Disclaimer:

Esta fanfic é baseada na obra: Inu-Yasha. Todos os direitos e personagens citados nesta fanfic com base na história original são de propriedade da autora Rumiko Takahashi, a exceção dos personagens que eu mesma criei.


Legenda:

" " Pensamentos dos personagens

– Fala dos personagens

-x-x-x-x-x- Passagem de tempo de um acontecimento para o outro

(x) Termos e nomes com este símbolo ao lado são explicados no final de cada capítulo


Essa fanfiction é a continuação de "O Destino de Cada Coração II". Na fase I, Kikyou tentou de tudo para tirar a Kagome de seu caminho e ficar com Inu-Yasha, mas seus planos e engodos não deram certo. Nisso, Kagome acaba descobrindo que tem o dom da cura e se declara para o Inu-Yasha, mas apesar de retribuir o afeto, ele não consegue dizer-lhe isso em palavras.

Na fase II, Inu-Yasha e Sesshoumaru se enfrentam durante a primeira noite de lua nova (x), quando o hanyou (x) perde todos os seus poderes de youkai (x). Kagome sela o destino de Sesshoumaru com suas flechas, porém surge um novo ser, um espírito com um fragmento da Jóia de Quatro Almas corrompido, que liberta e se alia a Sesshoumaru contra Inu-Yasha... Mas o destino acaba por pregar uma peça em Sesshoumaru, quando ele se vê envolvido com sua aliada.

Agora, Setsuna, o espírito que possuía um fragmento da Jóia e que tinha sido ressuscitada por Sesshoumaru, começa a se envolver afetivamente com seu salvador. Mas Naraku se mostra muito interessado na jovem, que se revela uma poderosa sacerdotisa, e em Kagome, cujos poderes também são crescentes.


Capítulo 1 – O Segredo de Setsuna

Uma fogueira iluminava a escuridão da floresta. Setsuna estava sentada diante dela, enquanto Rin ficava dando voltas. Apesar de não ter nenhum ferimento, o quimono de Setsuna estava manchado de sangue, resquícios de sua primeira morte. As manchas apareceram após Sesshoumaru ressuscitá-la com a Tenseiga, a cerca de dois dias. Também tinha lapsos de memória, havia se esquecido de muitas coisas e isso a incomodava.

– Rin, por favor... Aquieta-te ou poderás tropeçar e cair.

– O senhor Sesshoumaru está demorando... O que será que ele e o Jyaken foram fazer? – Comentou a menina, espreguiçando-se.

– Não sei, minha criança... – Havia um tom melancólico em sua voz.

– A senhorita está bem?

– Sim... Por quê?

– Parece triste...

– Acho que ainda não me acostumei a estar viva novamente...

– Isso passa com o tempo. – As duas sorriram ao verem Sesshoumaru surgir da floresta. Jyaken vinha logo atrás de seu mestre, um tanto sem fôlego, como se tivesse apostado uma corrida. – Assim está bem melhor... –Trazia um embrulho na mão.

– Senhor Sesshoumaru! – Exclamou a menina. – O que é isso?

– É para Setsuna. – Disse ele, meio sem graça.

Setsuna recebeu o embrulho e o abriu. Para seu encanto e confusão, nele havia um lindo quimono azul-claro, com flores brancas bordadas e uma delicada fita, na mesma cor do quimono, para amarrar os cabelos. Ela acariciou o presente e encarou Sesshoumaru.

– Meu senhor...

Ele fingiu um pouco de descaso, mas disfarçava muito mal.

– O que foi? Não gostou?

– Não é isso... É lindo, obrigada... Mas não o quero se tiver custado a vida de alguém...

– O preço foi a corrida de Jyaken de alguns cães. – Deu um tapa nas costas de Jyaken. – Até que foi estimulante, não foi, Jyaken?

– Com toda certeza... – Caiu desmaiado de tanto cansaço.

Setsuna sorriu e estendeu a mão para Rin.

– Rin, me ajudas a vestir meu novo quimono?

– Claro...

As duas foram para detrás de algumas árvores, mas a direção tomada por elas era sempre vigiada por Sesshoumaru. Notou que Rin saiu correndo da mata, foi até a sela de Ah-Un, onde pegou uma escova para cabelos.

– Rin, o que está fazendo?

– Eu vou pentear o cabelo da senhorita Setsuna! – E voltou para a mata.

Ele esperou, mas paciência não era o seu dom. Resolveu ir atrás delas. Ao encontrá-las, escondeu-se atrás de uma árvore, pois não queria que Setsuna achasse que ele a estava espionando, embora estivesse. Rin já havia prendido os ruivos cabelos de Setsuna em um lindo rabo de cavalo com a fita, deixando uma delicada franja e uma mecha de fios soltos de cada lado do rosto. Ela estava de costas quando começou a soltar seu quimono para vestir o novo que ele lhe dera. Ele corou com a visão das costas nuas daquela jovem tão bonita. Mas também se indignou ao notar uma marca em suas costas, uma cicatriz de espada do lado direito do coração.

"A espada de Tatsuyo...", pensou ele. Ela carregaria consigo a cicatriz do golpe que a matou até o último dia de sua segunda vida. Ele fechou os olhos e retornou para o acampamento. Alguns minutos depois, Rin e Setsuna retornaram. Rin mantinha seu jeito saltitante, dando voltas ao redor de Setsuna.

– Que lindo! Que lindo!

– Rin... Quantas vezes já pedi a ti para que não faças isso?

– Desculpe... – Cruzou as mãos atrás de seu corpo e baixou o olhar, observando as voltinhas que fazia com seu pé no chão, mas acabou por sorrir quando Setsuna acariciou-lhe os cabelos.

Sesshoumaru procurava manter aquele jeito frio, mas vez por outra se traía com o olhar.

– Ficou bem em você...

– Obrigada. Como soubeste o tamanho certo? – Jogou o quimono antigo na fogueira.

– Adivinhei... Por que o está queimando?

– Não quero mais lembranças do passado, já tenho marcas suficientes...

– Eu sei...

– O que disseste, meu senhor?

– Nada... – Sentiu um vento frio soprar. – Esse cheiro... – Olhou para a floresta atrás de si.

Setsuna segurou Rin pela mão e a manteve junto a seu corpo.

– Um grande mal se aproxima... – Ficou observando a mesma direção que Sesshoumaru.

Sesshoumaru a olhou com o canto dos olhos. "Você ainda pode sentir a presença de espíritos malignos... Talvez Naraku tenha dito a verdade sobre seus poderes...". Viu um enxame de youkais se aproximar pelo alto das árvores.

– Setsuna, saia com Rin daqui agora!

– Senhor Sesshoumaru! – Exclamou a criança assustada.

Setsuna tratou de puxar a menina e a colocou cima de Ah-Un, juntamente com o inconsciente Jyaken.

– É perigoso agora, minha querida. Voltarás quando for seguro...

– Mas...

Setsuna deu um tapinha no pescoço de Ah-Un que decolou com a chorosa Rin em seu dorso. Depois, posicionou-se ao lado de Sesshoumaru.

– Não lhe disse para sair daqui?

– E deixar-te sozinho? Nunca...

– Faça como quiser, mas não se aproxime deles... – Avançou contra os youkais, destroçando-os com suas garras venenosas. Percebeu que um escapara e ia na direção de Setsuna. – Cuidado! – Foi impedido de protegê-la, pois surgiram outros youkais em seu caminho. – Seu bando de inúteis! – Lutava com os youkais, mas não tirava seus olhos de Setsuna, que parecia estranhamente calma, apesar do perigo que seguia em sua direção.

Setsuna estendeu suas mãos, com os punhos fechados e unidos, na direção do youkai. Ao abrir suas mãos, uma esfera luminosa surgiu entre elas e criou uma barreira circular ao redor de Setsuna. O youkai desapareceu ao tocar tal barreira. A princípio, Sesshoumaru ficou surpreso, mas depois sorriu para ela. "Ela não está indefesa como imaginei...". Sem ter que se preocupar com ela, destruiu todos os youkais com a tranqüilidade costumeira, pois eles não eram lá grande coisa, apesar da quantidade. De vez em quando, um passava por ele e tentava chegar até Setsuna, mas era destruído por sua barreira. Quando o último foi exterminado, Sesshoumaru aproximou-se dela com uma certa cautela, não queria ser pego naquela barreira.

– Jamais usaria minha barreira contra ti, meu senhor...

– Por que não me disse que ainda possuía a esfera da alma (x)?

Ela elevou as mãos ao peito e mostrou a esfera da alma.

– Eu nunca a perdi... – Abaixou o olhar. – E é por essa razão que às vezes duvido de que realmente esteja viva... – Sentiu a mão dele tocando-lhe o rosto, desfez a esfera da alma e o encarou.

– Parece muito viva para mim... – Sentia uma vontade enorme de beijá-la, mas como ela estava tendo alguns lapsos de memória, não queria forçar uma situação. – Vamos procurar Rin... "Queria que se lembrasse de mim...".

– Jamais esqueceria de ti...

Ele a olhou com surpresa.

– Pode ler a minha mente?

Ela apenas segurou-lhe uma das mãos entre as suas.

– Só quando me tocas... – Deslizou sua mão pelo braço dele até tocar-lhe a face. – Por que não fazes o que tens vontade?

Sem pensar duas vezes, Sesshoumaru a puxou contra si e a beijou. Mas antes que pudessem saborear aquele beijo houve uma interrupção.

– Senhor Sesshoumaru!

Os dois se desvencilharam e observaram Ah-Un retornar com Jyaken e Rin. Ao pousar, Rin correu na direção de ambos para abraçá-los, mas parou ao perceber os corpos dos youkais pelo chão. Setsuna ajoelhou-se e estendeu os braços na direção da menina.

– Está tudo bem, minha criança... – Rin correu e a abraçou. – Vamos sair deste lugar. Ele já sabe que estamos aqui.

– Você fala de Naraku? – Perguntou Sesshoumaru.

– Sim... Estes youkais foram enviados por ele... – Encarou-o. – Para me matar...

– Parece que ele tem muito medo de você, Setsuna... – Sorriu ironicamente.

– Medo?

Então, segurando as rédeas de Ah-Un, começou a caminhar lentamente, seguido por Jyaken e elas duas.

– Se eu achasse que você representasse alguma ameaça digna de meu temor, também tentaria matá-la...

Setsuna sorriu para ele. "Eu sei que tentarias, mas a verdade é que jamais conseguirias...".


(x) Youkai - ser fantástico da cultura japonesa dotado de poderes extraordinários; fantasma; demônio

(x) Hanyou - meio-youkai (metade youkai, metade humano). Por ser um cruzamento dentre as duas espécies, um hanyou pode, em um dia aleatório do mês, perder todos os seus poderes de youkai e tornar-se totalmente humano. Nesse período, eles procuram abrigo seguro, uma vez que se sentem enfraquecidos pela falta de sua força demoníaca.

(x) Lua nova - Pelo fato de Inu-Yasha ser um hanyou, há um período no mês em que ele perde totalmente seus poderes de youkai, tornando-se humano. Este dia é o primeiro dia do mês em que a lua desaparece por completo do céu, logo, o primeiro dia de lua nova.

(x) Esfera da alma – Esse golpe foi explicado na fic anterior. Trata-se do coração da alma da própria Setsuna que ela expõe para atacar. A esfera absorve para si a essência de todo ser vivo que toca.