, com o tempo, a saudade se aplacou. Ele pensava que quando os fosse rever mais uma vez, estaria tão feliz que não caberia em si, afinal, eram seu amigos.

Mas, naquele momento, parado em frente à casa de Mu, Shun percebeu que estava em seu humor normal. Não sentia nenhuma ansiedade em rever algum deles, até mesmo seu irmão, e pensava nesse reencontro como uma fatalidade do destino.

Cada um tinha seu caminho e, se eles se cruzavam em algum ponto, Shun sabia que era por pura coincidência.

E ele já havia amadurecido demais para dar alguma atenção a meras coincidências.

Abriu os olhos disposto apenas a fazer o que tinha vindo fazer. Se encontrasse com algum deles no caminho, o que era quase uma certeza, não faria mais que sua obrigação de cumprimentá-los.

Uma voz baixa e irritante perguntou a ele, em sua mente, onde estavam os valores de que tanto falava para Loren.

Ele deu de ombros.

Não havia ninguém na casa de Áries e Shun podia sentir o cosmo de Mu muito acima, na décima casa. Provavelmente com Shiryu.

Na casa de Touro, Aldebaran lhe cumprimentou, mas mal se falaram, pois o grande cavaleiro estava ocupado trocando alguns móveis de lugar.

Antes mesmo de pôr os pés na casa de Gêmeos, Shun sentiu o cosmo quente de seu irmão inundar seu corpo e recordou da última vez em que estiveram juntos, do abraço que Ikki lhe deu, de seu cheiro e da suavidade de seu cabelo rebelde. Tudo lhe pareceu tão distante e tão vazio que não pôde evitar uma ponta de culpa e talvez de desespero. Certamente ele não estava ansioso para ver nenhum deles, mas isso não queria dizer que não os amava.

Eu só não quero..., pensou Shun, que eles vejam o que me tornei.

Não foi preciso que ele desse mais algum passo para rever o rosto rígido de seu irmão. Ikki apareceu, correndo, no topo da escada e parou.

Ikki Amamiya havia realmente crescido. Estava mais robusto, os cabelos mais curtos, mais alto e, pela expressão de sua face, talvez mais responsável. Tornar-se um Mestre exige isso de alguém.

Shun mal teve tempo de murmurar o nome de seu irmão. Ikki avançou sobre ele, abraçando-o tão forte que o cavaleiro de Andrômeda sentiu sua respiração falhar.

— Por Zeus! — Exclamou Ikki. — Como eu senti sua falta!!

Livrando-se do abraço, Ikki segurou o rosto de Shun entre suas mãos ásperas e o analisou. Estava tão diferente da última vez que o viu...

Os cabelos verdes de seu irmão estavam muito mais longos, caindo até a cintura, e levemente encaracolados. Havia crescido, mas continuava muito menor que ele. Apesar disso, sua fisionomia continuava frágil, seus músculos pouco definidos e sua cintura parecia levemente mais curvada do que era antes. Ele estava ainda mais parecido com uma mulher.

Porém, nada disso assustou mais Ikki de Fênix que os olhos de seu irmão.

Não havia mais nenhum traço da inocência e felicidade que lhe eram tão característicos. Em lugar disso, havia apenas uma melancolia que deixava o verde-claro de seus olhos mais nublado e, talvez, um pouco mais escuros.

— Você está doente?

Shun suspirou e forçou um sorriso.

— Não, Ikki. Estou bem.

O cavaleiro de Andrômeda abandonou as malas e os objetos que carregava no chão. Apertou levemente a mão direita de Ikki, que segurava seu rosto e alargou um pouco mais seu sorriso, quase imperceptivelmente.

— Estou feliz por revê-lo. Você está mais bonito, o que andou fazendo?

Como se não houvesse escutado as palavras de Shun, Ikki acariciou seu rosto e beijou sua testa.

— O que aconteceu com você, Shun? Você está...

— Eu cresci — adiantou-se. Seu sorriso sumiu. — Eu apenas cresci e amadureci, assim como você.

— Não. Você me parece tão... Triste.

Shun livrou-se das mãos do irmão e pegou novamente os pertences de Loren.

— Foi muito bom revê-lo, Ikki. Mas eu preciso levar isso até a última casa. Nos vemos mais tarde, quando eu terminar.

— Shun! — Ikki chamou, mas seu irmão continuou andando sem olhar para trás.

Assim que alcançou a saída da casa de Gêmeos Shun ouviu a voz de um rapaz.

— Mestre!

Roan, o discípulo de Ikki, vinha correndo de dentro da casa, vestido em sua armadura de ouro, sorrindo. Quando avistou Shun, correu para ajudar com as malas.

— Oh, senhorita, deixe que eu levo — disse com um sorriso ainda mais largo.

— Não precisa — disse Shun, segurando com mais força. — Eu posso levá-las sozinho.

Roan ficou confuso por alguns segundos, mas logo seu Mestre apareceu por trás do rapaz que lhe pareceu uma linda garota e disse:

— Deixe meu irmão passar, Roan.

Shun não esperou que o rapaz saísse de sua frente e desviou-se dele, saído da casa de Gêmeos.

Na casa de Câncer Shun Amamiya cumprimentou respeitosamente Marin de Águia e seu pupilo, o novo cavaleiro de Câncer, Li, que ele já conhecia desde pequeno, quando Li costumava brincar com Loren na área de treinamento.

Aiolia não estava na quinta casa, mas Shun podia sentir seu cosmo na casa de Sagitário.

Na casa de Virgem, Shaka meditava em um canto onde os barulhos nas escadarias eram mais baixos e onde ninguém que passasse por sua casa pudesse vê-lo. Mas, quando sentiu o cosmo de Shun, ele mesmo levantou-se para cumprimentá-lo. Porém, estranhou que ele estivesse sozinho.

— Onde está Loren, Shun? — Perguntou Shaka, virando a cabeça para os lados, seus olhos, porém, como de costume, continuavam fechados.

— Procurando pela armadura — respondeu Shun, com um sorriso. — Daqui a pouco ele chega.

— São as coisas dele? — Shaka apontou para as malas.

— Sim, eu mesmo farei a mudança.

— Quer ajuda?

— Não, posso fazer sozinho, obrigado.

Curvou-se respeitosamente, no que Shaka juntou suas mãos, baixando a cabeça e, assim, despediram-se.

Atravessou silenciosamente a vazia casa de Libra, assim como a casa de Escorpião. O cosmo de Milo despontava da casa de Aquário.

Na casa de Sagitário encontrou um animado Seiya, que conversava com Aiolia e seu pupilo, Jen. Shun pretendia passar com apenas um cumprimento, pois suas mãos começavam a formigar pelo peso das malas. Mas, assim que Seiya o avistou, correu em sua direção, o abraçando tão fortemente que tudo o que segurava caiu no chão.

— Shun!! Eu não acredito, olha como você está bonito!!

Shun sorriu levemente.

— Você está ainda mais bonito também, Seiya — disse, livrando-se delicadamente do abraço.

E Seiya estava realmente mais bonito. Seus olhos se tornaram inacreditavelmente mais vivos e estava quase tão alto quanto Ikki, os cabelos um pouco mais longos. Ter se tornado um Mestre não fez de Seiya de Pégaso um homem mais maduro, Shun podia ver isso por seus olhos que mantinham aquele brilho infantil.

Trocou algumas palavras com o sorridente Seiya e seu pupilo, que lhe pareceu um rapaz tão vivo quanto o próprio Mestre. Cumprimentou Aiolia, mas este não se contentou com isso e puxou-o para um canto.

— Você virá amanhã?

— Amanhã? − Perguntou Shun, meio confuso.

— A festa que a Deusa prometeu para os recém-chegados.

— Oh, sim, a festa. Bem, eu irei. Irei com Loren.

— Ahá, eu sabia! O Shaka estava preocupado, pensando que você não iria. Você nunca vai às festas...

— Nesta eu irei. Por Loren.

Aiolia riu e deu um leve tapinha nas nádegas de Shun, indo na direção de Seiya.

— Nos vemos lá! — Disse o cavaleiro de Leão.

Shun suspirou e sorriu. Aiolia era um grande amigo. Não era raro que ele, Shaka e Mu fossem visitá-lo durante a semana, sendo que Shun dificilmente saía de casa.

Pegou as malas e saiu da casa de Sagitário. Se não tivesse parado tanto no caminho já poderia estar voltando.

Na casa de Capricórnio Shiryu foi bastante compreensivo e apenas o abraçou, trocando algumas palavras.

O cavaleiro de Dragão não precisou de um segundo olhar para saber que Shun havia mudado mais que qualquer um dos outros. E o novo Shun não lhe agradou, mas também não desagradou.

Mu apenas acenou e disse simplesmente que o veria amanhã, na festa. Shun não disse nada, mas percebeu que os cavaleiros de ouro estavam se importando demais que ele fosse àquela festa. Mas deu de ombros.

Enquanto subia para a escadaria da casa Aquário Shun podia sentir claramente o cosmo de Hyoga atravessando aquelas grossas paredes e tocando em seu corpo, arrepiando seus pêlos. Parou bem ali, na estrada da décima primeira casa e suas pernas não quiseram mais se mover.

Fechou os olhos por alguns segundos, buscando autocontrole e coragem para entrar, mas era tão claro como o dia e frio como a brisa que soprava, balançando seus cabelos, o olhar de Hyoga que atravessa as barreiras visíveis e invisíveis e olhavam diretamente nos seus.

Shun abriu os olhos e se apressou em atravessar aquela casa. Felizmente, não viu ninguém, mas podia sentir o cosmo de Milo, Hyoga e mais alguém, provavelmente o pupilo.

Quando finalmente alcançou a casa de Peixes deixou-se cair no chão, escorando-se em uma parede e agradecendo a todos os deuses por estar sozinho, sem ninguém perguntando se estava bem, sem ninguém o abraçando e sem sorrisos falsos.

A coragem para descer e ter que voltar mais duas vezes desapareceu e ali ele ficou até que ouviu um barulho metálico na entrada e o cosmo de Loren — tão diferente — que afundou aquele lugar vazio em uma tranqüilidade que só seu pupilo conseguia lhe transmitir.

— Mestre! — Loren correu até Shun quando o viu sentando naquele chão frio, encoberto pelas sombras. — O senhor está bem?

Shun sorriu ao ver seu pupilo vestindo a brilhante armadura de ouro que o deixava ainda mais belo. O brilho do metal dourado realçava os olhos de Loren de uma maneira que pareciam quase amarelos.

— Estou um pouco cansado, só isso. Desculpe-me, eu disse que faria sua mudança, mas...

— Esqueça a mudança, Mestre. Eu vou levá-lo para casa.

— Não precisa... Você deve ficar e aproveitar sua nova casa. Diga-me, foi difícil encontrar a armadura?

Loren balançou a cabeça, com fingida decepção para com seu Mestre e afastou os cabelos da testa de Shun.

— Não mude de assunto, Mestre. Diga-me, o que houve? Pensei que ficaria feliz em poder reencontrar seu irmão e seus amigos.

— Ah... — murmurou Shun. — É, eu também achei. Também achei.

— Não está feliz?

— Estou cansado.

Loren estendeu a mão para ajudar seu Mestre a levantar-se, mas Shun continuou imóvel. Uma lágrima solitária escorreu por sua face.

— Desculpe-me, Loren. Eu não deveria chorar hoje. Eu estou feliz por você, mas...

A armadura de Peixes deixou o corpo de Loren e juntou-se ao seu lado. O pupilo ajoelhou-se, debruçando-se sobre seu Mestre e o abraçando, acariciando seus longos cabelos verdes.

— Diga-me, Mestre. Por favor, não esconda nada de mim... O senhor está sempre escondendo seus problemas.

Shun deixou-se abraçar e escondeu o rosto no pescoço do pupilo, aspirando o cheiro de suor e sangue que ele desprendia dos cortes que ganhou na procura pela armadura.

Loren era o único com quem podia sorrir e chorar verdadeiramente. Aquele garoto sempre foi sua âncora para a realidade, aquele que o impedia de cair nas profundezas das suas lembranças e suas tristezas sem fim.

— Oh, Loren, eu queria tanto voltar atrás... Queria tanto não ter me tornado isso!

— Mestre, não fale assim. Eu o amo do modo como é. Eu o amo, Mestre.

Shun apertou-se mais nos braços de seu discípulo.

— Você nunca me conheceu sete anos atrás... Você nunca soube como eu era. Eu era tão... inocente. Eles não me reconheceram, nem mesmo meu irmão! Como poderiam?! Loren, como eles poderiam reconhecer a criança que deixaram para trás com o homem vazio que eu me tornei?

Ouvindo isso Loren afastou-se, segurando seu Mestre pelos ombros e olhando fixamente em seus olhos verdes banhados de lágrimas.

— O senhor está errado! Eu sei que o senhor não é vazio! Eu sei, Mestre, melhor do que ninguém, que aqui — apertou levemente o peito esquerdo de Shun. — há mais amor que em qualquer outro coração, de qualquer outra pessoa. O senhor só precisa entender que as pessoas mudam e os outros devem compreender.

— Você fala com se fosse meu Mestre — murmurou Shun.

— Às vezes é o que parece.

Shun enxugou suas lágrimas com as costas das mãos e ergueu-se com a ajuda do pupilo. Só então percebeu que já era noite.

— Eu sinto muito, hoje era para ser sua primeira noite aqui.

— Esqueça, Mestre. Vou levá-lo para casa e fazer um chá como o senhor gosta.

Shun forçou um sorriso e seu pupilo enlaçou sua cintura, puxando-o mais para perto. Amanhã ele aproveitaria sua casa nova, seu Mestre era mais importante.

Quando Loren Manara chegou à casa de Aquário, Shun estava tão abatido que não olhava mais para frente, apenas punha uma perna na frente da outra, automaticamente, pois sabia que isso significava que ele chegaria à sua casa mais rápido.

Um rapaz de cabelos castanhos e olhos intensamente azuis interceptou os dois no meio da décima primeira casa.

— Quem são vocês? Precisam de ajuda?

— Não, obrigado — disse Loren, sem parar de andar.

− Mas ela parece doente — continuou o rapaz que segurava algumas partes da armadura de Aquário debaixo do braço. Loren conhecia todos naquele Santuário e aquele rapaz ele nunca tinha visto, nem mesmo quando subiu a escadaria ainda há pouco. Estava óbvio que era o novo cavaleiro de Aquário.

— Meu Mestre não está doente — corrigiu Loren.

— Seu Mestre? — o rapaz fitou Shun, que tinha a cabeça baixa e os longos cabelos escorriam ao redor de seu corpo. — Oh, me desculpe! Pareceu uma garota!

— Tudo bem, acontece. Agora, com licença, sim?

Loren conseguiu livrar-se do cavaleiro de Aquário, quase chegando, enfim, à entrada da décima primeira casa, quando foi abordado, casualmente, por um homem alto, de longos cabelos loiros e olhos de um azul tão profundo que pareciam reflexos do céu.

O homem parou em frente a ele, obrigando-o a parar e se encararam por longos e intermináveis segundos, quando finalmente o homem alternou seu olhar para Shun. Seus olhos brilharam levemente.

— Shun? — Disse o homem, mais para si mesmo.

— Desculpe-me — interrompeu Loren. — O senhor deve ser um dos amigos de meu Mestre. Ainda não se viram?

Alexiei Hyoga Yukida voltou a olhar para o pupilo de Shun e acenou negativamente.

— Ainda não nos vimos. Mas o que ele tem?

— Nada — Loren apressou-se em dizer. — Está cansado, só isso. Poderia me dar licença? Já é noite e o caminho até em casa se torna mais difícil.

— Eu gostaria de falar com ele — disse Hyoga, erguendo sua mão para tocar nos sedosos cabelos de Shun.

Nesse momento, antes que seus dedos pudessem tocar as madeixas verdes, Shun ergueu a cabeça e fitou diretamente os olhos de Hyoga. O loiro não reconheceu aquele homem, aquele olhar tão profundo e misterioso quanto o fundo do mar onde costumava mergulhar para ver sua mãe.

Ele estava vendo coisas? Aqueles olhos eram os olhos de Shun? Do garoto que havia deixado para trás há cinco anos?

Shun o encarou por um longo tempo com seus olhos vazios e levemente inchados.

— Tire-me daqui, Loren. Leve-me para casa...

— Não se preocupe, Mestre, eu vou levá-lo.

Hyoga observou Loren pegar Shun em seu colo e este aninhar-se em seu peito.

— Tire-me de perto dele, Loren... Por favor... — pediu Shun, com uma voz triste, quase chorosa.

Loren lançou um olhar hostil para aquele desconhecido e continuou seu caminho sem dizer mais nada. Ainda ouviu Hyoga sussurrar o nome de Shun, mas seu Mestre não respondeu.

O cavaleiro de Peixes desceu as escadarias pensando em quem poderia ser aquele homem e por que seu Mestre tinha tanto medo de estar perto dele.

Na casa de Capricórnio, Mu e Shiryu foram bastante solícitos. Shiryu se ofereceu para ajudar Loren a levar Shun para casa, mas Mu disse que poderia levá-lo por telecinese.

Desse modo, um segundo depois, Loren colocava seu Mestre cuidadosamente na cama enquanto preparava um banho.

FIM DO PRIMEIRO CAPÍTULO