Nome do autor: Lety MalfoyP

Título: O Que Mais Doía

Ship: Harry/Pansy com pitadas Draco/Pansy

Gênero: Drama

Classificação: 14 anos

Observação: Ganhou prata no 2º Chall Harry/Pansy do 6v.

O que mais doía

Lety MalfoyP

Harry não era uma pessoa invejosa. Nunca foi. Passou muitos anos escutando dos tios que tudo que lhe acontecia era merecido e que, portanto, não desejasse demais. Mas não era justo que Draco Malfoy tivesse o amor de Pansy Parkinson. Não mesmo.

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Ginny era divertida, fazia Harry se esquecer dos problemas e rir um pouco. Mas estava longe de ser como Pansy com Draco. A loira o amava de forma genuína, desprovida de interesses. Amava porque amava e só. Harry invejava esse amor. Demais.

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– O que está olhando, Potter?

Ele não esperava que ela percebesse.

– Perguntei o que está olhando, imbecil!

– Nada.

A garota o encarou com os olhos azuis desconfiados.

– Não devia olhar pro nada com toda essa admiração.

E saiu.

Harry ficou estático, até Ron vir chamá-lo para almoçar.

– Está tudo bem, Harry?

– Está.

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Observar Pansy virou rotina. Pensar nela tornou-se natural. Sonhar com ela já era de praxe. Amá-la foi apenas conseqüência. Difícil era esconder isso dela. Esconder, sim. Porque Pansy amava Draco e isso não mudaria. Não era justo.

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– Sabe, Potter, precisa parar de olhar para o nada.

Novamente, não percebeu que ela retribuía o seu olhar.

– Estava distraído.

Três passos, um sussurro quase inaudível.

Weasley não está fazendo direito?

E se foi de novo, talvez para assegurar que a palavra final fosse dela. Ou talvez porque soubesse e zombasse de Harry. Ele não sabia ao certo. Andava muito distraído.

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Talvez a Torre de Astronomia o ajudasse a pensar, esclarecer as coisas. Ou talvez não.

– Muito previsível, Potter. Precisa se esforçar mais.

– Não estou tentando fazer algo que precise de esforço.

– É mesmo?

Seus olhares se cruzaram. Ela sorriu. E então, ele entendeu. Não haveria amor da parte dela. Porque Pansy já amava Draco e isso lhe bastava. Com um beijo nos lábios de Harry, ela saiu da Torre, selando um acordo silencioso. Sem amor.

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Certo dia, não pôde se conter.

– Por que você o ama?

Silêncio. Um suspiro.

– Você não entenderia.

– Tente explicar.

– Draco é tudo para mim. É o que eu quero, o que eu preciso. Tudo.

– Não entendo.

Ela riu.

– Eu disse. Você nunca entenderá.

E era aquilo que mais doía.

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Então, uma pessoa se levantou à mesa da Sonserina e ele reconheceu Pansy Parkinson, no momento em que ela esticou para o alto um braço trêmulo e gritou:

- Mas ele está ali! Potter está ali! Agarrem ele!

Doeu ouvir aquelas palavras. Não só por ver que ela não hesitou por um momento, mas por saber o motivo daquilo. Ela queria evitar a luta para proteger Malfoy. E se para isso tivesse que entregá-lo a Voldemort, ela faria. E invejou de novo. Pansy nunca faria aquilo por ele. Nunca.

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19 anos depois

Lá estava Malfoy, com sua mulher e seu filho, na estação King's Cross.

– Então aquele é o pequeno Scorpius – comentou Ron em voz baixa.

Mas Harry não olhava para ele. Olhava para a mulher. Astoria, não Pansy. Poderia se alegrar com isso, mas só conseguiu ter inveja. Tantos anos depois e ele ainda tinha o que Harry mais desejara ter: o amor de Pansy Parkinson. Porque, no fim das contas, não era algo que pudesse ser mudado. Pansy sempre seria de Draco.

Ele nunca entendeu, afinal.