Nome do autor: Lestrange
Título: Futuro
Ship:Gen-Theodore Nott
Gênero: General, Drama
Classificação: T

Futuro
Por Lestrange

"O futuro tem muitos nomes.(…)"

"(…)Para os fracos, é o inatingível. (…)"

Sentiu-se fraco. Sentiu a vida desvanecer-se pelos seus dedos. Sentiu que não era ninguém. E uma gota de suor escorreu pela sua face. As suas pálpebras semi-cerradas impediam a sua visão e os lábios selados impediam-no de se manifestar. Sem apoio. Sem amparo. Sem nada. Sozinho, como sempre estivera. E Theodore Nott viu o futuro. O seu futuro. Mas não acreditou nele, pois aos seus inocentes olhos tudo lhe pareceu inatingível. Ele espera-te, e tu obedecer-lhe-ás. Foi as únicas palavras que ouviu.


"(…)Para os temeros, o desconhecido.(…)"

Continuou a ouvir as palavras quentes do seu pai, junto do seu ouvido. Sabia que tinha que fazer uma escolha, mas não a queria fazer. Mas erguia-se, lentamente. E conseguia encará-lo, ainda que, com medo. A sua mãe estava morta. O seu refúgio tinha-se evaporado. Agora, as suas palavras não passavam de meras confissões lançadas ao vento. E a confusão na sua mente permanecia, sem cessar. Não tinha uma resposta, mas sabia o que decidir. E novamente viu o futuro no horizonte do seu olhar. Um futuro negro e opaco. O desconhecido. E perdeu-se.

"(…)Para os valentes, é a oportunidade." Victor Hugo

A noite chuvosa silenciava o frio revelado pelo tilintar dos seus dentes. A água escorria-lhe pelos ombros e dançava na sua pele, como fogo. Inspirou e expirou, e sentiu o fumo a invadir-lhe o peito e seguidamente, todo o seu corpo. O resto do cigarro, ainda ardente, caiu no chão. A água amoleceu-o e findou o fio cinzento e ondulante que de lá provinha e ascendia. Mesmo assim, Theodore Nott pisou-o, num gesto determinado. Meteu as mãos no bolso e encontrou mais um. Levou-o aos lábios, mas não o acendeu. A coragem invadiu-o e pela primeira vez, à sua frente, o resultado da sua decisão era esboçado. Foi tudo o que precisou. Uma recordação ainda não acontecida. Uma oportunidade ainda não revelada. O medo abandonou-o e ergueu pela primeira vez a sua cabeça, levando a mão ao puxador dourado. Abriu a porta e nunca nada lhe pareceu tão familiar.