Disclaimer: Harry Potter não me pertence.

Nota: Fanfic para o projeto You Shook Me da sessão Violeta do 6v.


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Abstrato

E quando ele imaginou que iria ali achava que não encontraria aquilo e ela. Tão conhecida e tão distante. Porque embora tivesse a visto por sete anos, suas feições eram tão borradas como pinturas abstratas.

Agora, entre quatro paredes vermelhas, sujas e gastas. Um diamante pertencente à um patrimônio que não fazia mais parte deles. A guerra tirara tudo dela e ele já não achava aquilo tão injusto porque Harry Potter havia descoberto como ser sujo ao longo do tempo.

Brigas com Ginny o faziam assim. Não era um pai de família, não ainda. Somente era um herói louco para pecar e errar pelo menos uma vez na vida.

Pansy Parkinson fechou a porta do quarto e o encarou. Roupas provocantes. Couro e pele nua. O batom vermelho e o cabelo chanel a faziam ser a mesma de sempre, mas tão diferente.

A voz dela era rouca quando o chamava de querido, ao invés do nome dele. Era tudo que ele queria.

E quando perguntou para ela porque ela não o reconhecia, ela disse que era uma profissional.

E, oh, parecia mesmo. Quando as mãos frias, delicadas e ágeis, arrancavam a roupa dele. Enquanto as mãos dele, sujas e ásperas, tiravam as pequenas peças que cobriam o corpo dela.

Quando ela permanecia lá, atirada no colchão como algo tão belo que ele não sabia como nunca tinha a visto. Então, ele tentaria tomar os lábios dela. Ao mesmo tempo em que ela negaria e entrelaçaria as pernas ao redor da cintura daquele que salvara o mundo mágico.

Eles se perderiam. Perderiam tudo. Ele perderia. Porque ela ganharia uns galeões e uma noite épica para contar.

Ele a tomaria. Se sentindo tão único enquanto a preenchia, mas na mente dela era somente mais um. Era somente dinheiro e comida mais tarde. Era somente obrigação, profissionalismo e uma única vez.

Os lábios de cereja dela mordiam a pele suada e quente dele, contendo um grito que tentava escapar junto com os espasmos que ela não conseguia evitar não ter.

Os corpos cairiam no colchão, e ela se levantaria, ao mesmo tempo que ele perguntaria quanto era e ela sorriria.

Recebia o dinheiro e as mãos delicadas o acariciavam. Só o que importava.

Harry Potter veria a porta fechar e sabia que tudo o que continha com a esposa fora deixado naquela pele nua.

Pele que a pertencia a alguém que ainda era tão abstrata como sempre fora, borrada, tão difícil de entender, porque ele nunca quisera entender. Mas que agora tinha um nome.

Pansy.

Era como ele a chamaria na próxima vez.

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Nota: Desculpem-me por algum erro de gramática.