Estava em meu pequeno apartamento, realmente muita coisa havia acontecido, ter falado com minha mãe foi algo que me marcou demais, ela ter me mostrado a historia dela e do meu pai foi inesquecível para mim. Às vezes fico me perguntando como teria sido se a Kyuubi não fosse libertada, como teria sido minha vida se eu tivesse crescido com meus pais. Quanto mais eu penso, maior o amargo na minha boca, aquele maldito mascarado tirou tudo de mim, tirou todas as possibilidades que eu tinha, tirou a chance de eu ter um pai e uma mãe, de ter tido o amor e o carinho deles.
"Comida" Falei comigo mesmo.
Levantei e fui ate a cozinha por a água pra ferver no fogão. Como sempre, iria comer macarrão instantâneo, esperava impaciente a água ferver, isso me ajudou a tirar um monte de coisas da minha cabeça.
Nesse momento uma brisa forte entrou pela a janela da sala, junto dela um monte de papéis picados, eu já ia começar a xingar quando os papéis começaram a se juntar e criar forma, me assustei quando Konan apareceu toda machucada na minha frente.
"Quem fez isso com você?" Me ajoelhava na frente dela.
"Isso não importa." Ela dizia com a voz muito fraca.
"Vou te levar no hospital." Já ia pegando-a no colo para levá-la ao hospital.
"Naruto-sama, espere." Ela dizia me chamando de sama, era a primeira pessoa que usava esse título honorífico no meu nome.
"Não, você precisa de cuidados médicos agora." Estava irritado, eu queria salvar a vida dela.
"Eu preciso que você me escute primeiro..." Ela dizia com força, decidi obedecê-la, coloquei-a com cuidado em cima do sofá.
"Tudo bem, mas vou chamar uma ninja medica pra te atender aqui." Disse enquanto fazia o selo. "Kage Bunshin no Jutsu"
Um clone meu apareceu em meio a uma fumaça, ele já sabia exatamente o que fazer. O clone foi atrás da Sakura e iria trazer ela pra cá o mais rápido possível.
"Isso, vamos precisar de um ninja medico." Ela dizia respirando pausadamente.
"Pode me explicar o que aconteceu?" Perguntei me sentando ao seu lado.
"Madara queria o Rinnegan de qualquer jeito..." Ela disse ainda com os olhos fechados "Tentei o derrotar, mas não consegui, pelo menos consegui fugir com o Rinnegan."
"Você devia ter ficado aqui" Não entendia por que ela partiu, mesmo sabendo que aquele maldito iria atrás dela.
"Tinha que ter certeza de uma coisa, e pelo menos tentar destruir ele." Ela dizia.
Ela era forte, eu a admirava muito, deslizei meus dedos pelo o rosto dela, tirando uma mecha de cabelo de cima de sua testa, olhando ainda mais de perto podia ver o tanto que ela era linda, chegava a assustar.
"Vou te proteger" Eu disse, não garanto que ela tenha escutado, foi mais um sussurro.
"Meu dever é te proteger." Ela dizia abrindo um belo sorriso pra mim. "Madara perguntou se eu realmente acreditava que você era especial e eu respondia que você era a luz em pessoa, por isso que todos que você encontra carregam a flor chamada esperança, eu acredito em você, eu confio em você."
As palavras dela me deixaram muito emocionado, não sabia o que eu tinha feito para merecer tanta confiança, ao ponto dela falar que eu era a luz em pessoa, eu só sabia que não iria desapontar ela. Nesse momento a porta do quarto se abriu e Sakura entrou correndo.
"Sakura-chan, que bom que chegou!" Falei indo na direção dela, fui recebido com um soco na cabeça.
"BAKAA!" Ela gritava "Seu maldito clone entrou no banheiro enquanto eu tomava banho!"
"Mesmo?" Perguntei animado, em seguida já desfiz o jutsu, um segundo depois as experiências dele passaram para mim "Nossa, Sakura-chan, seus seios são enormes!"
Acabei levando outra porrada, e dessa vez com mais força ainda "Vou te matar se falar isso de novo!" Ela estava quase espumando de raiva.
"Gomen-nassai" Pedi desculpas "Por favor, esqueça isso e cuide da Konan-chan!"
"Humpf" Sakura já foi se ajoelhando na frente da Konan começando a fazer jutsu medico, conseguindo se acalmar um pouco.
"Não se preocupe comigo, guarde seu chakra, vai precisar para a cirurgia." Konan dizia me pegando de surpresa.
"Cirurgia?" Sakura e eu falamos juntos.
"Naruto-sama, você aceita o último presente do Nagato?" ela dizia olhando profundamente em meus olhos "O Rinnegan pertence a você."
"Rinnegan?" Falei assustado "Konan..." Eu continuar falando mais ela me interrompeu.
"Você é o escolhido, precisara de toda ajuda do mundo" Ela falou colocando a mão dela sobre a minha, depois apertava com força.
"Eu aceito." Falei com firmeza.
No momento que fechei a boca, mais papéis entraram pela janela e pousaram ao lado da Sakura, engoli em seco já imaginando o que teria ali, Sakura olhou assustada, ela sabia exatamente o que significava isso tudo.
"Sakura-chan, termine de cuidar da Konan." Sakura notou a seriedade que eu falava com ela.
"Sim." Ela falou como se estivesse obedecendo a uma ordem do Hokage em pessoa.
"Além do Rinnegan, há outro presente: um jutsu incompleto no qual Nagato trabalhava como um louco." Konan dizia enquanto era tratada "Tenho certeza que você vai se interessar por este jutsu."
"Depois da cirurgia você me conta sobre ele" sorria para ela "Agora descanse, eu vou comer meu ramen." Dizia quando a fome voltava com tudo.
Me levantei e voltei a cozinha, estava muito nervoso, e quando eu estou nervoso eu fico com muita fome, tive que colocar a água pra ferver de novo, fiquei olhando para ela enquanto esquentava, as bolhas começavam a se formar no fundo da panela e logo se desprendeu subindo ate a superfície da água, sorria animado notando que finalmente iria comer, coloquei a água no macarrão e fechei novamente, fiquei observando o relógio até dar os três minutos que precisava pro macarrão ficar pronto, assim que deram os três minutos eu comecei a devorar com voracidade, a cada engolida eu sentia o nervoso sair um pouco mais do meu corpo, quando terminei já estava mais calmo. Fui até a sala onde Konan parecia estar dormindo, Sakura olhava para mim com um olhar preocupado.
"Naruto, tem certeza disso?" Ela dizia assim que me sentei no chão.
"Eu fiz esta escolha, Sakura-chan." Falei a olhando nos olhos.
"Ok, você está pronto?" Ela perguntou.
Essa pergunta fez o nervoso voltar, não conseguia pensar em nada e acabei falando a coisa mais idiota que veio em minha mente: "Vai doer?"
"Não." Me surpreendi ao ver a Sakura respondendo.
"Boa sorte, Naruto" Konan disse abrindo os olhos.
"Obrigado" Respondi com um sorriso nervoso no rosto "Cuide bem dos meus olhos, Sakura-chan."
Creio que foram as últimas palavras que falei antes da Sakura me apagar com uma espécie de genjutsu. Tive um sonho muito estranho, nele eu estava com Ero-sennin em uma espécie de sala sem mobílias, ela sorria para mim e dizia algo sem sentido, dizia para mim o deixar descansar em paz, que eu tinha que ir até meus pais e não até ele, quando ia perguntar pra ele o que isso significava tudo desapareceu, era só escuridão, senti como se estivesse sido jogado ao esquecimento. Depois, como em uma explosão de luzes comecei a ter memórias que não me pertenciam, nessas memórias eu tinha um pai gentil e uma mãe doce, eles me tratavam super bem, e eu era verdadeiramente feliz, até o dia que shinobis de Konoha invadiram minha casa e os mataram, depois eu senti fome e sofri muito, até encontrar um garoto e uma garota, percebi que eram Konan e Yahiko, e só ai percebi que essas memória não me pertenciam. Eu continue vivenciando-as, senti a dor e o ciúme que Nagato sentiu quando viu Konan e Yahiko se beijando, senti o amor que ele sentia por Konan e a ira que ele sentiu quando viu Yahiko morto, vivenciei todos seus planos e fiquei sabendo tudo sobre Madara, seus planos, acompanhei a criação do tal jutsu que Konan falou, e vi que ela estava errada, Nagato tinha completado o jutsu antes de vir pra Konoha me capturar, foi esquisito me ver como inimigo, no inicio um simples inimigo, depois um inimigo formidável que tinha de ser parado, e no fim eu senti o arrependimento dele por ter matado o Ero-sennin, e a dor da morte, foi nesse momento que voltei a minha consciência, tendo todas as memórias do Nagato para mim.
"Naruto, você está acordado?" Sakura dizia em um tom desesperado "Será que fiz algo errado?"
"Não" Eu dizia com os olhos ainda fechados, estava com medo de abri-los.
"Mesmo depois de te acordar você continuou imóvel, o que estava acontecendo?" Ela perguntou em um tom irritado.
"Eu estava vendo todas as lembranças de Nagato..." Me sentava ainda de olhos fechados.
"Todas?" Konan perguntava.
"Sabe aquela vez que você e o Yahiko estavam voltando de missão, Nagato foi recebê-los, mas infelizmente viu algo que não gostou." Minha voz saiu bem ciumento, Konan ficou em silencio, podia jurar que ela devia estar corada.
"Não sabia disso." Ela dizia depois de longos minutos, dava pra notar pela a voz dela que ela estava com vergonha.
"Naruto, abra os olhos." Sakura dizia preocupada.
"Estou bem assim..." Eu disse seriamente.
"Larga de ser baka e abra a merda dos olhos!" ela gritou irritada.
Antes de levar porrada, tomei coragem e abri os olhos e... nada, nada tinha mudado, eu via normalmente, como se não tivessem trocado meus olhos, suspirei meio que desapontado, imaginei que veria tudo diferente, e nada tinha mudado.
"Alguma coisa deu errado?" Sakura perguntava com a voz assombrada "Os olhos ainda são azuis."
"Nada deu errado, Naruto é poderoso, o chakra dele se fundiu aos olhos de Nagato e fizeram ficar da mesma cor que eram os antigos olhos do Naruto, acho que ele vai poder usar o Rinnegan quando quiser, melhor assim, não irá chamar muita atenção." Konan dizia.
"Igual ao Sasuke." Sakura dizia.
"Não me compare a ele." Eu disse emburrado, depois fiquei sério "Então vamos lá, Rinnegan ativar!"
Para minha surpresa nada aconteceu.
"Não vai ser tão fácil Naruto, você precisa descobrir como o despertar." Konan dizia com um sorriso simpático nos lábios.
Concentrei-me da mesma maneira que me concentrava para juntar chakra natural, só que ao invés de não pensar em nada eu procurava a chave para ligar o Rinnegan, respirava com tranquilidade e senti um novo poder se movimentar dentro de mim, nesse momento eu fechei meus olhos, senti um calor profundo neles quando o calor desapareceu eu os abri, nesse momento cai de costas no chão, era a visão mais incrível do mundo, tinha visto mais o menos como seria minha visão através das lembranças do Nagato, mas não se compara a tê-las de verdade, eu vi tudo como um todo, olhei para a Sakura, eu via sua corrente de chakra, se olhasse de novo eu via algo inexplicável, era como se eu pudesse ver até a alma dela, eu podia ver a energia natural a minha volta, eu podia ver tudo.
"Incrível, isso é incrível." Falei empolgado.
"Meu Deus." Sakura dizia assombrada.
"Viu, deu certo." Konan dizia admirada "Sabia que você iria encontrar rápido."
"Sakura-chan, eu vou sair pra treinar durante um tempo, avise a Tsunade-Obâ-san" Falei seriamente.
"Treinar?" Ela perguntou ainda sem entender.
"Sim, sim." Estava mega sorridente, eu realmente estava animado.
"Quando?" Ela perguntou.
"Assim que Konan conseguir partir." Respondi.
"Você vai com ela?" Sakura dizia ficando com o rosto vermelho, ela parecia irritada.
"Sim, afinal, ela sabe mais sobre o Rinnegan do que qualquer outra pessoa." Tentava explicar para ela, ainda não entendia por que a irritação.
"Então eu vou junto." Sakura dizia com firmeza.
"Konoha precisa de você." Dizia fechando meus olhos, estava tentando fazer ele voltar ao normal.
"Precisa mais de você!" Ela dizia em um tom irritado.
"É exatamente por isso que eu vou treinar!" Respondia.
"Então exatamente por que tem que ser com ela?" Não entendia a Sakura, por que ela estava fazendo a mesma pergunta de novo?
"Eu já disse o porque! Caramba você tá estranha Sakura-chan." Dizia já abrindo meus olhos, notando que a visão perfeita do Rinnegan já tinha desaparecido.
Apenas senti a dor do soco dela acertando minha cabeça "Baka" ela gritava "Você nunca vai entender as mulheres! Quer saber, que se dane, to pouco me lixando pra você!"
Em seguida ela saiu do meu apartamento sem dizer nada e nem olhar pra trás, eu simplesmente não conseguia entender essa reação dela, ela não tinha ficado histérica nas outras vezes que saí pra treinar, por que agora ela tinha ficado desse jeito? Eu realmente não entendo, ela tá certa eu nunca vou entender atitudes como essa.
"Desculpe se eu trouxe problemas entre você e sua namorada..." Konan dizia com a face mega corada.
Fique mais corado que ela "Do que você estar falando? Sakura-chan não é minha namorada, ela nem gosta de mim ou algo parecido."
"Ah, entendo." Ela dizia baixinho.
O silencio que se prosseguiu foi meio desconfortável, Konan fechou os olhos e resolveu descansar um pouco, já eu fiquei a observando, as lembranças do Nagato tomando conta de mim, olhando pra Konan eu podia sentir o que Nagato sentia por ela, ele realmente a amava muito, e revirando as memórias dele dava pra explicar de onde vinha todo esse amor, Konan era admirável em todos os aspectos possíveis, e a cada segundo eu a admirava mais, senti um sentimento estranho crescer dentro de mim, decidi parar de pensar nisso e de ficar olhando ela dormir. Levantei-me e fui até meu quarto a onde comecei a arrumar as coisas para a viagem, eu realmente queria testar aquele jutsu, eu sei que eu sou a única pessoa no mundo capaz de fazer ele, sou a única pessoa que tem chakra o suficiente, nem Nagato tinha o tamanho do chakra necessário para realizá-lo, mesmo assim, eu só poderei fazer esse jutso uma vez. Nagato tinha certeza que se fizesse mais de uma vez o Rinnegan seria destruído, e eu não quero perder meu Rinnegan tão cedo.
Peguei a capa de Deus Eremita e a vesti, em seguida peguei minha mochila já arrumada, respire fundo e me concentrei novamente, senti aquela queimação em meus olhos e em seguida já sentia o poder daqueles olhos, agora entendia por que o Nagato se auto-proclamava deus, esses olhos são poderosos demais.
"Naruto" Escutei a voz da Konan. "Vamos aonde?"
"Um lugar que poderei usar a técnica de ondas temporais." Falei com um sorriso nos lábios.
"Pensei que não estava terminada ainda!" Ela dizia meio atônita.
"Ele terminou antes de vir pra cá." Falei seriamente "Mas ele não era capaz de usar, não tinha chakra o suficiente."
"E você pode usar?" Ela perguntou animada.
"Sim, uma única vez e com tempo limitado" Respondia sorrindo.
"Quanto tempo?" Konan perguntava.
"Vinte minutos." Respondia "Se eu passar um segundo a mais, não conseguirei voltar e simplesmente... morrerei."
Ela não perguntou mais nada, como eu queria poder ler os pensamentos dela para saber exatamente o que ela estava pensando, mas infelizmente meus novos olhos não possuem esse poder. Saímos no inicio da manhã, o sol estava começando a nascer deixando um belo cenário no horizonte, uma luz alaranjada iluminando o mundo para o novo dia; saímos da vila por cima da muralha norte para não chamar muita atenção, eu corri com o Rinnegan ativado para poder me acostumar com ele. Admito que cai uma ou duas vezes, pois era meio difícil prestar atenção na corrida enquanto podia ver em um raio imenso. Corremos por quatro horas e depois paramos para almoçar, eu comi ramen instantâneo enquanto Konan comeu algumas frutas e só, não entendia como alguém conseguira comer só isso e não ficar com fome! Corremos por mais duas horas, até chegar a um lugar bem distante de qualquer vila, era uma clareira mediana com uma pequena cachoeira no centro, sorri ao me lembrar que já tinha acampado aqui em uma missão, sabia que aqui era um local especial, aqui que deveria tentar aquele jutsu.
"Aqui mesmo." Falei já parando.
"Ok." Ela falou parando ao meu lado.
"Konan, tem uma coisa bem ruim a respeito desse jutso." Falei, ela me lançou um olhar preocupado.
"O que seria?" Ela perguntou preocupada.
"Passarei vinte minutos lá." Falei tomando fôlego. "Só que aqui passará dois anos"
"O quê?" Ela dizia assustada "Não podemos ficar dois anos sem você!"
"Eu refleti demais sobre isso. O que fazer, se deveria deixar essa técnica pra depois, ou como essa técnica poderia nós ajudar." Realmente tinha ficado a noite inteira ontem pensando sobre isso, e também pensei muito sobre isso hoje. "Posso trazer um reforço incrível, sem mudar o passado, apenas o trarei pra cá."
"Está falando de quem?" Ela perguntou.
"Quem mais poderia ser além do meu pai? O maior shinobi da historia e Yondaime Hokage." Falei sorrindo. "Minato Namikaze."
"Mas isso mudaria o passado." Ela dizia meio irritada "Você não existiria do jeito que é hoje, você poderia condenar o mundo, eu já tive essa conversa muitas vezes com o Nagato, não dá pra fazer simplesmente o que desejamos, precisamos pensar antes!"
"Eu vi todas essas conversas!" Dizia para ela "Por isso que eu sei o que fazer, eu chego enquanto ele está selando a Kyuubi em mim, espero até ele terminar e depois o trago de volta a vida usando o Gedō • Rinne Tensei no Jutsu"
Ela ficou em silencio, sabia que ela estava refletindo sobre isso, ela procurava alguma coisa arriscada, eu sabia que ela só iria concordar comigo se estivesse certeza que tudo daria certo.
"Nagato falou que o Rinnegan não aguentaria mais que uma viagem, você tem certeza que o Rinnegan vai aguentar fazer a viagem e logo depois fazer o Rinne Tensei?" Ela perguntava.
"Certeza absoluta." Respondia com firmeza.
"Se é assim, eu acho que vai dar certo." Ela dizia com um sorriso lindo nos lábios. "Teremos um reforço de peso!"
Passei os últimos minutos combinando com Konan onde nos encontrariamos depois que eu voltasse. Depois disso eu me sentei em cima de uma pedra bem no topo da cachoeira, me concentrei para ir para o meu mundo interior, em seguida me banhei com o chakra ali armazenado, senti aquele poder incrível em meu corpo, me levantei.
"Você realmente é a luz em pessoa." Konan dizia com um sorriso gentil. "Boa sorte em sua jornada."
"Você também! Mantenha-se viva custe o que custar!" Dizia seriamente para ela.
"É uma promessa!" Ela dizia.
Em seguida eu ativei o Rinnegan, fiz alguns selos - bode, javali, cobra, dragão, macaco, dragão, coelho, boi, cachorro, cavalo e pássaro -, senti uma pressão imensa nos olhos, depois já podia ver varias coisas que não via antes, procurei a corrente de tempo que passava por todos nós, encontrei no céu uma luz verde intensa, parecia um rio de luz, sabia que ali era a corrente do tempo, que não parava por nada no mundo, saltei rumo a essa corrente de tempo, fiz o selo javali enquanto voava em direção a corrente, em seguida eu pensei a onde queria ir, em que parte do passado eu queria chegar. Quando a corrente acertou meu corpo, foi como se eu houvesse sido acertado por uma violenta onda gélida, depois disso eu não vi mais nada, tudo era escuridão. Eu apenas podia sentir meu corpo se movimentar em alta velocidade, era como se eu estivesse caindo em um abismo sem fim, e parava de cair, com sinceridade não sabia exatamente quanto tempo se passou desde que entrei na corrente de tempo, poderia dizer que não se passou nem um segundo, mas logo depois digo que se passou cem anos, fiquei confuso, e até sonolento, já ia desistir de tudo quando vi uma luz, essa luz foi ficando grande e grande, quando me dei por mim já estava dentro dela, logo podia ver tudo em minha volta, estava deitado no chão no meio da floresta, podia escutar os rugidos da Kyuubi, levantei correndo e olhei em minha volta, a Kyuubi já estava começando ser selada, podia ver as correntes envolvendo o corpo dela, senti no fundo do meu corpo a Kyuubi rugir também, isso me alertou, eu não podia perder tempo, eu tinha vinte minutos, corri em alta velocidade até onde eles estavam, fui parado por uma forte barreira, usei o Rinnegan para a quebrá-la, em seguida corri até onde estava o chakra do meu pai, chegando lá eu vi com os meus olhos a cena que minha mãe me mostrou, não pude conter minhas lagrimas, me aproximei deles sem deixar que eles me notassem.
"Me desculpe Minato, tomei todo seu tempo." Minha mão dizia.
"Está tudo bem." Meu pai dizia. "Naruto, aqui é seu pai, ouça a sua mãe tagarela."
Minha mãe não se mexia mais, eu notei que meu pai ainda se mexia, ele ainda estava vivo, me aproximei devagar dele, ele me olhou nos olhos.
"Naruto?" Ele perguntou "Como conseguiu vir pro passado?"
Apontei para os olhos.
"Oh, entendo." Ele tentava sorrir. "Você aparenta ser tão poderoso, sinto orgulho."
"Pai posso ressuscitar você e depois o levar comigo pro futuro." Falei me ajoelhando na frente dele.
"Nossa muito mais poderoso do que sonhei ser." Ele dizia me olhando com orgulho.
"Não se preocupe, eu vou fazer isso." Falei limpando as lagrimas dos meus olhos.
"Só poderá ressuscitar um de nós, né?" Ele perguntou
"... Sim, só tenho chakra para um, se eu tentar os dois não conseguiremos voltar." Falei com sinceridade.
"Escute, Naruto." Ele dizia seriamente "Eu tive meu tempo, eu realizei meu sonho, me casei com uma mulher incrível, eu tive você, tudo isso já é o bastante para mim. Agradeço por você ter vindo até aqui, isso significa que você me perdoou, significa que você me ama! Só isso já basta pra mim, quero ser seu exemplo, quero que você sempre se lembre de mim. Só quero isso, então, por favor, deixa a vida seguir seu ciclo, você é o herói agora, cabe a você proteger todos, eu já fiz meu trabalho."
"Pai! Por favor." Eu implorava.
"Imagino por o que você passou, sei que precisa de uma família, também sei que se sua mãe tivesse o direito de escolha teria escolhido viver, para ficar ao lado do filho que ela tanto ama, então traga ela de volta, ela será mais necessária, acredite! Ela será mais necessária que eu, você me superou Naruto, você é mais poderoso que eu, não terei importância nenhuma, já sua mãe será seu porto seguro, seu apoio, com ela você será invencível, meu segredo sempre foi sua mãe, por ela, por ter ela me esperando em casa, eu nunca... jamais cogitei ser derrotado, eu venci tudo e todos!"
"Mesmo não tendo convivido com você, eu te amo pai, obrigado por tudo." Dizia chorando ainda mais.
"Também te amo meu filho." Ele dizia com a voz muito fraca, depois nada mais disse, nunca mais.
Chorei durante algum tempo, depois notei que não tinha mais muito tempo, tinha que fazer o Jutsu, trazer minha mãe de volta, pelo menos eu a teria junto de mim. Me levantei e me concentrei, fiquei algum tempo me concentrando, esse jutsu precisa de muito chakra e muita concentração, pois minha vida estava por um fio, não podia desperdiçar chakra.
"Gedō • Rinne Tensei no Jutsu" (Outro Caminho • Técnica da Vida Celestial do Samsara)Gritei com toda força, em seguida aquele monstro estranho apareceu, ele abriu sua boca e de dentro dele saiu uma pequena luz azul, a luz entrou no corpo da minha mãe, um segundo depois e voltou a respirar, fui até ela e a peguei no colo, meu tempo estava acabando, tinha que apressar as coisas. Envolvi o corpo da minha mãe com meu chakra, depois fiz os selos que precisava para ativar o jutsu de corrente temporal, vi novamente o rio feito de luz verde, me joguei nele sentindo aquela sensação estranha tomar meu corpo novamente. Minutos ou anos depois estava novamente em terra firme, minha mãe estava ainda desmaiada, mas respirava, deitei minha mãe com cuidado no gramado e me ergui para olhar o meu redor, estávamos novamente na clareira, sorria animado, parece que tudo tinha dado certo.
"Agora é só ir atrás da Konan." Disse sorrindo.
De repente senti uma dor incrível nos meus olhos, tratei de desativar meu Rinnegan. Em seguida meu corpo inteiro doía também, me ajoelhei deixando a dor tomar meu corpo, não chorava, pois estava com medo que as lagrimas fizessem meus olhos doerem ainda mais. Passei alguns minutos assim, deitado no chão apenas sentindo a dor me consumir. Depois de vários minutos que mais pareceram anos, a dor foi sumindo aos poucos, consegui me sentar e respirar mais tranquilamente. Depois de sentir toda essa dor eu decidi descansar antes de seguir viagem pra onde Konan nos esperava, tirei a barraca da minha mochila e a armei, em seguida coloquei minha mãe lá, sorria olhando o rosto dela enquanto ela dormia, tentava a deixar confortável.
Depois de cuidar da minha mãe eu tratei de fazer uma fogueira, afinal eu estava morrendo de fome, depois de terminar de pôr fogo na fogueira eu resolvi tomar banho enquanto a água fervia, tirei minhas roupas ficando só de cueca, afinal, se minha mãe acordasse eu estaria de cueca e não pelado, fui ate a cachoeira me sentando em uma pedra em baixo dela, achei que se me concentrasse ali iria me sentir mais descansado e assim eu fiz. Fiquei alguns minutos imóvel tentando não pensar em nada, fiquei assim até meu saco se encher, depois nadei ate a borda e fiquei sentado lá com minhas pernas dentro da água, pensava sobre as palavras do meu pai, me sentia muito orgulhoso, afinal, ele falou que eu o superei.
"Minatoooooooo!" Escutei o grito da minha mãe, depois senti os braços dela em meu pescoço, ela me abraçava por trás. "Que bom que tudo aquilo foi um pesadelo!"
Fiquei sem graça, com certeza devia estar corado, minha mãe tinha me confundido com meu pai -então quer dizer que eu sou bonitão– sorria animado com esse pensamento, foi ai que eu fiz uma besteira, virei meu rosto e minha mãe me olhou direito, eu sorria sem graça enquanto via a duvida nos olhos dela, confesso que não me lembro muito bem o que aconteceu, só sei que levei tantos socos fortes na minha cabeça, e foi muito difícil me livrar dela, minha mãe era uma mulher violenta.
"Cruzes, calma mulher!" Dizia tomando distância dela.
"Seu pervertido! O que fez com meu marido?" Ela gritava.
"Você não me reconhece?" Perguntei.
"Você se parece com meu Minato." Ela dizia "Mas não é ele!"
"Lógico que não, eu falei que era?" Dizia irritado.
"Vou te matar!" Ela dizia tentando me pegar.
"Nossa, estou desapontado, meu pai me reconheceu no primeiro olhar." Dizia para ela tentando recuperar a distância.
"Seu pai? Mas que idiotice é essa que você está fa..." Ela começou a falar mas parou no meio da frase.
"Nossa mãe, você pensa devagar como eu!" Dizia sorrindo.
"Mãe? Pai? Meu Deus." Ela dizia finalmente ligando os pontos. "Então não foi sonho! Eu estou morta? Se eu estou morta e encontrei meu bebê quer dizer que você também morreu?"
"Lógico que não. Você morreu, mas eu ressuscitei você." Falei com um sorriso nos lábios.
"Como assim?" Ela perguntou, depois começou a chorar vindo em minha direção. "Depois me explique, agora me dê um abraço, pensei que nunca iria abraçar você de novo, filho."
Ela me abraçou com força e chorou com a cabeça apoiada em meu ombro, acabei chorando também, parecia um sonho ter minha mãe comigo. Depois disso eu fiz ramen pra nós dois, fiquei admirado ao ver que ela devorava a comida igual a mim. Por fim acabamos com meu estoque de ramen, enquanto eu comia eu contei pra ela sobre toda minha vida, ele chorou algumas partes e queria me abraçar, depois contei sobre minha viagem no tempo, sobre a conversa que tive com meu pai, ela chorou muito nessa parte, e continuou chorando até dormir com a cabeça deitada em meu colo, ainda era novo pra mim ter uma mãe, mas era engraçado, eu sempre imaginei que ela que iria me dar colo e me dar apoio enquanto eu chorava, só que estava acontecendo o aposto, eu estava dando colo e apoio enquanto ela chorava.
"Mãe, você é uma chorona." Falei sorrindo.
"Quantos anos você tem, filho?" Ela dizia. "Eu só tenho 23 anos, ainda sou uma gata."
"Eu tenho 17." Falava sorrindo
"Não, você tem 19, nunca que você tem 17!" Ela dizia me olhando.
Só ai percebi que meus cabelos estavam mais cumpridos, haviam se passado dois anos, pra mim foram vinte minutos, mais para todos eram dois anos, eu havia envelhecido, não tinha 17 anos, eu tinha 19 anos.
"Você tem razão mãe." Dizia meio triste. "Mãe, você é cinco anos mais velha que eu, fica estranho eu te chamar de mãe na frente de outras pessoas."
"Sem chances, sou sua mãe e você meu filho então trate de me chamar de mãe!" Ela dizia irritada.
"Mãe você sabe que ficaria muito estranho." Tentava explicar. "Como quer que eu te chame, mãe?"
Ela ficou um tempão emburrada e depois pensativa. "Kushina-sama!" ela dizia animada.
Cai na gargalhada "Vai sonhando" Eu dizia em meio à gargalhada. "Por que te chamaria de sama?"
"Moleque ingrato, porque sou sua mãe!" Ela dizia irritada.
"Chamo-te de Kushina," Dizia fazendo ela torcer o nariz "Ou Kushina-chan."
"Isso!" Ela dizia animada. "Kushina-chan, ai seus amigos podem me confundir com sua namorada!"
"Aff, mãe, por que eu iria querer que eles se confundissem assim?" Dizia irritado.
"Não acha sua mãe bonita?" Ela dizia em tom choroso.
"Você é uma gatona." Dizia pra ela, fazendo-a ficar mais animada.
"Então! Você vai ficar com fama de pegador!" Ela dizia sorrindo. "Além de que vai evitar que as malditas marias kunai pulem em cima do seu pescoço.
A expressão dela ficava assustadora, tá explicado o apelido que ela tinha quando era mais jovem, minha mãe era assustadora.
"Talvez eu queira algumas marias kunais em meu pescoço..." Eu dizia sorrindo, minha mãe me dava um beliscão. "Aiiii! Por que me beliscou?"
"Seu pai era gatão e legal, igual a você, e não era galinha!" Ela dizia irritada "Se comporta Uzumaki Naruto! To de olho em você!"
Ficamos em silêncio durante um tempo, depois caímos na gargalhada, nunca ri tanto em toda minha vida, e admito nunca me senti tão feliz também, estava me sentindo um pouco mais completo, com mais vida. Meu pai tinha razão, ter minha mãe ao meu lado me fez invencível.
