Mais uma vez ele chegava em casa, e mais uma vez, não havia ninguém o esperando. E Remus sabia que a culpa era apenas dele, e de sua mania de afastar as pessoas que amava. Passou as mãos pelos cabelos, num gesto de quase-desespero... Faltava uma parte essencial dele, e ele tinha medo de tê-la perdido permanentemente.
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Tonks agora não mais falava com ele, nem ao menos o olhava! E Remus sentia tanta falta dela, que mesmo o motivo que ele alegara para o fim da relação parecia enfraquecer. Ela tinha dito que não se importava com o fato de que ele era lobisomem... Então porque ele insistia em manter distância?
"Não quero que ela sofra por mim, e pelos meus problemas..." Ele murmurou, no escuro do quarto. Não conseguia dormir. Então uma voz disse, bem no fundo da sua cabeça:
"Pare de ser teimoso, Remus. Você sabe que ela não se importa, e que ela é a coisa mas importante para você... Porque luta contra isso? Porque tenta fugir de uma coisa tão bonita, tão boa?"
"Não estou fugindo. Estou tentando protegê-la. Já disse que não conseguiria, não suportaria ver Tonks se machucar por mim outra vez." Ele continuou fitando o teto, na esperança de que a voz sumisse, e de que ele conseguisse dormir esta noite. Em vão. A voz tornou a falar em sua mente, e dessa vez, lhe lembrava da voz de Tonks.
"Ora Remus... Quantas vezes preciso lhe dizer? Eu te amo. Eu te amo mesmo sendo lobisomem, eu te amo mesmo sabendo que você se nega a ver isso." Ele escutou uma risada, e quase pôde enxergar o rosto da mulher... Os cabelos rosa-chiclete, completamente chamativos, e que ele tanto adorava; O sorriso fácil, que era tão contagiante, e que sempre o fazia sorrir também; e os olhos dela, amendoados e sinceros. Remus gostava de se perder nos olhos dela, que pareciam compreender o que se passava em seu interior, sem ele precisar abrir a boca. De repente, como se alguém tivesse acendido uma placa bem diante de seu nariz, ele entendeu... Entendeu o porque de estar se sentindo tão fraco e vazio... Tão incompleto.
Amava Tonks. E sabia que precisava falar isso para a jovem bruxa pessoalmente.
"Mas como? Ela continua me evitando, e mesmo que não estivesse, nós só nos encontramos na Sede da Ordem, a qual está sempre abarrotada de gente... E também, nunca nos demoramos lá. O que eu posso fazer?"
A mente do homem fervilhava, procurando uma maneira de ultrapassar a barreira de indiferença que Tonks havia erguido ao seu redor.
What do I got to do to make you love me?
(O que eu tenho que fazer para fazer você me amar?)
What do I got to do to make you care?
(O que eu tenho que fazer para fazer você se importar?)
What do I do when lightning stikes me
(O que eu faço quando o relâmpago me atinge)
And I wake to find that you're not there?
(E eu acordo para descobrir que você não está lá?)
O arrependimento corria pelas veias de Remus como se fosse ácido, corroendo seu interior, enquanto ele permanecia deitado em sua cama, pensando. "O que eu fiz? E se ela não quiser mais me ouvir? E se ela... Não me amar mais?" O coração dele pulou uma batida, quando uma nova onda de remorso o assomou, e se mesclou ao desespero.
What I got to do to make you want me?
(O que eu tenho que fazer para fazer você me querer?)
What do I got to do to be heard?
(O que eu tenho que fazer para ser escutado?)
What do I say when it's all over?
(O que eu digo quando está tudo acabado?)
Sorry seems to be the hardest word
('Desculpe' parece ser a palavra mais difícil)
Remus se levantou de um pulo, pouco se importando em vestir uma camisa, e saiu do quarto escuro apenas trajando a calça do pijama. Se dirigiu até a lareira, pegou um pouco de Pó de Flu, atirou-o nas chamas verdes e gritou "A casa de Tonks!", esperando cair no lugar certo.
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N/A: Oi gente! Essa aqui é especial, e vai pra alguém igualmente especial!
Escrevi essa fic de presente para a Morgana Black... Pra dizer que tenho um orgulho enorme dela!
Maaaas, ainda não acabou! Então, fiquem ligados para os outros capítulos, sim?
E, a música é "Sorry seems to be the hardest word" do Elton John.
Nada me pertence além do plot, fic sem fins lucrativos.
