Sei o que vocês estão pensando, 'essa doida só escreve', mas o que eu posso fazer, essa é uma das minhas grandes paixões e dela não desisto nunca. Mas vamos ao que interessa. Essa é minha mais nova fic e pelo titulo acho que já da pra ter uma idéia de quem é o protagonista. Sim, Aioros de Sagitário.
Essa historia se passa, um mês antes dele morrer e da Gigantomaquia finalmente começar (o que é retratado no Episódio G). Então, não estranhem ao encontrarem spoiller de outras fics minhas que se passam na época como Laços de Ouro.
Bom, no mais, essa fic também é uma das que mais gostei de escrever, eu sei, falo isso pra tomadas XD, mas essa fic é de presente atrasado de niver pra Margarida que foi dia seis. Então, espero que não só ela aprecie essa história, mas todos também que já vem desde muito tempo, acompanhando meus trabalho.
Obrigada pelo atenção e vamos ao que interessa...
Boa Leitura!
Nota: Os personagens de Saint Seya não me interessam. Apenas Alister, Giovanni, Aaron e Cadmo são criações únicas e exclusivas minhas para essa saga. Asas Douradas de Um Santo Anjo.
Capitulo 1: Dando a Volta ao Mundo.
I – A Missão.
Subiu as escadas até o ultimo templo a passos rápidos. Um mensageiro acabara de bater em sua casa, comunicando-lhe que o Grande Mestre lhe convocara para uma reunião de ultima hora. Isso nunca queria dizer algo bom; Aioros pensou, passando rapidamente por Peixes.
O templo parecia vazio, provavelmente Alister estava com Aaron e Giovanni na arena, ou no mínimo, atrás de Eurin. Sem duvidas ele não tinha amor à vida; o cavaleiro pensou, com um meio sorriso ao lembrar-se de todas as tentativas de aproximação que do pisciano, porém que foram muito mal sucedidas e que lhe renderam algumas costelas quebradas seguido de alguns aranhões que não tinha como esconder, mas era melhor se concentrar em outra coisa agora.
Deparou-se com as grandes portas de mármore da entrada do Templo de Athena, viu alguém calmamente se aproximar. Parou, notando que era um homem um pouco mais velho do que si, com longos e volumosos cabelos esverdeados, quase loiros e orbes violeta.
-Aioros, Shion já esta lhe esperando; o irmão do Grande Mestre avisou.
-Obrigado; ele respondeu, numa breve reverencia. –Ares por acaso você saberia me dizer sobre o que é essa reunião de emergência? –ele perguntou, acompanhando o cavaleiro de Altar, pelos corredores que levavam a biblioteca do templo, onde normalmente Shion gostava de conversar com os cavaleiros.
-Infelizmente não sei de nada Aioros, Shion chegou agora de pouco de Star Hill e mandou um mensageiro lhe chamar, não teve nem tempo de me contar o que está acontecendo; Ares respondeu, passando a mão nervosamente pelos cabelos, sabia que isso definitivamente não era um bom sinal.
-Bem, é melhor resolver isso de vez; o sagitariano falou, dando de ombros.
Pararam em frente à porta da biblioteca, enquanto Ares dava algumas batidas na mesma anunciando a chegada de ambos.
-Entrem; Shion falou, do outro lado.
Ares abriu a porta, vendo o irmão debruçado sobre uma mesa, com vários mapas e outros documentos. Franziu o cenho, o que será que estava acontecendo?
-Shion, Aioros esta aqui como pediu; Ares falou.
-Ares, por favor, nos deixe a sós por um momento; Shion pediu, deixando claro que queria falar apenas com o cavaleiro.
-Como quiser; ele falou, fazendo uma breve reverencia e deixando a sala, fechando a porta atrás de si.
-Algum problema mestre? –Aioros perguntou preocupado, aproximando-se e sentando-se na cadeira que ele acabara de lhe indicar em frente à mesa.
-Preciso que saia em missão; Shion falou, voltando-se para ele, enquanto sentava-se novamente em sua cadeira.
-Em missão? Porque? –o cavaleiro perguntou surpreso, já fazia um bom tempo que não saia em missão, a ultima vez fora pelas ilhas gregas mesmo, mas para Shion lhe chamar agora, provavelmente era para fora do país.
-Preciso que encontre essa pessoa, descubra tudo o que puder sobre ela e o nível de cosmo; ele respondeu, entregando ao cavaleiro uma foto.
Aioros franziu o cenho ao ver uma garota. Cabelos castanhos e cacheados, um olhar brilhante de uma adolescente na flor da idade, deveria ser poucos anos mais nova do que si, mas algo naquela foto lhe dizia que não era uma garota normal. Ainda mais pelo pedido de Shion.
-Uma amazona em potencial mestre? –ele arriscou-se em perguntar.
-Quase isso; Shion respondeu dando um suspiro cansado.
Passara a noite toda em Star Hill lendo as estrelas e a previsão que fizera lhe surpreendera. Faltavam alguns anos para que a nova geração de cavaleiros de ouro fosse formada, mas alguns já retornavam ao santuário aos poucos e não duvidava que pelos seus cálculos logo uma Gigantomaquia se iniciasse.
-Então? –Aioros insistiu, querendo saber mais sobre a misteriosa jovem.
-Agora não posso lhe explicar muita coisa Aioros, você precisa partir imediatamente; o ariano falou, levantando-se.
-Mas mestre...; Ele não completou, ao ver Shion retirar de uma caixa de arquivos no canto da sala, uma pasta de papel pardo e voltar-se para ele.
-Tudo que precisa saber esta aqui, junto com os documentos e as passagens; ele falou.
-Passagens? –o cavaleiro perguntou surpreso.
-Ida e volta, para o Brasil. É para lá que você vai; Shion respondeu.
-Brasil? –Aioros falou, quase caindo para trás, literalmente iria dar a volta ao mundo para chegar lá.
-...; Shion assentiu. –Não deixe de levar a armadura por garantia, você sabe como proceder se acontecer alguma eventualidade. Nesta pasta estão os locais onde existem emissários do santuário caso precise de algum suporte.
-Está certo; ele respondeu, sabia que o mestre não ia responder mais nada, era melhor ir logo. –Então eu já vou;
-Boa viajem e que Athena esteja com você; o Grande Mestre falou.
-Obrigado; o cavaleiro agradeceu, deu uma breve reverencia e saiu a passos rápidos do templo. –"Quem será essa garota para o mestre ficar tão perturbado com a existência dela?"; ele se perguntou intrigado.
-Aonde vai com tanta pressa Aioros?
Parou, ao deparar-se com o cavaleiro de Peixes, que pareceu surpreso ao lhe ver ali.
-Estou saindo em missão Alister, mas o que é isso? –ele perguntou, apontando para a lateral direita da face do cavaleiro.
-Nada não; Alister respondeu, com um sorriso nervoso.
-Não me diga que apanhou de novo da Eurin? –Aioros perguntou incrédulo, ao ver as exatas cinco marcas dos dedos da amazona na face do cavaleiro.
-Ela e essa mania de deixar marcas; Alister falou, num resmungou. Fora apenas ser gentil ao dar um 'bom dia' a amazona, a sua maneira, mas ainda sim e ela lhe virava um tapa certeiro.
-O que fez dessa vez Alister? –o sagitariano perguntou, abafando o riso.
-Só fui dar bom dia a ela; ele respondeu, como a expressão mais inocente que conseguiu fazer.
-Só? –o cavaleiro perguntou, arqueando a sobrancelha, incrédulo.
-Oras, não tenho culpa se tenho o habito de cumprimentar as pessoas dando um beijo; Alister respondeu com um sorriso maroto.
-Alister. Alister; Aioros falou, balançando a cabeça levemente para os lados. –Essa sua mania de bancar o sedutor incorrigível ainda vai lhe causar problemas. Às vezes eu me pergunto se você não é o guardião da armadura errada. Quem sabe se fosse Escorpião não daria mais certo; ele comentou.
-Hei, deixa o Cadmo lá em Milos que eu fico aqui; o cavaleiro falou prontamente, deixando evidente que não queria concorrentes por perto e Cadmo era o que se poderia dizer de um atentado terrorista a alto-estima de qualquer um.
-Sem comentários, mas agora tenho que ir; Aioros falou, não podendo se demorar.
-Até mais e boa viajem; Alister desejou, vendo-o descer rapidamente as escadas sumindo de vista. –"Droga, esqueci de perguntar pra onde ele ia"; ele pensou, emburrado ao entrar em seu templo, era melhor colocar gelo no rosto antes que ficasse marca;
-o-o-o-o-
-Mestre Aioros aonde vai? –Garahn perguntou, vendo-o entrar em disparada em seu templo, retirando uma mala de baixo da cama e começando a jogar algumas roupas nela.
-Tenho que sair em missão e, por favor, Garahn não precisa me chamar de mestre; Aioros pediu pela enésima vez.
Era sempre assim, só por ser um cavaleiro de ouro as pessoas haviam pegado o habito de chamá-lo de 'mestre', ele e Garahn já eram amigos há muito tempo. Haviam treinando juntos para serem cavaleiros, mas o amigo não pudera concorrer a armadura já que perdera o braço, tendo de substituí-lo por uma prótese mecânica. O pior de tudo fora quando o mesmo invadira o ultimo templo, tentando pegar a taça dourada com o sangue de Athena.
Antes de deusa morrer a 200 anos atrás, enchera uma taça dourada com seu sangue e que ficava numa sala lacrada e protegida pelo Grande Mestre. Como o liquido tinha um poder místico, dando o poder de devolver a vida de alguém. Garahn pensou que poderia usar uma pequena porção que fosse, na época, sua mão estava com sérios problemas de saúde. Numa atitude desesperada, ele invadiu o ultimo templo, mas mal conseguiu passar da porta com a taça, sendo barrado por uma infinidade de cavaleiros.
Intercedera com o Grande Mestre pedindo que considerasse os motivos que o levaram a isso, mas não conseguiu aliviar a pena, ele passara um bom tempo trancado na prisão de pedra do Cabo.
Agora que ele sairáq de lá, estava sob sua supervisão e lhe ajudava com o treinamento de Aiolia.
-Tudo bem, se você quer assim mestre Aioros; Garahn brincou, provocando-o.
Aioros serrou os orbes para ele, vendo-o rir ainda mais da expressão contrariada do cavaleiro.
-Mas o que vai fazer com Aiolia? –Garahn perguntou, mudando de assunto.
-Droga, sabia que estava esquecendo de alguma coisa; Aioros resmungou, dando um leve tapa na testa. –Você pode cuidar dele pra mim, se eu deixá-lo com Shura de novo, esses dois vão destruiu o santuário ou se matar; ele completou.
-Mestre Shura parece um pouco imaturo ainda para cuidar de Aiolia; Garahn comentou, com ar pensativo.
-Não se preocupe, ele é um bom cavaleiro, apenas não consegue ficar vivo um dia se tiver que treinar Guilherme e Aiolia junto; Aioros falou rindo, lembrando-se do que o italianinho aprontara das ultimas vezes para provocar o cavaleiro de Capricórnio, deixando evidente que irritá-lo agora era um hobby.
-Realmente, tem de ser um santo para não matar o neto do Giovanni; Garahn falou.
-Dê um desconto, ele só quer se divertir um pouco; Aioros falou, enquanto fechava a mala.
-Pegando essência de flor-de-lotus do templo do Mestre Shaka e fazendo uma bomba caseira pra jogar no templo de Capricórnio? –Garahn perguntou, arqueando a sobrancelha.
-Detalhes. Quando queríamos fazíamos um pouco pior; ele comentou, gesticulando displicente.
-MANO; a voz do leonino soou pela casa.
-AQUI; Aioros respondeu, pegando no guarda-roupa algumas peças de roupa, para tomar um banho rápido antes de sair.
-Vai viajar? –Aiolia perguntou com um sorriso iluminado, enquanto entrava no quarto.
-Vou, mais Garahn vai cuidar de você; o cavaleiro respondeu, vendo-o torcer o nariz. –E não quero saber de você e Guilherme fazendo bomba caseira para infernizar o Shura, senão vou te deixar de castigo uma semana fazendo abdominal na Encosta de Bejunte; ele completou, com um sorrisinho perverso.
-Você não faria isso, faria? –Aiolia perguntou, fazendo beicinho e escondendo-se atrás de Garahn.
-Me tente; Aioros respondeu.
-Ahn! Bem, espero que você faça uma boa viajem; o aspirante a cavaleiro de Leão falou, tentando mudar de assunto.
-Bem, vamos deixá-lo agora então; Garahn falou, puxando o garoto para fora do quarto.
Aioros assentiu, vendo a porta se fechar. Entrou rapidamente no banheiro. Logo estaria pegando o avião e partindo para o Brasil.
II – Dia Agitado.
Olhou-se no espelho novamente, jogando um pouco mais de água sobre a face. Precisava parar de pensar ou iria surtar, ou melhor, enlouquecer. Não agüentava mais passar noites e noites em claro por causa daqueles sonhos; ela pensou.
Franziu o cenho, os orbes castanhos pareciam opacos, sem todo aquele brilho que possuíam quando era mais nova. Sem preocupações, sem metade das responsabilidades que tinha agora e sem aqueles malditos sonhos;
Afastou-se da pia, pegando uma toalha sobre um aparador no banheiro e enxugou o rosto. Teria de ir para a Pinacoteca pela manhã receber as encomendas que chegariam da Grécia.
Ainda se perguntava de onde o consultor de artes do estado, havia tirado a idéia de mandar trazer da Grécia, peças raras das artes gregas para expor na pinacoteca aquele mês, mas não reclamava. Iria ter mais trabalho ao organizar a exposição, providenciar convites, coletiva de imprensa, entre outras coisas, porém sua paixão pela Grécia compensava qualquer coisa.
Entrou rapidamente no quarto, vestindo uma calça social preta e uma blusinha azul clara, colocando por cima da mesma um blazer preto e saiu do apartamento. Ainda se perguntava como aquela cidade conseguia ser tão fria, se nem nevar, nevava; ela pensou, balançando a cabeça.
-Bom dia, Seu Zé; ela falou, cumprimentando o porteiro.
-Bom dia Sheila; ele respondeu, sorrindo. –Vai para Pinacoteca agora?
-Vou, mais um dia cheio sabe; ela brincou, assoprando a franja enroladinha que caia sobre seus olhos.
-Bom trabalho então;
-Obrigada; a jovem respondeu, acenando e saindo.
Desceu ao estacionamento para pegar o carro. Só esperava não pegar nenhum engarrafamento àquela hora. Se não só chegaria depois das nove lá.
-o-o-o-o-
-Sr Kinaros, seus documentos estão em ordem; um fiscal do aeroporto falou, ao consultar os documentos do cavaleiro, descobrindo que ele não passava de um Marchant que vinha para o Brasil com um carregamento de peças antigas do museu da Grécia, que seriam expostas na Pinacoteca do Estado de São Paulo ainda aquele mês.
-Obrigado; ele agradeceu, guardando os mesmos no bolso interno do sobretudo. –Agora se possível poderia me dizer aonde posso pegar as peças, fiquei de eu mesmo levá-las?
-Por favor, me acompanhe; o Sr falou, indicando-lhe o caminho.
Iriam até uma sala da Alfândega, onde as coisas eram descarregadas e conferidas, para saber se não era alguma espécie de contrabando de drogas ou peças falsificadas; Aioros pensou. Agora sua única preocupação era retirar a urna da armadura de lá e levá-la para o hotel. Antes de deixar as peças na Pinacoteca.
Durante o vôo, lera o conteúdo da pasta, descobrindo que a garota que procurava era Curadora na mesma. Ela se chamava Sheila, trabalhava há bastante tempo lá, fazendo estagio na Pinacoteca para a faculdade de Belas Artes o que lhe ajudara a ganhar o cargo de curadora.
O relatório que recebera, dizia que ela tinha uma variação de cosmo diferente dos demais e isso poderia chamar a atenção. A maior preocupação de Shion era o fato de uma nova Gigantomaquia estar se aproximando.
Entendeu o que ele quis dizer, se ela não fosse uma amazona em potencial deveria pelo menos ser a reencarnação de uma titanaide, porém mal sabia ele que o destino reservava outras coisas para essa missão.
III – Gato Grego.
Subiu a escadaria da entrada da pinacoteca com pressa, tentando fazer com que o copo de café que tinha em mãos, não derramasse no chão de tacos nem uma gota sequer. Passou pelo balcão principal cumprimentando Alice, a recepcionista.
-Sheila, espera; Alice chamou, indo até ela.
-Algum problema? –a jovem perguntou, parando.
-Rafael quer falar com você; ela falou, com um sorriso maroto.
-O que esse idiota quer agora? –Sheila perguntou, revirando os olhos. Ainda se perguntava como aquele idiota pretensioso havia conseguido o cargo de professor ali, sendo que a única coisa que ele fazia era flertar com as alunas do curso de artes.
-Bem, é melhor você se entender com ele. Acho que ele quer algum convite para a abertura da exposição; Alice sugeriu casualmente.
-Ele que não conte com isso, se depender de mim, ele não passa a menos de vinte quilômetros de cada peça; Sheila respondeu em um resmungou. –Mas vou pra minha sala, por favor, me avise quando o Marchant de Atenas chegar; ela pediu.
-Claro; Alice respondeu, afastando-se.
-"Mais essa agora, só falta ser um daqueles Srs idosos que mal se agüentam em pé, que vai me bombardear com uma papelada de documentos da alfândega, seguro e todo esse lixo"; Sheila pensou, tomando um gole de café. –"Preciso perder esse vicio, se não, não vai ser por causa dos sonhos que eu não durmo e sim cafeína demais no sangue"; ela pensou, subindo as escadas de mármore próximo a entrada, em direção a parte administrativa da Pinacoteca.
-Sheila, querida. Que surpresa vê-la aqui; uma voz sedutora soou no alto das escadas.
-É uma pena que não posso dizer o mesmo, Rafael; ela rebateu, com um olhar envenenado. –"Mais essa, ter de aturar o mauricinho metido a conquistador logo de manhã é pedir para que eu cometa um crime";
-Alice lhe avisou que eu queria falar com você? –ele perguntou, seguindo-a pelo corredor. Nem um pouco abalado com a resposta atravessada.
-Falou; Sheila respondeu, enquanto revirava a bolsa em busca da chave de sua sala.
Finalmente; ela pensou, achando a chave e rapidamente abrindo a porta, na esperança de ter tempo de fechá-la antes que o outro entrasse, mas isso não foi possível.
-Então, eu gostaria de saber se você me autoriza a levar as minhas alunas para uma aula na galeria das peças Gregas? –ele perguntou, sentando-se confortavelmente na cadeira em frente a mesa da jovem.
-O QUE? –ela berrou, quase cuspindo o café que acabara de levar aos lábios. Deixou o copo em cima da mesa, antes que fizesse uma besteira.
-Você sabe, detesto dar aulas incompletas e mostrar aquela Srtas as belezas da arte grega é indispensável; Rafael continuou, com falsa inocência.
-"Sei as belezas que você quer mostrar. Céus, como alguém pode ser tão infame?"; Sheila se perguntou, não dando um minuto de atenção ao monologo que o rapaz fazia para convencê-la.
Suspirou aliviada ao ouvir o telefone tocar, atendeu-o mesmo sob os protestos de Rafael, que queria atenção exclusiva.
-Alô;
-Sheila, o Marchant já chegou; Alice falou.
Sheila franziu o cenho, porque ela tinha a leve impressão de que a recepcionista estava suspirando e com um sorriso nada decente nos lábios. Balançou a cabeça levemente para os lados, deveria ser só impressão.
-Pode pedir para subir, já estou na minha sala; ela respondeu.
-Está certo; Alice falou, despedindo-se rapidamente e desligando.
-Cof! Cof! Co! – Rafael fingiu uma tosse seca com o intuito de lhe chamar a atenção. –Poderíamos voltar aos meus interesses?
-Não; Sheila respondeu, com um olhar cortante.
-Não? –ele perguntou, surpreso.
-Tenho uma reunião agora e não tenho tempo pra isso;
-Então, posso passar aqui depois e podemos resolver isso; Rafael sugeriu com um sorriso insinuante.
-Também não, se você quer fazer bonito para suas amantes colegiais, faça em outro lugar. Não quero você perto da exposição das peças gregas e de preferência não tome mais meu tempo com isso; Sheila vociferou, perdendo qualquer resquício de paciência.
Abriu a porta com brusquidão sem notar a presença de um rapaz loiro de orbes verdes pronto para bater na porta.
-Tenha um bom dia Rafael; ela completou, mandando-o sair.
-Igualmente; ele respondeu contrariado, levantando-se e saindo.
-Idiota; a jovem resmungou, pronta para fechar a porta, quando uma mão segurou a mesma, impediu-a de fechar.
-Com licença Srta; Aioros falou, um tanto quanto constrangido pela cena.
-Me desculpe, não vi o Sr ai; Sheila falou, sem graça.
Céus, como não pode vê-lo ali. Será que junto com as peças vindas da Grécia resolveram mandar um Deus Grego de brinde? –ela se perguntou, lançando um olhar dos pés a cabeça do cavaleiro, sem um mínimo de discrição.
-Bem, suponho que seja a Srta Sheila? –ele perguntou, chamando-lhe a atenção.
-Eu? Ah sim. Sou eu mesma; ela falou, balançando a cabeça levemente para os lados.
-Muito prazer, sou Aioros Kinaros e vim resolver com a Srta o descarregamento das peças; ele explicou, estendendo-lhe a mão.
-"Certamente, que o prazer é todo meu"; a jovem pensou, abrindo um largo sorriso. –O prazer é meu, mas pode me chamar apenas de Sheila, não é necessário toda essa formalidade; ela brincou.
-Como quiser; Aioros respondeu, num breve assentimento.
-Mas entre, por favor; ela falou, indicando a ele a cadeira em frente a sua mesa.
-"Uhn, ao contrario do que pensei, não deve ser tão ruim ficar verificando documentos de seguro e desembargue das peças"; a curadora pensou, dando a volta na mesa e se sentando.
Essa exposição definitivamente prometida...
Continua...