Sabem que mais? O meu amor sempre foi o mesmo até hoje, nunca deixei de o amar, nem somente por um único segundo. Toda a minha vida ele foi o único para quem olhei, o único que desejei, o único que admirei, o único que amei. Mas agora? Agora ele foi-se e eu estou aqui, sentada, a escrever a nossa história, para quando envelhecer não correr o risco de o esquecer. Nunca se sabe, a velhice prega partidas nada agradáveis.

"_ Sakura, Sakura! Chegou um menino novo, anda ver - pulava Ino alegremente."

_ Estou a ir - disse sorrindo e correndo até ela. - Onde está ele?

Ino apontou para a entrada da escola com o seu dedo esguio e foi então que o meu olhar se cruzou com o dele e todo o meu mundo parou.

_ Sakura, estás a vê-lo? É aquele dos cabelos negros - mas não obteve resposta. - Sakura?"

Sim, fiquei completamente estupefacta, boqueaberta encarando aquele que seria o único e grande amor da minha vida. Conseguem adivinhar quem era?

Ainda hoje não sou capaz de explicar o que senti quando o vi pela primeira vez.

"Ino observou-me olhando o rapaz de cabelos negros, completamente alheia a tudo o que se passava à minha volta. Nessa altura eu estava num mundo completamente distinto, perdida nos olhos negros daquele desconhecido. Não era capaz de desviar o olhar, sentia que o meu mundo iria quebrar-se se deixasse de o fitar.

_ Sakura? - Insistiu Ino.

A custo consegui desviar o olhar, e encarar a minha amiga que se encontrava com uma expressão aborrecida no rosto.

_ Desculpa, não sei o que se passou.

_ Estavas quase a babar-te a olhar para ele. Realmente ele é bonito, mas isso foi um exagero.

Comecei a corar. Não imaginava as figuras que acabara de fazer enquanto encarava aquele estranho.

Ino puxou-me por um braço e guiou-me por entre o aglomerado de gente até ao local onde ele se encontrava. Quando ela estacou estavamos praticamente frente a frente com ele e o meu coração palpitava tão alto que acreditei que todos o conseguiam ouvir.

_ És novo por aqui, não é verdade? - Questionou Ino. - Eu sou a Yamanaka Ino.

O rapaz olhou-a friamente, mas não querendo faltar ao respeito respondeu-lhe:

_ Sim, sou o Uchiha Sasuke. E tu, quem és? - Questionou-me.

Pisquei os olhos com força para voltar à realidade, ele estava a falar comigo? COMIGO? Queria saber o meu nome! Meu deuuuuuuus.

_ Sou Ha-Haruno Sakura.. - Respondi corando logo de seguida"

Confesso que nos primeiros tempos não foi fácil lidar com ele, talvez nunca o tenha sido. Sasuke era um rapaz dificil de entender e com quem era ainda mais dificil lidar. Repelia todos os que se aproximavam dele, era frio e indiferente. Mas de certo modo com o passar do tempo fui aprendendo a amar essa sua forma de ser.

"_ Sasuke, estou a falar contigo! Não me ignores - gritei-lhe, mas este não se voltou. - SASUKEEE!

Corri atrás dele e agarrei-o pelo braço, não ía deixá-lo fugir impune depois do que me fizera. Tinha vontade de lhe bater ali mesmo, no meio da rua.

_ Como é que foste capaz de me roubar a roupa e me deixar praticamente nua no meio da escola?

_ Não sei do que estás a falar - respondeu voltando-se. - Preferia morrer a mexer na tua roupa fedorenta!

Fiz uma expressão contrariada.

_ Retira o que disseste e admite que foste tu!

_ Não retiro o que disse, e não volto a repetir: NÃO FUI EU.

_ Eu sei que foste - gritei.

Ele ficou realmente zangado com aquela acusação. Mas eu tinha quase a certeza de que tinha sido ele, só podia ter sido ele. Ele vivia para me infernizar.

_ Mas de qualquer modo, teve a sua piada! - Rematou com uma ponta de diversão na voz.

E recomeçou a caminhar, livrando-se do aperto da minha mão sobre o seu braço.

Fiquei especada a olhá-lo. "Teve a sua piada", como foi capaz de dizer isso? Fui completamente humilhada em frente à escola inteira."

Mas claro, havia alturas em que era insuportável, principalmente entre os nossos 10-14 anos, vivia para me infernizar. Fazia-me passar vergonhas, era constantemente humilhada.. Mas por alguma razão, que nunca percebi, não conseguia deixar de amá-lo.

"_ Sasuke-kun - murmurei no seu ouvido.

Ele abraçou-me com mais força, colando o seu corpo ao meu e fazendo com que estremecesse com o contacto.

Por fim admitira que o amava e ele? Ele retribuira o sentimento, e agora estava ali, perdida nos seus braços, sem qualquer desejo de dali sair.

_ Amo-te Sakura.

Olhei-o com os olhos marejados com lágrimas, era fabuloso ouvi-lo dizer aquilo. O seu sorriso abriu-se, para de seguida os seus lábios mergulharem sobre os meus num beijo profundo, intenso e doce.

Quando tivemos de parar para recobrar fôlego percebi de que as lágrimas que à pouco bailavam nos meus olhos agora escorriam pela minha face, sentia uma felicidade tão grande ocupar o meu coração que temi que este explodisse (a sério, temi mesmo).

_ Porque choras, Sakura?

_ Nunca na minha vida pensei ouvir-te dizer isso - murmurei.

Sorri por detrás das lágrimas. Aquela era a verdade, nunca pensara que Sasuke me dissesse tal coisa.

_ Amo-te, amo-te, amo-te, amo-te - murmurou repetidas vezes ao meu ouvido. - Também nunca pensei que chegasse o dia em que pudesse finalmente dizê-lo."

Acreditam que ele me amava? Não consigo nem descrever metade da felicidade que se apoderou de mim quando o ouvi dizer-me pela primeira vez "Amo-te Sakura.", foi uma sensação tão inexplicavel. Mudou completamente o meu mundo com somente duas palavras, mas claro, houve alturas em que discutimos bastante e dissemos o que não queriamos, alturas em que nos arrependemos de certas atitudes:

" _ Quem é ela, Sasuke?

_ Não estejas já a fazer filmes na tua cabeça, Sakura! Hoje não estou com disposição para isso.

Levantei a mão e bofeteei-o na cara. Como podia ele dizer-me que estava a fazer filmes quando eu o vira com os meus próprios olhos com outra mulher.

Sasuke olhou-me com os olhos cheios de raiva e rosnou, literalmente.

_ O que pensas que estás a fazer? NUNCA MAIS ME FAÇAS ISSO, SE NÃO.. - Ameaçou.

_ Se não o quê? Deixas-me? Talvez o devesses fazer agora!

As palavras iam saindo da minha boca, uma atrás da outra, sem que as conseguisse controlar. Eu não queria que ele fosse embora, mas naquele momento só o queria magoar tanto quanto ele me havia magoado a mim.

_ Se é isso que queres - gritou, batendo com a porta atrás de si ao sair de casa.

Deixei-me cair no sofá e chorei. Não queria que ele fosse embora, como iria viver sem ele? Não podia ter ido, não podia.

_ SASUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUKE - gritei para o vazio.

Quando horas mais tarde acordei sono onde tinha caído, Sasuke encontrava-se sentado a meu lado, acariciando-me os cabelos.

_ Sasuke? - Murmurei com as lágrimas a regressar aos meus olhos. - Óh Sasuke, desculpa. Fui tão idiota!

Atirei-me nos seus braços, chorando baba e ranho. Ele não me julgou, abraçou-me fortemente e sussurrou palavras de conforto.

_ Devias confiar em mim Sakura, não era o que estavas a pensar.

_ Quem é ela?

Ele limpou as lágrimas que molhavam o meu rosto e sorriu.

_ É uma amiga, eu queria fazer-te uma surpresa, e ela estava somente a ajudar-me.. Mas quando tu nos viste e começaste a pensar coisas, pensei que tinha ido tudo por água abaixo.

Entre soluços consegui dizer:

_ Sur-surpresa?

Ele levou a mão ao bolso do casaco e tirou uma pequena caixa preta e estendeu-ma. Não, aquilo não podia ser o que eu estava a pensar. Olhei-o com os olhos muito abertos.

_ Abre - sussurrou.

Levantei a tampa da pequena caixa e lá dentro reluzia um anel com um diamante (Um diamante verdadeiro. Conseguem imaginar?). O meu coração começou a bater a 1000km/h nesse momento.

_ Sakura, queres casar comigo?

_ Óhhh Sasuke-kun, claro que quero. Sim, sim, sim. Mil vezes sim - sorri por entre as lágrimas que haviam voltado a escorrer pela minha face.

Ele pegou no anel e colocou-me no dedo anelar.

Não podia acreditar estava noiva. NOIVA! E do Sasuke Uchiha, o homem mais cobiçado da região!"

Meu deus, meu deus. Este foi sem dúvida um dos dias mais felizes da minha vida, não consigo evitar chorar ao recordar-me, se pudesse viveria esse momento dia após dia, isso vos garanto.

"Sasuke deitou-me suavemente sobre a cama e começou a beijar-me. O peso do seu corpo estava sobre o meu, mas naquele momento não o sentia realmente. As minhas mãos puxavam-no mais para mim, garantindo que ele não saía dali. O beijo foi-se intensificando, o clima estava mais quente. Eu sabia bem como iria acabar.

Tirou a sua camisola enquanto eu desapertava os botões da minha camisa, demasiado frustrada com o tempão que isso estava a levar. Ele arrancou-me a camisa (Sim, arrancou mesmo. Fiquei com uma das minhas camisolas preferidas arruinada nessa noite), e os seus lábios desceram até ao meu peito enquanto me arrancava o sutian e deixava os meus seios firmes à sua disposição.

Sentia como a sua língua roçava nos meus mamilos rosados, o que me causava um arrepio na espinha.

_ Sasuke-kun - gemi.

Ele olhou-me com um sorriso matreiro e desceu até às minhas calças, desapertando-as. Senti o meu corpo ferver devido ao seu toque tão perto do meu sexo.

Algum tempo de pois já ambos nos encontravamos completamente nus, senti as suas mãos afastarem as minhas pernas, mas eu já não estava em mim, estava louca com o desejo de o ter dentro de mim.

No momento em que senti a sua erecção penetrar-me, gritei de prazer.

_ Sasuuuuuuuke - não consegui evitar gemer o seu nome quando me vim."

Obviamente houve vezes em que o sexo foi mais selvagem, mais intenso e mais prazeroso. Mas esta foi a nossa primeira vez e senti que por isso devia ser esta a ser narrada. Ele conseguia levar-me ao céu de um modo que nunca julguei ser possivel!

"Coloquei o meu vestido branco. Estava a apenas algumas horas do grande momento da minha vida, o nervosismo era tanto que era insuportável.

_ Uma coisa nova, confere - sorri olhando o vestido que caía elegantemente sobre o meu corpo.

O cabeleireiro fizera um trabalho excelente com o meu cabelo rosa, uma vez na vida estava apresentável.

_ Mãããããe - gritei. - Preciso de uma coisa velha!

Poucos minutos depois a minha mãe apareceu com uns brincos que tinham sido da minha avó e que esta lhe deixara, e que pelos visto agora passariam para mim.

Ela colocou-os nas minhas orelhas, com o olhar cheio de orgulho.

_ Uma coisa velha, confere.

_ Falta-te uma coisa emprestada e uma coisa azul - murmurou a minha mãe.

_ Já me esquecia - corri até à minha mala e tirei de lá uma pulseira de prata com o nome Sasuke gravado. - O Sasuke emprestou-ma, não é linda?

A minha mãe concordou, sorrindo.

_ Uma coisa emprestada, confere - disse colocando a pulseira no braço.

E foi nesse momento que comecei a desesperar. Onde é que eu ía agora arranjar algo azul? ONDE?

_ Mãããããããããããe - gritei embora ela estivesse mesmo do meu lado. - Onde vou arranjar algo azul?

Ela retirou o colar que usava desde sempre, um colar com uma pequena safira encrustado, e estendeu-mo. Mas não o podia aceitar, tinha sido o pai a dar-lho e ela estimava-o tanto quanto a sua vida ou a minnha.

_ Não posso aceitar mãe. Tu gostas tanto desse colar, foi o pai que to deu!

_ Mas gosto mais de ti, e quero que tenhas um casamento feliz.. E sei que o teu pai ía gostar que tu o usasses hoje!

As lágrimas vieram-me aos olhos, mas não podia chorar, se não ía esborratar a maquilhagem toda. A minha mãe colocou-mo e abraçou-me.

_ Uma coisa azul, confere - murmurei abraçando-a com toda a minha força. - Obrigada mãe!

O tempo a partir daí correu muito rápido e quase sem dar conta já era hora do casamento."

E ali estava eu, perdida nos meus pensamentos a caminho do grande momento da minha vida. A minutos de me tornar a Sr. Sakura Uchiha.

"Quando o carro parou na frente da igreja, a música começou a tocar, era a minha deixa para entrar.

Como o meu pai já falecera (coisa que acho que já deu para perceber), foi o Naruto, um grande amigo meu de quem ainda não falei, que me levou ao altar.

_ É agora Sakura, força! - Murmurou ele, sorrindo, com a sua habitual boa disposição.

Coloquei a minha mão no seu braço e entrei na igreja. Todos os olhares se voltaram para nós, mas o meu estava pousado sobre Sasuke, nunca na vida o vira tão bonito, juro que nesse momento tive uma enorme vontade de chorar, mas controlei-me.

Quando chegamos ao altar Naruto entregou-me a Sasuke e foi-se colocar no seu lugar de padrinho ao lado de Ino.

Depois de meia hora de bla bla do padre, veio finalmente a parte por que tanto ansiei:

_ Viestes aqui para celebrar o vosso Matrimónio. É de vossa livre vontade e de todo o coração que pretendeis fazê-lo? - Questionou o padre.

_ Sim - murmuramos, cada um na sua vez.

_ Vós que seguis o caminho do Matrimónio, estais decididos amar-vos e respeita-vos ao longo de toda a vossa vida?

_ Sim - murmuramos, novamente cada um na sua vez.

_ Estais dispostos a receber amorosamente os filhos como dom de Deus e a educá-los segundo a lei de Cristo e da Sua Igreja?

_ Sim.

_ Uma vez que é vosso propósito contrair o santo Matrimónio, uni as mãos direitas e manifestai o vosso consentimento na presença de Deus e da sua Igreja.

Voltamo-nos um para o outro e sorrimos.

_ Eu, Sasuke recebo-te como minha esposa, a ti, Sakura e prometo ser-te fiel, amar-te e respeitar-te, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, todos os dias da nossa vida.

_ Eu, Sakura recebo-te como meu esposo, a ti, Sasuke e prometo ser-te fiel, amar-te e respeitar-te, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, todos os dias da nossa vida.

Senti o meu coração pular do peito quando proferi estas palavras, estava a segundos de ser a mulher de Sasuke.

_ Abençoe o Senhor estas alianças, que ides entregar um ao outro como sinal de amor e de fidelidade - disse o padre.

_ AMÉN! - Murmurou toda a igreja.

Sasuke pegou numa das alianças que Kushina, filha de Naruto e Hinata lhes trouxera, e ao colocá-la no meu dedo proferiu:

_ Sakura, recebe esta aliança, como sinal do meu amor e da minha fidelidade.

_ Sasuke, recebe esta aliança, como sinal do meu amor e da minha fidelidade - murmurei ao colocar a outra aliança no dedo de Sasuke.

_ Em nome do pai, do filho e do espirito santo, declaro-vos marido e mulher. Pode beijar a noiva!

Os lábios de Sasuke encontraram os meus e suavemente beijou-me"

Foi o melhor momento da minha vida, relembro-o como se tivesse sido ontem, cada pequeno detalhe, cada traço do rosto de Sasuke ainda está bem vivo dentro da minha mente. Deixem-me agora falar-vos um pouco do que aconteceu com os meus amigos, visto que tenho escrito somente sobre mim e sobre o Sasuke.

A Ino, lembram-se dela? Fugiu com o Sai quando tinha 17 anos (embora eu sempre tivesse pensado que ela gostasse do Gaara). Voltou apenas para ser madrinha do meu casamento. O Naruto, de quem ainda não falei, foi um grande amigo meu, que sempre me apoiou quando precisei, um amigo que nunca me julgou.. ele casou com a Hinata, uma rapariga muito timida com quem andei no liceu e têm uma filha, Kushina, o nome é em homenagem à mãe do Naruto. A Tenten neste momento é viuva, o Neji (que era primo da Hinata) morreu num acidente de viatura, acho que ela nunca recuperou por completo. E por fim, a Temari, querem que vos diga? Está casada com o Shikamaru e já deu quase a volta ao mundo.

Tenho muitas saudades de todos e espero sinceramente um dia voltar a reencontrá-los! Agora voltando à minha história:

"_ Sasuke? - chamei.

Espreitou à porta da cozinha, com um avental muito fofo vestido, o que me dava sempre uma imensa vontade de rir.

_ Não vais acreditar - disse pulando até ele e abraçando-o.

_ Que se passa?

Mordi o lábio com um ar matreiro e pisquei-lhe o olho.

_ Não sei se te digo!

Ele riu e abraçou-me mais fortemente.

_ Não me vais fazer isso - riu. - O que se passou?

_ Óhh, estou tão feliz que nem consigo manter isto cá dentro..

O meu sorriso cresceu ainda mais e as lágrimas inundaram os meus olhos, levei os meus lábios aos dele num beijo breve.

_ ESTOU GRÁVIDA SASUKE. GRÁVIDA!

_ O quê?

_ Sim, Sasuke. Estou grávida, grávida, grávida, grávida - cantarolei.

Ele beijou-me fortemente e senti como as lágrimas dele (Foi das poucas vezes em que o vi chorar) me molhavam a face.

_ Que maravilhoso Sakura. Estou tão feliz!"

O Sasuke foi o melhor pai do mundo, mesmo que o nosso filho (Ou filha, não vou divulgar já), ainda estivesse na minha barriga ele já o amava incondicionalmente, e satisfazia-me TODOS (Com ênfase no todos) os desejos. E como é óbvio, a minha barriga foi crescendo e crescendo até que:

"_ Oh meu deus, Sakura - murmurava Sasuke nervoso, agarrando a minha mão enquanto era levada para a sala de partos. - É agora, é agora!

Não compreendo porque razão os homens ficam mais nervosos do que as mulheres nestas situações, não é normal.

_ Bem, abra as pernas e faça força - disse o médico quando já nos encontravamos na sala de partos com tudo a postos.

_ Ahhhhhhh - gritava ao tentar fazer força para empurrar o ser que tinha dentro de mim para fora.

_ Força Sakura, faz força - guinchava Sasuke.

E estive naquilo durante cerca de meia hora, já estava quase sem forças quando o médico conseguiu tirar aquele ser lindo e cheio de sangue de dentro de mim.

Olhei para Sasuke que chorava baba e ranho, e chorei também. Ele veio até mim e beijou-me.

_ Obrigada - murmurei.

_ Foste tão forte meu amor. O nosso pequeno anjo já está aqui connosco.

Pouco tempo depois trouxeram-nos o nosso bebé já limpo e aconchegado numa mantinha.

_ É um menino - murmurei ao pegar-lhe. - Como lhe vamos chamar, Sasuke?

_ Não sei se estás de acordo, mas gostava de lhe chamar Itachi. Gostava que tal como a filha do Naruto, o nosso fosse uma espécie de homenagem ao meu irmão, sabes o quanto o amava.

Sorri, se Sasuke queria assim, assim seria.

_ Então Itachi será - e beijei a testa do meu pequeno anjo."

Acho que nunca na minha vida vi Sasuke chorar tanto como nesse dia, e não seria exagero dizer que ele foi o melhor pai que este mundo já viu, ensinou tudo ao Itachi. Ensinou-o a andar de bicicleta, a nadar, a escrever, a ler (Muito antes de este ir para a escola). Brincava com ele, levava-o a passear até todos os locais onde este queria ir. Ensinou-o a cozinhar, quando este teve idade.. O Itachi foi sem dúvida a pessoa de quem o Sasuke mais se orgulhou em toda a sua vida, ele é uma pessoa como há poucas, sabe fazer de tudo, é amável, estudioso, desportista, fiel. Um homem de sonho, diria.

"_ Mãe? O pai não me atende o telemóvel, estou preocupado!

_ Realmente está a demorar demasiado. Será que aconteceu alguma coisa?

Fui-me sentar junto a Itachi e liguei a Sasuke, mas de todas as vezes ía parar ao voicemail.

_ Secalhar ficou sem bateria, não penses muito nisso - disse procurando tentar convencer-me a mim também. - Vou fazer o jantar, meu anjo.

_ Queres ajuda, mãe? - Perguntou sorrindo.

_ Pode ser.

Fomos os dois para a cozinha. O tempo ía passando e não havia sinal de Sasuke, ele nunca se demorava tanto!

_ Acho que é melhor ligar à polícia.. - Ía dizer Itachi, quando foi interrompido pela campainha.

_ Deve ser ele - disse.

Mas quando abri a porta não era Sasuke quem estava do outro lado, mas sim dois polícias, Kakashi e Kurenai.

_ Boa noite, é Uchiha Sakura? - Questionou a mulher.

_ Sou sim - disse a medo. - Passou-se alguma coisa?

Itachi veio colocar-se atrás de mim, pousando a sua mão no meu ombro.

_ Temos uma notícia para lhe dar. Secalhar é melhor sentar-se - retorquiu o homem.

Sentei-me no sofá com Itachi ao meu lado, os dois policias entraram e fecharam a porta atrás de si, plantando-se na nossa frente.

_ Vai dizer-nos o que aconteceu? - Interrogou Itachi já impaciente.

_ O seu marido, Uchiha Sasuke teve um acidente de viatura e foi parar ao hospital, o seu estado é critico e teme-se que não consiga sobreviver.

_ O quê? - As lágrimas vieram aos meus olhos e desatei a chorar num pranto.

Agarrei-me ao meu filho que também chorava. O que é que eles estavam a dizer? O meu Sasuke ía morrer?

_ Em que hospital é que ele está?

_ Se quiser podemos levá-los lá - murmurou a mulher.

Levantei-me rapidamente e abri a porta da rua.

_ Estão à espera de quê? - Perguntei furiosa.

Entramos no carro patrulha atrás deles, a viagem foi longa de mais para os meus nervos já em frangalhos, mal o carro estacionou à entrada do hospital corri para a recepção.

_ Em que quarto está o paciente Uchiha Sasuke, que teve um acidente de viação?

_ No 4º andar, quarto 248 - murmurou a mulher da recepção.

Corri para o elevador com Itachi sempre atrás de mim, quando o elevador parou no 4º andar corremos até ao quarto 248 e entramos de rompante. Sasuke estava deitado na cama, todo enfaixado e ligado a várias máquinas.

_ Óh meu deus Sasuke - murmurei levando as mãos à boca.

_ Pai! - Gritou Itachi, correndo até à cama.

Ajoelhou-se e agarrou na mão de Sasuke que se esforçava por abrir os olhos.

_ I-Itachi? - A sua voz estava por um fio, era quase inaudivel.

_ Sim pai, sou eu. A mãe também aqui está.

Fui colocar-me ao lado de Itachi, segurando juntamente com ele, a mão de Sasuke.

_ Desculpem.. vão ter de ser fortes!

_ Não fales como se já tivesses morrido - exigi com a fúria a tomar a minha voz.

As lágrimas simplesmente não paravam de correr, e eu sentia que o mundo estava a cair todo sobre as minhas costas.

_ Itachi, és o meu maior orgulho. Nunca deixes de ser quem és, sê tudo o que eu te ensinei e NUNCA abandones a tua mãe.

_ Nunca - murmurou Itachi lavado em lágrimas.

_ E Sakura?

_ Sim, Sasuke? Por favor, não te esforces..

_ Amo-te desde o primeiro dia em que te vi, nunca deixei de te amar. Lamento que o tenhamos confessado tão tarde, obrigada por todos os orgulhos que me deste, principalmente o Itachi, obrigada pela felicidade que trouxeste à minha vida. E desculpa por todas as coisas que te disse sem pensar, vais ter de ser forte como sempre foste, e terás de tomar conta do nosso anjo sozinha..

_ Óhh Sasuke, amo-te!

_ Eu também te amo pai - murmurou Itachi.

Sasuke conseguiu sorrir, e nesse momento as máquinas começaram a apitar e a partir daí foi uma confusão tão tremenda que nem consigo explicar."

Custa-me imenso falar deste episódio da minha vida, nunca nada me custou tanto, foi como se me tivessem arrancado o coração do peito. Sinto um vazio enorme, e por muito que tente preenche-lo com o amor que sinto pelo meu filho e de Sasuke, nunca é o suficiente.. Sei que um dia vou voltar a reencontrá-lo, mas a dor é tanta..

Mas tenho, de uma vez por todas, que assumir que o meu sonho acabou. Amanhã, acordo e começo a mentalizar-me que a minha vida continua sem ele e que vai correr tudo bem. Mas, hoje, só quero dormir, esquecer a dor e limpar o coração. Isto não é viver e eu tenho que continuar viva, inventar uma vontade que não tenho e obedecer-lhe cegamente. Talvez nem seja assim tão difícil. Quando se continua vivo depois de morrer, é fácil ser-se obediente.


Espero que gostem, foi um colapso de imaginação, o que é raro acontecer e tive de escrever. Procurei escrever as coisas mais importantes que se passaram na vida dela.

Espero que gostem, quero reviews ;). Beijinhos!