Capitulo I – O ser que mexeu comigo

Enquanto estava caminhando sem rumo em uma rua que parecia não ter fim...
Vi-te... Pela primeira vez...
Não sabia quem você era... Porem quando te vi... Parecia que eu já o conhecia há muito tempo atrás...
Seu nome... Sua idade... Tudo sobre você era desconhecido para mim...
Tu eras o ser mais belo que já havia visto em toda minha vida... Teus olhos eram tão brilhantes como uma estrela no céu... Não apenas teus olhos... Mas, teu rosto em si lembrava um ser de outro mundo...
Não me lembro ao certo o que você estava fazendo naquela rua...
Observei-te por algum tempo e depois segui rumo ao desconhecido.
Estava andando sem prestar muita atenção... Lendo "O ser que mexeu comigo" um poema que criei à pouco tempo atrás...
Um vento forte soprou em minha direção, fazendo com que a folha voasse em sua direção.
Você a pegou e leu...
Nesta hora, achei que meu coração viesse a parar de tanto nervosismo...
Quando acabou de ler... Apenas disse enquanto jogava o papel para trás:
- Patético.
E saiu andando sem olhar para trás... Cruzou comigo e nada disse...
Não tinha entendido o porquê de tanta frieza... Não o conhecia... E mesmo assim, me tratou como se me odiasse...
Por que fizeste isso... Eu merecia tanta frieza assim... O que fiz de tão ruim á você...!
Depois de essas perguntas passarem por toda minha cabeça... Joguei-me no chão e comecei a chorar...
Quando dei por mim, estava na mesma rua á 3 horas...
Levantei-me e segui ate o fim da rua..
Ao chegar em casa, não conseguia me concentrar em nada...
Suas palavras... Seu rosto... Seu olhar frio e sedutor... Toda sua existência tinha entrado em minha cabeça e de lá não queria sair
Queria te ver novamente... Não sei como reagiria se te encontrasse, porém tinha certeza de que queria explicações pelas suas palavras...
Ou será que isso era apenas um pretexto para te ver novamente... Não tenho como saber, pois também percebi que ao te ver, apaixonei-me por você perdidamente.
A pergunta que mais me parece impossível de esquecer é:
- Conseguirei eu te ver novamente?

Depois de acabar de ler um pequeno trecho do livro "COOL", escrito por Uesugi Eiri, o professor passava as paginas que os alunos precisavam ler e escrever um pequeno poema baseado na leitura.

Professor Namura: Classe, eu quero esse poema para amanhã.

Mika Sasayama: Namura-sensei, esse poema será nossa redação bimestral?

Professor Namura: Será sim, Sasayama-san. Quero que todos façam um bom trabalho e não fiquem de exames fazendo com que eu perca minhas férias. Então, até amanha, classe. Levantou-se de sua mesa e deixou a classe

Logo após a saída do professor, uma multidão de garotas se formou em torno de uma carteira, a ultima da primeira fileira, bem no fundo da sala. Era o único lugar da sala que ainda havia alguns raios de sol. Havia um garoto em frente a esta carteira ajeitando seu material. Os raios intensificavam o brilho de seus fios castanhos, seus olhos tinham uma cor forte, porém demonstravam uma personalidade calma e gentil.

Meiko Takarai: C... Com licença... Terajima-kun... Se você não tiver nada de importante para fazer hoje, será que gostaria de ir comigo a uma festa?

Lie Ueda: saii pra lá Meiko...! Hoje o You-kun vai vir jantar em minha casa! Né You-kun?

Estava tendo uma incrível gritaria no fundo da classe, e pelo visto, quase todas as garotas da classe queriam que esse aluno saísse com elas.

You Terajima: eu agradeço muito ao convite de todas vocês Articulava as palavras de forma clara, com uma voz macia e tranqüilizante, olhando no fundo dos olhos de cada garota Mas, eu já havia chamado a Sasayama-san, para jantar hoje... Sorrio para as garotas que estavam ao seu redor, pedindo desculpas, por ter de recusar e logo, seguiu em direção a porta, onde estava a Sasayama-san

Mika Sasayama: escuta You... Por que foi que você disse que iria jantar comigo?

You Terajima: Desculpe-me Mika, mas eu não sabia o que dizer a elas... E como nós somos amigos desde pequenos, eu achei que poderia te usar como "escapatória"...Abaixou a cabeça, como forma de se desculpar, logo levantando a cabeça e sorrindo.

Mika Sasayama: Mas de qualquer forma, sou eu que sempre pago por seus atos. Aquelas lá... Sabia que sempre vem discutir comigo, pois você deu um fora nelas para sair comigo??! Olhou de forma irritada para You, mas logo sorrio e deu um tapa em suas costas Eu to quase achando que você já está cansado de ser o tão famoso galã da classe de literatura né?Riu, zombando de You.

You Terajima: pare de me zoar Mika-chan... Você deveria ter inveja de mim, por ser tão lindo e todas correrem atrás de mim... riu

Mika Sasayama: inveja de você? Riu de forma irônica eu to longe de ter inveja de você, tenho mais é dó... riu

You Terajima: tá tá... Eu admito que também não gosto de ser tão bajulado, mas sabe... Até que eu gostaria de ter uma namorada, sei lá...

Mika Sasayama: bem... Candidatas é o que não te falta né? Você pode escolher qualquer uma da facul riu

You Terajima: também não exagera... Pode te parecer estranho, mas eu queria alguém que me entendesse e que eu pudesse confiar, ao invés de alguém que me achasse "lindo e maravilhoso"... Que gostasse de mim, pelo que sou...

Mika Sasayama: desejo-te sorte You dá mais um tapa em suas costas Bem, nos vemos amanha.

You Terajima: Até amanha, Mika.

Ao chegar em casa, You Terajima foi correndo para seu quarto fazer o poema que o professor havia lhes pedido. Leu as paginas do livro rapidamente, e logo foi escrever um poema, porem nada conseguia formular. Não estava em um bom dia, sem inspiração e com sono, não tinha como estar pior. Arrumou seu material para o dia seguinte, pegou umas folhas de papel e uma caneta, logo saindo para dar uma volta e ver se achava alguma inspiração.

Sentou-se em um banco na praça, próxima a sua casa. O vento que passava afagava lhe seus sedosos cabelos, enquanto o mesmo observava a lua.

You Terajima: como é linda a noite... A lua... As estrelas...

Uma repentina inspiração lhe veio a cabeça, e ao mesmo tempo, em que escrevia seu poema, continuava a observar a lua.

Last Song

Sozinho e perdido estava andando sem ter pra onde ir
Tingindo de branco um pequeno suspiro
E na mudança desta estação passageira
Sem motivos derrubei uma lágrima

Tristeza chove
Transforma–se numa neve branca
Não parava de observar o céu
Se for possível que meu desejo se realize agora
Antes que este corpo desapareça
Quero que me abrace forte novamente

Feri-te por não poder te entender
Mas mesmo assim você era tão gentil
E a promessa gravada no anel que fora entregue
sutilmente
Não se realizou

As lembranças que se passam são tão ofuscantes
Queria ter ficado perto de você por mais tempo
Não poderei te encontrar nunca mais, por isso não
Quero que você
Que sempre me apoiou, mude.

Não consegui apagar a última lágrima que me mostrara
Mesmo que desapareça junto com essa neve branca
Quero estar florescendo sempre dentro do seu coração

Não esqueça o calor que sentimos quando nos abraçamos
Mesmo que ame e já tenha alguém prometido
Quero cair num sono profundo sem largar a sua voz
Que ouvi da última vez

Ao acabar de escrever, Terajima o assina e o deixa encima do banco, continuando assim, a admirar o luar.

A lua estava com um toque vermelho... À noite por si só estava linda, porem com um sutil tenebroso, folhas de arvores ecoavam sons estranhos, o vento que ia e vinha trazia consigo poeira e zumbidos...

Em certo momento, Terajima achou ter escutado uma melodia um tanto familiar, que por azar, se camuflava com os outros sons noturnos da praça. Concentrou-se, para tentar descobrir se era apenas sua imaginação ou se, realmente alguém estava tocando "Only Human", tão tarde da noite.

Nota: Only Human é "Apenas humano"

Resolveu ir procurar a origem desta linda canção, acabando por chegar, em uma parte desconhecida da praça, obscura e silenciosa, onde só havia vida, na melodia.