Título: Imperfeitos Amores

Autora: Ivi

Classificação: Por segurança, NC-17.

Pares: Draco Malfoy/ Harry Potter

Disclaimer: Os personagens pertencem a J.K. Rowling. Eu apenas me divirto com eles!

Avisos: Conteúdo SLASH (homem x homem).


Capítulo I: Morangos

Confesso acordei achando tudo indiferente

Verdade acabei sentindo cada dia igual

Nunca gostou muito de acordar cedo. Caso acontecesse, ficava na cama até que um elfo (pobre coitado) ou Narcissa fosse chamá-lo. Deitado ali, sentindo a respiração ritmada do outro na sua nuca e o corpo quente colado ao seu, só tinha vontade de permanecer deitado. Com um sorriso malicioso se deixava levar pelas lembranças da noite anterior e, como sempre, seus pensamentos se concentraram unicamente em Potter (nunca iria conseguir pensar nele como Harry).

Quando as coisas haviam ficado tão confusas? Como aquela raiva toda havia se transformado nessa obsessão? Porque ele tinha de admitir – não sem alguma resistência – que Potter era uma obsessão. E das grandes. Era constrangedor o modo como seus olhos o seguiam quando estavam juntos no mesmo lugar.

É mesmo exagero ou vaidade

Então, resolveu fazer o que sempre fazia: tentou seduzi-lo. Ora, afinal era um Malfoy. Criado e educado para ter tudo como e quando quisesse, não importando os meios para conseguir. Bonito, charmoso, rico e, por que não dizer, irresistível, nunca teve problemas para conquistar quem queria. Na verdade, era sempre fácil demais. Talvez fosse um pouco inconstante e perdesse rapidamente o interesse, mas e daí? Era jovem e não queria compromisso. Só diversão. Seus parceiros conheciam as regras. Então, se uma outra pessoa não entendia e saia machucada, o que ele podia fazer? Nunca prometia fidelidade ou amor eterno a ninguém. Além disso, ele tinha as obrigações com o nome Malfoy, tais como casar com uma garota de sangue puro, aprovada pela família e ter seu herdeiro. Por que não postergar isso ao máximo e aproveitar a vida enquanto isso? Mas o Santo Potter agia conforme as regras? Não! Ele o recusou – sim, é chocante, mas a mais pura verdade.

Eu não te dou sossego, eu não me deixo em paz

E de repente, ele – Draco Malfoy – se viu fazendo algo inédito: estava correndo atrás de alguém. Usou todo charme, poder, táticas de sedução para conseguir o que queria. E a cada recusa se sentia mais e mais estimulado a vencer. Bem, para ser honesto na maioria das vezes, isso era extremamente frustrante, só esperava que valesse a pena.

Não vou querer ser o dono da verdade

Ele nunca foi ou quis ser um "bom" garoto, mas dessa vez tentou: refreou todos os impulsos de seqüestrar Potter, algemá-lo a uma cama, beijar, acariciar e tudo que tivesse direito até que o já-não-tão-garoto-que-vivia-sobrevivendo esquecesse esses moralismos e idéias antiquadas e só soubesse gemer seu nome. Por isso, agiu como o mais casto (argh!) e inocente dos homens. E, por mais absurdo que possa parecer, começou a funcionar.

Tanta coisa foi acumulando em nossa vida

Eu fui sentindo falta de um vão pra me esconder

Aos poucos fui ficando mesmo sem saída

Perder o vazio é empobrecer

Quando notou, ele e Potter estavam em um namoro perfeitamente careta, com direito a almoço de domingo com os amigos dele, suportando aquele Weasley que parecia ter sido obrigado a botar um ovo.

Não vou mentir nem tudo que falei eu sou capaz

E, como Potter não gostava, ele já não saía com seus próprios amigos para dançar ou beber. Nem tratava de conquistar todo homem ou mulher atraente que cruzasse seu caminho. Ele não se sentia ou parecia o mesmo. E Potter valia a pena, com aqueles beijos que eram promessas de noites tórridas que, infelizmente, nunca chegavam.

Não vou pedir a porta aberta é como olhar pra trás

Então, quando achou que não iria mais agüentar, resolveram sair para uma boate que Draco adorava. Claro, que a sangue ruim e o perdedor foram também. E tudo estava divertido até que aquele idiota do Weasel começou a se sentir mal – excesso de firewhisky – e Potter resolveu que TINHA de levá-lo em casa...

Não vou roubar seu tempo eu já roubei demais

Seus pensamentos foram interrompidos com uma mão que descia por seu abdômen e exigia atenção imediata.

Não vou dizer que tudo é banalidade

Ainda há surpresas, mas eu sempre quero mais

'Vejo que acordou disposto'. 'Sempre'. 'Vamos ver' – falou sorrindo enquanto se virava e se colocava por cima do outro.

Quem sabe o amor tenha chegado ao final

Ficou olhando para aqueles olhos e se lembrando de como o virá se aproximando na noite anterior, quando estava furioso demais por ter ficado sozinho depois que o trio dourado foi embora para levar o Weasel. Como, sem nenhuma palavra, haviam se beijado. Oh, e como o maldito beijava bem. E tinham ido para sua casa e se deixado levar pelo desejo tão duramente reprimido.

Quem sabe isso passa sendo eu tão inconstante

Sorriu. Iria aproveitar aquele dia para ver se tudo era como ainda se lembrava. Lábios exigentes buscaram os seus e quando se separaram, não pode deixar de provocar:

'Finnegan, ainda é viciado em morangos?'

Também tenho saudade mas já são quatro e tal

Talvez eu passe um tempo longe da cidade

Quem sabe eu volte cedo ou não volte mais


A música é Confesso da Ana Carolina e não está na ordem certinha.

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