1. O primeiro contato
Com mais um findar de tarde, aquele mesmo homem caminhava naquela mesma praça, naquele mesmo horário, com aquela mesma expressão.
Desilusão era o que transmitia.
Maleta nas mãos, cabelos negros presos em um baixo rabo de cavalo, camisa social alinhada e a caneta no bolso. Sempre andava até o chafariz; sempre sentava na beirada pra ler um livro; sempre estava sozinho.
Pra ser sincera, isso não era o suficiente. Precisava saber mais.
Foi então que tudo começou. Armei um plano.
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Primeiro dia
Assim que saí do trabalho fui em casa, tomei banho procurei o florido vestido amarelo e o vesti. Em seguida, procurei a pílula da coragem dentro da minha xícara de café, peguei uma mochila e saí.
Chegando a praça, escolhi a melhor posição para, sentada em um banco, esperá-lo.
Ele se aproximava lentamente. Com maleta em mãos e o olhar perdido no nada. Caminhou até o mesmo chafariz, sentou na beirada, posicionou a maleta no colo, procurou o suposto livro e pôs-se a ler.
Não contendo essa minha mania de querer saber sempre mais daquilo que me incomodava, levantei-me e fui sentar-me ao lado dele. O primeiro passo foi munido de total silêncio. Aguardei trinta minutos até que ele se acostumasse com a minha presença.
O café com coragem começou a fazer efeito.
- O paraíso se mudou para lá – e apontei no livro, em suas mãos, a foto de uma casinha com tulipas na janela.
- Como você pode ter certeza? – ele me dirigiu
- Eu não tenho, mas as janelas estão abertas pra sorte entrar- concluí
- E quem me garante que é apenas sorte aquilo que tenta entrar por uma janela aberta?
- Ninguém garante. Mas só você pode tentar controlar aquilo o que entra – preferi blefar
- Você controla? – ele havia ficado curioso
- Eu tento. E você?
- Não consigo
- Por que não? - insisti
- Medo
- Toma, pega um chocolate – e lhe estendi um bombom que tinha em mãos
- Por que?
- Porque a Páscoa ta chegando
- E?- além de misterioso, também,era incrédulo.
-E eu gosto de chocolate
- E por isso eu tenho que aceitar ?
- Não – respondi desapontada
- Então? – e ele não dava o braço a torcer
- Você pode ser medroso, mas acho que sabe como é ser educado – ponto para mim.
- Sim, eu sei.
- Hm...Um dia você vai conseguir - arrisquei
- O que? Ser educado? – e ele mordeu a isca
- Não. Um dia você consegue ter um pouco de controle sobre aquilo o que entra pela sua janela.
- Por que você tem resposta pra tudo?
- Por que você pergunta tanto porque? - rebati
- O que você ganha enquanto perde tempo conversando comigo?- ele parecia chateado
- Coragem
- Pra quê?
- Pra amanhã tentar de novo – resolvi usar a sinceridade a meu favor
- Foi você quem fez o bombom? – ele tentou ser educado
- Uhum... É chocolate amargo, acho que você vai gostar- sorri amistosa
- É bom.
- A noite caiu- concluí
- Hm...
- Bom, acho que isso é um fim de conversa. Boa noite - e me levantei pra ir embora.
Assim que me distanciei, pude escutar:
- Como você pôde ter tanta convicção de que eu ia gostar?
- Simples! Sorte.
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A cada passo dado, seria capaz de mudar o rumo da minha história. E fui embora com a sensação de dever cumprido, são e salvo de minha consciência feminina.
Afinal de contas, depois que inventaram essa história de que chocolate é afrodisíaco, todo cuidado é pouco.
N.a.:
Oe oe!
E lá vem mais uma fic do meu vício NejiTen!
Desafio pessoal especial de Páscoa : Tentar terminar essa fic até o final da páscoa.
Espero que gostem! De verdade!
Aguardo reviews com comentários, críticas, idéias, bombonzinhos e afins!
Mesmo que você leia essa fic beeeeeeeem depois da Páscoa, não deixe de mandar um oi!
Obs.: Trechos iniciais inspirados em músicas interpretadas por Marisa Monte.
Uchiha Yuuki
