Capítulo 1

A Notícia

A casa dos Granger continuava praticamente a mesma desde que Hermione fora a primeira vez para Hogwarts. Seus pais não tinham outro filho com quem se preocupar, então suas vidas estavam praticamente voltadas para sua única filha. O trabalho como dentista ocupava boa parte de seus dias e eles preferiam gastar seu dinheiro com viagens, ao invés de decorar a casa. Mas havia uma pessoa que sempre ficava sem jeito ao pisar naquela casa. Draco Malfoy nunca se adaptara perfeitamente ao fato de visitar seus sogros. Ainda mais quando seus sogros tiveram uma vida completamente diferente da sua, com costumes desconhecidos. O Sr. Granger nunca demonstrou muita simpatia ao garoto, embora sua sogra demonstrasse ser sempre uma senhora doce e gentil.

Mas essa era uma visita especial para Hermione e Draco. Eles contariam aos Srs. Granger talvez a notícia mais importante de suas vidas. E por conta de toda essa responsabilidade, Draco sentia suas mãos suarem e ele desejava com toda sua força que não estivesse ali naquele momento, pois não sabia ao certo qual seria a reação de seus sogros.

— É... Pai, mãe... — começou Hermione, sentada à mesa, antes mesmo de a sobremesa ser servida.

— Diga minha filha! — disse a Sra. Granger, toda sorrisos. Ela sempre ficava assim quando recebia uma visita de sua única filha.

— Não sei bem como contar isso, porque eu não sei ao certo se vocês irão gostar da novidade... Mas antes de tudo, quero que vocês saibam que eu estou muito feliz com tudo isso e...

— Conta logo, minha filha! Assim você ta deixando sua mãe nervosa! — disse a Sra. Granger, agora sem o sorriso no rosto.

— Eu estou grávida!

Draco engoliu em seco, olhando para seu prato na mesa. Ele pôde ouvir o barulho do garfo que sua sogra deixava cair no chão com a surpresa e preferia não imaginar a expressão no rosto do Sr. Granger.

— Mas que maravilha, meu amor! — disse finalmente a Sra. Granger, ao se levantar para abraçar a filha.

Só então Draco teve a coragem de levantar o rosto e verificar que seus sogros estavam aparentemente felizes, para sua surpresa. "Ufa".

Muitos abraços depois, a Sra. Granger foi até a cozinha e voltou com um prato de vidro muito bonito que carregava uma sobremesa ainda mais bonita.

— Oh, essa torta de chocolate servirá para que a gente comemore essa notícia maravilhosa! — disse a Sra. Granger enquanto depositava o prato sobre a mesa, com a ajuda do marido. — Mas me responda uma coisa, filha... Por que toda essa apreensão antes de me contar essa novidade tão maravilhosa?

Hermione olhou para Draco antes de responder e então disse:

— Ah, mãe... Você sabe, eu e o Draco ainda não somos casados e essa gravidez veio de uma forma bem repentina, de modo que nós não estávamos ainda preparados...

— Mas você mesma disse que está muito feliz! — disse o calado Sr. Granger.

— Sim, e estou! Mas... no começo fiquei com muito medo do que isso poderia significar...

— Significa que você está carregando uma vida aí dentro. E isso é muito lindo, minha filha! Por que eu ficaria chateada se vocês já são dois adultos com seus empregos fixos? Vocês já estão com vinte e cinco anos, querida! Já estão em idade de ter filhos, sim!

Hermione sentiu-se muito aliviada após aquele jantar com seus pais. É bem verdade que ela não esperava tal comportamento de sua mãe, mas seu medo estava muito mais ligado às responsabilidades de ser mãe do que a qualquer outra coisa.

Ela e Draco moravam há alguns meses juntos em seu apartamento próximo ao Ministério da Magia, onde ambos trabalhavam; mas já namoravam há quase quatro anos.

O apartamento era modesto e possuía apenas uma sala, uma cozinha, um banheiro e um quarto. Todos os cômodos, no entanto, eram tremendamente bem decorados e arrumados por Hermione que residia ali desde que terminara seu sétimo ano em Hogwarts. Assim que se formou, foi chamada para trabalhar no Departamento de Regulamentação das Criaturas Mágicas e se sentia muito feliz e satisfeita com seu trabalho. Assim que chegou ao Ministério, tratou de brigar pelas leis trabalhistas dos elfos-domésticos, tendo então obtido muitas vitórias. Não demorou muito para que se tornasse chefe de seu departamento, ganhando assim mais respeito, um aumento no salário e, conseqüentemente, no tempo em que necessitaria ficar trabalhando.

Draco tinha muito orgulho de sua namorada e por vezes até se sentia inferior a ela, mas seu amor por Hermione não deixava esse sentimento lhe perturbar por muito tempo. Ele trabalhava no sétimo andar do Ministério, no Departamento de Jogos e Esportes Mágicos. No seu setor havia muita concorrência, de modo que ficava difícil de ter algum destaque na profissão. Além do que, ele chegou ao Ministério dois anos depois de Hermione.

Ele sempre fazia planos em se casar com Hermione futuramente e terem filhos. No entanto, quando sua namorada lhe disse que estava grávida, Draco sentiu-se sufocado, sem saída. É lógico que ele amava muito Hermione, mas a idéia de ter que se comprometer com alguém para o resto de sua vida começava a lhe assustar. E se ele não estivesse preparado para ser pai? E se ele perdesse o emprego? Essas dúvidas não saíam de sua cabeça e ele preferia não compartilhá-las com Hermione, pois esperava resolvê-las sozinho. Não queria parecer um fraco diante de sua namorada.

No dia seguinte, Draco foi sozinho a uma pequena casa, próxima ao Hyde Park, em que sua mãe morava sozinha desde que seu pai tinha sido enviado para Azkaban, logo após a guerra que acabou com Lorde Voldemort e mandou todos os Comensais da Morte à prisão. Hermione não costumava visitar Narcisa Malfoy por diversos motivos e o principal deles é que a mãe de Draco tornara-se uma pessoa ainda mais amarga do que já era e preferia ignorar que seu filho morava agora com uma trouxa. Das únicas duas vezes em que Hermione tentou visitar sua sogra, foi obrigada a ver cenas deploráveis: Narcisa Malfoy estava realmente ficando louca. Mas a relação que Draco tinha com sua mãe se sustentava em um amor que nem mesmo ele sabia até então que possuía.

— Eu vou ser pai, mãe — disse Draco, após sentar-se em uma poltrona e ficar de frente para Narcisa.

Como ele já esperava, a Sra. Malfoy cuspiu o chá que engolia de volta para a xícara e olhou-o com muito espanto.

— Aquelazinha se atreveu a fazer isso com você? Eu não acredito! — Narcisa possuía ódio exposto em seus olhos.

— Não foi ela quem fez sozinha, mãe. Nós dois fizemos juntos.

— Então você está sujando o nome dessa família! — ela gritou, seus olhos fundos em seu rosto cavernoso.

Draco não dava muito ouvido ao que sua mãe tinha a dizer e foi embora mais cedo do que imaginava. Sua cabeça estava a mil. Ele estava muito confuso, precisava respirar. Precisava conversar com alguém, desabafar. Decidiu então ir à casa de seu atual melhor amigo: Blase Zabini, que morava a poucos quilômetros da casa de sua mãe e ainda não tinha anoitecido. Ao chegar ao apartamento do amigo, foi recebido com uma taça de um hidromel forte.

— E aí, futuro papai? Como está se sentindo? — perguntou Blase, enquanto se sentava no sofá e indicava com a cabeça que seu amigo fizesse o mesmo.

— Péssimo. — respondeu Draco, passando a mão direita sobre o rosto.

— Péssimo? Mas por quê? Você tem uma namorada linda, perfeita para ser mãe... Tudo bem, tirando o fato de ela não ser puro-sangue... Ok, ok... Brincadeirinha — Blase se corrigiu ao perceber que o amigo não gostara do comentário. — Enfim, o que eu to querendo dizer é que você tem uma namorada maravilhosa, um emprego muito bom, um lugar para morar... O que mais você queria ter?

— Eu não sei se estou pronto...

Alguns dias se passaram e a insegurança de Draco não ia embora. No trabalho, os colegas lhe parabenizavam e ele esboçava um sorriso sempre.

— Você não parece feliz — disse uma garota que ele nunca tinha visto em seu departamento. Ela estava sentada à frente de uma mesa que se encontrava ao lado da sua.

— É comigo que você está falando? — Draco perguntou.

— Sim, sim! Com você mesmo!

— Como é que você sabe que eu não pareço feliz, se você nem me conhece?

— Simplesmente não parece — a garota sorriu. E só então Draco parou para observá-la, ela era muito bonita e aparentemente muito jovem para estar trabalhando no Ministério. Era morena, tinha cabelos pretos lisos e compridos e um rosto um pouco oval e feições de uma garota muito nova.

— Desde quando você está aqui?

— Hoje é meu primeiro dia! Acabei de me formar em Hogwarts e vou fazer um mês de experiência aqui como estagiária. — ela parecia muito segura de si.

— Ah, certo...

Era um pouco desconcertante para Draco trabalhar sabendo que havia uma garota ao seu lado que não parava de observá-lo. Poucas horas antes de terminar o expediente, ele resolveu se levantar para tomar uma xícara de café. Foi quando encontrou Bart Lanson, seu colega mais próximo do trabalho.

— Quem é aquela garota? — perguntou Draco.

— Jennie Watson. Gata, hem? — disse Bart.

— Que é isso, cara! Eu tenho namorada, esqueceu?

— Mas não é cego! Ela tem apenas 18 aninhos... E um corpão...

— Shh!! Ela ta chegando... — censurou Draco ao observar que a morena se aproximava.

— Eu vou voltar para o meu trabalho — disse Bart, dando uma piscadela para o amigo.

Draco pensou em voltar também, mas ainda não havia terminado seu café.

— Então... — começou a garota, enquanto colocava um pouco de café em sua xícara. — Meu nome é Jennie... E o seu?

— Draco.

— Diferente! Mas me diga, Draco... Por que você está infeliz?

— Eu não estou infeliz! — ele respondeu, mas Jennie ficou olhando-o cética. — Você não iria me entender... Quantos anos você tem?

— 18.

— E eu tenho 25. Viu só? Nós estamos em situações muito diferentes, não dá para se comparar...

— Mas eu não quero comparar nada! Só lhe perguntei por que você está infeliz...

Draco ficou um bom tempo parado, pensando na insistência daquela garota em querer se intrometer em sua vida. Mas então, para sua própria surpresa, ele sentiu vontade de falar o que não tinha coragem de falar para sua namorada e nem mesmo para Zabini, seu melhor amigo:

— É que... Eu trabalho aqui há quatro anos! E minha vida parece que parou desde então, sabe... Nada me surpreende mais e... eu tenho medo que seja assim para sempre! Sem surpresas, sem aventuras...

— Você tem namorada?

— Tenho sim.

— Então é isso... Vocês estão em crise?

— Mais ou menos... Bom, eu já terminei meu café e preciso voltar para o trabalho!

Aquela noite, Draco voltou com ainda mais dúvidas para casa. Agora seu medo de não ser um bom pai na verdade mascarava um medo mais egoísta: um medo de não viver mais aventuras em sua vida. Ter esse filho significava que sua vida de solteiro tinha acabado. Não que antes ele pensasse em acabar o namoro com Hermione para voltar a ficar solteiro, mas um filho viria para solidificar essa sua nova vida de modo que ele deveria se comprometer por inteiro a ela. Draco amava muito sua namorada, mas Jennie tinha lhe resgatado sensações que há tempos ele não tinha.


N/a: Hey, people!! Eis aqui que lhes apresento minha mais nova fic! Espero que vcs aprovem!! Acho que vocês estão se perguntando como foi que começou o romance do Draco com a Mione... Então já vou logo dizer que essa parte será contada em flashes logo, logo!! Ah, reviews são extremamente bem vindos aqui, ok?? Coloquem a boca no trombone e digam o que pensam!! ;) Bjão

Lina.