N/A: Olá! os personagens de Samurai X não pertence a Mim. Eles pertencem à Nobuhiro Watsuki. Todos os direitos reservados ;D


Ai no Kakera

--Os Fragmentos do Amor-

I

Oito anos haviam se passado desde a batalha contra Enishi Yukishiro.

Era novembro de 1887, Ano 20 da Era Meiji.

O outono chegava ao fim e começava a dar lugar pro inverno gelado, típico do Japão. A cidade de Kyoto começava a se preparar: as pessoas saíam com roupas mais quentinhas e cheias, tentando se proteger da temperatura, que caía constantemente. Muitas pessoas limpavam as suas casas, jogando fora pilhas e pilhas de folhas com tons vermelhos e amarelos, que caíam das árvores.

Aoshi Shinomori dormia no Aoiya, sendo observado por Misao.

Ela estava bem diferente do que o comum: Já era uma adulta agora. Seu corpo tomara uma proporção linda, com belas curvas. Seu rosto não era mais infantil. Ela havia se tornado uma linda mulher. Entretanto, não mudara. Continuava com seu jeito brincalhão e atencioso, gentil e extrovertido. E, principalmente, continuava completamente apaixonada por Aoshi.

Aoshi abriu os olhos lentamente, deixando a luz do fim da tarde invadir seu olhos.

- Você dormiu bastante... Que que você anda fazendo à noite, hein, Aoshi?

- Bom dia pra você também.

- Bom dia?! Você tem noção de que horas são, Aoshi?

- Não faço idéia...

- Aproximadamente quatro e meia.

- Da tarde?

- Não, dá manhã! Ta vendo alguma estrela no céu, seu mane!

Aoshi riu.

- Eu só to meio sonolento.

- Sei... O que você fez pra ficar assim, destruído, hein Aoshi-sama?

- Trabalho, Misao. Trabalho.

Aoshi suspirou e levantou, apertando a faixa do seu kimono, que estava um pouco frouxa. Misao ficou o olhando, tentando não parecer encantada.

- Vou descer.

- Ta – Disse Misao, olhando em direção à janela.

Aoshi desceu a escada em direção ao banheiro. Foi então que encontrou Okon no corredor.

- Boa tarde Aoshi-sama.

- Okon, boa tarde.

- Tenho grandes notícias!

- Ora, então diga-me! Quem sabe se isso não me ajuda a acordar.

- O senhor Himura e os outros estão vindo nos visitar. Devem chegar hoje a noite. Recebemos a notícia ainda a pouco.

- Ora, Kenshin... Não vejo aquele homem a quatro anos.

- Pois é! Estou morrendo de saudades da senhorita Kaoru... Vou contar as boas novas a Misao.

- Faça-o, ela ficará feliz. Ainda mais com a festa de amanhã.

- Então você lembra que dia é amanhã? – Disse Misao, descendo as escadas.

Aoshi virou-se pra trás e a encarou.

- Você acha que eu esqueceria?

- Não vejo motivos para lembrar.

- Misao, não fale assim com Aoshi-sama!

- Ele sabe que digo a verdade.

Aoshi ficou quieto por um instante.

- Você não muda, não é mesmo?

- Nem você, Aoshi-sama.

Aoshi sorriu e deu de costas.

- Ah, então é assim?

- É. E não me perturbe, Pirralha.

- PIRRALHA! COMO OUSA AOSHI SHINOMORI! EU JÁ TENHO QUASE 24 ANOS!

- blábláblábláblá – disse Aoshi, em tom de deboche.

- E ainda se diz O Maturo.

- Mais que você, minha pequena. – E continuou com seu caminho em direção ao banheiro.

- ARGH! – Disse Misao, bufando. – Eu odeio quando ele faz isso!

Okon riu.

Aoshi fechou a porta do banheiro e encostou-se nela. Por que a vida tinha que ser tão cruel? Amava aquela mulher, muito antes dela se tornar mulher. Mas jamais poderia ficar com ela. Como já não bastasse o fato dela ser dez anos mais jovem, ele ainda tinha um vínculo muito forte com ela, quase que de pai e filha.

Socou a parede e abaixou a cabeça.

Misao treinava no jardim quando Aoshi saiu do banho. Ele a ficou observando pela janela de seu quarto. Era impressionante como ela havia melhorado sua técnica, graças aos treinos com ele. Agora ela lutava impressionantemente bem, e começara a utilizar adagas, quase do tamanho de kodachis (porém, não abrira mão do uso das velhas Kunais). Foi então que ouviu a voz de Kaoru.

- Okina-san! Quanto tempo!

- Como é bom revê-la, Senhorita Kaoru, Himura-san... E vejo que temos um pequenino aqui.

O pequenino era Kenji, o filho de Kenshin e Kaoru, que agora tinha 7 anos.

- Muito prazer senhor, me chamo Kenji!

- Ora, ora... Vejo que ele tem muita energia! – Disse Okina, rindo.

- HIMURAAAAAAAAA! – Disse Misao, que veio correndo ao ouvir as vozes.

- Misao! Caramba, como você está crescida!

- É verdade... Você está linda, Misao! – disse Kaoru.

- Obrigada... Pena outras pessoas não perceberem isso.

- Ele ainda não...?

- Não.

- Fique calma, tudo tem sua hora. Uma hora ele vai perceber.

- Senhorita Misao, onde eu posso colocar essas malas? – Disse um rapaz, que carregava enormes malas.

- Coloque aqui, Kimiro! – Disse Kaoru, apontando pra um canto.

O rapaz, com dificuldades, colocou todas as malas no canto onde Kaoru mandou, e depois ficou olhando as pessoas presentes na sala.

- Esse é Kimiro Daisuke. O novo aluno do Dojo Kamiya.

- Muito prazer, Kimiro. – Disse Misao.

- O prazer é todo meu. – Disse Kimiro, corando.

O rapaz aparentava ter vinte anos. Era um pouco maior que Misao, e tinha cabelos castanhos, que combinavam com seus olhos. Usava um Hakama Azul, e um Kimono branco, com as golas da mesma cor de seu Hakama. Na cintura, carregava uma kodachi.

- E então, onde está Aoshi?

- Aqui. – Disse Aoshi, descendo as escadas.

Misao sorriu ao ver Aoshi.

- Você não mudou nada.

- Muito menos você, velho amigo. – Kenshin estendeu a mão, e comprimentou Aoshi.

- Senhorita Kaoru.

- Como vai Aoshi?

- Bem, só um pouco cansado...

- Um pouco? Ele acordou ainda a pouco!

Kenshin riu.

- Para de tomar conta da minha vida, garota!

- Ah! Vai catar coquinho no mato, seu mane!

Todos riram, menos Kimiro.

- Vamos, acomodem-se! Okon! Vá mostrar os quartos pra eles.

E todos subiram, sendo guiados por Okon. Com exceção de Aoshi, que ficara na sala, olhando especialmente para o pupilo de Kaoru.


Misao não conseguia dormir. Já havia se passado oito anos. Oito anos de convivência com Aoshi, e até agora, eles não haviam dado um passo a frente! Aoshi melhorou muito o seu relacionamento com ela, isso era fato. Antes, ele era muito mais frio. Agora, ele já estava bem mais amigável. Entretanto, continuava frio.

Levantou-se, e foi andando silenciosamente pro quarto de Aoshi. Mas ao chegar lá, viu que Aoshi não se encontrava. Onde Aoshi-sama deve ter ido?, ela se perguntava. Andou até a janela do quarto de Aoshi, mas não o viu. Ficou ali, por um tempo, observando pela janela, pra ver se via Aoshi. Mas nada. Foi então que sentiu alguém se aproximando.

- Você não deveria estar dormindo?

- Aoshi-sama...

- Vamos, volte pra cama Misao.

- Por que você continua a me tratar como uma criança?

- Porque pra mim, você ainda é uma.

- Bom, eu já tenho oficialmente 24 anos. Isso ainda é ser criança?

- Pra mim, você sempre vai ser uma criança...

- Para com isso Aoshi! Não tem que ser assim!

- Tem sim, Misao! Tem sim! Será que você não entende?

- Não, eu não entendo!

- Pois eu não vou explicar!

- Argh! Por que você é assim, hein?!

- É o meu jeito, não me culpe!

- É bom você ter um bom presente pra mim...

- Eu tenho.

E então, de repente, Aoshi empurrou Misao em uma parede, e a beijou. Misao nunca se sentiu tão feliz na vida dela. Sentiu uma lágrima rolar no seu rosto. Aoshi a olhou e falou, sorrindo:

- Eu te amo Misao. Feliz aniversário.


N/A: Bom, espero que vocês estejam gostando! Então, por favor, leiam, e deixem reviews, okay?Até o próximo cap. ^.~b