N/A: Olá! Essa é minha primeira fic sobre a Saga Crepúsculo. Não sou muito fã, especialmente por causa da Bella Swan; acho ela uma idiota completa! Mas enfim...falar mal dela não é o objetivo da fic. Optei por fazer um história de meu casal favorito da Saga: Carlisle/Esme.

Caso haja alguma incoerência com os livros, me perdoem: faz um tempinho que os li. Essa fic se passa em 2005, antes da Bella aparecer na vida dos Cullen. Quis mostrar um lado que a autora não mostrou sobre C/E, afinal...não é por que eles são pais que não podem se divertir, né? Espero que gostem da fic! Mas antes de iniciar a leitura, tenho 3 avisos.

1o: A fic terá algumas cenas bem picantes. Se você for menor que 18 anos ou não gosta desse tipo de leitura, aí está o aviso.

2o: Embora o título seja "Os embalos de sábado a noite", o enredo é totalmente diferente do clássico filme estrelado por John Travolta. Porém, ao lerem o primeiro capitulo, vocês entenderão por que escolhi este nome :D

3o: Como toda fic, nem os personagens nem a Saga me pertencem e este trabalho foi escrito exclusivamente para diversão, sem fins lucrativos. Agradeço desde de já a "audiência", rss. Boa leitura.


Os Embalos de Sábado a Noite

1. Saindo da rotina

Esme's POV

Incrível como mínimos ajustes fazem grandes mudanças. Essa foi a primeira coisa que pensei quando contemplei o novo visual da sala de estar. Ficara mais viva. Tirar aquelas plantas murchas e fedorentas e substituir por alvas orquídeas estava mais do que na hora. Fechei os olhos, aspirei profundamente o odor campeste exalado no ambiente e expirei tranqüilamente. Olhei ao redor, brincando com as flores de dentro do vaso de cerâmica chinesa roxo com filetes dourados que Edward me trouxera de uma de suas viagens. Não pude conter um sorriso ao lembrar como aquele rapaz era um verdadeiro príncipe encantado; me doía vê-lo sozinho enquanto toda a família Cullen possuía um companheiro(a). Tomara que encontre logo uma companhia a altura, pensei ao ajeitar cuidadosamente o caminho de tricot entre o vaso e o reluzente piano negro que meu filho tanto gostava. "O que mais posso querer para mim?" refleti brevemente sobre minha imortalidade. Tinha tudo o que desejei em minha mocidade.

Imediatamente senti um aperto no peito. Uma angústia ao refletir sobre isso. Sim, há outra coisa que quero, mas nunca poderei ter. Já tive, porém ela se foi junto com minha vida humana. Um filho. Eu queria tanto um filho meu e, apesar dos anos, não conseguia esconder essa frustração. Ainda mais depois da transformação. Se vampiros pudessem procriar...

Sacudi a cabeça violentamente e apertei meus olhos ao fechá-los. Pensamentos inúteis! Não adiantava eu me lamentar daquela forma. Não! Ainda mais que eu nunca fora tão feliz na vida humana como era nas últimas décadas. Arghh! Não quero mais pensar nisso! Como por coincidência ou não, o que me faria tirar aqueles pensamentos da cabeça acabara de aparecer. Ele. Seu carro diminuía de velocidade até que seu ronco desapareceu por completo, mas sabia que estacionara a poucos metros daqui, entretanto não estava na garagem. O último ronronar do motor acabara em frente da porta principal. Ele sairia dali a pouco? Estranho...ele não costumava faze-lo. Essa dúvida se dissipou quando ouvi a porta de vidro se abrir e um odor, não o das flores, penetrar minhas narinas. Tornei a fechar os olhos e a acompanhar ansiosamente o cheiro de sabão de hospital aumentar fortemente no cômodo. Hoje teve cirurgia de emergência. Ri comigo mesma. Já conhecia de cor sua rotina e costumes.

Mergulhada em minhas piadas internas, quase estremeci ao sentir uma mão em cada ombro, me apertando de costas contra um peitoral rígido e bem definido (que eu conhecia muito bem) e uma boca hábil me beijando na lateral de meu pescoço na tentativa de diminuir a saudade de um sábado inteiro longe. Aqueles lábios começaram a fazer cócegas e não consegui esconder uma risada estridente, obrigando a me livrar daquele abraço e a virar para encarar meu agressor.

Vi aqueles olhos amendoados me olhando e passei uma das mãos por seu cabelo loiro penteado para trás, impecavelmente arrumado. Seus lábios esboçaram um sorriso que, se eu pudesse, me faria arrepiar toda. Carlisle se aproximou de mim e me beijou suavemente, como se tivesse medo de me machucar. Nossos lábios se acariciaram por alguns segundos e nossa respiração, nada necessária ainda mais naquele momento, se extinguiu. Abri meus olhos e sorri novamente para ele.

— Como você está?— me perguntou, colando sua testa na minha, mas ainda sem perder o contato visual.

— Com saudade. —Respondi simplesmente.

— Foi o que me disse ontem.

— É mesmo? —provoquei.

— É.

— É que todo dia tenho saudade de você. Que culpa eu tenho?

Carlisle me fitou marotamente e me deu um selinho.

— Então, o que acha de mudarmos um pouco essa rotina? — perguntou com o mesmo olhar. Porém, quem ficou séria fui eu. O que ele queria dizer?

— Como assim?

— Que tal se mudássemos nossa rotina por uma noite. Só para variar um pouco.

Por cinco segundos, não respondi nada, tentando imaginar o que ele estaria aprontando. Para quem comprou uma ilha particular para nossa lua de mel, eu aprendi que podia esperar tudo de Carlisle. Mesmo assim, a curiosidade me dominava.

— Não estou entendendo Carlisle.

Ele sorriu, mas continuou.

— Estive pensando nesses dias Esme. Por que não vamos curtir um pouco nossa juventude e sair essa noite. Só você e eu.

Não pude controlar uma risada, que foi acompanhada por ele alegremente.

— Juventude? Amor, teremos a eternidade para isso. E sempre saímos sozinhos para curtir um ao outro. Você sabe que adoro isso, mas não é novidade querido.

— Aí que se engana. O que acha de irmos a uma balada?

Pisquei confusa e senti que não sorria mais. Balada? Músicas altas e quase sem letras, amassos, cigarros e gente bêbada a todo lado? Era algo totalmente diferente do que eu e Carlisle estávamos acostumados. Não era nesse ambiente que eu havia crescido e freqüentado, muito menos ele. Qual era a intenção de seu plano?

— Carlisle, nunca fomos a uma balada. Isso é coisa para jovens não para nós.

— E somo jovens querida. Você mesmo disse isso. Seremos eternamente jovens. Jovens de corpo e alma, igual às crianças. Quero namorar um pouco você e o que melhor que novas atividades para isso? Só para variar um pouco.

Eu suspirei. De onde ele tirou aquela idéia? Um romântico incurável como Carlisle querendo ir para um lugar agitado e público. Por que? Mas por outro lado...por que eu estava tão resistente? Nunca me decepcionei com ele nem em vida nem depois da minha transformação. Aquela seria uma nova aventura com certeza e eu devia acreditar nele. Seria uma mudança radical de hábitos, mas estava disposta a fazer novas descobertas com ele. Nunca fomos numa danceteria. Geralmente era Alice quem organizava as festas, mas eram sempre em nossas casas, qual seria a diferença? Por outro lado, estaria com ele e eu confio nele cem por cento. Certamente está preparando uma noite marcante e quem seria eu para tirar isso dele? Nem quero, ri comigo mesmo. Será uma excitante experiência!

— Muito bem. Eu aceito esse novo convite. Aposto que será inesquecível.

— Será mais do que isso. — e finalizou me dando um selinho.

Ah, eu sempre me engano quando penso que finalizou. Carlisle aprofundou o beijo, afastado ainda mais seus lábios com sorriso vitorioso e empurrou sua cabeça com entusiasmo contra a minha. Dessa forma, senti nossos dentes se entrechocarem e as línguas tocarem-se; primeiro lentamente, mas depois de uma forma desesperada e desinibida. Suas mãos iam do meu pescoço até a cintura com avidez, alisando todo o percurso das costas e eu não poderia fazer diferente nele; nem queria. Sabia o quanto Carlisle ofegava e estremecia e eu conhecia isso muito bem, sendo resultado de incontáveis noites ardentes mas também românticas. Assim, mais uma vez me perguntei "O que mais eu posso querer?" e ali, me deixei levar. Naquele momento, eu não queria mais nada.

Mesmo muito concentrada no que fazia, senti um cheiro de graxa tornando-se mais penetrante a medida que os segundos passavam e logo imaginei o que deveria ser. Ou melhor, quem e aparentemente Carlisle teve o mesmo pensamento que eu, preferindo assim interromper o beijo.

Rosalie nos olhava há dois metros de distância de forma desconfortável com a cena, sorrindo constrangedoramente para nós. Ah, como se isso fosse algo difícil para se fazer! Perdi as contas das vezes que morri de vergonha ao presenciar ou estar por perto quando ela e o companheiro decidiam mostrar seu amor um pelo outro. Foram anos difíceis em suportar aqueles atos insandecidos de meus filhos. Então, quem são eles para nos reprimir? Ri mentalmente, porém minha graça se foi totalmente ao mirar Emmett ao lado da esposa com uma cara de malícia e interesse incontido. Definitivamente, não conseguiria evitar a vergonha. Olhei para Carlisle e ele parecia aceitar aquilo muito bem. Alias, parecia encarar o flagra como se fosse uma brincadeira enquanto eu estava ali, querendo que o chão se abrisse sob meus pés.

— Oi papai e mamãe. — cumprimentou Emmett entre risos. — Interrompemos algo?

Argh! Eu odeio quando minha intimidade é exposta assim!

— Só entramos para tomar um banho, mas já vamos sair.— adiantou-se Rosalie, mas eu sabia que ela no fundo se divertia com a situação e que aquele não era o verdadeiro motivo para estarem ali.

— Quem vai sair somos nós. — respondeu Carlisle, ainda sem desfazer totalmente o abraço que passava por minha cintura.

— Vão? Ah papai vai continuar o rali e rola? Ou vão terminar o que começaram num motel? — cutucou Emmett.

Ouvi a garganta de Carlisle rosnar discretamente, contudo ainda num tom audível para pessoas de nossa espécie. Emmett sabe que não gostamos dessas brincadeira invasivas sobre nossas relações conjugais, mas sei que meu deus grego não pôde evitar um sobre aviso. Era melhor Emmet parar por ali com suas gracinhas e continuar a respeitar seus pais. Senti o rapaz se encolher com a advertência e, para tentar minimizar o clima de tensão no ambiente, tentei desconversar. Porém, tinha uma intuição que o casal já sabia de nossos planos.

— Vamos a uma balada Emmett. Seu pai quer se distrair um pouco e mudar a rotina.

— Ah, mas isso é muito bom! Então vocês se desligarão do mundo e nós também. Edward ficará sozinho essa noite em casa.

— Por que? Onde pretendem ir?— perguntei juntando as sobrancelhas. Não podia deixar de me preocupar com eles, mesmo sendo vampiros e adultos o suficiente para cuidar de si próprios.

— Vamos nos juntar a Jasper e Alice na caçada. Edward está fazendo uma canção nova no piano e quer terminar ainda hoje. — a loira fitou o instrumento zelosamente e se demorou uns segundos no enfeite recém-colocado. Apesar de tudo, minha filha sabia admirar a natureza e as coisas simples da vida, especialmente por não ser mais humana. Ao voltar seu olhar para mim, Rose continuou. — É melhor se apressarem então. Se vão a Seattle, até chegar lá as boates já estarão abertas. Edward disse...

— Seattle? — a interrompi, me afastando um pouco de Carlisle. Mas por que? Forks não tinha nenhum lugar? Arfei. Só podia ser algo envolvido no plano de Carlisle. Este, ao ver meu espanto, sorriu na tentativa de me tranqüilizar (o que conseguiu).

— Aqui não temos muitas opções de boates Esme. Além do mais, quero um pouco de distancia das pessoas conhecidas. Nessa cidade minúscula com certeza encontraria algum paciente me perguntando se pode diminuir a dose de seu remédio.

Carlisle me aninhou ainda mais em seu peito, fazendo me aproximar novamente de si. Devia ser difícil e estressante para ele ser requisitado a todo momento por seus conhecimentos medicinais mesmo em seus poucos momentos de lazer e com a família. Ele nunca se importou em atender os outros; muito pelo contrário, se sentia muitas vezes culpado quando não podia fazê-lo, como aconteceu durante a gripe espanhola. Porém, tinha certeza que ele queria aproveitar ao máximo esse nosso encontro. Carlisle é simplesmente perfeito!

— Muito bem então. Sei que será o melhor, querido. — e sorri. Carlisle me olhou ternamente e me acompanhou sorrindo bobamente em agredecimento.

— Bem, só viemos avisar que sairíamos essa noite também, quando terminarmos de regular os freios do Jeep. Não esperem por nós — comentou Emmett e se não o conhecesse sabia que ele tinha segundas intenções naquelas palavras. Ele sempre tinha!

— Esme, melhor seguir o conselho de Rose e já irmos nos aprontar para sair. — Carlisle o ignorou, talvez para o casal não entrar em detalhe.

— Mas Carlisle, o que as pessoas vestem nesses lugares?

— Suba e você verá. — ele apenas disse sem mais pistas.

— Mas...

— Suba e você verá. — repetiu na mesma maneira.

— Bem, muito bem. Só espero não fazer vexame.

— Você nunca faz! Não teria como! — Carlisle me deu um último beijo, dessa vez na testa e me largou totalmente para que eu começasse minha tarefa. Apenas ri.

— Não vem comigo? — perguntei meigamente, esperando já iniciar nossa noite a dois.

— Não. Quero te dar mais privacidade e tranquilidade para se arrumar. Minhas roupas estão no quarto do Edward. Demore o tempo que quiser querida, se bem que não precisa de nenhum esforço para se arrumar e ficar linda. Isso é apenas um complemento a sua beleza.

Se eu pudesse, estaria corada. Carlisle era tão romântico e profundo quanto queria e eu o amava muito. Estava tão completa com suas simples palavras que nem liguei para o suspiro ridicularizador de Emmet a nossa frente. Demos um último selinho e me dirigi para a escada, não sabendo se o que mais me inquietava era a roupa que usaria ou qual seria o plano de Carlisle. Eu não sabia direito o que me esperava. É possível ter uma noite marcante com alguém que se ama numa boate ou elas são apenas azarações e vícios? No topo da escada, ouvi Emmett sussurrar para meu marido antes de sair acompanhado por Rosalie.

— Divirta-se pai. Aposto que você deixará ela louca essa noite.

Fui até nosso quarto e empurrei a porta de marfim, me adentrando no local e pensando em qual roupa poderia usar. Alice nunca deixava que repetíssemos nenhuma peça sequer do vestuário e, das roupas novas, não sabia o que usar; além de não conhecer direito da moda desses lugares. Chacoalhei a cabeça, incapaz de acreditar na minha situação: sabia exatamente as tendências de móveis para cada tipo de imóvel, desde colonial até os mais modernos. Como podia ser tão difícil achar uma roupa conveniente ao futuro evento? Parecia piada! Mas por que eu estava tão apreensiva com meu vestuário? Não ligava se estaria ou não fora de moda. Foi aí que um pensamento veio a minha cabeça. Eu não me importava em nada com a moda; só me importava com ele. Mesmo estando casados, eu adorava me produzir e chamar a atenção de Carlisle. Eu queria que para sempre, por toda a eternidade, ele só tivesse olhos para mim. Segundo ele, isso é inevitável e mesmo que eu me vestisse em farrapos, eu seria a mais linda em qualquer lugar. Ri bobamente. Oh céus, por que eu tinha pensamentos tão idiotas quando o assunto era meu marido? Será que a fase da conquista nunca ia passar, mesmo depois de oitenta anos de casados? Certo, certo, era melhor eu me apressar. Melhor eu parar de pensar no meu loiro e pensar um pouco em mim.

Me livrando dessas idéias, fui até a porta do closet, porém antes de chegar nela, vi um montinho de uns 30 cm de altura embrulhado por papel de seda roxo no meio da minha enorme cama branca com mais de uma dúzia de almofadas beges. Engraçado, aquele pacote não estava ali em menos de três horas e Carlisle acabara de chegar. Quem entrou em nosso quarto? Me aproximei e sentei na cama, trazendo aquilo para perto de mim e abrindo-o sem saber muito bem como. Parecia mole, mas também com partes que poderiam se quebrar ao menor descuido. O papel de seda apenas envolvia o conteúdo e, ao abri-lo, a primeira coisa que vi foi uma necessaire azul. Parecia mais uma caixa, mas ignorei-a, pois meus olhos se detiveram num longo tecido vermelho, envolvido num plástico transparente. Removi também a segunda capa e, ao tocar o musseline vermelho, o estendi no ar para uma melhor visualização. Não demorou para entender que aquele era um vestido simples, porém muito fino para a ocasião: era um vestido vermelho que alcançava a altura dos joelhos, saia quase balão, decote quadrado e comportado, manguinhas finas sobre os ombros e o tecido um tanto retorcido sobre a região abdominal, dando um complemento ao modelo. E não era apenas aquilo. Sob a roupa tinha uma caixa de sapatos, que não hesitei em abrir. Admirei um lindo par de sandálias douradas com várias tiras que deveriam entrelaçar o dorso do pé e tornozelo; um salto agulha de 15 cm. Uau, salto de 15 cm! Graças a Deus que não sinto dor. Com certeza é uma combinação perfeita com o vestido. Junto com o calçado, havia uma bolsa de couro vermelha.

Voltando minha atenção para a caixinha deixada de lado inicialmente, eu a abri nos feixes pratas e comecei a explorar o conteúdo. Na primeira repartição, havia bijuterias: brincos, uma gargantilha e um anel com pingentes ou detalhes com a mesma forma: um coração dourado. Encontrei também um grampo de 3 cm na forma de zigue-zague da mesma cor. Tirando essa plataforma da necessaire, vi vários hidratantes (não sei exatamente para que), perfumes franceses, sais de banho, sabonetes variados, desodorantes, batons, sombras e blush de diversas cores, acompanhados por acessórios como deliniadores, bases e um pequeno espelho de bolsa. Parecia que tudo estava mais do que pronto para a noite e que a pessoa "cabeça" da idéia de Carlisle sabia exatamente sobre minhas dúvidas de modas. Bom, sendo assim, eu devia aproveitar, certo?

— Mas quem...?

Eu mesma consegui responder minha pergunta, como se a resposta viesse de súbito a minha mente. Alice. Isso era muito a cara dela. Tão esperta e ativa, minha querida Alice. Não dispensava nenhuma boa chance para se divertir ou não deixava que ninguém perdesse uma. Além disso, conhecia meu gosto muito bem: minha preferência por corações e vestidos. Ela até sabia minha numeração! Certamente previu a decisão de Carlisle e logo detectou minha confusão em me arrumar. Tenho que me lembrar de agradecê-la pelos cuidados. Alias, parece que todos sabiam desse plano de hoje, menos eu. Alice, provavelmente Jasper, Rosalie, Emmett, Edward, que cedeu o quarto ao pai e resolveu ir a livraria de noite na cidade para deixar-nos mais a vontade até sairmos. Bem, é melhor me apressar, mas gostaria de saber o por que Alice colocou tanta coisa na necessaire! Ela acha que tenho que passar por um dia da noiva antes de ir para uma balada com meu marido ou...ah! Ahhhhhhhhhhhh! Entendi, Alice! Aqueles sais e sabonetes não são necessariamente usados para a preparação do encontro, mas podem muito bem serem usados depois para o relaxamento. E se for a dois, melhor ainda! Humm... tudo será muito bem usado, filha, esteja certa!

Coloquei o vestido num cabide para não amassar e levei a caixa azul para o meu banheiro de mármore. Separei cuidadosamente onde cada cosmético se localiza, mas deixei um sabonete de lavanda, desodorante de flor campestre e um perfume do mesmo aroma sobre a pia iluminada, pois sabia que usaria agora. Me virei para o ambiente e fui seduzida pela banheira por alguns segundos, contudo, essa não era a ocasião para usá-la. Melhor uma ducha forte. É mais rápido e viável numa hora dessas. A banheira podia ficar para mais tarde. E ri cabisbaixa enquanto começava a me despir.

Dez minutos depois que abri o presente, me deparei arrumada na frente do espelho, me observando de cima a baixo minuciosamente. O vestido vermelho parecia ter sido feito sob medida para mim, combinando rigorosamente com os calçados, o que me deixavam levemente maior e quase na mesma altura de Carlisle. Isso seria bom para algumas atividades. A maquiagem foi discreta, já que não gosto de me fantasiar como uma palhaça, mas não dispensei um baton vermelho. Ajeitei o grampo de zigue-zague numa das metades do cabelo e estes ficaram encaracolados, como meu marido tanto elogiava. O tamanho das bijuterias não sobrecarregava o modelo, assim como a bolsa. Era um esporte fino, mas se Alice, com toda sua experiência escolheu essas coisas para mim, quem eu era para negar? Sim, é isso! Suspirei com firmeza antes de sair da frente de minha imagem pálida e colocar meus documentos e o pequeno espelho dentro da bolsa. Confiante, saí do quarto e fui até a sala, onde Carlisle já pronto me esperava enquanto conversava com Edward, que já voltara da livraria com um novo livro ao seu lado.

Ao sentirem meu perfume, ambos se viraram para me encarar e se levantaram do sofá. Edward abriu um imenso sorriso ao me ver; Carlisle, por outro lado, não fez nada. Apenas me fitou fixamente como se eu fosse uma presa a ser caçada por ele dali a segundos. Seus olhos amendoados escureceram-se, como se sua sede surgisse inesperadamente. Isso não poderia acontecer, já que saímos há dois dias para nos alimentar. Pude sentir pelo ar seu corpo se tensionando e sabia muito bem o que era isso. Era desejo. É, talvez Alice tivesse exagerado um pouco na produção. Se Edward não estivesse ali, poderia jurar que ele me agarraria em seus braços e me jogaria no sofá mais próximo, no qual passaríamos as próximas horas nos amando. Aparentemente, devo ter acertado minha hipótese, pois meu filho logo murmurou, olhando para o extremo oposto da sala.

— Agora não pai!

Sem se mostrar constrangido com os recentes pensamentos, Carlisle me deu uma mão e me ajudou a descer os últimos degraus como um perfeito cavalheiro. Ao me aproximar, não pude deixar de notar o quão irresistível meu companheiro também estava. Ele vestia uma camisa azul marinho, mas sem uma de algodão branca por debaixo, como costumava ir trabalhar. Calças pretas sociais e sapatos da mesma cor e brilhantes. Seus cabelos irrevogavelmente ajeitados com gel para trás e seu relógio de ouro favorito no pulso esquerdo. Ah, mas que espetáculo! Não é a toa que, segundo Edward, ele era conhecido como Dr. Delicia entre as enfermeiras e as médicas solteronas. Agora quem queria colocá-lo no tapete (o sofá estava muito longe a essas alturas) era eu, rasgar num único golpe aquela camisa italiana e cravar minhas unhas em seu peito.

— Ah, por favor. Parem com isso! Vocês ainda continuam assim, mesmo casados? Não estão atrasados, não? — O garoto cerrou os punhos numa tentativa de dissipar seu constrangimento.

Eu olhei para o chão envergonhada. Pobre Edward, seu dom trazia suas desvantagens. Mesmo com seus protestos, notei que os olhos de Carlisle ainda continuavam negros como a noite, porém menos agora. Espero que ele não tente nenhum "treino"no caminho; quero o melhor para o fim. Ok, ok, vou parar Edward – pensei ao receber um olhar penetrante. Tentando melhorar a situação do meu filho, apressei:

— Vamos, amor. Quero conhecer logo este lugar onde vai me levar.

Ainda concentrado em meu rosto, Carlisle apenas assentiu, dando um dos braços para que guindasse nele. O garoto, por outro lado, apenas sorriu agradecendo minhas intenções.

— Divirtam-se. — Foi tudo o que ele disse ao acomodar-se no sofá e pegar o controle remoto.

Sim, seria ótima essa idéia. Uma fuga da rotina. Era perfeito. Nos divertiríamos bastante, pensei enquanto Carlisle abria a porta do Mercedes para eu sentar ao seu lado. Sim, perfeito. Uma noite diferente e inocente. O que poderia acontecer de errado?

Dali a algumas horas, eu iria perceber que a pergunta que deveria ter feito naquele momento da partida deveria ser "O que não poderia acontecer de errado?"


N/A: Oi! Humm...o que acharam? Gostaram? Sim? Não? Mais ou menos, rss? Vocês tem hipóteses para o que vai rolar nessa noite? Por favor, mandem reviews dando a opinião de vcs! Isso estimula muito os autores de fics.

Ah, o vestido da Esme eu tirei de um que a Mariana Ximenes usou certa vez. Para conferir, vão em Google imagens e digitem vestido vermelho. É a 2a foto na horizontal, que também destaca os sapatos dela. Achei muito Esme esse vestido e imaginei ela indo a uma balada com ele!

Pretendo sempre atualizar a fic dentro de quinze dias, mas tenho que saber o que vcs estão achando.

Muito obrigada pela leitura!

Bjs a todos!

Gude Potter