Título: A Máscara Dourada
Autora: Kwannom
Censura: M
Gênero: Ação/Aventura/Romance
Betas: Winsome Elf (capítulos 1 - 6), Rainien (capítulos 7 - 15 - ?) e Wenont (capítulo 16 - ?)
AVISOS: Violência e sexo explícitos
Disclaimer: Eu não sou proprietária de nada do Senhor dos Anéis. Todos os personagens e nomes de lugares mencionados pertencem a JRR Tolkien. Eu não pretendo, nem estou tendo qualquer ganho financeiro com a criação dessa história. Apesar disso, os personagens originais - Haleth, Siward, Wilrog, Seyton e outros - são meus e ninguém tasca :D
Linha temporal: Ano 3429 da Segunda era, um ano antes da Última Aliança. Universo Alternativo. Seguindo, principalmente, o livro, mas tem um pouco de filme também.
Sumário: Sauron está em posse do Um Anel e a Terra Média está em guerra. Elfos e Homens decidem formar uma aliança contra o Senhor do Escuro e estão procurando por grandes guerreiros provindos das duas raças para liderar seus exércitos. Estes guerreiros são Os Escolhidos. Haldir é então enviado para vigiar um guerreiro humano chamado Máscara Dourada e provar que o Homem pode ser um desses líderes. Nesse meio tempo, Haldir tem que se preparar para a batalha de sua vida e lidar com a descoberta de algo que vai mudar o futuro.

NOTA DA AUTORA

Este é o primeiro capítulo da versão revisada e traduzida de minha primeira fanfiction, Haldir and Haleth, e que agora se chama The Golden Mask (A Máscara Dourada). Minha história está situada no final da Segunda Era, um ano antes da Última Aliança e terá três partes. Há muitos personagens originais e eu tentei me manter fiel à trama criada por Tolkien, mas gostaria de avisar que alguns eventos serão modificados drasticamente.

Para os interessados, estou escrevendo uma fanfiction derivada deste universo e que se chama O Começo do Fim. Aconselho que leiam esse filhote de fic depois do capítulo 11 de A Máscara Dourada.

Diálogos em élfico estão representados assim: 'texto'; diálogo na Língua Comum assim: "texto" e pensamentos ou rememorações assim: texto; falou?

Os meus agradecimentos vão para as minhas betas (my thanks go to my betas) Winsome Elf, Rainien e Wenont.

Também agradeço a Myriara por me convencer a traduzir minha fanfiction para o português e me apresentar ao mundo das fanfictions brasileiras.

Obrigada a SadieSil pelo novo e maravilhoso título!

Também não posso esquecer dos leitores que fizeram da minha fic o que ela é hoje com seus comentários e palavras de incentivo.

Agora chega de baboseiras e vamos pra história!

NOTA: os Elfos estão perto de Caras Galadhon, por isso chegaram tão rápido na cidade. Sei que na época Lothlórien não se chamava assim, mas eu mantive o nome por ser o mais conhecido entre os leitores.

FUMAÇA NO CÉU

Uma coluna de fumaça escura subia aos céus, perto da floresta de Lórien. Alguns pares de olhos - muito azuis e vivos - espreitavam, por trás das grandes árvores de mallorn, sem serem notados pelo resto do mundo. Eles observavam o que acontecia algumas milhas à frente.

'Acho que a fumaça vem da vila de Homens perto de Rhovanion. O que nós deveremos fazer?' A voz suave de um dos Elfos se dirigia ao seu comandante, que se encontrava em um talan próximo.

'Nós deveremos esperar. Já faz muito tempo desde que entramos em contato com Homens. E nunca se esqueça: foram os nove reis deles os primeiros a se juntarem a Sauron.' Haldir disse enquanto voltava o seu olhar desafiador para Orophin, o seu irmão mais novo.

Haldir era o comandante do grupo de guerreiros que protegia as fronteiras de Lothlórien. Era dele sempre a última palavra, então Orophin continuou apenas a observar a batalha que ocorria mais à frente sem fazer mais nenhum comentário. Parecia que os humanos estavam tendo trabalho com os Orcs. Talvez tivessem sofrido uma emboscada.

'Além do mais,' Haldir continuou, apertando os olhos azuis brilhantes para enxergar ao longe, 'creio que aquela é a mesma vila onde o exército de Haleth se esconde quando não está protegendo as fronteiras de Gondor. Mas apenas alguns Homens e Elfos sabem disso. Se nós formos até lá, nós estaremos mostrando, através de nosso interesse em ajudar, que aquela vila é importante e Mordor iria estraçalhar a todos. Nós não podemos agir sem uma ordem direta de nossos governantes.'

'Mas se nós não formos até lá, eles serão mortos de qualquer forma!' Orophin disse encarando o olhar severo de Haldir enquanto contestava seu comandante.

O Guardião dos Galadhrim suspirou. Ele é novo demais para compreender as implicações de uma intervenção antes do tempo, Haldir pensou e não deu nenhuma resposta.

Haleth era filho de Hamá, um dos líderes dos Homens. Sua existência era cercada de mistério. Pouco se sabia sobre o guerreiro e menos ainda eram aqueles que haviam tido o prazer de ver o seu rosto, sempre coberto por uma máscara dourada feita pelos anões de Khazad Dûm. Alguns diziam que aquela era uma homenagem ao trágico guerreiro humano Túrin Turambar e por causa desta máscara, Haleth também era chamado de Máscara Dourada. Hamá entregou o comando de seus homens a esse filho pouco antes de morrer em batalha.

Enquanto Hamá ainda estava no comando, os Númenorianos de Minas Ithil perceberam a força daquele pequeno exército de Homens menores e resolveram formar uma aliança com eles para assegurar que os monstros de Mordor não chegassem às suas portas. Isto porque Sauron, o Senhor do Escuro, havia jogado a Terra Média mais uma vez em uma guerra. Em seu desejo de governar todas as raças, o Inimigo queria acabar com o enorme poder de Gil-galad, o Rei Élfico de Ossiriand, e pretendia perverter as espécies mais fáceis de manipular entre todas as outras: a raça dos Homens.

Muitos foram os mortais que se deixaram enganar por Sauron. Os homens de Hamá, para fazer com que sua raça não fosse extinta, passaram a proteger as fronteiras de Gondor, reino governado por Isildur e Anárion, filhos de Elendil, Rei dos Homens. Em troca os Númenorianos os ajudavam a proteger suas casas. Após o acordo e sob a liderança de Hamá, os atos heróicos de seu filho Haleth foram se tornando cada vez mais freqüentes, e os Homens começaram a demonstrar mais confiança no filho do que no pai.

Orophin abaixou-se e pegou um cantil de água que havia sido deixado em um canto do talan. Depois de beber um pouco do líquido refrescante, sua curiosidade o impeliu a fazer mais perguntas. 'Haldir, você se lembra da língua deles? Pergunto, porque sei que certa vez você lutou ao lado dos Homens.'

Os olhos azuis do Comandante voltaram-se novamente para a vila. Após pensar por alguns minutos, lembrando-se de uma época esquecida, Haldir fez sua voz imperiosa ser ouvida mais uma vez na floresta.

'Isso foi há Eras atrás, quando nós lutamos contra os Haradrim. Desde então, eu jamais voltei a usar a língua deles. Acho que nem mesmo me lembro de como é a aparência de um humano.'

Aquilo não era verdade; Haldir ainda se lembrava dos humanos, de sua linguagem e cultura. Não importava o quanto os hábitos dos Homens eram estranhos para Haldir; ainda era doloroso demais para ele recordar dos amigos que havia perdido naquela batalha, Homens de valor que haviam ensinado aos povos que a coragem não era inerente aos Primogênitos de Ilúvatar.

Momentos se passaram sem que nenhum dos três Elfos falasse enquanto assistiam o desenrolar dos acontecimentos. O silêncio reinou entre as árvores até que Rúmil, o irrequieto irmão do meio que estava posicionado algumas árvores à frente, no topo de uma árvore de Mallorn altíssima, os chamou, apontando para o céu.

'Olhem! Gwaihir está vindo da direção de Lindon! Gil-galad e rei Amdír devem tê-lo enviado em socorro do exército de Homens!'

Haldir olhou para o céu e sentiu a mistura de medo e respeito que a imponente figura da águia evocava. Se Gwaihir havia sido enviado por Gil-galad, o Rei Supremo dos Noldor, a fim de ajudar os Mortais, então aquele era um sinal de que algo na relação entre os reinos dos Elfos e dos Homens havia passado despercebido pelos olhos de Haldir. O Elfo olhou para Orophin com um sorriso nos lábios.

'Agora, irmão, talvez nós possamos fazer alguma coisa.'

Os três irmãos correram pela floresta, com Gwaihir sobre suas cabeças, até que chegaram à cidade élfica que estava sob o governo temporário de Celeborn e Galadriel. Amdír, o verdadeiro Rei daquelas terras, se encontrava em Lindon para um Conselho com Gil-galad e seu filho, Príncipe Amroth, estava com Elrond em Imladris discutindo assuntos secretos. Subindo escadas intermináveis que serpenteavam por entre as imponentes árvores da cidade, os três Elfos finalmente pararam ao avistar a Senhora Galadriel.

Nem Celeborn, nem Galadriel eram os verdadeiros Rei e Rainha de Haldir. Apesar disso, ele havia aprendido a confiar nos dois nobres Elfos quase tanto quanto em seu real Senhor. Em um primeiro momento, Haldir havia temido que o casal fosse tirar Lóthlorien das mãos daquele que era seu governante de direito. Entretanto, após os primeiros anos da estada deles na Floresta Dourada, Haldir começou a se recriminar por voltar seu coração de guerreiro para aqueles dois Altos Elfos que, ele tinha certeza, seriam apontados pela própria floresta como seus novos governantes.

Sem precisar de qualquer explicação, Galadriel sabia o motivo que havia levado os três irmãos até ela. Gwaihir pousou graciosamente ao seu lado, sussurrou algo no ouvido da Senhora, e depois partiu mais uma vez para sua morada. Galadriel falou em baixas palavras com seu marido Celeborn, que então se voltou para os três Galadhrim para lhes contar as notícias que haviam sido trazidas para a floresta.

'Elendil, através de Gil-galad, requisita a nossa ajuda para salvar seus amigos humanos da morte,' ele disse devagar, sua voz sempre precisa. 'Haldir, leve alguns de nossos melhores guerreiros com você até a vila de Homens. Isto levará um dia de jornada, então seja rápido.'

Haldir absorveu as ordens em silêncio, seu coração batendo rápido com a ansiedade do que estava por vir. Ele conseguia sentir a pequena mudança que estava acontecendo no mundo. Ninguém precisou dizer-lhe isso, porque ele escutara o mundo chorar. Haldir permaneceu quieto enquanto a sua mente aguçada trabalhava.

Já sabia quais guerreiros ele deveria levar, e nenhum deles seria algum dos seus irmãos. Orophin e Rúmil não o acompanhariam. Eles deveriam ficar para trás com um pelotão para continuar protegendo as fronteiras de Lórien, pois os dois jovens Elfos eram os mais qualificados para a tarefa. Haldir encarou os olhos imortais de Lord Celeborn quando finalmente respondeu.

'Como queira, meu Senhor,' disse, se retirando.

Haldir juntou os sessenta melhores arqueiros e espadachins, assim como os cavalos mais rápidos do reino, então foi para casa seguir o ritual que sempre realizava antes de uma batalha. Haldir examinou sua melhor espada, procurando ver se a lâmina estava polida e afiada o suficiente. Uma a uma ele inspecionou as penas de suas flechas, vendo se estavam alinhadas corretamente e colocando-as dentro de sua aljava.

Seus irmãos o haviam provocado muitas vezes por causa de sua quase obsessão com o preparo de suas armas. Todos sabiam que Haldir estava ciente de que nunca deixava seu armamento cair em desleixo. Apesar de não conseguir explicar o motivo, Haldir apenas sabia que se sentia bem uma vez que terminava de fazer aquela última inspeção.

Uma pena fora do lugar e o tiro era inteiramente perdido. Uma lâmina cega e ele poderia ser morto.

Suas adagas foram colocadas presas em suas botas e elas brilhavam com uma luz mortal. Quando acabou de vistoriar todas as suas armas, Haldir colocou sua armadura magnífica. Era feita de um material dourado tão brilhante que era capaz de cegar os olhos de um mortal. Foi naquele momento que Haldir notou as leves passadas de alguém que entrava em seu talan. Quem pode ser? Se virando para ver quem era o intruso, Haldir se deparou com a bela figura da Senhora da Luz postada à sua frente. O Elfo inclinou a cabeça em sinal de respeito.

'O que você deseja, minha Senhora?'

Galadriel e seus imortais olhos azuis estavam fixos no Elfo, como se estivesse perscrutando seus pensamentos e anseios. Sua voz então soou, com o peso das inúmeras eras já vividas, mas com a graça daqueles que tinham visto as Terras Imortais.

'Meu caro Haldir, você também sentiu o mundo chorar.' A face dela era solene e etérea, mas seus olhos pareciam apunhalar o coração de Haldir. 'Não se deixe escurecer por suas dúvidas quando a sua parte nesta mudança chegar. Eu previ isto. Seja cuidadoso em suas escolhas, Comandante.' Galadriel fez uma pausa, seu olhar tão intenso que era difícil para Haldir continuar olhando dentro daquelas órbitas azuis. 'Agora vá. Seus soldados estão aguardando, e os Homens também.'

Haldir estava um pouco confuso com as palavras da Senhora, mas fez uma reverência silenciosa e saiu. Seu magnífico cavalo Arthung já estava pronto à sua espera, assim como o pequeno exército de Elfos que refulgia como estrelas em meio à escuridão da noite.

Montou e em poucos instantes já estavam a caminho da vila de Homens, com a lua sobre suas cabeças.

H&H&H&H

Talan (plural telain) casas construídas pelos Elfos e que ficavam em cima das árvores.

Numenorianos raça de Homens descendentes de Elros, irmão gêmeo do Elfo Elrond. Eles viviam em Númenor, uma ilha próxima a Valinor que fora concedida a eles pelos Valar. Possuíam uma vida muito mais longa que a dos humanos comuns, chegando a viver até 400 anos. Podiam escolher o dia que iriam morrer, antes que a velhice trouxesse a eles as doenças dos homens comuns. Depois da traição de um deles, que entrou em guerra contra os Valar, a ilha foi engolida pelo mar e os numenorianos ainda fiéis aos deuses, liderados por Elendil e os filhos Isildur e Anárion, retornaram à Terra Média e fundaram os reinos de Gondor e Anor.

Gil-Galad Sexto e último dos Altos Reis dos Noldor, foi ele quem firmou a aliança com o Elendil para atacar Sauron. Seu nome significa Estrela Radiante e foi com ele que Ereinion, "descendente de reis" ficou conhecido.

Amdír Rei de Lórien até a batalha de Dagolard.

Amroth Elfo sindarin, Rei de Lórien, amante de Nimrodel.

Caras Galadhon "Cidade das Árvores" em Sindarin. Principal cidade de Lórien, local da corte de Celeborn e Galadriel durante a Terceira Era. Caras Galadhon consistia de grandes telain no topo murado de um enorme mallorn.

Túrin Turambar Filho de Húrin e Morwen; tema principal da balada que se chama Narn i Hîn Húrin, da qual o capítulo XXI (O Silmarillion) é derivado. Por não querer revelar a localização de Gondolin, Morgoth amaldiçoou Húrin, Morwen e os seus descendentes, lançando sobre eles um destino de trevas e sofrimento. A vida de Túrin foi em grande parte derivada desta maldição: teve uma relação incestuosa com a irmã Nienor, sem saber sua verdadeira identidade, e esta relação terminaria na morte de ambos. Túrin levava sofrimento e morte onde quer que ele fosse devido a essa maldição. Matou o dragão Glaurung com a espada Gurthang e ao saber do incesto cometido, suicidou-se com a sua própria espada.

H&H&H&H

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