Titulo Original: 赤 ou (ベルメリョ)

Titulo em Rõmaji: Aka

Titulo em Português: Rouge

Publicação: Outubro de 2010

Autora/Fanwriter: Yuki Souza

Anime/Mangá: Kuroshitsuji

Gênero: Romance, drama, hentai

Classificação: + 18

Categoria: Oneshot

Status: Completo

Capítulos: 1

Avisos: Heterossexualidade, sexo

Revisão: Tati Kia

Produção: Kawaii Fanfiction

Disclaimer: Kuroshitsuji é uma obra de Yana Toboso. Fanfic's são criações baseadas em obras de outros autores e não possui fins lucrativos. Feito por Fãs para Fãs de anime e mangá e o conteúdo destas fanfic's são de responsabilidade de seus autores.

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Sinopse: Rouge, vermelho em francês... Eu acreditava saber sabiamente o significado desta palavra, afinal, ela me definia, era minha essência, o vermelho indomável. Era isso que eu acreditava, mas tudo mudou quando conheci aquela pessoa; depois dele, vermelho passou a ter outro significado... Selvagem, indomável, incontrolável, o inigualável vermelho púrpura do sangue destinado somente aos Deuses da Morte.

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Londres, Inglaterra século XIX, estação atual, o mais tenebroso inverno já registrado na Europa, hora atual desconhecida. Todos os dados daquela noite fria eram incertos, inclusive o que estava diante dos meus olhos, mesmo que você viva sendo um espectador da negligencia e crueldade dos seres humanos, às vezes eles ainda podem surpreender, embora você acredite que não há mais para onde dispersar tanta brutalidade, ela sempre pode nascer cada vez mais e mais... Em um ciclo infinito que não se dispersa no tempo.

Já havia perdido a conta de há quantas noites eu estava vagando pelas ruas e becos escuros da velha Londres. Alguém como eu proveniente de um das melhores linhagens da Europa... vagando por beco imundo cobertos de pragas e doenças... seria irônico se não fosse tão deprimente. E com que intuito? Estender a mão a mercenárias hipócritas e egocêntricas que acreditam veemente que seus corpos as salvavam do obscuro inferno, todas tolas e patéticas, me dariam pena não fosse o ódio que por elas alimento. Observando essas mulheres jogando com suas vidas assim, me pergunto o que faz um ser humano desfazer-se de uma frágil vida que acabara de ser criada dessa forma? Chamar isso de crueldade ou comparar com um animal seria injúria, pois nem mesmo os animais se desfazem de suas crias dessa maneira.

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A figura vestindo negro que vagava pela penumbra da noite naquele instante dirigiu seu olhar ao céu, e este estava recoberto por um visível tom vermelho alaranjado, parecia que até mesmo ele estava pressentindo que mais uma vez o sangue e a vida de um inocente seriam tomados e naquele momento um sussurro baixo saltou dos lábios vermelhos daquele ser:

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_ Realmente... o ser humano foi a pior das criaturas criada por aquele a quem chamam de Deus.

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Sem perceber seu destino final já estava a sua frente. Um prédio decaído no subúrbio de Londres possivelmente com mais de cem anos, o que era o caso da maioria dos edifícios dali. Um forte rangido e logo a porta judiada de madeira se abriu revelando a figura de uma jovem de olhos claros e feições delicadas.

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_ Entre, por favor! - Voz baixa.

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- Meu cérebro deu o comando ao corpo, mas este parecia não mais querer ser cúmplice da minha covardia. Não se moviam, minhas pernas não se moviam, estavam tremulas, congeladas... mais parecia que meu corpo sentia que aquela noite seria diferente das inúmeras outras. Como sempre, meu corpo era muito mais sincero que minhas palavras ou ações.

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_ Por favor, rápido! Entre! - A voz agora já apressada e temerosa.

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- A voz assustada da jovem me desperta e meu corpo em conseqüência reage. Um passo de cada vez e logo já estava dentro do antigo edifício, fui guiada até um quarto onde ao abrir a porta sou apresentada a outra pessoa, uma mulher também jovem, não daria a ela mais que 22 anos de idade, cabelos longos e negros na mesma cor dos olhos, por seus traços obviamente não era européia ou deveria dizer não completamente, provavelmente sua mãe ou pai era asiático. O quarto era simples e com uma cama coberta por lençóis brancos; uma pequena cortina improvisada com um tecido marrom na janela evidentemente fechada e uma pequena mesa com bacia já pronta com água aquecida e toalhas limpas.

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_ Você é mais jovem do que eu esperava. - Disse a jovem lhe dando passagem.

_ Isso é um problema? - Perguntou fria.

_ Não, nenhum!

- Pelo tom da sua voz... você não parece nem um pouco nervosa. - Pensou a figura de negro.

_ Não se preocupe, essa não é a minha primeira vez. Eu sei muito bem como as coisas funcionam.

_ Isso facilita as coisas pra mim. [ Hump! Quanta petulância na voz! ] - Pensou internamente.

_ Ei, você!

_ Quem eu? - Respondeu assustada apontando para si própria a mocinha.

_ Sai! O que iremos fazer aqui não é um show para espectadores!

_ Ahn... mais...

_ Huh! Deixe para ver coisas como essas quando realmente for necessário! - Retrucou a figura negra com sarcástico sorriso nos lábios vermelhos. – Agora saia!

_ Huh! Pode ir Sara, está tudo bem! Tranque a porta e não deixe ninguém entrar!

_ Certo! Ninguém irá entrar nee-chan!

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A jovem sai segundo as ordens da mais velha e logo se ouviu o rangido da porta se fechando e sendo trancada a chave como ordenado. Em seguida a outra moça começou a despir-se enquanto a figura prepara o que parecia ser utensílios de uso medico.

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_ Você pode tirar essa capa se preferir, ou ela pode evidentemente acabar suja de sangue. - Disse com um grande sorriso estampado nos lábios rosados.

_ Você não está falando como uma amadora, eu sei muito bem fazer o meu trabalho sem derramar sangue desnecessário.

_ Que cruel! Eu estava tentando ser gentil e amigável. Você poderia ao menos se virar enquanto fala comigo.

_ Meu trabalho e minha vida pessoal são coisas distintas... Ayame. - Disse a figura finalmente virando-se em direção a moça com um objeto pontiagudo na mão direita.

_ O... o que é isso? - Perguntou um tom de voz assustado.

_ Isso é o que vai tirar a vida que está dentro de você. Não precisa se assustar, não irá doer... não muito.

_ S-suas palavras não me deixam mais calma. - Respondeu ainda com uma voz assustada tentando manter o controle.

_ Vamos começar! Acabe com isso logo!

_ Claro! - Um sutil sorriso um tanto triste nasceu nos lábios rubros.

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- Arrancar de dentro de um ser humano tão impiedosamente uma vida, naquele exato momento eu comecei a me perguntar se eu era assim tão diferente dessas mulheres que se desfazem de uma vida tão levianamente. Quando foi mesmo que tudo isso começou a fazer parte da minha vida? Já nem me lembro ao certo, mas uma coisa em minha mente ainda é bem clara... A sensação de dor e angustia, de medo e excitação, esses sentimentos nunca mudaram nem um dia sequer desde a primeira vez que essas mãos tiraram a vida de um inocente. Certamente esse meu pesar não pode mudar minhas ações e nem mesmo as lágrimas que por cada uma delas eu derramei, mas certamente uma coisa é certa, eu cheguei ao meu limite, onde eu estou agora não há mais para onde voltar... As vidas que essas mulheres me entregam eu daria tudo para ao menos uma vez sentir a emoção de poder gerar dentro de mim uma vida imaculada como esta, porém é impossível já que este privilégio me foi negado... Será que este é o meu castigo por ousar ambicionar aquele que nunca poderia ser meu? Se aquele menino me visse agora nunca me perdoaria por me deixar corromper assim, mas não é como se eu pudesse culpá-lo. Eu desejo intensamente que ele nunca veja esse meu lado fraco porque aquele menino é tudo que eu tenho de mais precioso.

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_ Pronto! Acabou! - Informou com tristeza a figura dirigindo-se a pequena mesa onde estava a bacia com água aquecida, rapidamente lavou as mãos levemente ensangüentadas e as secou em uma toalha junto à peça.

_ Já... acabou? Eu... eu me sinto... sinto-me sonolenta e... e fraca. - A voz da jovem fraquejava.

_ È o efeito colateral do sedativo amanhã você já estará em melhores condições, mas advirto que você não abuse... Um aborto não é algo tão banal quanto parece.

_Hump! Eu... não nasci em... em berço de ouro como você. N-não posso... dar-me a tais luxos, meu... meu trabalho me aguarda.

_Bem, se você não descansar devidamente não ter um trabalho será o menor dos seus problemas.

_ Huh! E-então até mesmo alguém fria como... como você é capaz de demonstrar... pena por uma criatura impura como eu?

_ Eu... fico me perguntando... como alguém que está no topo da tão hipócrita alta sociedade de Londrina... suja suas mãos de sangue com meras prostitutas como nós?

_ Talvez... seja porque eu sou tão impura quanto... quanto qualquer uma de vocês. - Está última frase a figura disse a jovem dirigindo-se de frente a ela com um imenso vazio nos olhos, era como se corpo estivesse ali dialogando, mas seu espírito estava bem longe daquele recinto.

_ Desista! - Sussurrou uma voz fraca.

_ Hã! O que você...

_ Desista... enquanto você ainda pode... Ninguém merece... uma vida miserável como essa que estamos vivendo. - A moça fraca quase se desviando esboçou nos lábios um leve sorriso e antes de ser vencida pelo cansaço disse num sussurro quase imperceptível:

_ N-não corrompa... o vermelho ao qual você... você tanto... odeia e ama... RED...

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- Deixei aquele antigo prédio da mesma forma em que entrei como uma sombra ao qual a presença não se nota, deixando com a jovem que antes me recebera na porta a recomendação de repouso absoluto por no mínimo 5 dias para a moça a qual antes eu deixara na cama. Sim, aquela meretriz sobreviveria para seu azar, ela ainda viveria vendo e sofrendo a opressão da sociedade a qual parecia ter tanta aversão, e o único motivo por sua vida não ter sido mais um crime orquestrado por essas mãos é o fato de não haver mais uma vida sendo gerada dentro daquele corpo, pois, aquela criança já estava morta muito antes dela ter percebido. Aparentemente algo aquela noite estava me pondo a prova, aquela altura algo me pondo a prova...?

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- Um sorriso sarcástico e malicioso surgiu nos lábios rubros. _ A essa altura... pensar em algo me pondo a prova...! Hump! Já é muito tarde... não há mais volta! - Uma gota fria cai em meu rosto me despertando da minha melancolia de pensamentos, eu olhei para o céu automaticamente, o mesmo céu que quando eu chegara aqui estava completamente tingido de vermelho e laranja como se fosse uma pintura meticulosamente desenhada agora estava em seu habitual tom azul marinho coberto de estrelas e neve, nesse momento não pude deixar de pensar em como era lindo o inverno de Londres e admirando aquela paisagem de inverno me perdi em meus pensamentos novamente para logo ser despertada por "ele".

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- A praça central de Londres, quando foi que eu cheguei aqui? Já nem me lembro, me perdi em meio aos pensamentos e sombras que jamais me permitiriam viver em paz, e é claro, me perdi observando aquele céu de inverno. Por alguma razão eu gostava muito daquele lugar, tudo ali parecia meticulosamente desenhado a mão como se cada detalhe daquela paisagem fosse um quadro criado cuidadosamente. A fonte na qual em seu topo um anjo derramava água cristalina que caia em cascata formando o som de uma cachoeira, bom talvez cachoeira fosse um tanto exagerado, mas de qualquer forma o som tranqüilo era sempre agradável. Próximo ali também havia os bancos da pequena praça em madeira marrom e ferragem negra, os postes com as luminárias sempre brancas e as árvores floríferas que davam um ar ameno ao local e, sobretudo o que mais se sobressai naquele cenário era a igreja com sua arquitetura neogótica e traços detalhados, seus vitrais reluzentes como uma escultura caprichosamente esculpida e suas cores marfim e verde se ressaltando a vista sendo completada pela pura neve que caia espalhando sua inocência por onde passava.

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_ Madame Red! Quanto tempo ainda vai me fazer esperar... Huum!

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- Ah, aquela voz irritante! Era a última coisa que eu precisava naquele momento. Demorei um tempo até reunir forças para responder aquela criatura odiosa dependurada no mastro da igreja, olhei sobre os ombros e logo o repreendi, ele precisava saber que aquele não era o meu melhor momento para os seus sádicos jogos. _ URUSE NA! SHINIGAMI!

- Agarrado aquele mastro como se fosse a coisa mais normal do mundo com aquela capa vermelha reluzente voando ao vento e contrastando com a neve branca e aquele cabelo ruivo preso em um rabo de cavalo frouxo brigando com o vento para não se desfazer. Observando atentamente aquela criatura ficava difícil acreditar que ele é na verdade um indivíduo mais próximo de se tornar um Deus.

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_Um Deus eh? - Me peguei verbalizando meu pensamento por um breve instante não ouvido por ele é claro.

_ Red eu estou falando com você! Não está me ouvindo? - Um salto para chegar até onde eu estava. Como descrever a visão diante de mim se não como "bela". Aquele corpo predominantemente trajando vermelho pairando no ar como uma leve folha sendo guiada pelo vento, era uma "linda" visão mesmo que eu não quisesse admitir.

_ Red...! - Gritou.

_ Cale-se! Sua voz me irrita! - Disse fria.

_ Huum...! O que foi? Você nunca deixa seu trabalho pela metade.

_ Eu não deixei... desta vez o destino parece ter trabalhado ao meu favor. - Respondi o questionamento ainda em tom frio.

_ Desde quando você se tornou tão fraca... Madame Red? - Soou a voz em um tanto arrogante.

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- Aquele tom de voz sempre me fazia perder o controle, mas é claro que ele nunca saberia disso. Agarrei o laço em seu pescoço e o puxei fortemente em minha direção deixando nossos rostos a centímetros de distância. _ Você se esqueceu da sua posição Grell? Com quem você acha que está falando nesse tom? - Perguntei sem alterar a voz, mas visivelmente irritada.

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- Um sorriso malicioso se formou naqueles lábios róseos. _ É dessa Red que eu gosto!

_ Seu maldito libertino! Podia ao menos tentar esconder o desejo crescente nos seus olhos.

- Aquela língua roçou nos meus lábios tão travessa tirando o pouco autocontrole que me restava naquele momento. Sinto aquelas mãos folgazes envolverem minha cintura e aqueles lábios luxuriosos tomarem os meus apressados, sua língua brigava com a minha por espaço quente como sempre fora. Tentei não reagir, mas já era tarde minhas mãos já estavam envolvendo seu pescoço puxando-o mais para junto do meu corpo gélido. _ Eu não quero esconder nada. - Balbuciou ofegante quando brevemente nos separamos em busca de ar. _ Sua pele está fria. - Reclamou.

_ Nnn...! Foi o máximo que obteve de mim naquele momento, assim como ele eu também queria aquela pele, aquele corpo... aquela sensação de estar viva.

- Sua língua desceu pela extensão do meu pescoço traçando contornos molhados e sugando a minha pele. _ Grell não deixe a marca dos seus dentes na minha pele, amanhã eu... irei ver o Ciel. Não quero que você me marque.

_ Hump! Esse camarãozinho outra vez! - Protestou irritado.

_ Eu... não espero que você entenda. - Retruquei acariciando aquelas mechas vermelhas suavemente. _ Vamos pra casa! Está muito frio aqui.

_ Continuaremos isso em casa? - Perguntou curioso dando-me um selinho.

_ Se você conseguir melhorar o meu humor... quem sabe! - Sussurrei próximo ao seu ouvido.

_ O QUE? - Protestou.

- O agarrei pelo laço novamente arrastando-o enquanto caminhava. _ Não seja má Red! Você pretende me deixar assim?

_ Hump! A culpa é sua por se excitar tão facilmente!

_ Nee... Red? Não seja má! - Suplicava naquele odioso tom de voz afeminado.

_ URUSAI! Odeio essa sua voz afeminada, me irrita!

_ Huum... sempre achei que você gostasse de me ouvir gritar seu nome enquanto nos...

_ CALE-SE! - Gritei irritada puxando pelo laço para mais próximo de mim. _ Acho bom todo esse choro valer a pena Shinigami!

- Um sorriso satisfeito se formou nos lábios do ruivo. _ Dessa vez sou eu quem vai fazer você gritar meu nome... Madame Red.

_ Hump! Maldito convencido! - Retruquei soltando o laço e voltando a caminhar logicamente sendo seguida por ele agarrado ao meu braço.

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CONTINUA...