Disclaimer: Harry Potter pertence à J.K. Rowling. Esta fanfic não possui fins lucrativos. A fanfic, porém, é minha, e não pode ser reproduzida ou copiada, parcial ou totalmente. Plágio é crime.

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Ring
por J.K. Chan


– Capítulo Único –

A Secretária Eletrônica dos Malfoy

Harry Potter estava no seu último ano na casa dos tios. Neste momento, estava com um pedacinho de pergaminho nas mãos, com um número de telefone.

Malfoy – 02748396

Ele não sabia se ligava. Malfoy dera o telefone no último dia de aula. Fora a única vez que se falaram, após aquele fatídico dia...

Era um sábado chuvoso. E era feriado de natal. Harry não pretendia ir para a casa dos tios, muito menos atrapalhar Rony e Hermione, que iam à toca.

Então, lá estava o garoto do 6º ano, perambulando sozinho. O castelo estava praticamente deserto. Ele sabia que não deveria estar fazendo aquilo no feriado, mas abriu o Mapa e inevitavelmente prendeu os olhos no pontinho de Draco Malfoy.

Saiu correndo até o 2º andar, onde o pontinho estava. Agora sim ele descobriria o que Malfoy andava fazendo. Ao alcançar uma distância segura de Draco, Harry caminhou na mesma velocidade do loiro, acabando por se distrair.

E não viu quando o loiro estacou no meio do corredor e trombou com ele.

"Olha por onde anda!" – disse Draco Malfoy, passando as mãos pelos cabelos, impaciente. – "Tinha que ser o Testa Rachada!" – terminou, sorrindo com desdenho.

Ele sabia muito bem o que Harry fazia ali. Potter estava seguindo-o desde o início das aulas. No começo, fora divertido despistar o menino, mas estava ficando chato ter aquele olhar voltado pra ele todo o tempo.

"Eu não vou perder meu tempo brigando com você, Malfoy!"

Harry estava sem paciência pra discutir com Draco. Geralmente não alterava o tom de voz, mas o outro sempre conseguia fazer o garoto perder o controle.

De repente, Malfoy deu um grande sorriso torto, digno apenas dos momentos em que ele debochava de Harry ou de qualquer coisa ligada ao menino.

"Ora, Potter... Que coisa interessante! Você não ia passar o natal naquele chiqueiro que o Weasel chama de casa? Ou será que o pobrezinho Potty estava segurando vela?"

Ele viu o olhar de Harry mudar de raiva para certa angústia, ao constatar algumas verdades. Se aproveitou para desdenhar mais.

"Ora Potter... Não se preocupe. Eu fiquei para o Natal esse ano... você tem o que fazer."

"O que quer dizer com isso?"

"Eu acho que você sabe."

Malfoy nem viu o que o atingiu. Harry nunca saía brigando com as pessoas, mas era impossível se segurar quando se tratava de um verme. Um verme chamado Draco Malfoy.

"E agora? Você vai negar tudo? Cadê a famosa coragem grifinória?" – gritou Malfoy, com sua voz arrastada e o riso de sempre, apesar do sangue que escorria nos lábios, graças ao soco que Harry acertou em seu maxilar.

"É melhor você não brincar comigo, Malfoy, ou..."

"Ou você o quê? Vai chamar o seu papai pra te defender? Oops, eu esqueci de um detalhe: ele está morto!"

Agora Draco tinha passado dos limites, até ele mesmo percebeu. Harry voou em cima de seu pescoço, o fazendo cair no chão.

"Não insulte o meu pai!" – gritou Harry, socando o garoto várias vezes, a cada palavra pronunciada.

"Me larga!" – disse Malfoy, enquanto tentava se desvencilhar dos golpes do moreno.

Malfoy deu uma reviravolta na briga e conseguiu ficar em cima de Harry. O outro tinha os olhos verdes vidrados em seus azuis, os cabelos bagunçados e os lábios rosados entreabertos.

Draco nunca entenderia porque achou aquilo tão atraente de repente.

Ele prendeu os braços do outro no chão frio e foi se aproximando do outro, sem desviar os olhos. Harry pareceu se afastar por um momento, mas então levantou a cabeça, encerrando a distância entre eles.

Ah, era bom. Os lábios dele roçando nos seus, as línguas brigando. Harry gemendo em sua boca, enquanto ele beijava e mordiscava o pescoço do menino. Mas... Mas... Era de Harry Potter que estávamos falando, não?

Draco interrompeu o beijo e olhou fundo nos olhos de Harry. Viu o outro passar a língua em torno dos lábios e sentiu uma vontade enorme de beijá-lo de novo. Mas não podia...

Levantou do chão e saiu correndo, sem dar satisfações.

E desde aquele dia, só se falaram no último dia de aula, quando Draco sussurrou no ouvido de Harry que precisava falar com ele e deu um papel em sua mão.

Era um número de telefone. Mas bruxos puro-sangue tinham telefone? Talvez fosse mágico e não elétrico. Não eram da companhia telefônica, o número era muito estranho.

Ele pegou o aparelho, decidido. Discou os números, esperando que alguém atendesse. Mas caiu na secretária eletrônica. A voz de Lucius Malfoy ecoou.

"Esse é o número dos Malfoy. Digite 1 para falar com Lucius Malfoy, 2 para falar com Narcissa Malfoy e 3 para falar com Draco Malfoy."

Harry digitou 3. A voz de Lucius falou de novo no telefone.

"Digite 1 se você é puro-sangue, 2 se você é mestiço e 3 se você é sangue-ruim."

Harry digitou 2.

"Draco não atende ligações de mestiços. Favor ligar para os seus amigos sangues-ruins."

Som de ocupado. A frustração cresceu no peito de Harry. Mas ele não desistiria facilmente. Repetiu o processo, colocando desta vez a opção sangue-puro.

"Draco só atende pessoas identificadas. Poderia falar em voz alta e clara seu sobrenome?"

"Potter" – disse Harry, com medo.

Ouviu-se um barulho de alguém atendendo o telefone afobadamente e ele ouviu a voz de Draco:

"Potter? É você?" – disse a voz ao telefone, em um tom até ansioso demais para um Malfoy.

"Sim... Eu... Eu liguei. O que você quer?" – disse Harry, com medo que seu coração saísse pela boca.

"Eu pedi pra você ligar por que... É mais fácil dizer isso pelo telefone." – disse Draco. O coração de Harry disparou.

"E... O que é?" – perguntou.

"É que... bom... eu não vou... voltar pra Hogwarts. Eu vou ficar com meu pai no... esconderijo do Lord." – disse Draco, misterioso. – "E... antes de ir, queria que... você tivesse noção que... apesar dessa sua cicatriz horrenda e dessa sua cabeça anormalmente feia, eu... eu até que gostei daquela nossa briga."

"Sé-serio? A gente podia... repetir. Se você quiser..."

Silêncio.

"Então está bem..."

"Não desliga! Eu quero, é só que... eu não vou voltar, lembra?"

"Eu... Você não precisa ir... Você pode ir pra sede da Ordem..."

"Tchau, Potter."

"Não, espera..."

"Tchau." – Draco ia desligar o telefone, quando ouviu um grito.

"Não, eu..."

"Nada vai mudar a minha decisão."

E a última coisa que ouviu foi o barulho do outro colocando o telefone no gancho.

Sentiu alguém bater forte na sua cabeça. Snape olhava feio para o garoto, enquanto a classe inteira ria de Harry, que havia pegado no sono. Ele levantou a cabeça e olhou, instintivamente, para Draco, que ria com gosto.

"Só um sonho..." – ele pensou.

Então Draco piscou pra ele e disse: "Sala precisa, às 7."

A vida podia ser mais surreal que os sonhos.


N/A: Olá gente! Mais uma fanfic sem sentido, viu?

Só foi realizada graças a um amigo que me contou umas histórias engraçadas.

J.K.